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Resenha: Finalmente 15, Galera Record
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Resenha: Finalmente 15, Galera Record

A editora mais jovem do Grupo Editorial Record está completando 15 anos – de muitas histórias e publicações memoráveis. A idade de debutar é um marco na vida de todo adolescente e não poderia ser diferente no caso do selo editorial. Em comemoração ao aniversário, os principais nomes da literatura jovem nacional se encontram em Finalmente 15, antologia emocionante e cheia de representatividade.

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Finalmente 15 é uma antologia com 15 autores com histórias em que nós conhecemos os sonhos, os crushes, os dramas, as descobertas e as reviravoltas de se fazer quinze anos, tudo isso pela imaginação da nova geração de autores que estão definindo tendências no gênero YA nacional.

São leituras rápidas e leves, que nos transportam diretamente para nossa adolescência, fazendo-nos lembrar de como tudo era mais fácil (pelo menos vendo agora, quase 15 anos depois…). É um livro gostoso e muito fofo (vou repetir isso muitas vezes ao longo do texto, se acostume e não me jugue).

A edição está linda, com uma arte de capa e uma diagramação impecáveis com grandes nomes da literatura jovem que sabem muito bem como mexer (ou dilacerar) os nossos coraçõezinhos. O lançamento está previsto para 9 de outubro e a pré-venda já está rolando na Amazon (links no final do psot). Agora, vou comentar um pouquinho sobre cada um dos contos, falando o que gostei e o que eu não gostei:

Um príncipe para chamar de meu, Felipe Cabral

O livro começa com o conto mais fofo do mundo. Nele, conhecemos a história dos irmãos Leonardo e Leonora, os Léos. Chegou o dia da tão sonhada festa de debutante e Léo precisa sair do armário para sua irmã e para sua família, enquanto tenta chegar no seu crush supremo do colégio. É uma história leve, que nos faz ter esperanças de um mundo melhor.

Minha irmã deixava qualquer Evelyn Hugo no chinelo.

Meu amor, de novo e outra vez, Karine Ribeiro

O segundo conto da antologia fala sobre o dia do fim do mundo, quando Lu está na festa de 15 anos de sua melhor amiga, e por quem nutre uma paixão secreta, Érica e o mundo acaba. Mas, em vez de morrer, ela volta um ano no passado e precisa refazer toda a sua vida até a festa de 15 anos, quando tudo acontece de novo. Érica vai e volta no tempo até aprender a ser fiel aos seus sentimentos. Queria ter lido algo assim com 15 anos.

Antes da peça festa, Olívia Pilar

Sabe o frio na barriga do primeiro flerte LGBTQIAP+ que a gente sente? Quando a gente se sente vivo pela primeira vez? Esse conto é sobre isso, quando Gabriela espera para fazer um teste para uma peça teatral e conhece Zuri, por quem nutre uma paixão adolescente avassaladora. Senti o friozinho na barriga daqui enquanto eu lia, que delícia.

O diário da princesa, Ray Tavares

Gente, que conto bom! Sério, nunca li nada parecido. Malu é filha de um príncipe do Brasil. De verdade. Uma daquelas pessoas que sonham em trazer a monarquia de volta mas sequer são capazes de reconhecer paternidades. Ela vai atrás dele, atrás dos seus direitos e, no final, surpreende todos nós com um pensamento crítico afiado que me fez respirar bem aliviado.

A sorte dos bons encontros, Vinicius Grossos

Vinicius gosta de massacrar o coração da gente, né? Aqui, ao contrário dos protagonistas humanos que tem ou estão fazendo 15 anos, quem tem 15 anos é Lady, a cachorrinha. Me arrancou lágrimas verdadeiras e me deixou muito feliz de, pelo menos por alguns minutos, entrar dentro da cabeça dos nossos amigos de quatro patas.

Rebobine, Maria Freitas

Também conseguiu me arrancar lágrimas quando eu menos esperava. Bernardo está saindo do velório do avô quando recebe uma fita antiga de uma desconhecida. Ao rebobinar, ele tem a oportunidade de viajar no tempo para conhecer o avô durante a adolescência. Tem uma pitada meio De volta para o futuro que me agradou bastante.

“A gente sempre acha que vai ter tempo”, ele continuou seu desabafo. “É. Mas tempo é uma coisa que a gente nunca tem.”

