Alien: Covenant é sensacional. Você ouviu o contrário? Já assistiu e está se perguntando se eu entrei na sessão errada? Eu consigo explicar. Não é tão difícil entender porque o filme não atendeu às expectativas de tantos fãs; mesmo sendo uma sequência direta de Prometheus (2012) que, por si só, dividiu o público, o retorno do título “Alien” fez com que muitas pessoas esperassem um filme de terror. O próprio cartaz do filme, com a cabeça do Xenormorfo abaixo da frase “Corra”, indicava que seria uma experiência eletrizante. Ao invés disso, tivemos cenas profundas e diálogos complexos, tudo dentro de uma fotografia linda e cuidadosamente trabalhada.
Vamos analisar os momentos cruciais do filme, o que eles significaram para a saga Alien e porque, por si só, o filme tem seu mérito como uma das maiores produções de Ridley Scott. Mas claro, para isso, haverão MUITOS SPOILERS.
Trinta e oito anos atrás nascia um dos mais assustadores e conhecidos monstros do cinema. O Alien, chamado oficialmente de Xenomorfo, tornou-se um ícone da e ficção científica e terror, assustando muita gente até hoje. Criado pelo artista surrealista suíço H.R Giger, o design da criatura assusta qualquer um com seu exoesqueleto preto e seu corpo repleto de protuberâncias pontiagudas.
Cinco filmes e quase quatro décadas depois, a saga originou um universo expandido com games, HQ’s, livros e spin-off’s. Atualmente, os prequels (prelúdios) estão sendo produzidos, contando a história antes dos filmes de 70-90 e explicando alguns dos maiores mistérios da série. Em 2012, vimos Prometheus, o primeiro prelúdio, e dia 11 de Maio estréia Alien: Covenant, o segundo. Reassitimos Alien (1979) e Prometheus para trazer pra você tudo que você precisa saber antes de assistir o novo filme. Vem com a gente!
AVISO: Se você prefere assistir os filmes, faça isso! Aqui os filmes serão dissecados sem medo de spoilers.
Alien (1979)
Resumo:
A protagonista é Ripley, uma tripulante da nave mineradora Nostromo. O filme começa com a tripulação retornando para a terra em sono criogênico. O computador central (chamado de “Mãe”) então acorda-os na metade do caminho, a tempo de receberem a transmissão próxima de um sinal. Na possibilidade de encontrar vida não-identificada, movidos por obrigação contratual, os tripulantes dirigem-se ao sinal misterioso.
Ao chegarem no planeta, deparam-se com uma nave gigantesca, com um design diferente de tudo o que conhecem. Explorando seu interior, encontram misteriosos “Pilotos”, mortos já há séculos (aqui está a conexão com Prometheus), e também o que parecem ser ovos de uma espécie desconhecida. Quando um dos tripulantes aproxima-se, o ovo abre e o ser que estava dentro aloja-se em seu rosto. Todos voltam para a nave e, ao tentar remover a criatura, descobrem que seu sangue é extremamente ácido. Por fim, a criatura é encontrada morta, e a vítima parece se recuperar. Em pouco tempo, descobrimos (da pior maneira) que uma criatura estava crescendo dentro dele. Um filhote de xenomorfo explode para fora de seu peito, e foge pelos corredores da nave, indo se esconder na tubulação.
A partir daí, conduz se uma caça ao alien, que vai matando os passageiros um a um. Descobrimos que o responsável da divisão científica estava ali para capturar o espécime apenas, enviado pela Weyland-Yutani (a grande corporação maligna da saga). Após todos os tripulantes, com exceção de Ripley, serem mortos, ela consegue escapar numa capsula de fuga e colocar a nave em modo de auto-destruição. Sua felicidade, porém, dura pouco: o xenomorfo havia entrado na cápsula com ela. Numa sequência tensa, ela consegue ejetar o monstro para fora da capsula direto no espaço, finalmente acabando com a criatura.
Por hora.
Detalhes:
Sigourney Weaver representa Ripley, a sobrevivente badass que todos amamos, e um dos tripulantes é interpretado pelo John Hurt, mais conhecido por interpretar Olivaras em Harry Potter e o War Doctor em Doctor Who.
O primeiro filme da série impressionou, na época, pelo design assustador e surreal feito principalmente pelo H. R Giger. Os xenormorfos, a nave semi-anelar “Derelict” e seu interior, os Pilotos explorados mais à frente em Prometheus, todos foram desenvolvidos por ele. O design quase orgânico, bio-mecânico do interior da nave representa muito de sua arte.
