Em celebração ao Dia Nacional do Livro Infantil, 18 de abril, a Mauricio de Sousa Produções homenageia Ruth Rocha. Com traços da personagem Mônica, a escritora é a mais nova Dona da Rua da História. Criado em 2016 e liderado por Mônica Sousa, diretora-executiva da MSP, o projeto Donas da Rua tem como um de seus objetivos trazer visibilidade às mulheres notáveis para inspirar meninas e mulheres a buscarem seu espaço em áreas como artes, ciências, esportes ou literatura. Essa proposta demonstra seu compromisso como signatária dos Princípios de Empoderamento das Mulheres, plataforma da ONU Mulheres e do Pacto Global.
Nascida em São Paulo (SP), em março de 1931, Ruth ouviu de sua mãe, Esther, e do avô baiano, Ioiô, as primeiras histórias, que abriram as portas e o coração da então futura escritora. O contato com os títulos de Monteiro Lobato, “Reinações de Narizinho” e “Memórias de Emília”, fez com que a jovem entrasse de vez para o universo da literatura. Durante a adolescência, ela descobriu a Biblioteca Circulante no centro de São Paulo, quando passou um tempo se aventurando nos poemas de Fernando Pessoa e Manuel Bandeira e conheceu os romances de Machado de Assis e Guimarães Rosa.
Ela se formou em Ciências Políticas e Sociais pela Escola de Sociologia e Política de São Paulo e foi durante sua trajetória como orientadora educacional do Colégio Rio Branco, entre 1957 e 1972, que começou a escrever sobre educação para a revista feminina Claudia. Sua visão moderna sobre o tema chamou a atenção de uma amiga, que dirigia a revista Recreio, voltada para o público infantil. Desafiada por Sonia Robato a escrever uma história para crianças, Ruth reescreveu e apresentou Romeu e Julieta, cujos personagens principais são borboletas. Foi a primeira história de uma série de narrativas publicadas no veículo do qual ela se tornaria diretora.
Seu estilo direto e libertador ajudou a mudar para a literatura escrita para crianças no Brasil. Em 1976, publicou seu primeiro livro, “Palavras, muitas palavras”, depois veio “Marcelo, Marmelo, Martelo”, que com mais de 70 edições, se tornou o título mais vendido, somando mais de 20 milhões de exemplares comercializados. Também entrou para a lista de mais de 200 títulos “O Reizinho Mandão”, que foi vencedor do prêmio internacional Hans Christian Andersen, mas o reconhecimento da grandeza de Ruth não parou por aí.
A extensa lista de honrarias conta com prêmios da Academia Brasileira de Letras; Associação Paulista dos Críticos de Arte; Fundação Nacional do Livro Infantil e Juvenil. Ela também recebeu o prêmio Santista, da Fundação Bunge; o prêmio de Cultura, da Fundação Conrad Wessel; a Comenda da Ordem do Mérito Cultural e mais oito prêmios Jabuti, o principal prêmio literário no País, e da Câmara Brasileira de Letras. Além de toda a aclamação, em 2008, foi eleita membro da Academia Paulista de Letras e, hoje, a garotinha que queria ler todos os livros do mundo, pode contar com várias bibliotecas com seu nome.
Outras escritoras brasileiras já foram homenageadas pelo projeto em questão, como Rachel de Queiroz, Carolina Maria de Jesus, Cecília Meireles, Clarice Lispector, Lygia Fagundes Telles, Maria Firmina dos Reis, Ruth Guimarães e Cora Coralina. Para conferir o desenho da personagem Mônica caracterizada como Ruth Rocha e de todas as homenageadas eternizadas com o visual das personagens icônicas do Bairro do Limoeiro, basta acessar o site do projeto.
Comentários do Facebook
Sem comentários