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Quero abraçar o mundo todo, todo o tempo

Eu sou o tipo de pessoa que quer abraçar o mundo todo, todo o tempo. Eu tenho um milhão de hobbies. Desde criança, colocaram na minha cabeça que eu poderia fazer tudo o que eu quisesse, se eu quisesse muito. Não me deixaram errar. Eu tinha que ser o melhor em absolutamente tudo. As melhores notas da sala, o melhor em português E matemática E biologia E química E física…. Eu não tive uma única aptidão.

Entrei em Engenharia e me dava bem. Desisti e entrei em Jornalismo. Achei ridiculamente fácil. Fiz uma pós graduação em Psicanálise e estou na segunda de Psicanálise Avançada. Antes dela, tentei uma pós de psicologia, uma de marketing e uma de moda. Eu era bom em todas elas. Ah, também fiz técnico em informática, webdesign e administração. Você deve pensar: uau, então, você é uma pessoa versátil.

Na verdade, eu sou mesmo é uma pessoa perdida. Eu não sei qual é minha verdadeira paixão. Eu sequer sei se tenho uma verdadeira paixão. Eu fui ensinado a sempre querer mais. Quando eu conquisto o que eu quero, não tem gosto de conquista porque eu fui condicionado a querer sempre mais quando eu chego lá.

Quando eu me formei em um técnico, tive que fazer outro, concomitante com a faculdade. Quando me formei em uma faculdade, tive que fazer uma pós e de repente, a pós não era suficiente e eu queria outra graduação junto com outra pós… Eu queria ler tarô, ser empreendedor, ser gestor da minha empresa mas também ser funcionário. Queria plantar no jardim de casa, viajar, escrever neste blog, escrever um livro novo, bordar, costurar uma roupa, abrir uma lojinha e ainda sim, aproveitar o tempo com o meu cachorro.

Eu queria descansar, mas também queria conseguir descansar ciente de que eu sei do que eu gosto. Minha analista diz mesmo que o que eu gosto é de abraçar o mundo. A minha paixão é abraçar o mundo e se uma hora, eu diminuir ela todinha para uma paixão só, eu não serei mais eu. Será? Quase sempre, é muito estressante querer o mundo todo, toda hora. Eu não me decido.

Eu me perco. Eu mudo de ideia a todo instante como quem muda de roupa. Um dia eu quero me aliar a uma ONG de animais abandonados, outro dia quero falar de finanças no Instagram, outro quero voltar a escrever aqui no Beco Teen… É tudo confuso demais.

Mas, não é só você decidir algo e se comprometer a isso? Quem dera fosse. Porque no momento em que decido, eu conquistei. E quando conquisto, não está bom mais. Eu preciso continuar e isso corrói minhas entranhas. Corrói cada célula do meu corpo. Por que eu sou assim? Por que eu não consigo simplesmente viver a minha vida, curtir a estabilidade que conquistei com pouca idade e aproveitar? Eu preciso mesmo sempre ter mais? Por que eu preciso tanto fazer mais?

Por que meu coração dispara cada vez que chego lá como se fosse a coisa mais errada do mundo e como se eu precisasse de ainda mais para minha conquista ser válida? Por que a conquista não parece conquista e eu preciso conquistar outra coisa para parecer que estou em movimento constante?

Por que eu quero abraçar o mundo todo, toda hora?

hora
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Hora de se acolher, hora de agir, hora de mudar

Eu tinha uma preocupação recorrente. Eu nunca sabia quando era a horas de me acolher, a hora de agir e a hora de mudar. Eu queria agir pela mudança em todos os momentos. Nos dias mais cinzas, eu não conseguia me acolher. Eu precisava ser produtivo. Eu precisava transformar toda a minha energia em ação. 

