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Entrevista: Jennifer Niven, autora de “Por Lugares Incríveis”

Com certeza “Por Lugares Incríveis” foi uma das melhores leituras que fiz em 2015. O livro me conquistou (não só) pela capa, um trabalho do Estúdio Anêmona. E depois que várias pessoas postaram fotos e recomendações da obra nas redes sociais, decidi que era o meu tempo de ler o romance entre Violet Markey e Theodore Finch, escrito pela norte-americana Jennifer Niven, que já tem resenha aqui no Beco.

Engana-se quem pensa que “Por Lugares Incríveis” é apenas um romance clichê (como muitos que existem no mercado editorial). Nada disso. Jennifer Niven escreveu sobre temas como o luto, transtornos psicológicos, depressão, relacionamentos familiares, etc. Com personagens imprevisíveis – assim como o desfecho do livro – é difícil não terminar a leitura impactado com a forma com que o sofrimento e a solidão podem afetar alguém.

Decidi escrever para a autora agradecendo por ter escrito um livro tão bonito e impactante. Enviei um e-mail pra ela e acrescentei algumas perguntas, como se fosse uma pequena entrevista, pois estava muito curioso pra saber mais informações sobre a adaptação cinematográfica. (SIM, VAI TER FILME!) A Jennifer é sempre atenciosa com os leitores nas redes sociais, então ela foi super simpática ao responder as 5 perguntinhas que eu fiz, que vocês conferem agora!

1 – Conte um pouco sobre como foi escrever “Por Lugares Incríveis”. O que inspirou você? (Filmes, canções, livros, lugares, pessoas…)

Eu escrevi “Por Lugares Incríveis” porque uma vez eu conheci e amei um garoto como Finch. Vi de perto os extremos altos e baixos que ele passava, o Despertar e o Adormecer, e sua luta para estar neste mundo. Ele também era tão incrivelmente vivo, e ele podia fazer esse mundo se sentir mágico. Outra coisa que me inspirou foi que eu experimentei em primeira mão o estigma associado com a perda de alguém para o suicídio, e depois eu não sentia que podia falar sobre a perda porque isso fazia os outros se sentirem desconfortáveis. Precisamos deixar as pessoas saberem que não é apenas certo falar sobre perda e suicídio e problemas de saúde mental, é necessário. Enquanto estava escrevendo, eu escutei canções que me lembravam do garoto que eu amei, e visitei alguns dos lugares em que nós passeávamos.

2 – Como está a produção do filme? Você continua escrevendo o roteiro?

Na verdade, eu acabei de escrever o primeiro rascunho do roteiro! Esperamos poder começar as filmagens na primavera de 2016, mas primeiro precisamos encontrar o Finch perfeito…

3 – Você disse que o Finch foi inspirado por um garoto que você amou. A Violet tem algumas semelhanças com você?

Eu sou parecida com a Violet de várias maneiras – ela é uma escritora, cresceu em Indiana e não podia esperar pra sair de lá, e ela sorri mesmo quando está sofrendo. Mas acima de tudo, nós amamos e perdemos um garoto como o Finch.

4 – Três palavras que você escreveria em post-its agora e o porquê.

Adorável (porque é uma das minhas palavras preferidas, e pode ser usada de muitas maneiras diferentes, todas positivas).
Alegria (porque eu estou no espírito do feriado, e alegria é importante em qualquer época do ano).
Gratidão (porque eu sou grata todos os dias por todas as coisas lindas da minha vida, particularmente meus leitores maravilhosos).

5 – Para ter um dia perfeito, o que você precisa fazer?

Gastá-lo com os que eu mais amo e também tirar algum tempo para fazer a coisa que eu mais amo – escrever. Esses são os melhores dias de todos.

ENTREVISTA FEITA EM 28/11/2015

QUE ESCRITORA MARAVILHOSA, GENTE! Ela ainda perguntou se eu precisava de mais alguma coisa e disse que um dia espera me encontrar no Brasil <3

Status atual: Torcendo pra que a Editora Seguinte publique os outros livros da Jennifer. (Por favor, nunca te pedi nada!)

Atualizações

Emma Watson Entrevista Malala Yousafzai

Recentemente Emma Watson compareceu ao première do filme “He Named Me Malala” (“Malala” no Brasil), documentário que conta a história da ativista e vencedora do prêmio Nobel da paz Malala Yousafzai. No lançamento, Emma entrevistou Malala, a estrela da noite, e cerca de 10 mil crianças acompanharam a entrevista que abordou sobre tópicos importantíssimos como educação e igualdade de gêneros.

A entrevista foi divulgada por Emma Watson em sua página do Facebook e traduzida e legendada pela equipe do Potterish. Confira abaixo:

 

Tradução: Aline Michel, Caroline Dorigon, Gabriela Oliveira e Rodrigo Cavalheiro.
Revisão da tradução: Bibiana Branco.
Legendas: Arthur Gomes, Carolina de Souza e Orley Lima.
Revisão das legendas: Pedro Martins.

Atualizações, Talks

Entrevista com Rafael Cortez, sobre seu livro "Meu azar com as mulheres"

Rafael Cortez é um artista de vários talentos. É ator, humorista, músico e jornalista. Autor do livro “Meu Azar com as Mulheres”, que teve o seu lançamento recentemente.

O livro é uma coletânea dos contos de humor que o Rafa tem escrito nos últimos dois anos e que acabou formando uma história sobre a sua vida amorosa. A Monica Iozzi foi convidada pelo querido amigo para escrever o prefácio de sua obra.

O Rafa, muito simpático e gentil, concedeu esta entrevista para os nossos parceiros do Monica Iozzi Brasil. Conversamos sobre o seu livro e ele deu conselhos para quem também tem o desejo de escrever uma obra literária. Confira:

– Rafa, você é humorista, ator e já lançou dois CDs. Da onde surgiu a ideia de escrever um livro?
Eu sempre quis, desde moleque. Na verdade, queria e quero ainda lançar vários. Meu Azar com as Mulheres é o primeiro de muitos, espero. Ano que vem sai o Memórias de Zarabatanas, de prosas e poesias. Um trabalho sério/ em nada ligado ao humor.

