Hoje é aniversário da nossa aclamada autora Cassandra Clare, que escreveu Os Instrumentos Mortais e As Peças Infernais! Grande parte da nossa equipe a tem como preferida e claro, é totalmente justo!
Desejamos muita felicidade nesses 41 anos e muita paciência enquanto escreve os próximos livros porque queremos nossos personagens preferidos vivos no final. Em Agosto, esperamos vê-la na Bienal de São Paulo, quem aí também vai?
Confira abaixo uma entrevista que ela concedeu ao site TMI Source sobre Magisterium, Cidade do Fogo Celestial e contos do Simon, traduzida pelos nossos parceiros do Lâmina Serafim:
Durante a festa de lançamento em Nova York, Holly disse que você não gostava de escrever sobre fadas e que era um processo de escrita muito demorado. O que é bem fácil para você escrever e o que é mais rápido?
Acho que os mais fáceis de escrever do grupo do Submundo são os feiticeiros. Eu não sei por que gosto deles, meio que me identifico. Escrever o Magnus é bem fácil e divertido. Acho que as fadas só são difíceis porque elas têm um jeito complicado de falar e não podem mentir, então elas enrolam as verdades, e essa mudança da verdade para que elas não mintam dá muito trabalho. Holly é muito boa nisso, então eu sempre falo “Oh meu Deus, eu não faço idéia de como fazer isso!” [risos] Ela sempre me ajuda.
Você pode nos dizer algo sobre As Traições Secretas [o projeto da graphic novel sobre o Círculo]?
É um grande projeto de arte/graphic novel. Não é parecido com qualquer coisa que eu tenha feito antes. John Ney Rieber veio até mim, ele fez Os Livros de Magia com Neil Gaiman e estava me dizendo “Eu sou um grande fã dos livros e realmente os amo, eu adoraria ver a história de Valentim um dia, a história do Círculo” e eu disse “Não sei – provavelmente não vai se encaixar na minha estrutura de séries já planejada, mas eu adoraria escrever sobre isso” e ele basicamente disse que se eu fizesse um rascunho do que aconteceu, ele poderia transformá-lo em um roteiro de graphic novel, então seria um projeto em parceria. Então eu rascunhei todas as coisas que aconteceram com os personagens, como a vida deles continuou, a razão de terem feito o que fizeram, e dei para ele, que fez o rascunho, e para Cassandra Jean, que todos nós conhecemos e amamos, e que está ilustrando, pois vai ser publicado pela Yen Press, que publicou a graphic novel de Peças Infernais, e ela já trabalhou muito com eles. Então meio que aconteceu.
Vai ser publicado esse ano ou no próximo?
Bom, é difícil dizer. Eu fiz minha parte, então estou esperando para John terminar os roteiros, talvez os três primeiros, e aí teremos que esperar a Cassandra terminar a graphic novel que ela está fazendo agora e ter o tempo livre para esse projeto. Talvez no próximo ano, bem no começo.
Os títulos para Magisterium são: The Iron Trial, The Copper Mask, The Cosmos Blade, The Golden Boy e The Enemy of Death, certo?
Sim, mas podem mudar. Não quero me comprometer com nada, ainda mais conhecendo a Holly. Ela sempre muda o nome dos livros umas seis ou sete vezes.
Tem muita diversidade nos seus livros, você tem muitos personagens que não são brancos. Tem a Maia, Raphael e o Magnus, você encontrou alguma crítica por isso?
Sim, com certeza. O tempo todo. Você é criticada, mas muitas vezes de formas estranhas. Você definitivamente ouve coisas como “Não gosto desse personagem, não quero ler muito sobre aquele personagem” e você pensar “Bom, será que você está desconfortável porque é um personagem de outra cor?”. E normalmente a crítica que você recebe é “Absolutamente não. Esse não é o problema, simplesmente não gosto dele por uma razão inexplicável”, e quando você vê isso acontecer 300, 500, 600, mil vezes, essa desculpa de “Não gosto de tal personagem por um motivo não específico” sempre se repete para personagens de diferentes etnias, você começa ver um certo padrão. Então eu acho que muitos escritores ficam meio receosos de colocar isso nos livros, escrever a diversidade propriamente, respeitando a cultura e representando de um bom modo, e nós devíamos mesmo ficar receosos, mas também temos que escrever com uma mente aberta e isso é muito difícil de se fazer. Nós vivemos em uma sociedade que privilegia histórias de pessoas loiras, heterossexuais e em forma, então quando se é um leitor, você já espera isso em um livro, e quando percebe que é algo diferente, precisa passar por uma adaptação. Então precisamos trabalhar juntos para perceber que essas histórias são tão importante quanto as outras.
Você muitas vezes escreve com suas amigas escritoras, Sarah, Holly, Maureen e outras. Têm cenas que você teve que escrever sozinha sem ter um parecer imediato dos outros?
Bem, definitivamente teve cenas que escrevi sozinha, fosse porque eu não conseguia alcançar nenhum dos meus amigos, ou porque estavam dormindo e não estávamos juntos no mesmo lugar. Eu faço a maioria dos meus rascunhos sozinha, acho que todas nós fazemos, porque você precisa ter o bastante para mostrar a outras pessoas para elas entenderem e te darem uma crítica útil. Como eu fiz Os Artifícios das Trevas há algumas semanas, tive que escrever cerca de 40 ou 35 mil palavras antes de ter o bastante para mandar para a Holly, Sarah e Kelly e todos os outros, caso contrário eles ficariam “Bom, isso são muitos pedaços de algo e parece que poderia dar certo. Nós não temos certeza do que você está fazendo.” Então você tem que ter o bastante para poder ter uma opinião realmente boa.