O tempo foi passando e isso tudo virou uma confusão. De repente, eu estava confuso sobre quais eram os meus hobbies, o que eu mais gostava, o que era trabalho, o que era diversão… Pra mim, a linha entre trabalho e diversão sempre foi muito tênue. Eu queria trabalhar com algo que eu gostasse de verdade pra não ter que trabalhar nunca mais. Sabe aquele ditado ridículo que diz isso? Então, era meu mantra.

Dentro disso, tinham os meus medos. Medo do que iam pensar ou falar de mim. Medo de desistir de novo ao descobrir que aquilo não era pra mim. Medo, medo medo… Todos pautados no que os outros iam pensar depois de eu ter desistido de quinhentas mil coisas. Medo do que iam pensar com meus milhares de projetos em andamento. Eu gosto de estar em movimento. Mas, às vezes, também amo ficar parado.

Eu sou aquela pessoa que ama ir para a praia e, na hora que está na praia, não se incomoda em abrir o computador e trabalhar. E aquela pessoa que na hora de trabalhar, não se incomoda em levantar e tirar uma soneca. Eu nunca separo as coisas muito bem.

Hoje, eu acordei meio pra baixo. Pensando em tudo o que tenho feito, tudo o que já fiz e tudo o que eu queria fazer. Será que estou no caminho certo? Será que vou desistir de tudo de novo? E o que eu faço é esperar. Ver o que vai acontecer depois disso.

Será que é autossabotagem? Será que é estar no caminho certo? Não sei dizer. Só sei que estou indo, um dia de cada vez, tentando decifrar as horas….

Autorais, Livros

Algoz, por Milênia Aquino

Casa- escola; escola- casa. Fiz isso durante o ensino médio, mesmo ônibus, mesmo caminho até chegar em casa. Uma caminhada de uns trinta minutos com pouca iluminação, passava por casas conhecidas da minha família e isso nunca me preocupou, sentia alívio por estarem no trajeto. De certa forma, reconfortava meu retorno solitário.

O mal de toda situação que nos deixa assim é fazer perder o medo e confiar. Eu confiei demais. Não devia. Errei.

Numa dessas noites, voltando da escola, senti que alguém me seguia. Virei-me, mas não vi sequer vestígios de quem ou o que seria. Apesar disso, a sensação de perseguição me assombrava. Segui o trajeto por mais uns quinze minutos, até alguém me agarrar por trás.

Naquele momento, gelei, fiquei impassível de reação. Com uma mão percorria meu corpo, com a outra mantinha minha boca fechada. Ele sabia o que queria, havia um ponto fixo e desejado, sabia que o tempo era curto e precisaria ser ágil e certeiro nos próximos movimentos.

Parou a mão livre onde queria, desceu minha calça jeans e me virou para vê-lo. A pouca luz da lua que iluminava a noite, revelou traços conhecidos, um homem por volta dos seus cinquenta anos. O medo crescia em ritmo acelerado, sua vontade que eu soubesse meu invasor, a minha de escapar o quanto antes.

Aquilo fez forças surgirem de onde outrora o pavor tomava conta. Reagi então, empurrei-o e corri, o quanto e o mais que pude. Trêmula, ofegante, traumatizada, cheguei em casa. Sem acreditar na sorte que tive.

Contei o ocorrido para minha família, meus pais contataram a polícia. Ele negou, sua palavra contra a minha. No final não ficou preso, eu abandonei a escola. Mudei o rumo e minha vida por ele, ex amigo dos meus pais, que frequentou por anos minha casa e parecia confiável.

Carrego as consequências daquela invasão e ele continua vivendo como se nada tivesse acontecido.

final feliz
Autorais, Livros

Muito para o meu final feliz

“Ele vai estar na faculdade, desencana”. Você se lembra de quando a sua melhor amiga de infância me disse depois que você comemorou que ia estudar em outro estado? Foram exatamente essas palavras. Eu estava feliz por você, mas não sabia que era isso que estávamos comemorando. Eu sabia que era fruto do seu esforço e que você merecia isso.