Prometheus (2012)
Resumo:
A protagonista Elizabeth Shaw e seu marido, Charlie Holloway, descobrem uma pintura rupestre numa caverna na Escócia. Juntando-a como peça final do quebra cabeça de descobertas arqueológicas que pretendiam usar para provar que alienígenas haviam visitado a terra, ambos são convocados pela Weyland (a mesma corporação maligna) para ir até o ponto de origem indicado em suas descobertas.
A bordo da nave Prometheus, os pesquisadores, o androide David (Michael Fassbender), a comandante Meredith Vickers (Charlize Theron) e a tripulação pousam numa lua identificada como LV-223. Imediatamente, a equipe sai para explorar uma estrutura artificial nas proximidades. Dentro dela, encontram uma sala com vários vasos, e uma estátua de um gigantesco rosto humanóide esculpido. Uma cabeça, aparentemente de um Engenheiro morto, é encontrada próximo à porta. Ao retornar para a nave, Shaw leva a cabeça decepada, e David, em segredo, leva um dos vasos numa mochila.
Vemos, depois, David abrindo o vaso que roubara, e analisando a substância preta contida dentro. Ele põe a substância então, na bebida de Holloway; Quando ele volta para seu quarto, ele e Shaw fazem sexo, e ela fica “grávida” de um xenomorfo, que será arrancado de seu corpo cirurgicamente mais à frente no filme. Ao retornar para a estrutura alienígena, eles encontram dois tripulantes que haviam ficado para trás mortos, ao passo que Holloway começa a passar mal. Todos tentam voltar para a Prometheus. Holloway é queimado vivo por Vickers, que não quer que ele contamine a nave. Um dos tripulantes mortos volta na forma de uma criatura assassina, que é morta após dizimar alguns figurantes parte da tripulação.
Por fim, é descoberto que tudo era um plano de Peter Weyland (CEO da Weyland) para obter vida eterna. Um Engenheiro, ainda vivo em criogenia, é libertado por David, e logo em seguida arranca a cabeça do andróide. O lugar onde eles estava na verdade era uma nave Derelict, como a vista em Alien. O Engenheiro prossegue para levar seu conteúdo mortal para a Terra, e é impedido pelos heróicos pilotos da Prometheus, que derrubam sua nave num impacto suicida. A última sobrevivente, Shaw, escapa com a cabeça (ainda ativa) de David em busca do planeta dos Engenheiros.
A última cena mostra um novo tipo de xenomorfo emergindo do peito do último engenheiro, morto pelo mostro que saíra de dentro de Shaw.
Detalhes:
Blade Runner e Prometheus (e consequentemente Alien) fazem oficialmente parte do mesmo universo. Junte isso a algumas falas de David e você começa a entender porque o personagem agia aparentemente com motivos próprios e, muitas vezes, uma individualidade maior que se pode conceber num andróide.
Alguns diálogos reveladores são estes:Holloway: O que esperávamos era conhecer nossos criadores. Para obter respostas. Por que eles mesmo nos fizeram em primeiro lugar. David: Por que você acha que seu povo me fez? Holloway: (rindo) Nós fizemos você porque nós podíamos. David: Consegue imaginar como seria decepcionante para você ouvir a mesma coisa de seu criador?
Shaw: O que vai acontecer quando Weyland não estiver por perto para programá-lo mais? David: Suponho que serei livre. Shaw: Você quer isso? David: “Querer”? Não é um conceito que eu esteja familiarizado. Dito isto, não dizem que as pessoas querem seus pais mortos?
Enfim, David, assim como os andróides em Blade Runner, é inteligente o suficiente para ter objetivos próprios e simular emoções humanas, assim tendo seus próprios objetivos e motivações (mas não necessariamente se desfazendo de sua programação).
A imagem dos engenheiros como seres benevolentes, doadores de vida, é desconstruída com o plot-twist. A frase dita pelo personagem de Idris Elba no filme resume bem:
“Sabe o que é este lugar? Esses engenheiros, esta não é a casa deles. É uma instalação. Talvez até militar. Eles colocaram isto aqui no meio do nada porque eles não são estúpidos o suficiente para fazer armas de destruição em massa em sua própria porta. Essa é a merda que está nesses vasos. Eles chegaram aqui; a coisa escapou, virou-se contra eles. Fim.”
A lua do filme não é o planeta visitado por Ripley em Alien. O que nos leva a concluir que a nave vista em ambos os filmes, apesar de do mesmo modelo, não é a mesma.
Conclusões
Resta lembrar que, no lançamento de Prometheus, Ripley Scott disse que haveriam pelo menos dois outros filmes até se alcançar Alien na cronologia. Isso significa que provavelmente haverá mais filmes após Covenant, e nem todas as perguntas serão respondidas. E você? Tem fan-theories, perguntas que exigem respostas? O que gostaria de ver no próximo filme? Deixe nos comentários!