Durante a última Bienal do Livro de São Paulo, tivemos a oportunidade única de entrevistar a rainha do desapego, Isabela Freitas. A musa, que deu uma palestra na Arena Cultural com duração de cerca uma hora, respondendo a perguntas de fãs do Brasil todo, que chegaram a viajar horas só para conhecê-la nos recebeu durante sua sessão extra de autógrafos para responder a algumas perguntinhas.
Vídeo da Isa na Bienal, e nós do Beco ali de relance assistindo ela.
Antes do evento, o site da organização da Bienal havia distribuído senhas para autógrafos dos seus livros Não se apega, não (resenha aqui) e Não se iluda, não (resenha aqui), que se esgotaram em minutos, deixando muitos fãs sem a oportunidade de conhecer a autora. Mas para Isabela, senha não quer dizer nada. Simpática com todos os presentes, a escritora arrumou um espacinho no estande de sua editora, Intrínseca, e pediu para que os fãs formassem uma fila, que dobrou esquinas. A mineira de 25 anos fez questão de atender todos os leitores presentes, assinar seus livros e tirar foto com cada um deles. Humildade, a gente vê por aqui. Não deixou o local enquanto o último leitor não realizou o tão esperado sonho de conhecê-la, a diva de uma geração desapegada, que não se ilude por pouco e que agora, foge de enrolações!
Sempre com um sorriso no rosto, Isa nos recebeu entre um fã e outro na sua mesa de autógrafos, por aproximadamente dois minutos, já que a quantidade de desapegados era quilométrica! Na época, seu terceiro livro, Não se enrola, não (resenha aqui), ainda não tinha sido lançado.
Beco Literário: O que podemos esperar da Isabela de “Não se enrola, não”? Isabela Freitas: Eu sempre tento conciliar conselho e história, o primeiro foi muito conselho e eu achei que poderia explorar mais a história. No segundo, eu tentei mixar os dois de uma forma que não ficasse cansativo muita história e muito conselho e o terceiro eu melhorei mais um pouquinho. Estou sempre evoluindo como escritora, e vocês como meus leitores também.
E olha, deixando de lado toda a minha admiração pela autora, Não se enrola, não está magnífico! Óbvio que já li no dia em que comprei, e com certeza, já fizemos resenha aqui no site, que você confere clicando aqui.
BL: Como você acha que seus livros venderam tantos exemplares? Tem alguma fórmula do sucesso? IF: Não sei, uma macumba talvez (risos). Eu acho que um pouco de sorte, às vezes, e era um livro que ainda não tínhamos visto. Falando de relacionamentos, ao mesmo tempo em que tem uma história, uma personagem divertida, um livro leve pra você ler bem rápido, as pessoas gostam disso.
Inovadora e destruidora mesmo! Confesso que conversar com a Isa é uma experiência única, e que entrevistar ela como um “simples jornalista” foi um desafio e tanto. Ela é um orgulho tremendo. <3
BL: Você acha que seu blog influenciou um pouco nisso? IF: Na verdade, acho que não. Porque tem muita gente que tem sucesso com blog e não vende livros. Então acho que foi o boca-a-boca. Uma pessoa leu, contou para a outra e foi indo…
Com certeza, não podíamos deixar de perguntar sobre Nerve. Para quem não assistiu, Nerve conta a história de um jogo, onde você pode ser um watcher (observador) ou player (jogador). Os watchers enviam desafios aos players, que ao concluírem, recebem quantias exorbitantes de dinheiro. Mas claro que os desafios não são tão simples assim. Entre eles, tem roubar roupas de lojas caríssimas, dirigir uma moto em velocidade máxima com vendas nos olhos, beijar um desconhecido na rua…
BL: Isa, você assistiu Nerve. Você seria uma watcher ou uma player? IF: Ahhh, eu sou player (risos). Eu sou player total, eu gosto de viver a vida intensamente. Eu sai do filme querendo jogar Nerve. A gente é muito preso a medos e a julgamentos e achei incrível essa história. Pensei, por que não tive essa ideia antes?
E claro, nada melhor que uma indicação aos nossos queridos Becudos, diretamente da nossa rainha.
BL: Indica um livro para os nossos leitores? Que você goste muito ou tenha lido recentemente? IF: Recentemente eu li a coleção de “A Seleção”, eu amo A Seleção (da Kiera Cass).