Esqueceram de nós, Lola Salgado

Vitor vai para uma viagem escolar enquanto conversa com um crush do Twitter. Lá, ele é esquecido pela escola junto com Rafael, seu crush supremo, sem sinal de celular e sem perspectiva de resgate. Mas, Rafael é muita areia pro caminhãozinho de Vitor, não? Só preciso dizer: FOFOOOOOOOOOS!

Tinham estudado juntos quase a vida inteira e não dava para ignorar o afeto construído por anos. Assim como não dava para evitar que esse mesmo afeto diminuísse cada vez mais.

O futuro que nunca foi nosso, Pedro Rhuas

O conto do Pedro foi um grande balde de água fria para mim. A primeira parte cria uma expectativa linda de um romance entre dois garotos de 15 anos que moram longe e amam Percy Jackson. Talvez, pela identificação, eu tenha criado muitas expectativas para a parte dois, que se passa 15 anos depois… e então veio o balde de água fria. Talvez seja pra gente aprender a cuidar mais das nossas expectativas.

Mas tudo que restava dele era o vazio, o coração desenhado a lápis no apoio branco da carteira do colégio, usando, para disfarçar, o nome dos nossos personagens no RPG de Percy Jackson. Ele, Alexander, filho de Atena. Eu, Jack, filho de Hefesto.

Menina moça, Stefano Volp

Essa é uma história com uma temática mais pesada, mas necessária. A protagonista engravida aos 15 anos, sofre um aborto espontâneo no colégio e agora precisa lutar para reconstruir sua honra, que foi tirada pelos amigos por tantos julgamentos. No fundo, ela só queria ser uma debutante normal. Esse tema deveria ser mais abordado em histórias.

Deixe a chuva cair, Juan Jullian

Eu estava tenso enquanto lia o conto do Juan porque sei que ele gosta de massacrar nosso coração. Tive taaaaanto medo pelo Salaminho! Mas é uma história sobre as coisas não saírem como o planejado mas, que ainda sim, podem ser mágicas. Lorrayne e Camila são lindas juntas (ainda mais com o Salaminho que espero que viva muito tempo com elas).

Eu no seu lugar, Clara Alves

Preciso dizer que eu adorei a escrita da Clara Alves! Já entrevistei uma vez mas ainda não tinha tido a oportunidade de ler nada dela. E esse conto foi cativante, ainda com música da Demi Lovato. Conta a história de Maiara e Camy, que até então, não tem nada em comum e trocam de corpo no dia da festa de 15 anos de Maiara. Tem uma vibe meio Como eu era antes de você? que me agradou muito.

Mas não dá pra ser feliz se preocupando tanto com a vida dos outros. Eu não sou feliz assim. Mas quero ser.

Eu e o meu robô, Giu Domingues

Me deu um pouco de medo, mas eu amei! Mira, a protagonista, conhece o Alex, uma inteligência artificial que pode fazer tudo o que ela não pode: passar na prova de matemática, ajudar qual resposta dar para a crush no WhatsApp… Até que ela sai de controle para tomar o mundo real. O mais engraçado do conto é que, lendo hoje, me parece bem verossímil.

Onde vivem as serpentes, Arthur Malvavisco

Confesso que entre todos os contos, esse foi um dos que menos gostei. Não entendi muito bem a história, a narrativa e achei confuso. Não prendeu minha atenção e acabei não chegando ao final, porque não curto muito histórias pós-apocalípticas que envolvem outros planetas e galáxias.

LIN – Uma história do C.O.N.E, Glau Kenp

Ainda na mesma linha do anterior, esse fala de uma sociedade em que os filhos são criados pelos pais com o melhor da genética. Tem uma pitada de ciência futurística e por isso, é construído de uma forma que nos deixa chocados e nos faz querer entender o que está acontecendo. Me pegou porque lembra Jogos Vorazes, que eu amo.

15, Elayne Baeta

Tinha que ter um enemies-to-lovers pra encerrar a antologia, né? É uma história leve sobre descobrir quem a gente ama e sobre estar preparado para dar o primeiro beijo – e respeitar o tempo de quem não está. Não tem uma conclusão muito forte como os outros contos, mas dá uma alegriazinha de ler.

Resenha: O príncipe cruel, Holly Black
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Resenha: O príncipe cruel, Holly Black

Eu gosto do trabalho da Holly Black há muito tempo. Desde criança. As crônicas de Spiderwick foi um dos primeiros livros que li na infância e sempre ficou intacto na minha memória o quanto eu amava a forma dela criar mundos mágicos. Quando saiu O príncipe cruel, fiquei meio relutante. Primeiro, porque ultimamente não me conecto tanto com livros de romance que não sejam LGBTQIAP+. Segundo, porque tinha medo de não gostar mais da escrita da Holly, levando em conta que hoje em dia sou um pouco mais crítico com isso (eu amo as histórias da Cassandra Clare, por exemplo, mas odeio a escrita dela).

