CONTÉM SPOILERS
Os papéis se inverteram nessa season finale de Once Upon a Time. Heróis e vilões voltaram à sua terra de origem para vivenciar uma nova história, onde os finais felizes deixaram de ser merecidos.
Toda a ideia da realidade alternativa foi interessante de assistir. Essa foi uma boa sacada dos escritores. Outro ponto positivo reside no fato de não se ter usado esse recurso para a próxima temporada. Não teria o mesmo efeito estender esse ramo da história por mais tempo. A dosagem foi ideal.
De maneira geral, a história em si não mudou muito, apenas os personagens foram trocados. Isso deixou um pouco a desejar, uma vez que existe um mundo de possibilidades que poderiam ser exploradas. Branca agora é a Rainha Má e perdeu seu grande amor por causa de Regina, que virou uma ladra. Rumple vive feliz como cavaleiro ao lado de Bela, com quem teve um filho. Robin está noivo de Zelena e os sete anões e Encantado obedecem à Rainha. Enfim, alguns enredos permaneceram iguais enquanto pequenas adaptações do que já víamos em Storybrooke também foram feitas.
Um destaque maior finalmente foi dado a Henry, que teve papel decisivo no futuro da trama. Uma vez que somente ele estava ciente do que havia acontecido, era sua responsabilidade tentar a todo custo impedir o casamento de Robin e Zelena. Somente esse evento poderia tornar a história de Isaac autêntica e imutável. Para isso, ele primeiro recorre ao clichê que sempre estará presente na série: o beijo de amor verdadeiro. Mas é claro que o plano não é bem sucedido e Henry precisa resgatar Emma, que foi trancafiada no alto de uma torre (isso soa familiar?). E só então seu plano para conseguir o final feliz da mãe adotiva pôde iniciar.
Operation Mongoose teve como principal elemento o sacrifício. Gancho é o primeiro que entrega a vida em prol do bem maior. Ele é seguido por Regina, que salva a vida do filho mesmo sem lembrar quem ele verdadeiramente é. Esse sacrifício desencadeia um conjunto de eventos que permite desfazer a história criada e trazer todos de volta à realidade. O principal desses eventos foi Henry assumindo o posto de Autor. O garoto que sempre acreditou no seu livro de histórias, além de conseguir entrar no mundo que tanto admira, conseguiu também pleno controle sobre ele. E sua atitude não é menor do que esperávamos. Depois de salvar todos os personagens, ele destrói a caneta que poderia dar origem a novas histórias. Essa ameaça nunca mais existirá.
Por trás dessa nova realidade também conseguimos visualizar uma lição, que não poderia faltar em uma história sobre contos de fadas. Não importa o contexto, vilões sempre acabarão cedendo à sua origem. Mesmo feliz com sua família, ao se sentir ameaçado, Rumple acaba reagindo instintivamente e esquece seus valores como cavaleiro. O mesmo acontece com a irmã de Regina, que se mostra tão egocêntrica como sempre foi.
Com tudo reestabelecido, não houve nem tempo para calmaria e mais problemas começaram a surgir. Rumplestiltskin sucumbe à escuridão, mas é salvo quando seu coração é purificado e ele deixa de ser o Senhor das Trevas. Inocência foi achar que um ser tão poderoso poderia ser trancafiado facilmente. A adaga procura um novo dono e o terceiro sacrifício do episódio acontece: Emma se entrega à escuridão para salvar Regina. Ironicamente, aquilo que foi evitado por tanto tempo acabou acontecendo e a Salvadora agora se tornou uma inimiga.
O gancho deixado no final do episódio não poderia ser melhor. Merlin vem aí e será estranho não apenas ver Emma como vilã, mas também Rumple como mocinho. Enquanto isso, Zelena ainda continua no jogo e Lily procurará seu pai.
Enfim, o que não faltam são pontas soltas para a quinta temporada, que possui todos os elementos para ser tão boa quanto essa.