Se você também não leu nossa resenha da série “A Seleção”, corre aqui!
BL: E pra finalizar: Uma pergunta que nunca fizeram pra você mas que você queria muito responder? IF: Que nunca fizeram para mim… Ih, acho difícil (risos). Ai nossa… Essa pergunta! É a melhor e a pior pergunta, foi essa, nunca me fizeram, adorei!
Um amor de pessoa, não é? Foi uma honra entrevistar Isabela Freitas e de antemão, já agradecemos a ela pelo tempo que cedeu a nós, pelos fãs, que estavam na fila e aguardaram ansiosamente até que fizéssemos essa matéria e a Andressa, da Intrínseca, que tornou isso possível. Não se enrola, não, novo livro da autora já está a venda nas principais livrarias do país, e tem resenha no Beco Literário aqui.
Não faz muito tempo desde que assisti a Adotada pela primeira vez e logo me viciei, e em seguida, como um maníaco de seriados faz, zerei. E como se não bastasse, assisti várias e várias vezes. Foi nessas que me tornei fã da moça de cabelos acobreados que apresenta o programa, a Maria Eugênia Suconic, Mareu, pros íntimos.
Claro que logo, entrei em contato com seu agente, Edu, querendo uma matéria para o Beco Literário, afinal, que honra maior que entrevistar alguém cujo trabalho você admira? E ele aceitou de prontidão. Mais rápido que eu esperava. E fomos, adotar Mareu por algumas horas e agora contamos tudo pra vocês o que rolou.
Nos encontramos com ela e com o Edu por volta das 17h na Oscar Freire. Ela, como sempre, toda montada no look mais incrível que você pode imaginar, super simpática, nos conduz até um daqueles bancos que invadem a rua, nos contando um pouquinho sobre coisas aleatórias da vida, e como é legal morar ali na redondeza. Nós, talvez um pouco nervosos por entrevistar alguém que admiramos, fomos conduzindo o papo e começamos a investigação. Primeiro, topamos em gravar o vídeo. Luz, câmera, ação. As palavras enrolam um pouco mas logo a conversa flui. É incrível a maneira com a qual Mareu conduz a conversa, como se fossemos amigos, e a tensão vai baixando. Pouco tempo depois, esquecemos da filmagem e estamos apenas rindo, conversando sobre as experiências de se estar numa aparelhagem.
Preconceito é uma coisa ridícula. Vá para a aparelhagem que você vai ser feliz
O resultado desse vídeo, você confere bem aqui:
Bom, sendo Maria Eugênia, você acaba por cativar uma legião bem grande de pessoas, quase um estádio de futebol, como ela diz. Pessoas querem fotos vira e mexe, e outras, como vocês puderam ver no vídeo, gritam de dentro de carros, sua admiração pela moça. Não poderia ser diferente, óbvio!
Antes de começar a segunda parte da entrevista, uma pausa para um Snap. Hoje em dia, tudo é registrado no Snapchat, e para a modelo, que acumula milhares de seguidores na rede social, não é diferente. Todos esperando pela próxima Dica da Mareu. E se você ainda não a segue, é melhor correr: mareumareu, o usuário.
Está um pouco frio, vocês não acham? O frio é psicológico, digo. Então vai pro Alasca, que você vai essa psicologia indo embora!
De início, perguntamos sobre Adotada, seu programa na MTV, e Maria Eugênia foi categórica: não tem como bolar estratégia alguma!
Beco Literário: Sobre o programa, quando você chega em alguma casa, você bola alguma estratégia antes, pensa em quem vai cutucar mais?
Maria Eugênia: Gente, não dá pra criar nada! Primeiro que não é um jogo, eu não preciso criar estratégias. Não é um jogo com a vida das pessoas e nem comigo. E segundo, que realmente eu não sei nada antes de entrar na casa. Eu até poderia saber, mas não tenho vontade. É óbvio que se eu ficar pensando, eu vou descobrir certas coisas, mas eu prefiro não imaginar. A surpresa é muito mais legal e deixa tudo mais natural. Eu já sei que vou conhecer!
Comentamos também, sobre o episódio da casa das noivas (Noiva do Cordeiro, Temporada 1, Episódio 12), e ela disse que já chegou emocionada!
