O sucesso de Invocação do Mal (2013) acabou originando um interessante universo cinematográfico, que chega agora ao seu quarto capítulo com Annabelle 2 – A Criação do Mal. Mas, diferente do que o título em português sugere (o título original Annabelle: Creation é bem mais apropriado), o filme não é uma sequência, e sim um prelúdio ao primeiro (e morno) Annabelle, de 2014.
Na história, um artesão fabricante de bonecas e sua esposa sofrem com a morte brutal de sua pequena filha. Anos depois, o casal decide acolher algumas garotas órfãs, na esperança de diminuir a dor da perda. Mas a presença das meninas acaba despertando uma força maligna que estava escondida ali.
O diretor David F. Sandberg, também responsável pelo eficiente Quando as Luzes se Apagam (2016), entende que esse novo capítulo é parte de um universo maior, e que certas convenções devem ser respeitadas. Se o primeiro filme falhava na construção de um clima de tensão constante, marca registrada desse mundo concebido por James Wan, Annabelle 2 – A Criação do Mal segue a cartilha do mestre e consegue deixar o espectador sempre apreensivo.
A linguagem cinematográfica, utilizada para criar a atmosfera do filme, é semelhante a que foi utilizada nos dois capítulos de Invocação do Mal, com o uso de travellings, planos-sequência, transições de foco, etc. A boa construção de cenário, os figurinos e a maquiagem também colaboram para deixar a história ainda mais plausível. Mas talvez o maior mérito de Annabelle 2 seja o desenvolvimento do universo cinematográfico, preenchendo lacunas deixadas no longa anterior, trazendo alguns easter eggs que fazem referência aos outros filmes e dão uma deixa do que vem a seguir.
Annabelle 2 – A Criação do Mal não é um filme original, mas sabe usar bem os clichês do gênero a favor de sua história e cumpre o que promete.
Dica do Beco: não saia do cinema até o fim dos créditos!