Registrando um aumento em sua audiência, HGAWM cria uma constante em seus episódios, algo que estava faltando entre os dois últimos. O número de telespectadores diminuíra no episódio 11, mas graças a uma Annalise psicodélica e uma irmã sem escrúpulos (isso também serve para a professora) a audiência de How to Get Away with Murder ganhou uma rampa e, no que se refere ao último episódio, a série subirá essa rampa rumo ao seu maior público.
O 1×12 é um marco na história. Wes mostra que é bem mais racional do que já provara enquanto os demais alunos de Keating caem em um abismo de puro descontrole e paranoia. Com a chegada da irmã de Sam, a tensão vai ao nível máximo, a mulher sabe provocar, sabe atingir o ponto fraco de cada um. O nome do ep. diz tudo: “she’s a murderer”, gritara para Annalise, “she killed my brother” cuspira sem nenhuma cerimônia. É a partir daí que todo o capítulo se desenrola. Keating, a professora, tentando provar sua inocência que, para muitos (a maioria), é duvidosa e Wes tentando conciliar os amigos. How to Get Away with Murder consegue satisfazer com esses dois focos, mas a série é anormal, precisa fazer mais.
Em um terceiro momento a advogada vai em busca dos clientes que estão saindo de fininho de sua agenda. Annalise consegue segurar um dos desistentes de seus serviços e cria o apogeu do episódio. Enquanto procura a chave para sua salvação sem ir aos tribunais, mais uma batalha é travada. Defendendo a máfia, a professora corre contra a promotoria em uma competição aparentemente sem vantagem, tudo está perdido na segunda metade do 1×12, tudo aparenta estar perdido.
A qualidade da produção mantém seu perfil gradativo. A cada novo episódio somos surpreendidos por acréscimos mais que válidos à fotografia e aos cenários. How to get away with murder transformou-se em um labirinto de histórias, quando pensamos que tudo está em seu fim, “Expelliarmus”, eis mais um problema a ser debatido por personagens e telespectadores, é incrível como tudo rende sem obstáculos, é uma teia feita sem furos, sem nós que precisem ser reatados futuramente. A escrita de Erika Harrison não tem apogeu, pois ela é linear, não verticalizada, é algo fantástico, não encontra-se um pico pois a constante de “bom conteúdo” mantém-se a cada novo episódio. A direção de Bill D’Elia nem se fala. Escrita e ação correm juntas, e que bela maratona.
Agora falemos do elenco (um dos melhores 2014/2015). Katie Findlay (Rebecca) mantém a versão “sou apática aos acontecimentos” e o faz medianamente. Alfred Enoch (Wes) é com toda certeza a revelação, o jovem deixara Harry Potter em grande estilo e mostra que é bem mais que o coadjuvante Dino, ele é protagonista e assemelha-se a qualquer Daniel ou Rupert. Viola Davis (Annalise) chega ao topo de sua interpretação neste episódio, suas reações frente às verdades ouvidas e as mentiras ditas chegam a ser um incômodo para atores de séries diversas, a mulher é literalmente avassaladora. Rendo-me também a Aja Naomi (Michaela) que também alcança sua melhor face no 1×12, ela e Jack Falahee (Connor), a paranoia generalizada é marca dos dois. O único incômodo do elenco é Karla Souza (Laurel), desde o primeiro episódio ela é a pedra no sapato de “How to Get Away with Murder”, digamos que Karla é a Kristen Stewart da série, sem diferentes rostos, criou um perfil e neste ela se mantém, mesmo quando é preciso um sorriso, uma entonação a mais na voz. O mundo está vendo isso, alguém mate Laurel e nos poupe de tanta lerdeza.
How to Get Away with Murder conta os dias para sua season finale, a renovação é praticamente certa e com este episódio fica ainda mais firme a 2ª temporada da série. As pontas soltas serão amarradas no 1×13 e com toda certeza outras serão colocadas a exposição, é de HGAWM o costume de criar situações-problema sem receio e isso só torna a série ainda mais bem elaborada.