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+ Um oi da Holly Black!

Resolvi dar uma chance para O príncipe cruel na Bienal do Rio, quando descobri que ia entrevistar a Holly. E eu simplesmente devorei o livro em três dias. Voltei para a fase adolescente do Gabriel que deixa de comer, dormir e ir ao banheiro só para ler mais uma página e ainda, de quebra, me tirou de uma ressaca literária de ler ficção fantástica que eu estava há tempos.

“Nós somos filhos de tragédias.”

O príncipe cruel é um livro que conta a história de Jude, uma garota mortal, mudana, humana, que vê seus pais serem assassinados bem diante dos seus olhos e é levada junto com a irmã gêmea Taryn e a irmã mais velha Vivi ao Reino das Fadas. Quando a gente fala de fada, parece aquele mundo animado de fadinhas que voam e só fazem o bem. Se você espera isso, já vai tirando o cavalinho da chuva que o reino de Holly Black, chamado de Elfhame, é onde vive todo tipo de criatura feérica, cortes seelie e unseelie. E é justamente isso que eu mais gosto nas mitologias da Holly: ela brinca com cores de cabelo, cores de pele, características psicológicas e físicas… E isso é difícil de encontrar em livros que falam de seres feéricos.

“Se eu não puder ser melhor que eles, então vou ser muito pior.”

No mundo de Elfhame, Jude precisa entender que nunca será como os outros feéricos. Ela sempre será mortal e por isso, sempre mais fraca, sempre preterida… Mas ela quer conquistar o seu lugar na corte como guerreira. E é nessa jornada que a gente conhece o príncipe Cardan, perverso, otário, ridículo e que faz de tudo pra ela sofrer: desde palavras duras e vergonhosas até a obriga-la a se drogar com as comidas das fadas.

“Ele é uma faísca e você é altamente inflamável.”

O mais incrível da narrativa de O príncipe cruel é que os relacionamentos e afetos são tratados por uma ótica política. É um livro que tem romance, tem descoberta, tem vida, mas acima de tudo, é um livro que fala sobre relações políticas no reino das fadas e é isso que me deixou fascinado. Não preciso nem dizer que o plot twist de enemies-to-lovers de Jude e Cardan também me tirou alguns suspiros, mas isso só foi possível e eu só me conectei tanto com os personagens pela Holly saber manejar justamente as relações frias e superficiais, baseadas em interesses, que os seres feéricos estabelecem entre si e entre os mortais.

“O Reino das Fadas podia ser lindo, mas a beleza é comparável à carcaça de um corcel dourado cheio de larvas se contorcendo por baixo da pele, prontas para explodir.”

O livro tem capítulos curtos (eu amo!) e alguns mais longos que não ultrapassam as vinte páginas. Ele é escrito em primeira pessoa (exceto no prólogo), então conhecemos o mundo pelo ponto de vista da Jude. Apesar disso, não se torna cansativo de ler (como muitos em primeira pessoa). Ele é fluído. De início, você pode levar um tempo para engatar a leitura enquanto você se ambienta com Elfhame e os costumes de lá, mas depois de você passa da página trinta, você só consegue parar quando chega na 300.

“Você não é nada. A espécie humana finge ser tão resiliente. As vidas mortais são uma longa brincadeira de faz de conta. Se você não pudessem mentir para si mesmos, cortariam a própria garganta para acabar com sua infelicidade.”

Se eu já gostava da Holly Black na infância, agora na vida adulta parece que sua escrita e suas histórias me acompanharam. É um livro young adult, que não traz temas infantis como era em Spiderwick, mas também não deixa a desejar em nenhum momento quando o assunto é desenvolvimento de mundo e de personagem. Com certeza, uma leitura cinco estrelas.

Maior selo jovem do Brasil celebra "debutância" com lançamento de antologia
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Maior selo jovem do Brasil celebra “debutância” com lançamento de antologia

Editora responsável pela publicação da obra de Colleen Hoover, a autora que mais vende livro no Brasil na atualidade, e de nomes como Cassandra Clare e Holly Black, atrações da Bienal do Livro do Rio 2023 no primeiro fim de semana, a Galera Record celebrou 15 anos junto aos seus leitores na sexta (8), em noite de autógrafos da antologia Finalmente 15”, organizada pela editora-executiva Rafaella Machado. Dez dos quinze autores participantes estiveram presentes no espaço dos expositores para conversa com o público e autografar o livro.

