O segundo dia da Bienal Internacional do Livro de São Paulo foi bastante agitado e um tanto polêmico. Uma parte da equipe do Beco Literário esteve lá, inclusive prometemos cobertura em tempo real no Twitter, o que não deu muito certo e vocês entenderão o porquê. A experiência que relatarei aqui, será aquela que eu tive com meus amigos, pode ser que você concorde ou não, os comentários estão abertos e você pode respeitosamente expor a sua opinião também!
Bom, eu moro no interior de São Paulo, São José dos Campos, para ser mais exato, e a viagem para a capital geralmente leva uma hora e meia/duas horas, levando em consideração o trânsito. Acordei as quatro da manhã, e saí de casa pouco antes das seis. A viagem foi tranquila, sem muito congestionamento, o que foi um milagre, cheguei no Anhembi pouco depois das sete e a fila já saía dos portões em direção a calçada.
Segui para o final dela, rezando para encontrar algum conhecido na metade do caminho, nada. Fiquei lá por uns bons dez minutos, esperando minha prima chegar, de Osasco, até que encontrei com a Beatrice – por quem estou eternamente grato por isso, e por ser a única que, junto comigo, não aplaudiu quando falaram do Will Herondale – e ficamos com ela na fila, depois de negociar com o pessoal ao redor, bom, já estávamos pra dentro dos portões e a frente de umas cem ou duzentas pessoas. Nesse meio tempo, a fila cresceu três quarteirões fora do Anhembi. O negócio estava sério, e agora, já sabia que não conseguiria autografo da Cassandra Clare.
Ah, a fila!
Conforme os portões abriram, antes das dez, o aglomerado de pessoas desordenadas que estavam próximas a entrada enlouqueceu e correu, assim como as pessoas folgadas e ignorantes que não sabiam o que é respeitar o espaço de alguém. Não vou ser hipócrita de dizer que é ridículo cortar fila, já que eu mesmo cortei, de certo modo. Até treta teve, e eu filmei, só não sei onde está agora. Seguimos no sol por um bom tempo, e ao nos aproximarmos da entrada, ainda antes das dez, o caos estava instalado. Pessoas correndo, gritando, entrando. Entrei no meio, e corri para as roletas. Uma vez dentro, disparei em direção a fila da Kiera Cass, afinal nem tentaria mais Cassandra, mesmo com a mulher da organização berrando atrás de mim dizendo que não haviam mais senhas. E realmente, não havia. A fila da Kiera estava enorme. Desistimos, nos reencontramos e fomos para o estande da Novo Século, onde garantimos nossos exemplares de A Arma Escarlate e A Comissão Chapeleira, com a Renata Ventura, que foi extremamente simpática e atenciosa conosco, assim como seu pai, que estava nos fotografando. Pra mim, só esse encontro já valeu a pena todo o evento, que até então estava normal, exceto o fato do nosso atraso na fila, porque estávamos nos recusando a cortar mais uma vez, na entrada, o que foi necessário depois, de qualquer jeito. Enfim, esta é a minha foto com a Renata, ignorem minha cara, eu estava bem nervoso, risos.
Depois disso, fomos explorar os estandes, o local estava cheio, claro, mas tudo dentro dos conformes. Andamos por um bom tempo, e depois seguimos para o almoço, sem paciência para as filas que se formavam do lado de fora dos mesmos, só para entrar! Visitei o estande da
Intrínseca, que estava maravilhoso, e apesar dos preços bem altos, consegui descolar uma grande quantidade de brindes que futuramente serão sorteados para vocês! Ah, quase ia me esquecendo: antes disso, passei também na
Novo Conceito, que publicará
Magisterium de Cassandra Clare e Holly Black no Brasil, e um organizador nos presenteou com alguns bottons, por sermos um dos primeiros a visitá-los. Foi bem legal.
De volta ao almoço: não havia mesas disponíveis, comemos a maior parte do tempo no chão. Filas enormes, preços maiores ainda. Paguei treze reais em um pequeno cone com batata frita e uma latinha de refrigerante. Não valia isso, mas a fome era maior e eles sabem que nós cederemos, certo? Agora, a Bienal já estava caótica, com pessoas deitadas por todo o canto. Já havia visitado o estande da Editora Leya também, e garantido minha foto no Trono de Ferro, de Game Of Thrones. As promoções de lá estão bem legais, e com relação aos brindes, se querem uma dica, tenham cara de pau para pedir. Eles sempre cedem.