– Antes de escrever o livro “Meu Azar com As Mulheres”, você gravou quatro obras do escritor brasileiro Machado de Assis. Quem é a sua inspiração na literatura?
Machado, sem dúvida, mas eu não tento (que pretensão!) copiá-lo. Luis Fernando Veríssimo é o meu Deus do humor literário; eu o acho genial. O pai dele, Érico, é sagrado – O Tempo e o Vento é uma das obras mais lindas da Humanidade. E gosto da simplicidade de José Mauro de Vasconcellos, ainda que muitas coisas dele me soem piegas demais.

– Que conselho você dá para as pessoas que querem escrever uma obra?
Ralem muito. Comecem desde já. O processo é extenuante. Mas não vale nada se matar para escrever e lançar algo se não houver o mínimo de qualidade no que está sendo produzido. Lançar por lançar, não vale.

– Em seu livro, você conta em um capitulo que não sabe dirigir. Ficamos curiosos… Por que nunca aprendeu?
Um misto de coisas/ limitação financeira dos 18 aos 30 (aprender a guiar pra que se não tenho carro e nem posso ter tão cedo?), medo, preguiça, comodismo, falta de necessidade concreta… Tudo junto e misturado. Hj o que reina é a preguiça.

– O seu livro é uma coletânea de humor de várias histórias que envolvem a sua vida amorosa, acredito que muitos jovens que lerem possam se identificar em algumas situações. Quais expectativas você tem das pessoas ao lerem a sua obra?
Espero que elas se divirtam e vejam algum valor literário ali. Não creio ser um mero passatempo esse livro. Há algum valor nele sim; não escrevi de qualquer jeito e não deixei lançaram de qualquer jeito.

– No mundo tecnológico em que vivemos, com tantos apps e sites de namoro, você acha que o conceito de amor está banalizado?
Pelo contrário. Por trás de todas essas coisas, há um interesse comum: encontrar alguém para ser feliz e fazer família. O mundo está banalizado e o acesso a tudo é muito rápido e simples, se comparado com o passado. Naturalmente , alguns valores batem mais forte como resposta: tem um momento em que todo mundo se pergunta – de que vale tudo isso sem alguém?

– Qual é o seu conselho para os homens que não tem sorte com as mulheres?
Não se coloquem como “loosers” do amor. Insistam, vão em frente, quebrem a cara quantas vezes for. “Nóis é brasileiro e num disiti nunca”, reza o dito mega popular.

– A Monica Iozzi escreveu o prefácio do seu livro e ficou muito legal! Como surgiu essa ideia?
Eu pedi a ela pq acho que a Mô me conhece bem. E eu sabia que ia ficar engraçado e, ao mesmo tempo, carinhoso. Ela sabe fazer bem essas coisas.

– Você acha que o seu livro, talvez, possa inspirá-la a escrever um livro no futuro? Ela é uma mulher de vários talentos.
Ela é sim. E gostaria de vê-la inspirada para escrever, fazer teatro, empreender projetos. Mas conheço bem minha amiga e sei dos tempos dela. Ela sabe o que faz – ou não, como diria Caetano Veloso! Hahaha!

 

E aí, gostaram? Não deixem de adquirir o livro “Meu Azar com as Mulheres” na Saraiva (cópia autografada) ou em uma livraria mais próxima!

O Rafa:

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Entrevista com Rebeca Melo

Uma das autoras mais lidas do atual cenário literário nacional, Rebeca S. Melo é nome recorrente entre as histórias fantásticas publicadas nesta década. A escritora de “As Lendas de Saas”, livro este que você pode conferir e adquirir clicando aqui, nos concedeu entrevista exclusiva, sobre seus livros, o que já estão disponíveis e os que virão, sobre a carreira e principalmente sobre a escrita. Você pode conferir a matéria na íntegra abaixo:

Pergunta: Nossa literatura é intimista, explora demasiadamente a mentalidade do homem entre os tempos, foi assim com Machado, Lima Barreto, Drummond, Clarice e hoje vemos isso acontecer não só no âmbito literário, mas extrapolar em todas as artes, mas por outro lado, graças ao mercado internacional a produção “fantástica” começa a ganhar força. Escrever fantasia no Brasil chega a ser uma tarefa ainda mais complicada do que publicar um livro com outra temática e gênero? Sabemos que a aceitação de “As Lendas de Saas” foi tremenda, comentaremos sobre mais a frente, mas mesmo assim, é complicado produzir algo na linha Martin ou Tolkien por conta de preconceitos literários?

  • Resposta:  Bom, na verdade eu não me preocupo com os preconceitos literários ou com “o que está na moda”, não é assim que funciona pra mim… Se eu tenho uma boa ideia e acredito que o mundo precisa conhecer aquela história, então eu vou escrevê-la. E durante a escrita eu tento focar em contar a história dando sempre o meu melhor.

 Pergunta:Você nasceu em Brasília, passou por Minas, Guiné-Bissau e hoje reside em João Pessoa, o que cada lugar te ofereceu no momento da produção? Como eles influenciaram e influenciam na hora da escrita?

  • Resposta: Guiné-Bissau foi onde morei durante minha infância. Por não ter televisão ou computador, eu mesma inventava minhas brincadeiras e acredito que esta seja a razão da minha imaginação fértil. Quando morava em Minas Gerais comecei a escrever, nada muito sério na época. Foi só aqui em João Pessoa, durante o curso de Administração, que “assumi” o meu amor pela escrita e decidi ser escritora.

Pergunta: As influências, falemos delas. Quais escritores impulsionaram e deram base para Rebeca S. Melo produzir, e não só escritores, mas músicos, atores, filmes?

  • Resposta: Meu Deus, pergunta difícil! Eu gosto muito, muito mesmo de filmes/séries, músicas e livros. Então seria impossível selecionar um de cada! Acredito que somos uma mistura de tudo o que acreditamos, vemos, ouvimos e gostamos ou não. Mas posso citar o autor que foi o motivo de eu ter me tornado escritora: Sidney Sheldon.