BL: Como que foi esse episódio, essa experiência para você? Foram tantas pessoas envolvidas…
ME: Foi muito louco! Eu falo com elas quase sempre, porque o horário é um pouco puxado. Mas é maravilhoso, nunca imaginei passar na minha vida e isso é o mais gostoso de fazer Adotada, porque são coisas que eu faço e que eu não ia fazer se vivesse normalmente, eu não iria atrás. Por exemplo, eu não iria atrás de trabalhar na roça algum dia na minha vida. Eu não iria acordar às 5 da manhã para trabalhar na roça e morar numa comunidade só de mulheres. É uma coisa muito surreal. Então foi maravilhoso, e são mulheres que você olha no olho e pensa, de onde vem essa pureza? É outro lado. Gravar Adotada você conhece umas pessoas e pensa Meu Deus, gente! O mundo não tá perdido, existe gente boa pra caramba!
Tem amor (no mundo), tem pessoas legais, pessoas que pensam nos outros, a gente vê tudo e fala que as pessoas querem todas passar uma por cima das outras, um querendo lascar a vida do outro… E isso não é verdade, tem muita gente legal, querendo fazer coisa legal, pelo próximo… Isso é maravilhoso.
BL: E quando você está de férias, o que você gosta de fazer? Nesses momentinhos só seus?
ME: Eu adoro viajar, mas é que Adotada é quase férias. É cansativo, e tem dias que não quero sair de casa. Mas vou viajar, conheço muita gente, conheço outras culturas… É quase férias! É óbvio que tem uma rotina muito mais puxada mas é bom. Eu acabei de gravar há pouco tempo e já estou sentindo falta dessa rotina louca. Mas eu gosto de tudo, de ir no cinema, agora tô gostando de cozinhar. Eu invento coisas.
Pois é Mareu, nós vemos você nessa onda meio fitness, certo? Errado! Eu adoro uma fritura, ela diz entre risos quando insistimos em dizer que ela virou fit. Ainda jogamos no ar sobre o episódio em que ela come várias coxinhas e nos deixa com água na boca (Família Gouveia, Temporad 3, Episódio 7).
ME: Aquela foi minha despedida das coxinhas, agora sou vegetariana e só como coxinha de jaca… Espera, do que fazem coxinhas? É uma coisa estranha!
E agora veio a surpresa! Muahahaha!
BL: Mareu, você dá muitas entrevistas mas, o que nunca perguntaram pra você, e você gostaria de responder?
ME: Nossa! Já me perguntaram de tudo, até o que eu almocei… Sei lá! Hmmmm, eu gostaria que me perguntassem se eu quero uma mala de dinheiro. (Risos). Isso nunca ninguém me perguntou!
BL: Como que surgiu o convite para você fazer Adotada?
ME: Na verdade não foi um convite, foi uma junção minha com a MTV. A criação do projeto é minha e de um antigo diretor do programa, e a gente apresentou o projeto. Quando eu terminei o Papito In Love eles disseram, ah queremos fazer alguma coisa com você! E aí eu disse, eu gostaria de fazer isso. Era uma coisa que eu gostava de fazer, porque eu ia na casa dos meus amigos de mala, e tirei essa ideia da rotina. Foi em conjunto, não só minha, mas foi algo que eu realmente gostasse de fazer. Tanto é que se agora, eu for fazer alguma coisa, tem que ter a minha cara. Não tenho vontade de fazer nada que eu não goste muito.
Sempre tem o jeitinho Mareu nas coisas né? Icônica e muito musa (como diz a mocinha que passou de carro atrás de nós, durante o vídeo).
É gente, eu sou uma pessoa um pouco controladora (risos). Eu gosto de estar ali, em tudo!
BL: Você se sente mais próxima dos fãs com as mídias sociais?
ME: Olha, até com Adotada! As pessoas me param na rua e me conhecem, porque elas viveram comigo na casa. Eu me sinto bem próxima e sempre tento responder todo mundo. Instagram eu já perdi a mão, é muita coisa! Snapchat eu deixo ali aberto, quem quiser manda e eu vou respondendo.
Estou sentindo uma pequena avalanche no Snap da Mareu? Ops…
BL:Qual foi sua experiência mais inusitada, como aquela do balão?