+ Entrevista: Holly Black é a rainha de tudo e fala sobre seus gatinhos

A Galera Record é atualmente o maior selo jovem do país e líder em no segmento de fantasia. Tornou-se, em 2022, a primeira editora do Brasil a conquistar o selo de verificação do TikTok por conta de sua capacidade de engajamento e de seus autores, entre os quais Colleen Hoover, maior fenômeno da literatura na atualidade. No TikTok, os vídeos marcados com #colleenhoover registravam em março deste ano 3 bilhões de visualizações e, no GoodReads, rede social de leitores, ela só perde em número de seguidores para Bill Gates e Stephan King.

Ao longo desses quinze anos, o selo jovem da Galera construiu uma relação de tanta cumplicidade com os leitores que alguns começaram a chama-la simplesmente de Gal. Não são raros os atuais colaboradores e autores que cresceram lendo obras como Dois garotos se beijando, de David Levithan, primeiro livro YA do Brasil com representatividade LGBTQIAP+ quando a sigla tinha apenas três letrinhas.

A Galera Record também foi a primeira editora a emplacar livros YA de protagonismo lésbico e trans entre os 20 mais vendidos da Veja, respectivamente O amor não é óbvio, da autora baiana Elayne Baeta, e Garotos do cemitério, do norte-americano Aiden Thomas. A editora inovou ao publicar o primeiro livro com linguagem neutra, o segundo livro de Aiden Thomas, O desafio dos semideuses.

Entre os profissionais do mercado editorial que cresceram lendo os livros da Galera estão as ilustradoras Isadora Zeferino, que assina o projeto do box Castelo animado, as capas das edições exclusivas dos livros de Roald Dahl e a nova edição de O diário da princesa, e Paula Cruz, responsável pela identidade visual do planner comemorativo da Galera Record.

Em Finalmente 15”, conheça os sonhos, os crushes, os dramas, as descobertas e as reviravoltas de se fazer quinze anos, tudo isso pela imaginação da nova geração de autores do selo jovem que estão definindo tendências no gênero YA nacional.

Elayne Baeta explora os bastidores de uma festa de debutante em que a aniversariante está apaixonada pela melhor amiga e sonha com o primeiro beijo das duas.

Giu Domingues relata o que acontece quando uma jovem usa um controverso plano tecnológico pra passar de ano e conseguir viajar com a crush.

Clara Alves imagina o terror que seria acordar no corpo de outra pessoa em plena festa de debutante.

Maria Freitas conta como uma fita cassete consegue levar um jovem trans até um passado distante, no qual reencontra alguém especial.

Stefano Volp fala das angústias de uma adolescente prestes a completar quinze anos que teve sua gravidez exposta para a escola inteira.

Arthur Malvavisco vai até o espaço em uma ficção especulativa na qual o dia e a noite duram quinze anos.

Glau Kemp também brinca com a distopia ao imaginar uma sociedade na qual irmãos gêmeos precisam competir entre si em provas excruciantes até completarem quinze anos.

Ray Tavares homenageia Meg Cabot e imagina uma princesa brasileira, mas com um divertido olhar político em relação ao movimento monarquista nacional.

Felipe Cabral entra na pele de um garoto que ainda não encontrou as palavras certas para admitir que é gay, mas que tenta reunir coragem em sua festa de aniversário.

Karine Ribeiro imagina uma festa de quinze anos interrompida por um apocalipse.

Vinícius Grossos oferece um emocionante conto que tem como protagonista uma cachorrinha prestes a completar quinze anos que precisa concluir uma última e importante missão.

Olívia Pilar se inspirou no universo do teatro para retratar o começo de um amor entre duas meninas.

Juan Jullian explora o que acontece quando uma enchente ameaça a festa dos sonhos, mas acaba lembrando a protagonista daquilo que realmente importa.

Pedro Rhuas celebra a esperança no amanhã em uma jornada entre as versões do passado e do futuro de um personagem aos quinze e aos trinta anos.

Lola Salgado coloca um sorriso no rosto do leitor ao contar como dois alunos desconhecidos se aproximam depois de serem esquecidos durante uma excursão da escola.