Pergunta: Após todo o sucesso no Wattpad, começastes a publicar pela editora Bookstart, outras editoras já te procuraram? Podemos esperar novidades em breve sobre outros projetos além dos divulgados?

  • Respsota: Sim, antes da Bookstart eu já tinha recebido outras oito propotas de publicação para Rainha dos Corações Congelados. Atualmente estou fazendo TCC e tentando escrever mais um livro que não é ligado a nenhuma das séries (ALDS ou RDC). Mas não posso falar muito sobre ele, porque ainda estou tentando decidir como vou publicar o projeto (concurso, independente, wattpad ou por editora).

Pergunta: O que podemos aguardar da série “Rainha dos Corações Congelados”? E sobre a continuação de “As Lendas de Saas” que como sabemos tem lançamento para esse mês?

  • Resposta: Eu AMO surpreender, então a única coisa que os leitores podem esperar de Rainha dos Corações Congelados e As Lendas de Saas é o meu jeito de escrever. Sobre o segundo livro de ALDS, com lançamento para este mês, eu pessoalemte fiquei muito satisfeita com o resultado. O primeiro livro de uma trilogia geralmente é construção de mundo, por isso o segundo tem mais aventura e ação que o primeiro.

Pergunta: Quando você começou a escrever tinha a consciência de que escrevia para se tornar uma das escritoras mais lidas do país ou isso ocorreu gradativamente?

  • Resposta: Na verdade eu sonhava com isto, porém confesso que não pensei que o meu desejo fosse se realizar. Ainda mais tão cedo! Sabe, eu tenho muito sonhos e a maioria deles são bastante ambiciosos, mas eu nunca coloco esperança nos meus sonhos, coloco minha esperança em Deus. Assim eu estou sempre me surpreendendo…

Pergunta: Qual foi tua reação ao ver a avalanche de visualizações no wattpad tanto de “As Lendas de Saas” quanto de “Rainha dos Corações Congelados”, que como foi divulgado recebeu 5 mil em apenas um dia?

  • Resposta: Essa avalanche não foi algo que aconteceu “de repente”. Quero dizer, ela foi o trabalho gradativo de muita divulgação. Lembro que eu percebi que estava mesmo ganhando destaque quando Rainha dos Corações Congelados atingiu duzentas mil leituras. Na época eu tinha uma média de cinco mil leituras por dia. Foi quando eu pensei: é, acho que estou no caminho certo.

Pergunta: Em “As Lendas de Saas” temos aquele personagem “predileto” da autora, que não morreria por nada e que estará a salvo até o fim da trilogia? E por trás da cortina, quanto tempo de pesquisa e o que foi usado de material externo para que a primeira parte da história ganhasse forma?

  • Resposta: Isso é uma tentativa de conseguir spoiler? (Kkkk) Olha, por mais estranho que pareça, eu não mando na história. Ela se desenvolve sozinha, de acordo com as decisões dos personagens. Tenho muito amor por cada um deles (em especial pelo Tenazd, mas não contem para os outros!), porém o meu carinho por eles não é o suficiente para definir o destino do livro. Eu demorei cerca de três anos no primeiro volume. Durante este tempo eu pesquisava, escrevia e tentava superar bloqueios.

Pergunta: Sobre o quadro atual de escritores, como você vê o cenário nacional tanto em produtividade, temáticas e abordagens quando os livros físicos mais vendidos do país são autorias de youtubers e/ou pseudo-famosos da televisão?

  • Resposta: Bom, eu acredito que, se temos uma boa história, devemos nos empenhar em contá-la. As modas existem porque, em algum momento, uma pessoa teve uma boa ideia e investiu nela. Isso não significa que o mercado é imutável ou que só há espaço para um gênero. Então fico feliz pelos brasileiros que estão conseguindo publicar seus livros, independentemente de onde venham: youtube, amazon ou wattpad.

Pergunta: Para encerrarmos, qual o conselho de Rebeca S. Melo para aqueles que pensam em publicar algo?

  • Resposta: Não existe fórmula para o sucesso. Por isso descubra aquilo que só você sabe fazer e aposte na sua ideia. Será necessário muito trabalho duro e apoio dos amigos, mas vale a pena!

Para ficar de olho em todas as novidades sobre os novos livros da autora, acesse a página no facebook, ou seu site oficial, clicando sobre o destino desejado. Em breve você poderá ler a resenha do Beco Literário sobre o primeiro volume de “As Lendas de Saas”. Para mais informações sobre as obras de Rebeca S. Melo e sua trajetória é só acompanhar a página do Beco durante esta semana, pois divulgaremos detalhes que podem não ter aparecido na matéria. Nossa série de entrevistas volta a ativa em duas semanas, com uma escritora Pernambucana que revelaremos em breve.

 

Atualizações

Vlog: Entrevista com Maciel Melo (I Bienal do Livro)

A I Bienal do Livro de Limoeiro chegou ao fim, mas nossa cobertura continua no canal. Já estão programadas as seguintes entrevistas: Com o escritor e Ministro, Marcos Vilaça (Quinta-feira, 20) e com o escritor Marcelo Carrero (Sábado,  22). Hoje (Terça-Feira, 18) a entrevista com o cantor e escritor, Maciel Melo foi ao ar e você não pode deixar de conferir toda uma conversa sobre música, literatura, política e acima de tudo, Brasil. O escritor falou sobre sua infância, seu livro lançado na Bienal e cantou para o Beco. Vem ver:

 

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Vlog: Entrevista com Larissa Adur Fontes

Pela primeira vez na história do nosso canal, temos uma entrevista com uma escritora! E a escolhida para a inauguração deste novo quadro, é Larissa Adur Fontes, autora de Quando o verão adormece. No vídeo, ela conta um pouco sobre seu processo de escrita, o que a inspirou, e sobre sua vida pessoal. Confira:

Terno, melancólico e romântico, Quando o Verão Adormece é uma antologia nascida das cinzas de um amor infrutífero para presentear os olhos e os corações daqueles que o leem. Cada poesia demonstra a evolução dos sentimentos de alguém que, aos poucos, supera a tristeza e a inconformidade com a vida até que se sinta novamente em paz.