O problema é que eu gostava mesmo de você. Pra valer. Você me acordava com um sol no rosto todas as manhãs e eu queria isso pra sempre. Eu estava caindo rápido por você, como naquela música da Avril Lavigne.

Em um mês, você era meu porto seguro. Eu sentia que você sempre estaria lá por mim. E agora você está indo embora. Não é pra sempre, não é por algo ruim. Você não morreu e essa é a coisa certa a ser feita. Lembra que você viu que eu estava triste, estragando a sua despedida e você então, me chamou num canto e perguntou, como você me vê?

Eu não soube responder. Minha vontade de chorar estava insana. Como eu te via? Como alguém que eu estava perdidamente apaixonado. Condenado, como você me disse uma vez no parque, que sem você saber, agora considero como nosso.

Eu amo ser exagerado, mas não é exagero quando digo que realmente gosto muito de você. E acho que é muito para o meu final feliz. Eu não valho tudo isso, você diz e eu sempre discordo na mesma hora. Hoje em dia, eu sei que você não vale a roupa que veste. Mas eu sempre te enxerguei mais do que você era.

Houve uma época em que eu sempre discordaria disso, porque você está marcado em mim. Sei que você vai ler tudo isso, apesar de não dever. Só sei que me sinto dentro de um livro daqueles que chorei muito ao ler. E Deus sabe o quanto eu desejava estar dentro de um deles, mas precisava ser tão ao pé da letra?

Hoje eu sei que devia ter deixado você ir embora. Na época, eu não sabia.

Eu seria hipócrita de dizer que não sentirei saudades dos nossos sábados em São Paulo, dos cafés na Starbucks, de dormir com você e de te beijar na praça de alimentação do shopping. Está tudo guardado dentro de mim.

Sei que esse parece um texto triste, mas não é. Estou orgulhoso de você. Mas hoje, não estou orgulhoso da pessoa que você se tornou como eu achei que estaria anos atrás.

Eu sempre achei que você era muito para o meu final feliz. Mas a verdade é que eu era muito. Muito pra você merecer. Eu é que era muito para o seu final feliz.

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Como lidar com a tal da bolha social?

Essa semana decidi ir à revistaria. Não sei exatamente o porquê dessa decisão repentina. Umas semanas atrás, vários textos e artigos sobre a tal da bolha social explodiram e eu não pude deixar de pensar o quanto isso me pegou de jeito, desprevenida mesmo, sem aviso. Eu estava lá, navegando no Facebook, compartilhando meus memes sobre nosso bom presidente Temer, lendo algumas pautas feministas e comentando no posts dos meus colegas de rede social. Até que de repente “BANG!”, aparece a manchete, ironicamente me questionando enquanto eu a questionava: você está dentro de uma bolha social? E a resposta sempre será sim. Não tem como você negar, o ser humano é, no final das contas, imperfeito e seletivo.

Se você não sabe do que eu estou falando, clica aqui ou tenta entender a explicação de uma leiga sobre o assunto (que inclusive é objeto importante de estudo da psicologia e computação cognitiva): nós estamos, na maior parte inconscientemente, homogeneizando intelectualmente nosso meio social. A verdade é que isso não é de todo ruim e com certeza se intensificou dentro das relações humanas com o advento da tecnologia, que possibilitou a entrada dos softwares de Inteligência Artificial no nosso dia-a-dia. O Google prevê os tipos de pesquisas que faremos a partir de dados coletados de cookies, sites, mensagens de e-mail e vídeos no youtube. O Facebook programa o nosso feed de notícias para que apareçam apenas postagens que podem nos interessar e amigos com quem você tem mais contato dentro da rede. O Waze consegue definir nossas rotas para o começo do dia sem nem mesmo termos tocado no telefone e colocado o endereço. Até mesmo os meus artigos do Medium são escolhidos de acordo com meus interesses específicos e desse modo eu fico num loop de informação que não contrasta nem se contesta.  É padronização.

