Campbell tem 17 anos. Ela não acredita em Deus. Muito menos em milagres. Cam sabe que tem pouco tempo de vida, por isso, quer viver intensamente e fazer tudo o que nunca fez no tempo que lhe resta. Mas a mãe de Cam não aceita o fato de perder a filha, por isso, ela a convence a fazer uma viagem com ela e a irmã para Promise um lugar conhecido por seus acontecimentos miraculosos. Em Promise, Cam se depara com eventos inacreditáveis, e, também, com o primeiro amor. Lá ela encontra, finalmente, o que estava procurando mesmo sem saber. Será que ela mudará de ideia em relação à probabilidade de milagres? A Menina que não Acredita em Milagres vai fazer você rir, chorar e repensar sua conduta de vida.
Um livro emotivo com toques ácidos de humor, transpassados através de personagens bem construídos que desenvolvem uma história que desperta o interesse em virar a próxima página quando as tramas começam a engrenar, é assim que podemos começar a definir a narrativa de “A menina que não acredita em milagres”.
Este foi o primeiro livro que li de Wendy Wunger e fiquei primeiramente com pouca expectativa em relação ao tema, afinal, já li várias obras que o câncer é abordado e me sinto marcado com o livro “A Culpa é das Estrelas” de John Green, não obstante, a leitura da obra de Wunger me surpreendeu positivamente em dados momentos.
No livro somos apresentados a Campbell, ou melhor dizendo, Cam. Ela é uma garota que passou por muitas coisas que deram errada em sua vida e é uma personagem que enfrenta um câncer terminal, dadas as circunstâncias, vemos que ela se demonstra cética a qualquer tipo de milagre que possa envolver a sua cura. A trama começa a se desenrolar quando somos apresentados a lista do flamingo de Cam, que é uma lista de coisas para realizar antes morrer que ganhou esse nome com uma brincadeira que ela fez com sua melhor amiga, Lily.
Sem tantos spoilers, elas começam a realizar a lista com o último de seus itens que é roubar alguma coisa de uma loja e esse fato vai gerar uma série de acontecimentos na narrativa que se relacionam com a lista no decorrer do livro. Confesso que não me empolguei tanto no começo da obra, mas com a evolução da narrativa e a mudança de cenário gerada pela decisão da mãe de Cam, Alicia, e a esperançosa irmã mais nova, Perry, me prenderam a prosseguir com a leitura.
Promise é uma cidade considerada milagrosa, localizada no Maine. Alicia e Perry tomam a decisão de levar Cam para lá e saíram em uma viagem para esse local que pode ser definido como uma grande jornada, afinal, é notório que Campbell não aguenta mais a rotina exaustiva de hospitais e que necessita essencialmente de uma aventura, independente de que seja com o objetivo que isso traga sua cura, afinal, nela não existe esperança.
Não obstante, na chegada a cidade, elas conhecem Asher que é um rapaz que oferece ajuda para conseguir um local para que elas fiquem hospedadas. Não preciso nem dizer que isso irá ocasionar em algumas páginas um romance super interessante que me fez sentir a química que um casal pode ter na literatura, além disso, é impressionante a história de Asher e as determinações que ele apresenta.
Nessa viagem fica evidenciada a forma que o livro quer apresentar a questão de “milagres” como alguma coisa não necessariamente relacionada a uma convenção religiosa e que tudo está mais para o significado a algo que pode ser espiritual ou não e de todos os tamanhos. É intrigante que esse sentimento chega para Cam durante a narrativa e a forma que ela amadurece e cria a determinação de fazer o milagre das pessoas que ela ama acontecer magicamente.
Com isso, não consegui largar o livro em seus últimos capítulos, pois é repleto de várias tonalidades emocionais e que concluem a obra de maneira mais que satisfatória. No geral, a apresentação estética da edição feita pela Editora Novo Conceito é incrível e combina com a magia que é encontrada dentro do livro, onde fui capaz de tomar para meu dia-a-dia a sensibilização do meu olhar para pequenas coisas e enxergar tudo o que a vida pode oferecer.
Ps. Estava com saudade de ler um livro em terceira pessoa.