COMPRE “QUANDO O VERÃO ADORMECE…”:
Editora Multifoco / Livraria Cultura

ENCONTRE A LARISSA:
Facebook / Skoob / Twitter / Instagram
E-mail: [email protected]

Strandberg-Mats
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Entrevista exclusiva com Mats Strandberg e Sara B. Elfgren, autores da série Engelsfors

No início do mês de Outubro, o Beco Literário teve o prazer de entrevistar dois dos mais novos (e mais promissores, diga-se de passagem), autores de fantasia jovem-adulta. Mats Strandberg e Sara B. Elfgren, que juntos, definiram um novo conceito para a literatura fantástica com mitologias próprias e histórias cativantes, na série Engelsfors, que se inicia por Círculo, único livro publicado até o momento no Brasil, pela Editora Intrínseca, e que nós já temos resenha (clique aqui para ler).

A entrevista foi realizada por e-mail, e ambos foram extremamente atenciosos e cuidadosos ao responder cada uma das perguntas enviadas por vocês, e outras formuladas por nós, e chegaram até mesmo, a nos designar embaixadores da série Engelsfors no Brasil! O quão legal é isso? Sem mais delongas, vejam a tradução abaixo, que possui SPOILERS EXCLUSIVOS sobre os próximos livros e adaptação deles para o cinema!

Beco Literário: Existe alguma razão para as heroínas do livro serem somente mulheres? Quer dizer, os homens foram apresentados como “fracos/inclinados para o mal”. Isso possuí algum significado específico?

Mats e Sara: Assim que começamos a discutir sobre os personagens, ficou claro que nós – como escritores e como leitores – ansiávamos por heroínas. Nós estávamos cansados de toda a ideia de “gangues de super-heróis” formadas por homens, e com eventualmente UMA mulher. Essa foi uma grande oportunidade de ter todo um grupo diversificado e de garotas bem “normais”, que deveriam se superar e se tornarem heroínas para salvar o mundo. Nós não entendemos o que você quis dizer com “homens foram apresentados como fracos/inclinados para o mal” no livro. Existem várias personagens do sexo feminino que praticam bullying, são egocêntricas, etc. E vários personagens masculinos positivos, jovens e velhos. 🙂

Beco Literário: Como vocês tiveram a ideia de escrever a série Engelsfors? De onde veio todas as ideias?

Mats e Sara: Nós queríamos escrever sobre uma pequena cidade, parecida com a que Mats cresceu, uma cidade que fica em volta de uma fábrica que foi fechada, resultando em desemprego, prédios vazios e uma carência de esperança. Aquele tipo de cidade onde todo mundo conhece todo mundo – ou ao menos, pensam que conhecem. Nós também gostaríamos de escrever sobre um grupo de garotas de diferentes cenários e tipos, que pertencem a diferentes panelinhas, e elas então veriam o que aconteceria quando fossem forçadas a trabalhar juntamente com alguém que praticou bullying com elas a vida toda, por exemplo.

Beco Literário: Vocês sempre planejaram a série para esse público jovem ou jovem-adulto?

Mats e Sara: Nós quisemos escrever para os jovens-adultos porque dessa maneira, a série poderia ser lida por jovens e por adultos da mesma maneira. E nós temos vários leitores adultos, ao menos aqui na Suécia.

Beco Literário: Círculo tem um enredo obscuro, vocês pesquisaram bastante antes de escrever?

Mats e Sara: Quando nós precisávamos descobrir algumas coisas, nós falávamos com amigos e conhecidos que poderiam nos ajudar. Por exemplo, nós falamos bastante com um amigo de Sara, que é um Assistente Social, para descobrir detalhes sobre a vida de Linnéa.

Beco Literário: Vocês trataram de vários tabus na história. O quão difícil é lidar com esses assuntos delicados?

Mats e Sara: É uma responsabilidade. Por um lado você tem que tentar lidar com assuntos difíceis de uma maneira respeitosa. Existe um lado obscuro na vida e nós não queríamos evitá-lo, mas ao mesmo tempo nós não queríamos usar, por exemplo, a morte como uma reviravolta na história sem cuidado algum. As coisas horríveis que acontecem tem um impacto real e profundamente emocional nos nossos personagens. Não é como se alguém morresse e no próximo capítulo todos já se esqueceram disso.

Beco Literário: Nos próximos livros, há algum relacionamento homossexual?

Mats e Sara: Nós queremos diversidade nos nossos livros. Isso é tudo o que podemos dizer sem dar muitos spoilers.

Beco Literário: Como foi a experiência de dar vida a tantos personagens intensos?

Mats e Sara: Foi bem difícil, mas também muito divertido. Nós realmente amamos nossos personagens principais – e nós amamos escrever seus inimigos, também. Nós tentamos ao máximo dar aos nossos personagens várias camadas, e ninguém é 100% “bom” ou “ruim”.

Beco Literário: Como vocês reagiram às notícias de que a série seria adaptada para os cinemas?

Mats e Sara: Foi como um sonho se tornando realidade. Benny Anderson (ex-integrante do grupo ABBA) e seu filho Ludvid Anderson abriram uma empresa de produção de filmes, e Círculo é seu primeiro projeto. Eles já são criativos por natureza, e então entenderam sobre o que os livros são, de verdade, os temas importantes e os personagens. Foi realmente uma experiência maravilhosa trabalhar com eles.

Beco Literário: Nós sabemos que Sara ajudou com o roteiro do filme, então podemos esperar grandes coisas? Como por exemplo, o filme ser bastante “fiel” ao livro?

Mats e Sara: Sara escreveu o roteiro juntamente com Levan Akin, o diretor. É claro, nem todas as cenas do livro estão no filme, e algumas coisas são diferentes, com certeza. Mas o filme é bastante fiel ao que é mais importante; os personagens e seus relacionamentos, e os temas da importância da cooperação e compaixão. É a mesma história, mas contada de uma maneira diferente.

Beco Literário: Depois de terminar a série Engelsfors, vocês possuem novos projetos em mente? Outros livros, ou algo assim.