Mas como disse Carlos Drummond de Andrade no seu poema “Igual-Desigual”:

“todas as histórias em quadrinho são iguais.

Todos os filmes norte-americanos são iguais.

Todos os filmes de todos os países são iguais.

Todos os best-sellers são iguais.

Todos os campeonatos nacionais e internacionais de futebol são

iguais.

Todos os partidos políticos

são iguais.

Todas as mulheres que andam na moda

são iguais.

[…]

Todas as ações, cruéis, piedosas ou indiferentes, são iguais.

Contudo, o homem não é igual a nenhum outro homem, bicho ou

coisa.

Não é igual a nada.

Todo ser humano é um estranho

ímpar.”

Todo ser humano é um estranho, ímpar, diferente. Nenhum é igual a outro homem. Ele é coletivo, heterogêneo e diverso. Só falta estourar a bolha e procurar por algo além das próprias convicções. Isso é muito difícil, a gente sabe. Provavelmente a tecnologia nunca vai estar a seu favor. Mas você sempre pode ir em uma revistaria e comprar um jornal ou uma revista sobre política e cultura. Você vai ser confrontado por opiniões distintas sobre assuntos diversos e encontrar uma disparidade de pensamento dentro de você mesmo. E é por isso que somos estranhos ímpares, porque não nos entendemos completamente.

Cheguei na banca e pedi para o moço me ver o que tinha de bom para esse mês. E um quadrinho, porque ninguém é de ferro.

Autorais

Onde estão os nossos poetas marginais?

Nos anos 70, um grupo de jovens poetas inspirados pelo teor subversivo da poesia tropicalista, em atitude contrária aos padrões mercadológicos das editoras, começou a publicar suas obras em folhetos e até pendurados em varais, afastando-se do formalismo dos artistas da época e trazendo a tona o combate ao sistema padronizado e o debate político propiciado pela literatura. Seguindo uma contracultura expressiva dos anos 60, os autores dessa geração, dialogando com os poetas modernistas de 1922, fomentavam uma poesia primeiramente de cunho social e uma literatura incisiva, tornando-se os rebeldes que a ditadura censurava e os escritores que o mundo precisava ouvir. Sem rimas, com uma estética desconstruída e quebrando com o conservadorismo da literatura até então, esses artistas clandestinos, chamados então de poetas marginais, não se importavam com o politicamente correto e prescreviam altas doses de realidade para dentro da sua produção literária.

Nesse cenário, Chacal (pseudônimo de Ricardo de Carvalho Duarte) surge como um dos principais expoentes dessa literatura furtiva.

PREZADO CIDADÃO

colabore com a lei
colabore com o light
mantenha a luz própria

(CHACAL, 2007, p. 355)

Suas poesias, frequentemente minimalistas, contestavam o padrão de vida vigente, criticando a falsa simetria e o conservadorismo da ditadura de 1964.

EXP 

mal vc abre os olhos
e uma voz qq vem lhe dizer
o q fazer o q comer
como vestir

todos querem se meter
numa coisa que só
a vc compete:
viver a sua vida

deletar, destruir, detonar
esses atravessadores

a vida é uma só
e a única verdade
é a sua experiência

não terceirize sua vida
viva viva viva
essa é a sua vida

(CHACAL, 2007, p.106)

Simbolizando o quanto somos apressados nesse novo mundo de tecnologias com as abreviações dos substantivos presentes no poema, Chacal reflete sobre como a vida na verdade nos é imposta em vez de naturalmente vivida. Somos constantemente bombardeados com regras e normas (que geralmente não satisfazem a todos igualmente), acreditando que apenas assim poderemos viver harmonicamente em sociedade.

