Todo ano, na véspera do Dia de São Marcos, Blue Sargent vai com sua mãe clarividente até uma igreja abandonada para ver os espíritos daqueles que vão morrer em breve. Blue nunca consegue vê-los – até este ano, quando um garoto emerge da escuridão e fala diretamente com ela.
Seu nome Gansey, e ela logo descobre que ele é um estudante rico da Academia Aglionby, a escola particular da cidade. Mas Blue se impôs uma regra: ficar longe dos garotos da Aglionby. Conhecidos como garotos corvos, eles só podem significar encrenca.
Gansey tem tudo – dinheiro, boa aparência, amigos leais -, mas deseja muito mais. Ele está em uma missão com outros três garotos corvos: Adam, o aluno pobre que se ressente de toda a riqueza ao seu redor; Ronan, a alma pertubada que varia da raiva ao desespero; e Noah, o observador taciturno, que percebe muitas coisas, mas fala pouco.
Os Garotos Corvos é o primeiro volume da Saga dos Corvos, escrita por Maggie Stiefvater.
O livro é bem peculiar, acreditem. Tem toda uma aura meio sombria , porém, no decorrer, acabamos vendo que não há muitas diferenças comparado a outras obras do gênero. Mas não se engane, como uma boa fantasia, Stiefvater nos traz uma mitologia própria e única. Devido ao fato de trazer toda uma cultura incrementada em sua narrativa, Maggie pecou no fato de não se aprofundar naquilo que criou. Demorou algumas boas longas páginas para que pudéssemos chegar ao ponto, poderia ter encurtado um pouco. Sei que é uma introdução, mas não precisava de duzentas páginas para mostrar o propósito da trama.
Eis que chegamos ao ponto que vai fazer a trama se desenrolar e aí, tudo melhora. Conseguimos adentrar um pouco mais no mistério que circunda a história, podemos entender melhor porque os personagens estão procurando o que desejam e isso foi bacana, pois essa busca foi o que diferenciou o livro de certo modo, achei que deu um tom único. Então, para quem curte mistérios e jornadas – não tão longas – vai adorar Garotos Corvos.
Bem, a escrita de Stiefvater foi uma surpresa bem agradável para mim. A forma como ela narra se assemelha bastante à de E. Lockhart, aquela coisa que lembra poesia. O legal também é o uso de palavras e expressões que são pouco utilizadas, isso foi um show à parte. Creio que, devido à escrita de Maggie, a leitura foi bem mais agradável e fluida. Pontos para ela.
Garotos Corvos é um livro bom, sim, apesar dos seus problemas de desenvolvimento. Vale a pena dar uma chance, porque, como falei anteriormente, é uma história com uma mitologia única e não existe nada melhor do que conhecer coisas novas. Sobre o clímax e o final, eu senti que houve aquele velho truque de que tudo foi empurrado para aquela parte só para deixar o leitor com vontade de ler o próximo volume. Não consegui gostar tanto disso, pois, se tais informações tivessem sido dadas no decorrer do volume, não haveria tantas partes “chatinhas” como houve. Apesar de tudo, o auge do livro me satisfez e me deixou com aquela curiosidade de saber as respostas para as perguntas que foram deixadas. Gostaria de acrescentar aqui os meus parabéns ao trabalho da Verus Editora. A capa é linda, e a textura é uma maravilha, além da ótima diagramação. Fico no aguardo do segundo tomo para ver tanto o trabalho da autora como o da editora.