Mats e Sara: Sara está trabalhando nos roteiros de Fire (segundo livro da série), e The Key (terceiro livro). Nós não sabemos se eles acontecerão ou não, tudo dependerá do sucesso do primeiro filme na Suécia. Ela também está escrevendo uma nova série, uma graphic novel e alguns outros projetos secretos. Mats está escrevendo uma história de horror e fantasia obscura. Não é jovem-adulto, mas esperançosamente, os leitores de Engelsfors gostarão bastante também. E alguns outros, projetos secretos.

Beco Literário: Vocês se tornaram bastante famosos no mundo todo. Como é a experiência? Como vocês se sentem quando alguém vem e diz que seus livros mudaram vidas?

Mats e Sara: Nós sentimos que nossos livros são famosos, mas nós não. Nós não temos muito glamour… Ter pessoas que nos dizem que nossos livros fizeram uma diferença em suas vidas é, com certeza, maravilhoso e humilde. E também um lembrete do quão importante é dar o nosso melhor ao escrever um livro.

Beco Literário: O que vocês diriam a alguém que quer ser um escritor? Algum conselho?

Mats e Sara: Escrever é uma experiência pessoal que é difícil aconselhar de maneira geral. Não tenha medo de não ser um escritor que não seja bom o bastante, só continue escrevendo. Os primeiros rascunhos são, quase sempre, bem ruins. É quando você começa a editar que a real mágica acontece, então você pode se preocupar com tudo isso mais tarde. Leia muitos livros e escreva histórias que você gostaria de ler. Aqui tem algumas dicas.

Beco Literário: Tem alguma coisa que você pode nos contar sobre Fire, o segundo livro? Algum trecho ou informação?

Mats e Sara: As Escolhidas possuem novos inimigos, os riscos são mais altos e elas são forçadas a se aproximarem mais. Também, nós vamos mais fundo na mitologia por trás do Escolhido e sobre o que o Conselho é, na verdade.

Beco Literário: Como é o seu processo de escrita? Vocês escrevem tudo juntos ou cada um escreve uma parte? Vocês escrevem em um computador ou à mão?

Mats e Sara: Nós escrevemos em um computador, mas as vezes nós usamos papel e caneta para planejar as coisas. Nós planejamos tudo juntos, e então nós editamos os textos um do outro, e aconteceu de, várias vezes, no final, nós nem mesmo lembrarmos quem escreveu aquilo primeiro. Nós tivemos discussões sem fim sobre tudo o que acontecia em Engelsfors; que tipo de música os personagens gostariam, o que eles pensavam dos seus pais, como a mágica funcionaria, como o universo surgiu. Nós discutimos cada palavra dos livros – e são muitas palavras. Aqui tem um post do blog que nós escrevemos especificamente sobre escrever juntos.

E para finalizar a entrevista, mostramos à eles um cosplay que o nosso escritor Arthur fez do personagem Elias, mas a pedido dos próprios autores, não postaremos a foto. Os interessados em vê-lo, podem entrar em contato conosco, mas só se não forem sensíveis!

E essas perguntas só nos deixaram mais ansiosos para a continuação da série, Fire, que deverá ser publicada no Brasil pela Editora Intrínseca, ainda sem previsões concretas. Gostaram da nossa entrevista e da proposta dos autores? Deixem um comentário e compartilhem-na em suas redes sociais!

Atualizações

Conheça A Escolhida de Caroline Waschburger + Entrevista com a autora

E as trevas Hoson destruiu,
A chegada da peregrina mudará
O destino daqueles que sofrem.

E se você acabasse em um mundo paralelo e seu o destino dependesse inteiramente de você?
Mundos diferentes que agora fazem parte de um só. Kattie Underwood era uma garota comum de 16 anos. Ou era o que parecia. Não esperava que tudo isso mudasse tão de repente e ela se tornasse parte importante de uma profecia. Também não esperava estar em Hoson. Mas foi o que aconteceu. E aconteceu em um piscar de olhos.

Olá Leitores, tudo bem com vocês?

Hoje o Beco indica um livro nacional que está fazendo bastante sucesso no interior do Rio Grande do Sul.

A Escolhida é o terceiro livro publicado pela autora gaúcha Caroline Waschburguer.

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O livro narra à jornada de uma garota que vê seu mundo mudar completamente e acaba embarcando em uma jornada fantástica e épica. De prender o leitor da primeira à última página, o livro que é repleto de romance, batalha e temas como escolhas e decisões, mostra o potencial de Caroline para a escrita de aventuras fantásticas.

Devido a tal potencial, Caroline participou recentemente de um circuito literário, ao lado de vários autores experientes, a garota se destacou e agora está também dando palestras em diversas escolas de seu município. A garota nos concedeu uma entrevista e falou sobre o processo de escrita e a recepção de seu livro no círculo literário da cidade de onde mora.

Então Caroline, como se sente ao publicar o seu terceiro livro?
Extremamente feliz, ansiosa, e de certa forma um pouco orgulhosa, pelo fato de saber que consegui “superar” algumas metas pessoais, haha.

Como você se sente ao ver seu livro ser tão bem recebido na sua cidade?
No começo eu estava um pouco assustada, porque como ele seria maior que os outros dois e direcionado para um público diferente, não sabia se o pessoal iria gostar. Recebi várias avaliações positivas, e isso foi muito importante pra mim. Sinto-me ótima!

E qual sua reação ao ver alguém comprando seu livro? E como você reage às pessoas que lhe pedem autógrafo?
Normalmente fico bem empolgada, mas também um pouco tímida. É meio estranho ver as pessoas me tratando como alguém “superior”, até porque sou igual a elas, suhuash.

E quando você foi chamada para o circuito Literário da sua cidade, como se sentiu?
Senti-me honrada por poder participar de um evento tão importante, no qual teríamos a oportunidade de interagir com os leitores e também com outros escritores.

Quais são suas inspirações para escrever e criar personagens tão heroicos e densos como os de A Escolhida?
Normalmente, quando tenho a ideia para uma nova história, os personagens já vêm juntos, prontos (inclusiva com nome, haha). Minhas principais inspirações são outros personagens ou pessoas comuns. Gosto de reunir características aleatórias de vários diferentes em um só, mas eles sempre terão alguma característica pessoal minha.

