A literatura tem uma função principal de caráter político e transformador. Ela é capaz de colocar o leitor para pensar no mundo em que vive, moldar seus hábitos, faze-lo pensar de forma mais abrangente…. A literatura tem muitas funções e para entendermos todas elas, precisamos voltar um pouco no tempo.
Literatura com função hedonística e catártica
Os gregos antigos acreditavam que a função da literatura era de ser hedonística e catártica. Hedonística porque ela proporcionava prazer, retratava o belo. O belo, por sua vez, era a semelhança da obra de arte com a realidade. Quanto mais próximo, mais belo.
Já a concepção catártica vem do papel em que as tragédias tinham na sociedade grega. As tragédias são tipos de textos que são, basicamente definidos por dois conceitos: a mimese, que desperta terror e piedade no público e a catarse, que alivia esses sentimentos despertos. As tragédias aliviavam as tensões e os conflitos do mundo grego e por isso, eles acreditavam que essas eram as principais funções da literatura, como arte.
Claro que esses conceitos desapareceram na modernidade, mas a literatura como arte ainda cumpre o papel de causar prazer e aliviar tensões da vida humana. De acordo com o teórico russo Chklovski, a literatura provoca um estranhamento em face da realidade, como se saíssemos do automático e passássemos a ver o mundo com outros olhos.
Literatura com função de comunicação
A literatura é linguagem, então exerce um papel comunicativo na sociedade em que vivemos. Pode influenciar o público ou ser influenciada por ele.
O leitor de um texto literário não é um ser passivo. De acordo com o pensador russo Mikhail Bakhtin, mesmo estando em um tempo histórico diferente do contexto de produção da obra, o leitor também recria e atualiza seus sentidos de acordo com o que lê.
Também no contexto de criação da obra, o autor é influenciado pelo perfil do público que tem em mente e isso se reflete nos temas, valores e tipo de linguagem que escolhe.
Literatura com função individual e social
Segundo o escritor Guimarães Rosa, a literatura é feitiçaria que se faz com o sangue do coração humano, ou seja, a literatura é a expressão das emoções e reflexões do ser humano.
“Escrever é um processo químico; o escritor deve ser um alquimista. (…) A alquImia do escrever precisa de sangue do coração. Para poder ser feiticeiro da palavra, para estudar a alquimia do sangue do coração humano, é preciso provir do sertão.”
– João Guimarães Rosa, em entrevista a Günter Lorenz – “Dialogo com Guimarães Rosa”.
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