O apelo da contemporaneidade é esse: a literatura como instrumento de reflexão. Onde foram parar os nossos poetas marginais, que se escondem por de trás de tanta literatura rasa e sem motivo? Onde estão os contestadores dessa gaiola invisível que chamamos de sociedade?  Por onde andam os poetas desnudos dos padronizados formalismos para questionar os preconceitos velados e as ditaduras diárias sob as quais vivemos?

Um poeta para empoderar mulheres, destilar o racismo, o machismo e a homofobia para os quais fechamos os olhos e preferimos não ver. Onde estão os poetas que vão escancarar o que há de feio e grosseiro nesse mundo de amarras sociais, políticas e religiosas? Só nos resta esperar a clandestinidade virar roda de debate.

Autorais

Crescendo

Eu costumava detestar ser tratada como criança isso nos meus 10 pros 13 anos, me frustrava ouvir “Sai pra lá menina, isso é assunto pra adulto” Mal sabiam eles que quanto mais diziam isso mais eu forçava me reafirmar como a adulta formada que pensava ser naquela época.

Hoje, na fila do banco enquanto escrevo isso ouço um rapaz atrás de mim dizer “Senhora, a fila já andou. É  a sua vez” Fico perplexa ao ouvir  essas palavras, coisa que lá na minha infância me faria ficar deslumbrada vendo que alguém percebeu o quão evoluída eu sou e que de fato devo ser tratada como tal, me fez parar e pensar quando foi que eu cresci e me tornei mais uma adulta? Será que foi quando tive minha primeira aula de direção? Ou foi quando bebi pela primeira vez? Provavelmente deve ter sido naquele dia que disse pra minha mãe que iria pra uma festa e só voltei no outro dia, quem sabe até deve ter sido quando decidi morar sozinha. É engraçado como uma série de pequenas coisas acontecem de forma tão sutil que nem percebemos até chegarmos ao presente inimaginado por nossas versões mirins.

Avancei na fila e fui embora.

Autorais

Virei rotina

Quando eu estava no ensino médio, a professora de filosofia falou sobre o quão rotineira nossas vidas se tornavam ao longo dos tempos e que a cada dia que passava, e nossa maior idade chegava, a vida só tornava-se mais e mais coisa de rotina.

Lembro que na época ri por entre os dentes de sua observação e acrescentei um ‘’coitada’’ a sua situação, afinal, acho que vida de professor naquela época não tinha muitos avanços graças ao retorno financeiro – não que hoje tenha mudado muita coisa -, e prometi que nunca viveria assim. Eu seria feliz e a única rotina que iria criar era a de ser feliz cada dia mais. Para começar, eu seria uma jornalista, viajaria o mundo por atrás de notícias e lugares incríveis. A carreira de escritora também me levaria a países como Portugal – sempre sonhei ter um livro publicado lá! -, ou quem sabe traduziram uma das minhas obras para o espanhol e eu faria uma turnê pela América Latina e passaria pela Espanha.

Hoje, me encontro sentada nessa mesma escrivaninha branca, que comprei no terceiro período da faculdade com um dinheiro que recebi por um texto que havia vendido para essas revistas de adolescente, tentando terminar esta crônica. Daqui ouço o choro de Amora, minha filha, porque João, meu filho mais velho, não quer deixa-la ver seus desenhos. Também estou atenta a lasanha que está no forno, para que pelo menos desta vez ela não queime, afinal, meu marido não tem culpa se casou-se com uma zero a esquerda na cozinha.

Não viajei para lugar nenhum que não tenha sido a Disney, nos 2 anos da Amora. E o único livro que publiquei até hoje foi independente e não rodou nem minha cidade, quem dirá chegar na Europa. Eu acordo as seis, arrumo as crianças para a escola e vou trabalhar. Mesa, notebook, corrigir textos que irão para um jornal de circulação nacional. Às quatro da tarde busco as crianças, casa, deveres de casa, faxina e começar a janta. Meu marido chega e então tenha uma folga para terminar o trabalho que trouxe para casa.

É, eu não me tornei professora, mas acabei por virar rotina.