Qual foi o livro que te fez querer ser autora? E qual a autor (a) que você mais admira?
Na verdade, não foi apenas um livro que me fez ter vontade de escrever. Foi, principalmente, meu avô, que me contava inúmeras histórias inventadas por ele mesmo. Depois que aprendi a ler, isso se tornou um vício, e escrever foi algo natural.
Uma das autoras que mais admiro é JK Rowling, pois apesar de todos os empecilhos, não desistiu do seu sonho.

Você tem bastantes amigos que leem livros como A Escolhida, como foi escrever esse livro sabendo que era direcionado para eles?
Foi uma experiência bastante diferente e um pouco assustadora. É meio difícil encarar gente da minha própria idade.

Seu livro está fazendo bastante sucesso na sua cidade, como foi sua recepção com esse sucesso tão repentino?
Primeiro foi um pouco estranho começar a ser “requisitada”, haha, mas agora está tudo fluindo normal.

Se você pudesse dizer uma coisa para os seus leitores, o que você diria?
Jamais desista dos seus sonhos, mesmo que todos digam que é impossível de ser realizado. Como diria Albert Einstein, “Se, a princípio, a ideia não é absurda, então não há esperança para ela.”.

Para finalizar, o que você tem a falar do seu romance que anda conquistando diversos leitores em Sapiranga?
A história gira entorno de Kattie, que ao acordar em um mundo paralelo, acaba conhecendo Yan e Alex, dois guardiões de Hoson que precisam ajudá-la a encontrar seus pais e deter o malvado Cornellius. Não posso revelar mais muita coisa, haha, afinal, é preciso ler pra descobrir o final da história.

Poderia definir A Escolhida em três palavras?
Kattie, Yan e Alex. Afinal, o que seria da história sem eles? u.u

Então é isso pessoal, mais do que recomendado, A Escolhida é leitura mais que obrigatória para quem gosta de aventuras repletas de mistérios, fantasia e doses moderadas de romance.

Obrigado Caroline pela entrevista. 😀

Caso queira adquirir seu exemplar de A Escolhida é só adicionar a autora no Facebook. (Gente, ela é uma FOFA!!!)

Facebook da autora: https://www.facebook.com/caroline.waschburger

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Fica a dica. Abraços e até a próxima.

Atualizações

Entrevista com Laura Spíndola, autora de 'Os Dois Lados da História'

Nos últimos dias, realizamos uma entrevista exclusiva com a autora Laura Spíndola, escritora de Os Dois Lados da História. Ela, que sempre teve a escrita presente em sua vida e foi extremamente simpática conosco, falou um pouco sobre sua obra, seus personagens, inspirações e deu conselhos para aqueles que querem seguir a carreira na escrita.

Confira a entrevista:

Beco Literário: De onde veio a ideia de escrever um livro? Era um sonho de criança seu, ou surgiu repentinamente?
Laura Spíndola: De certo modo, a escrita sempre esteve presente na minha vida, embora a ideia de fato de ser escritora tenha brotado pouco antes de começar a escrever “Os Dois Lados da História”. Mas até hoje tenho livrinhos que escrevi, recortei e colei quando mal havia começado a aprender a ler e escrever. Sendo uma leitora compulsiva desde esta época, acabei naturalmente entrando para o mundo da escrita.
Quando estava com quatorze anos, coloquei na cabeça que iria escrever um livro. Depois de algumas ideias que acabaram não indo para frente, finalmente tive a minha inspiração, em um dos momentos mais inusitados. Foi em 2009. Eu estava com a minha família no parque “Islands of Adventure”, em Orlando, já no final do dia. Era hora daquela última volta nos brinquedos favoritos antes de ir embora. Eu já tinha ido na “The Incredible Hulk Roller Coaster” inúmeras vezes, mais do que em qualquer outro brinquedo. Na minha última volta, até mesmo meu pai não aguentava mais, e acabei indo sozinha. Já estava tão acostumada que nem mesmo fiquei nervosa. Simplesmente comecei a observar as pessoas na fila. Quando faltava apenas uma leva de pessoas para que eu entrasse no carrinho, imaginei um menino no mesmíssimo lugar que eu estava, mas, ao contrário de mim, morrendo de pavor daquela monstrenga. Logo imaginei uma menina tão irritada por algum motivo que nem mesmo ligava para o fato de estar numa montanha-russa imensa. Só sei que, assim que desci daquele carrinho verde, ela começou a nascer naturalmente.

BL: Você com certeza já leu resenhas literárias do seu livro e de livros que você gosta. De uma maneira geral, você gosta delas? Concorda na maioria das vezes ou discorda?
LS: Eu mesma não costumo escrever resenhas, pois não tenho a facilidade de escrever em poucos parágrafos os diversos sentimentos que me invadem durante a leitura de um livro. Mas eu admito imensamente quem, com este restritivo espaço, consegue capturar a essência do livro! Sem dar spoilers, admiro a capacidade destes resenhistas de listar os pontos fortes e fracos do livro, enaltecendo-o pelos acertos e sem desmerecê-lo pelos erros. Quando a opinião é bem positiva, então, adoro quem consegue, sempre de maneira espirituosa, deixar aquela maravilhosa sensação de “preciso ler este livro AGORA”.
Eu gosto muito de ler várias resenhas sobre um mesmo livro, ainda mais se elas destacam pontos de vista completamente diferentes. Normalmente, vejo que a maioria das resenhas de meus livros preferidos são positivas e, de livros que não gostei nem um pouco, quase sempre são negativas. Mas gosto de ver resenhas negativas sobre meus favoritos e positivas sobre os que não gostei, pois acho muito divertido ver as tão variadas emoções que um mesmo livro pode oferecer.

