Descobri “Simplesmente acontece” pelo trailer do filme. Assim como aconteceu com “Se eu ficar”, achei o trailer tão interessante que decidi correr pra ler o livro antes de sair o filme e, assim, ter a experiência completa! Da mesma autora de “Ps. Eu te amo” e com o filme em pré-estreia com Lily Collins, eu criei muitas expectativas para a leitura e o livro foi completamente diferente do que eu imaginava.
Conhecemos a história de Alex e Rosie por cartas. E não são algumas cartas durante a narração, são apenas cartas e e-mails, durante toda a leitura. No começo eu achei super diferente, mas confesso que no final eu estava um pouco cansada. Gostaria de ver alguns dos momentos por um observador imparcial, e não pelos relatos de uma carta, mas esse tipo de narrativa tem suas vantagens. Por exemplo, logo no começo do livro, Katie e Alex são crianças, e suas cartas trocadas são cheias de errinhos de português típicos cometidos por crianças, e é uma fofura ler isso. Acompanhar os tópicos das cartas mudarem de “você vem para a minha festinha de 8 anos?” para “a primeira vez” quando ambos são adolescentes, e perceber nas entrelinhas o amadurecimento dos dois personagens foi uma experiência sensacional.
A amizade dos dois começa da forma mais inocente possível e atravessa todos os momentos mais difíceis desde a infância, o ensino médio e toda a fase adulta. Mesmo em meio a todas as diferenças, eles estão sempre se apoiando, mesmo que do outro lado do país. Para os leitores, é bem visível o amor que um sente pelo outro, mas nunca conseguem expressar seus sentimentos na mesma época, um sempre está num momento ruim e o outro decide esperar. É muito angustiante você ver duas pessoas feitas uma pra outra ignorando esse sentimento ou deixando ele de lado por besteiras. Seja porque o trabalho era o foco do momento, o aparecimento de outras pessoas, a distância… tudo sempre aparecia na hora errada para um dos dois, e essa é a questão que fica: existe hora certa?
”Como a vida é engraçada, né? Bem na hora em que você pensa que está tudo resolvido, bem na hora em que você finalmente começar a planejar alguma coisa de verdade, se empolga e sente como se soubesse a direção em que está seguindo, o caminho muda, a sinalização muda, o vento sopra na direção contrária, o norte de repente vira sul, o leste vira oeste, e você fica perdido.”
Durante a leitura, a sensação que fiquei foi que você tem que aproveitar completamente todas as chances que a vida te dá, porque todas elas passam. Você vai sim ter outras oportunidades na sua vida, mas aquela que você deixou passar nunca vai voltar. E é isso que sinto com Katie e Alex: que eles deixaram passar todas as suas chances, uma por uma. E nós vamos acompanhando cada uma dessas oportunidades perdidas, doendo nosso coração por dentro e com raiva desses personagens que não sentam numa mesinha e se resolvem!
Acredito que a mensagem que a autora quis passar é exatamente essa: a hora certa pras coisas acontecerem é a hora que você as realiza. Nada cai do céu, não existe um momento perfeito como nos filmes de romance. O mocinho não vai chegar 5 minutos antes da sua formatura e declarar seu amor por você. Você não vai impedir o casamento do amor da sua vida na hora que o padre falar “alguém tem alguma coisa contra esse casamento?”. Mesmo com todas as adversidades, você tem que criar a sua própria hora perfeita e realizar os seus sonhos à medida que eles vão se formando na sua mente.
Minha única crítica ao trabalho da Novo Conceito com esse livro, foi que o título original “Onde Terminam os Arco-Íris” foi mudado para “Simplesmente acontece” para acompanhar o título da adaptação cinematográfica, e eu achava o título original muito mais bonito e consistente com a história.
A leitura está mais que recomendada ( ) e pra quem quer conferir o trailer, é só dar o play! O filme entra em cartaz dia 5 de março!