Viradas marcantes, ritmo eletrizante e choques atrás de choques. Talvez essa pequena frase defina o que virá a sua cabeça após ler o intrigante romance Dias Perfeitos, de Raphael Montes.
Todos os elementos para um romance clássico estão logo ali no começo: Téo, um estudante de medicina jovem, bonito e responsável; Clarice, a garota descolada fascinada por cinema que está escrevendo o roteiro de um longa; o destino os colocando contra suas vontades em uma festa. Tudo ótimo, certo? Errado.
Após uma breve apresentação que demonstra personagens comuns, Dias Perfeitos nos joga várias reviravoltas de uma só vez e só confirma aquela frase que ouvimos desde pequenos: “as aparências enganam.”. Clarice desperta um amor doentio e psíquico em Téo, que após ver suas tentativas de aproximação não darem certo, o faz tomar medidas drásticas para ter a amada consigo, e com isso eu digo: dopar, sequestrar e trancafia-la. Eles embarcam em uma jornada por praias paradisíacas, chalés, viagens de carro pela costa carioca, mas tudo de um jeito bem alternado ao convencional.
Apesar de parecer tudo meio estranho e sem noção, é interessante o fato de que como todas as ações do personagem principal fazem sentido na sua cabeça, o que pode te deixar um pouco perturbado, de fato. O final é bem diferente do esperado, já que tudo caminha em uma direção e mais um plow-twist vem e faz isso mudar.
Ideal para aquele final de semana que você não tem muitos compromissos e quer se agarrar em uma história que vai ficar na sua cabeça e não te deixar em paz até acabar, afinal, essa já é uma característica do autor, que com seu livro anterior, Suicidas, também soube criar ganchos e uma história que não deixa o leitor escapar em nenhum momento. Ambos são bem parecidos em base, com a exceção de que Dias Perfeitos nos leva por um romance para contar sua (macabra) história.