BL: Você possui algum costume enquanto escreve e/ou lê? Escutar músicas por exemplo?
LS: Acho que, considerando dez momentos em que eu esteja escrevendo, em nove deles estou escutando música. No décimo não é possível porque provavelmente estou escrevendo durante alguma aula. Acho que a música tem um impacto muito grande na história no momento em que ela está sendo escrita. É sempre bom aproveitar o sentimento que te apodera no momento para escrever cenas de mesma emoção, e eu considero a música indispensável para a intensificação desse sentimento.
Entre outras manias, sempre escrevo ou em um caderninho que SEMPRE levo comigo quando saio de casa (cheguei a deixar de levar livros que usaria na escola, quando minha mochila estava pesada, só para não deixá-lo para trás) ou no meu laptop, propositalmente sem internet e sem nada de interessante instalado. Quando escrevo no laptop, simplesmente deixo aberto um jogo de Paciência ou de FreeCell, para quando minha inspiração está em falta; depois de dezenas de partidas repetitivas, é inevitável começar a preencher a folha em branco do Word.

BL: Monteiro Lobato dizia que “Um país se faz com homens e livros”. Você concorda com isso? Acha que o Brasil está incluído nessa concepção, de um país que lê, apoia e valoriza sua literatura?
LS: Sim, concordo plenamente. Não diria que, atualmente, o Brasil é um dos países onde a leitura é uma das prioridades, mas posso dizer com segurança que vejo a situação melhorando e que estamos nos encaminhando cada vez mais para uma maior valorização da literatura. Acredito que, atualmente, existe um número sem igual de gêneros e tipos de livros, que podem atrair qualquer público, de qualquer gosto e de qualquer idade. Também acredito que não só os clássicos devam ser respeitados e valorizados, mas, da mesma forma, devem ser os mais recentes lançamentos.

BL: As histórias que você escreve, vêm do nada ou é algo que você pensa bastante por um tempo?
LS: Em relação à escrita, a maior facilidade que tenho é a de arrumar ideias para boas histórias. Tenho ideias nos momentos mais inesperados e, sempre anotando todas para usá-las no futuro, posso dizer que poderia escrever histórias de quase todos os gêneros literários. Apesar desta facilidade, quando escrevo, tenho em foco apenas algumas poucas delas e me dedico completamente a desenvolvê-las, sempre buscando montar uma estrutura e uma base concreta.
No entanto, não gosto de ter tudo completamente planejado: no caso de “Os Dois Lados da História”, comecei a escrever sem ter a mínima ideia do que eu ia fazer com aquela história. Quando já tinha uma boa parte escrita, tinha uma ideia do que ia acontecer no final, mas nem mesmo sonhava em saber o que ia acontecer nos próximos capítulos. Foi muito divertido, pois a maioria dos acontecimentos do livro surgiam de repente e, quando eu escrevia trechos aleatórios que, na hora, não sabia onde poderia colocar, eles acabavam se encaixavam perfeitamente à medida que eu ia escrevendo. Chegando perto do final é que eu já tinha bem claro em mente o que ia acontecer.
Então, posso dizer que, para mim, é importante ter uma noção de para onde a história deve ir, mas também posso dizer que, sem planejar o caminho para este fim, é maravilhoso ver ela nascendo aos poucos.

BL: Seus personagens são inspirados em pessoas que você conhece ou em características suas?
LS: Gosto de dizer que meus personagens são todos umas “saladas mistas”. Às vezes eles surgem da personalidade de certa pessoa e acabam adquirindo características de outras; alguns já nascem inspirados em duas ou mais pessoas… até mesmo os gatos que aparecem em “Os Dois Lados da História” são misturas de aparências e personalidades de gatos que tenho e já tive. Os protagonistas, Alex e Camila, não são exceção: cada um carrega grande parte de características minhas misturadas com características de amigos, meu irmão, pessoas que encontrei uma única vez na vida, etc. Mesmo quando eu digo a alguém: “este personagem é completamente baseado em você”, ele sempre acaba levando alguma coisa de outras pessoas.

BL: Você sempre gostou de ler, desde criança? Acha que ler bastante, te ajuda na escrita?
LS: Sim, eu leio bastante! São poucas as coisas nessa vida que me fazem largar um livro interessante. Essa paixão vem desde que eu era bem pequena; não foram poucas as vezes que eu preferia ganhar livros a roupas e brinquedos. Sempre tive um grande incentivo dos meus pais em relação à leitura, mas acabei naturalmente me apaixonando por esse mundo literário.
Eu acho que um está intrinsecamente ligado a outro; não acredito que seja possível escrever histórias, poemas ou o que quer que seja sem gostar de ler. Não apenas pela questão da gramática, cujas regras são apreendidas de maneira infinitamente mais fácil se o hábito de leitura é predominante, mas, também, na questão da inspiração. Sem que se entre em contato com tantas ideias e pensamentos maravilhosos encontrados em diferentes livros, acredito que seja impossível ter inspiração suficiente para escrever de maneira apaixonada e apaixonante.

BL: O que você diria para aqueles que querem tentar a carreira de escritor?
LS: Acredito que novos autores de grande talento vêm surgido a cada dia no Brasil. Ainda temos muito a melhorar em relação ao incentivo à leitura, mas vejo que o mundo literário está cada vez mais abrangente e mais oportunidades são dadas a autores que ainda não têm reconhecimento. Se há alguém que realmente ame escrever, que sente que sua vida vai ser incompleta sem colocar as suas ideias para fora, então é preciso perseverar; fazer grande sucesso como autor ainda não é uma tarefa simples e pode contar com um pouco de sorte, mas é preciso batalhar bastante para conseguir, pois desistir de seu sonho é inaceitável. Atualmente, há espaço para TODOS no mercado literário e, se esse alguém acha que o seu livro merece um lugar nele, então não há nada nem ninguém que possa impedi-lo.

BL: Você possui um livro preferido? Aquele que indicaria para qualquer pessoa ler?
LS: Para mim esta pergunta é quase uma maldade, pois existem dezenas, talvez centenas de ótimos livros que sempre me vêm à mente! Considero impossível escolher um só. Mas tenho uma “listinha” de alguns dos melhores livros e séries que já li, e indico a todos a leitura de qualquer um destes: as séries “Harry Potter”, “Percy Jackson e os Olimpianos” (e todas as outras séries do Rick Riordan), “O Diário da Princesa”, “A Mediadora”, “Como Treinar Seu Dragão”, “Jogos Vorazes”, “Eragon”, “Coração de Tinta”, “Fazendo meu filme”, “Minha vida fora de série”, “Dragões de Éter”, “Amanhã”; os livros da Agatha Christie, em geral, com destaque para “O Caso dos dez negrinhos”, “A Casa Torta”, “Assassinato no Expresso do Oriente” e “Os Quatro Grandes”; “A menina que roubava livros”, “O Palácio de Inverno”, “@mor” e “O Selo Médici”.

