Tendo crescido lendo as aventuras dos heróis Marvel, na década de 70 surgiu um novo grupo de escritores e artistas, frutos do longo sucesso da Marvel, que influenciou essa geração assim como continua nos influenciando até hoje. Pessoas como Roy Thomas, Jim Shooter e John Byrne foram responsáveis por uma nova geração de fábulas, revitalizando inúmeros personagens e trazendo novos elementos e aventuras, que ajudariam a Marvel a se tornar uma editora de histórias mais maduras e sofisticadas.
Walt Simonson é um ótimo exemplo desse efeito colateral, movido pela paixão por mitologia nórdica e grande fã das histórias em quadrinhos de Thor criadas por Stan Lee e Jack Kirby, Simonson enfim se viu com as chaves do reino para o título que mais amava, Thor. Ele foi responsável por quatro anos de glória para a HQ, período em que todo o universo Asgardiano mudou para sempre e Walt Simonson ficou conhecido como o criador do arquetípico de Thor.
Em “O último viking”, Thor está na forma do Dr. Donald Blake, vivendo na terra e protegendo-a. Um dia, caminhando tranquilamente pelo parque, agentes da S.H.I.E.L.D levam-no para Nick Fury, que necessita dos poderes do grande Thor em uma missão que vai bem além das capacidades mortais de Blake. O asgardiano tem vivido no anonimato, se passando por um homem comum, assim, para que seu poder seja liberado, ele precisa bater no chão com o cajado que sempre carrega consigo, dessa forma ele tem ficado irreconhecível, sem estar vulnerável aos seus inimigos, lutando sempre que necessário.
Uma sonda espacial da S.H.I.E.L.D foi destruída e apenas Thor pode chegar a tempo de interceptar o objeto que a destruiu, chegando ao local, uma enorme nave bélica é revelada, apontando imediatamente seus canhões para o asgardiano, que consegue desviar de todos os disparos. Quando finalmente o deus do trovão adentra na nave aparentemente vazia, é surpreendido por um guardião extremamente poderoso.
O guardião Bill Raio Beta impressiona nosso herói com seu poder, assim, por um momento de descuido, Thor volta forma do Dr. Donald Blake, tornando-se frágil e mortal, o seu martelo, o Mjolnir é lançado para longe e retorna na forma de cajado, provocando a curiosidade do guardião, que apanha o objeto, ganhando assim os poderes do deus do trovão. Quando então, Odin convoca Thor de Asgard, quem é levado para lá é Bill Raio Beta, que empunha o martelo, enquanto o verdadeiro Thor, preso a forma de Donald Blake, fica para trás desolado.
Walt Simonson fez um grande trabalho em “Thor – O Último Viking”, sendo responsável não apenas pelo roteiro como também pela arte, algo bastante incomum de se ver, ainda mais na qualidade que é demonstrada, traços a frente de seu tempo e linhas expressivas ressaltam seu talento para o desenho, e a sua criatividade para a escrita renovou o personagem, trazendo um ar fresco para a Marvel, com aventuras instigantes. Uma leitura empolgante e emocionante que não deixa a desejar em nada.