ME: Ah meu Deus (risos)! Trapézio, nossa… Que eu já tinha medo de altura, e eu já sou uma pessoa que não faz muito esporte, nem nada disso. Sou bem travada nas coisas (risos), então foi meio puxado, mas foi maravilhoso! Foram várias descobertas e coisas que eu gosto de fazer nessa temporada.
E quem sabe fazer Adotada em casas de famosos? Maria Eugênia já pensou nisso também, uau!
Posso estar muito enganada, mas tenho um pouco de medo de ser uma coisa falsa. Porque às vezes a pessoa não vai se abrir totalmente. Vai querer mostrar o trabalho, e são poucas pessoas que vão querer abrir a realidade mesmo. É complicado!
Sim, nós entendemos completamente seu lado, Mareu! São poucas as pessoas que estão realmente dispostas a doarem um pouquinho do seu tempo e mostrar a realidade nua e crua, infelizmente. Além disso, é bastante complicado resumir os dias de experiência, em pouco menos de uma hora de programa.
ME: As pessoas dizem ué, mas você não toma banho? Mas quem vai querer ver a família toda tomar banho? Ou ver todos roncando no quarto? Não é um Big Brother. Se eu tivesse cápsulas durante o dia para colocar tudo, beleza, mas não existe um pay per view. É uma hora, contando uma história do que aconteceu de legal na casa. E você não faz 365 coisas em um dia. Às vezes você deita no sofá, vê televisão… Você vai ligar a TV para ver outra pessoa ver TV o tempo inteiro? (Risos).
BL: Mas acontece mesmo de você ficar tão a vontade na casa das pessoas?
ME: Suuuper! E isso dá pra ver. Alguns você fica meio “assim”, mas eu tô morando lá, tem que fazer o que as pessoas fazem (risos). Tem muito conteúdo, são muitas horas de gravação.
E como você imagina o WhatsApp da Mareu? Nós imaginamos milhares de grupos, com todas as famílias, daqui e de lá. E sim, existem alguns! Ela diz que inclusive já criou uns para apresentar umas famílias às outras, para rolar uma pegação… E rolou! Maravilhooosa!
Na primeira temporada eu encontrava mais (as pessoas da família), é que agora ficou meio puxado e tem muito trabalho que preciso fazer, mas sempre falo com todo mundo e às vezes é um pouco difícil de encontrar.
Opa, muito trabalho? Quer dizer que teremos muita Maria Eugênia pela frente aí, galere!
BL: Você sempre mantém contato com as famílias? O pessoal se apega bastante…
ME: Na maioria das vezes sim! Às vezes demora um pouco, mas o que a gente passa ali é muito forte. Algumas passou, beleza, dá um abraço e tchau. Mas a maioria eu tenho super contato, o WhatsApp fica ali o tempo inteiro, mandam as coisas, pedem ajuda. Vira família mesmo! A minha mãe mesmo, que é acupunturista, atende várias pessoas das famílias, que vão na casa dela e me ligam, ah fulaninha tá aqui. E eu fico meio, não acredito!
E para finalizar, colocamos na roda: Maria Eugênia, você é uma pessoa famosa agora! E se te convidassem para um reality daqueles em que há câmeras o tempo todo, você toparia? E ops, parece que chegamos atrasados, porque já rolou um convite. Mas para ela, são propostas diferentes, e hoje, não teria vontade. Mas, nunca se sabe o dia de amanhã, né?
Enfim, encerramos nossa entrevista com algumas fotos, e uma deliciosa, apesar de curta, caminhada na Oscar Freire, com direito a indicações da Mareu de lugares interessantes para se conhecer, afinal, não são todos os dias que você sai do interior para a cidade grande! E ó: visitamos lugares incríveis.
E se você ainda não conhece Maria Eugênia, assista a Adotada, todas as terças, 21h, na MTV. E vem seguir a moça no Instagram e no Twitter.
Um grandessíssimo agradecimento especial ao Edu Laviola, por organizar e proporcionar esse encontro incrível e fazer dessa entrevista (e desse sonho) possível, e à Mareu (já nos sentindo íntimos), por nos receber de maneira tão simpática e contribuir imensamente para essa entrevista que ficará para sempre em nossas memórias. Vocês são incríveis, mesmo! <3