BL: Fale um pouco do seu livro, “Os Dois Lados da História”?
LS: É um romance adolescente que comecei a escrever com 14 anos e terminei aos 15 . Chama-se “Os Dois Lados da História”, pois cada evento da história é contado pelos protagonistas Alex e Camila. A história retrata bem o cotidiano dos protagonistas e seus amigos no último ano do Ensino Fundamental, através de situações emocionantes e engraçadas. Apesar de chamá-lo de romance, considero-o mais um livro de humor; é uma história bem leve e divertida, e acredito que muitas pessoas se identificarão com ela.

Muito obrigado pelas respostas, Laura! Gostou da entrevista tanto quanto nós? Visite os links oficiais da autora abaixo e depois nos enviem suas opiniões!

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Atualizações

Entrevista com Yeda Lins, escritora de 'Suíte nº 3'

Para encerrar bem as comemorações natalinas de 2013, o Beco Literário preparou com exclusividade, uma entrevista com a nova autora parceira do blog, Yeda Lins, escritora de Suíte nº 3. O livro, uma aventura romântica, veio a partir de uma ideia repentina da autora que até então, só escrevia boas redações no colégio e era redatora de publicidade.

Confira uma pequena sinopse:

A história é simples.
Um rapaz trabalha como recreador de hotel e contrai um empréstimo para ajudar o tio doente.
A dívida vira uma bola de neve e os agiotas começam a ameaçar a vida dele.
Então vem a ideia brilhante: ele resolve se aproximar de uma moça solitária, rica e muito culta, com a intenção de conseguir o dinheiro.
A moça aceita se envolver, dentro do limite estabelecido pelo seu lado racional.
A partir daí… bem, a partir daí você só precisa de um sofá, uma rede, a cabeceira da cama ou aquela velha poltrona macia.

A aventura vai começar.

Gostou? Conheça um pouco mais da autora na entrevista realizada pelo blog com exclusividade, via e-mail:

Beco Literário: Como surgiu a ideia de escrever, para você? Você sempre gostou, desde criança ou foi repentinamente? Teve incentivos?
Yeda Lins: Eu sempre gostei de ler e escrever; fazia boas redações no colégio e me tornei redatora de publicidade. Mas nunca planejei escrever um livro. A ideia veio de repente, aí eu escrevi. Descobri um talento novo.

 

BL: Monteiro Lobato dizia que “Um país se faz com homens e livros”. Você concorda com isso? Acha que o Brasil está incluído nessa concepção, de um país que lê?
YL: O Brasil tem excelentes escritores; isso faz parte da nossa história, da nossa cultura. Eu sempre li autores nacionais. E a literatura brasileira vem ganhando espaço, principalmente com o surgimento de editoras sob demanda. Isso permite que bons autores tenham mais chance de divulgar seu trabalho.

 

BL: O que você acha das resenhas literárias? Você concorda na maioria das vezes ou discorda?
YL: Na maioria das vezes eu concordo, mas já li algumas resenhas ruins, também. Um bom resenhista precisa ter uma visão mais ampla da literatura; avaliar com discernimento e sensibilidade. Mas quanto a isso eu não tenho do que reclamar. 90|% das resenhas sobre meu livro de estreia foram positivas.

 

BL: Você sempre gostou de ler? Acha que a leitura te ajudou na escrita?
YL: Claro! Sempre li por prazer, e tenho um gosto eclético, que vai de Edgar Allan Poe a Machado de Assis. Autores como Bukowski e Jack Kerouac também fizeram a minha cabeça. Meu livro é fruto dessa experiência literária, associada com meu estilo como publicitária.

 

BL: Você tem uma opinião formada sobre adaptações de livros para o cinema? Alguns gostam, outros não. O que você acha?
YL: Acredito, sim, que o livro é melhor que o filme. Difícil ser de outro jeito, porque a leitura te dá uma profundidade que a adaptação não consegue se equiparar. Mas existem adaptações para o cinema ou TV que ficaram boas. A série Dexter, por exemplo, ficou bem fiel ao livro.

 

BL: Você gosta de ouvir música enquanto escreve ou lê? Se sim, que tipo?
YL: Não tenho o hábito de ouvir música enquanto escrevo, prefiro o silêncio total para poder me concentrar. Mas gosto demais de música clássica. Meu livro se chama Suíte Nº 3, que é uma música erudita de Bach, que eu adoro. Nesse caso, eu até recomendo a leitura dele com esse fundo musical.

 

BL: Você tem algum livro preferido? Algum que você indicaria para qualquer pessoa ler?
YL: O meu livro preferido é sempre o que eu estou lendo no momento. Atualmente leio “O chamado do Cuco”, e estou adorando.

 

BL: De onde surgem as histórias que você escreve? Você simplesmente inventa na hora ou é algo que vem pensando há um bom tempo?
YL: Neste primeiro livro eu pensei um bom tempo, a partir de uma inspiração. Já estou trabalhando no segundo, que será uma continuação da história. Curta a página dele e fique por dentro: Suíte nº 3.

 

BL: O que você diria para aqueles que querem tentar a carreira de escritor?
YL: Faça um trabalho dedicado e intenso. Analise os mínimos detalhes de cada linha. Escreva o melhor livro possível, algo que você realmente gostaria de ler. Mostre para amigos mais chegados e analise a opinião deles. Só depois, corra atrás de publicá-lo. Existem boas editoras que analisam originais, como Penalux, Patuá, entre outras.

Muito obrigado pela entrevista, Yeda! Se interessou pelo livro e pela autora? Leia o primeiro capítulo de Suíte nº 3 clicando aqui, e visite os links oficiais abaixo!

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Primeiro capítulo de ‘Suíte nº 3’