Muitos dos seus fãs são aspirantes a artistas; você pode definir seu processo de pesquisa antes mesmo de começar a escrever?
Depende do período que estou escrevendo, o presente ou o passado. Os livros históricos requerem mais pesquisas sobre coisas específicas, então eu diria para as pessoas que querem escrever mais no passado que tratem isso como um programa de imersão total, como se estivesse aprendendo outra linguagem. Para mim, eu li apenas livros e vendo filmes que se passavam na era Vitoriana por meio ano, lendo fontes primários de diversos materiais, e deu muito trabalho. Para os livros mais atuais, fiz mais pesquisas em mitologia, demonologia e angelologia. […] Para o último livro, pesquisei muito sobre a Caçada Selvagem. Sempre soube que gostaria de escrever sobre eles, mas de um jeito diferente, então eu diria que existem diversas fontes fantásticas para isso, pois quase tudo está em um domínio público. São mitos, e existem desde sempre, então temos uma base online enorme e bibliotecas com mitos e contos de fadas e coisas assim, então eu diria para fazer o melhor uso desses recursos possível.
Em The Iron Trial Callum e seus amigos têm 12 anos, e os seus Caçadores de Sombras normalmente têm entre 16 e 18. O que é mais fácil de escrever: pré-adolescentes ou jovens adultos?
Para mim, jovens adultos são mais fáceis. Holly é uma gênia com os mais novos. Nós começamos os livros e demorou um pouco para eu me acostumar com crianças de 12 e 13 anos, e quando me acostumei, comecei a amar. Tem algo muito divertido quando se escreve esse grupo de idade. Eles tem preocupações diferentes dos adolescentes mais velhos. Para esses, o romance e os relacionamentos são mais importantes; já para os mais novos, a importância da amizade, então muitas das coisas que você normalmente colocaria num romance, você coloca numa amizade e no drama dos melhores amigos. Eu usei isso enquanto escrevia Emma e Julian em Cidade do Fogo Celestial. Foi uma grande ajuda ter escrito Magisterium porque eu pude escrever sobre a relação deles e focar firmemente na amizade, mas ainda assim colocar um grande peso emocional.
SPOILERS DE CIDADE DO FOGO CELESTIAL!
Simon e os últimos capítulos de Cidade do Fogo Celestial. Por que? Por que ele tinha que perder as memórias?
[risos] Todos acharam que ele iria morrer, então pensei que ficariam felizes de que isso tenha sido tudo que aconteceu, ele perder as memórias.
Mas é tão triste, porque ele não lembra de Clary, Isabelle –
Eu sei, é triste, muito mesmo. Quando você escreve um livro com uma grande luta entre o bem e o mal, deve haver isso, a história precisa funcionar – se o bem quer vencer o mal, isso vai custar algo. Tudo na vida tem um preço. Para Clary e Isabelle foi perder Simon daquele jeito, e para todos os personagens também. E para Simon, foi perder o vampirismo e sua vida imortal, mas de certo modo, ele nunca gostou disso. Há um pensamento presente nos livros, que é Raphael dizendo “Você é um péssimo vampiro, você não sabe como é estar morto, você só quer passar o tempo com os outros Caçadores, e não com os outros vampiros”, e ele mesmo sempre diz que odeia ser um vampiro. Ele nunca gostou. Não houve uma parte da história que ele aparece dizendo “Ser um vampiro é maravilhoso!”. […] Desde o começo, eu pensei que Simon deveria se tornar um Caçador de Sombras no final da história, porque é obviamente o que ele quer e para onde está indo, mas pareceu fácil demais que no final todos dissessem, “Nós ganhamos a guerra e Simon é um Caçador! Por alguma razão!”
Então para ele, o que ele queria era ser um Caçador, ser parabatai de Clary, ter uma vida com Isabelle, se casar, ter filhos. E para ter todas essas coisas, ele teve que desistir da imortalidade e de ser um vampiro para realizar suas vontades, mas isso teve um preço: perder as suas memórias.
Eu estou muito feliz por ele. Mal posso esperar para ler Os Artifícios das Trevas, onde ele, se tudo der certo, vai ser um Caçador de Sombras, talvez casado com a Izzy ou noivo, ou até mesmo namorando sério.
Bom, nós definitivamente estamos ansiosas para escrever os contos, que estamos tentando chamar de A Academia Shadowhunter. Se Simon quer passar pela Ascenção e se tornar um Caçador, ele vai ter que ir para essa academia e aprender como é isso e passar pelo processo de treinamento. Então o que estamos trabalhando nas histórias é: “Como vai ser para ele passar pelo treinamento e no que isso afeta seu relacionamento com Isabelle? E para sua relação com Clary? Eles vão se tornar parabatai? Como os outros estão lidando com essa transformação? Como ele irá resolver as coisas com sua família?” Esses são os prontos principais da história, e nós também iremos ver alguns pontos do passado da Academia, porque ela existe há centenas de anos. Nós iremos ver James e Matthew e outros personagens que não imaginávamos aparecer outra vez, aparecendo –
Ragnor, Ragnor!
[risos]
[Sarah Rees Brennan] Nós temos uma idéia de colocar Ragnor.
[Cassie] É bem provável que ele faça uma participação.
[Sarah] Tem muito de Catarina Loss. Ela está sendo bem útil.
[Cassie] Sim, temos os jovens Will, Tessa e Jem indo atrás de Jack O Estripador, vai ser divertido.
Jocelyn e Luke estão casados agora. Qual o sobrenome de Jocelyn, e o Luke adotou oficialmente a Clary?
[risos] Luke adotou oficialmente Clary, e já que o sobrenome dele é inventado e Jocelyn não queria ter um sobrenome de Caçadora, ela manteve o Fray.