Meio dia, eu já estava quebrado, e fui para a Arena Cultural, onde a Cassandra daria uma palestra as duas horas. Fiquei com uns amigos na grade exterior, não conseguimos entrar e sentar, o que foi extremamente desgastante. Fomos prensados e ficamos na mesma posição até por volta de duas e vinte, quando a Cassie finalmente entrou, causando o maior tumulto que eu já vi na vida. Entrou com seu marido, Joshua Lewis, filmando todos que estavam ali, linda como sempre. Derrubamos a grade, mas não ultrapassamos os limites por razões óbvias. Gritamos muito, xingamos, ficamos em êxtase com as respostas e spoilers que a autora nos dava. Ela estava surpresa conosco, a segurança, extremamente falha. Tirei muitas fotos, poucas ficaram boas e aproveitáveis, da distância que a vi, já que não tinha senha, nem acesso a sala de imprensa como alguns fã-sites tiveram e pasmem, alguns até reclamaram dos fãs histéricos que os atrapalharam. Não citarei nomes, mas… Vejam umas fotos que consegui da Cassie:
Não foi perto, utilizei o zoom na maioria delas, mas essa foi a realidade da maioria dos fãs lá presentes. Alguns ainda só acompanharam pelo telão. A desorganização na distribuição das senhas foi tremenda, mas temos como maiores culpados, aqueles que mais uma vez, não sabiam respeitar o espaço alheio e não a própria editora. Mil senhas foram entregues e nós não conseguimos nenhuma delas, mesmo depois. Não posso apontar somente um culpado nesse frisson, mas editora, leitor e organização tiveram grande parcela nisso, dificultando tudo. A Cassie foi extremamente fofa e atenciosa com todos que perguntaram pra ela, e até revelou que o vilão de sua nova série, The Dark Artifices, é alguém que já conhecemos! Teorias?
Ao fim da palestra, fui andar pela bienal, para comprar os livros que até então não tinham saído da minha lista. Desisti logo no primeiro corredor, estava impossível de andar. Era tumulto em todo lugar, empurra-empurra, enfim, totalmente IMPOSSÍVEL de se locomover. Espero que dá próxima, limitem os ingressos, porque vender mais do que o local comporta, é complicado. Também sei que só aprendem com os erros, mas quem pagou por eles, foram nós, fãs, que viemos de longe, acordamos cedo e enfrentamos filas enormes, com pessoas ignorantes e que perdemos a que pode ser nossa única chance de ter um contato real com nossa autora preferida.
As compras!
Mais tarde, fomos em busca de água, o calor estava insuportável e a refrigeração do lugar, uma bosta. Estava em falta. Sim, a água estava em falta e onde tinha, custava mais de
cinco reais com filas enormes. Acabamos por pagar mais caro, porque estava impossível. A infraestrutura não comporta autores internacionais em peso, como teve neste sábado, nem de longe. Ah, e não comentei sobre o
Harlan Coben, que nunca li nenhum livro, mas estou tentado a ler devido ao seu carinho por todos os fãs, depois que acabou sua sessão, ele desceu e tirou foto com todos que ficaram ali assistindo, tendo senha ou não.
Não assisti a palestra da Kiera Cass, já estava há muito tempo em pé, cansado, e então só a vi pelo telão, rapidamente. Para vocês terem uma ideia da lotação, além de mim, mais quatro pessoas da nossa equipe estava lá. Só me encontrei com duas, a Letícia, que foi comigo, e a Isabelle, e foi bem rápido.
Minha credencial de blogueiro, que só consegui pegar no final do evento
A experiência Bienal foi bem legal, apesar de deixar a desejar em muitos aspectos. O dia foi ótimo, mas quem o fez assim foram as pessoas que estavam comigo, além do encontro com a Renata Ventura, e não o evento em si, como eu esperava que fosse. Não realizamos a cobertura em tempo real no Twitter por uma série de motivos, entre eles, a falta de cobertura das operadoras lá dentro, além do 3G que nem ousava ligar. As redes WIFI disponíveis estavam saturadas com a quantidade de gente usando ao mesmo tempo. Enfim, ocorreu muita roubalheira pelo o que eu soube, mas não comentarei aqui, é desgastante. Mas afinal, o que não há roubalheira em nosso país, né? Espero que dá próxima, melhorem, e muito, a organização do evento, para que seja uma experiência ótima por si só para todos que visitem. E uma dica para as editoras: cobrar o dobro do preço das livrarias só faz a marca de vocês se sujar cada vez mais perante a mídia.
Apesar de todo o sofrimento, o dia ficou marcado para sempre para mim, e sei que também ficou para todos que conseguiram contornar todos os empecilhos com uma boa risada. E a sua experiência, como foi? Conte para nós!
Foto com maior quantidade de gente da equipe que conseguimos: Isa (Escritora e Redatora), Julia (minha prima – sigam ela!), Eu e a Letícia (Colunista da Armada de Potter – que foi parada por várias pessoas por estar com vestes da Sonserina).