Mais conhecida por sua famosa série A Seleção, que inclusive irá ganhar um filme pela Netflix, Kiera Cass retorna ao mundo literário com A Prometida, seu novo livro lançado em maio pela editora Seguinte e nos transporta para mais um mundo onde a realeza comanda tudo e percorremos os corredores de castelos repletos de conflitos palacianos e triângulos amorosos.
Dessa vez, no lugar de uma distopia, Kiera Cass nos leva por um romance de época que se passa em um país fictício chamado Coroa. Quem nos conduz pela história é a protagonista Hollis Britte, uma moça que, por fazer parte da elite de Coroa, mora no castelo do rei Jamerson, um jovem rei que está em busca de uma rainha para governar Coroa ao seu lado.
É a partir disso que Hollis, por ser uma garota divertida aos olhos do rei, acaba se tornando a grande escolhida para ocupar o tão cobiçado posto de Rainha, no entanto, como em A Seleção, as coisas mudam completamente quando um novo amor surge no castelo fazendo com que ela fique dividida sobre qual futuro quer para si. Todo esse conflito acontece após a chegada de uma família exilada de Isolte, um reino vizinho a Coroa que é conhecido por ser o oposto do país de Hollis. Enquanto Coroa é um país quente de muitas cores vermelhas e ensolaradas, Isolte é um país extremamente frio repleto de azul por todos cantos.
Silas é o filho mais velho da família Eastoffe e o jovem isoltano responsável por fazer com que Hollis comece a questionar o seu próprio futuro em Coroa, extremamente pálido e com olhos azuis, Silas é o total oposto do rei Jamerson e isso é uma das coisas que chamam a atenção de Hollis. Ao passo que Silas faz com que ela se sinta ouvida e vista por quem realmente é, Jamerson, mesmo sendo um ótimo rei e tratando Hollis muito bem, faz com que ela aos poucos perceba seu papel de rainha como algo muito mais ligado a imagem que ela irá representar para o reino, sendo tratada apenas como um troféu do rei.
Como se não bastasse o conflito interno que Hollis está vivendo, uma visita do rei de Isolte ao castelo acaba trazendo muito mais conflitos palacianos para a vida da futura rainha de Coroa. É nesse momento que ela começa a descobrir o porquê da família Eastoffe ter buscado asilo com o rei Jamerson e as coisas ruins que podem estar acontecendo em Isolte, trazendo uma leva de problemas políticos a história, sendo justamente as questões políticas e os conflitos entre os reinos os grandes responsáveis por salvarem o livro de Kiera Cass.
Ao que parece, a autora ouviu as críticas feitas sobre A Seleção e tentou ao máximo corrigir os erros em A Prometida, no entanto, a energia que ela utilizou corrigindo os erros e trazendo conflitos políticos consistentes que foram o grande trunfo desse novo livro, foi um tanto quanto que deixada de lado na construção, não apenas dos personagens, como em todo o romance criado na história. A impressão deixada ao ler o livro foi que muitos capítulos faltavam ali e que, provavelmente, alguns momentos a mais entre Hollis e seus dois amores fariam com que houvesse uma empolgação maior para continuar lendo. Nenhum personagem ganha muita profundidade na história, fazendo com que a gente não consiga se prender a nenhum deles em momento algum. Tudo isso se reflete, tanto no romance de Hollis com o rei Jamerson, quanto com o “plebeu” isoltano Silas.
Quando o rei Jameson se declara para a Lady Hollis Brite, ela fica radiante. Afinal, a jovem cresceu no castelo de Keresken, competindo com as outras damas da nobreza pela atenção do rei, e agora finalmente poderá provar seu valor. Cheia de ideias e opiniões, logo Hollis percebe que, por mais que os sentimentos de Jameson sejam verdadeiros, estar ao seu lado a transformaria num simples enfeite. Tudo fica ainda mais confuso quando ela conhece Silas, um estrangeiro que parece enxergá-la — e aceitá-la — como realmente é. Só que seguir seu coração significaria decepcionar todos à sua volta… Hollis está diante de uma encruzilhada — qual caminho levará ao seu final feliz?
Não existe na história uma construção do porquê Hollis ama Jamerson ou Silas, o romance não consegue convencer em nenhum momento, principalmente após ela escolher com quem ela quer ficar próximo ao fim do livro, levando ao ponto de me fazer torcer contra o que ela escolheu viver. Jamerson trata Hollis muito bem e a enche de presentes, já Silas faz com que ela se sinta ouvida e vista por quem realmente é, mas nada disso é muito sólido, visto que ela tem pouquíssimos momentos com ambos que justifique o amor que sente por eles.
A grande salvação da história fica mesmo a cargo das questões políticas entre os reinos e ao aparecimento de uma organização misteriosa intitulada Cavaleiros Sombrios que levam morte e desolação por onde passa. Acontecimentos próximos ao final do livro fazem com que você enxergue todos os conflitos por um novo olhar e ficar curioso para saber o que vem a seguir e são esses últimos capítulos que salvam a história nos levando a querer ler os próximos livros da série, mesmo que o romance em si ainda não tenha convencido.
O que resta agora é esperar pelos próximos livros que Kiera está escrevendo sobre a vida de Hollis e contar com que ela consiga, enfim, nos mostrar o quanto as escolhas amorosas dela foram importantes e como tudo isso irá afetar a relação entre Coroa e Isolte.
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