Autêntica e com presença notável, a influenciadora Amanda Souza chama atenção por onde passa, e isso não seria diferente ao participar do reality “Casamento às Cegas Brasil”, da Netflix, na segunda temporada. Participante que marcou o reality, a consultora de imagem trouxe importantes discussões sobre a quebra de padrões na indústria da beleza e na sociedade, e hoje mostra toda a sua bagagem de conhecimentos para as suas seguidoras.
+ Amanda Souza participa do especial Depois do Altar em Casamento às Cegas Brasil
Especialista em moda e autoestima, Amanda conquistou mais de 100 mil novos seguidores em poucas horas desde a sua estreia no programa, tendo retornado como apresentadora no episódio de reencontro da terceira temporada, ao lado de Klebber Toledo e Camila Queiroz. Sua história e seu modo de lidar com o seu estilo de vida movimentaram bastante todas as redes sociais, figurando entre os assuntos mais comentados no Twitter.
Em suas redes sociais, Amanda Souza divide com autenticidade e uma boa dose de descontração suas dicas de moda, beleza, estilo, modo de viver espontâneo e o seu quadro “Papel de troxa”, criado por ela e onde responde as perguntas de seguidores semanalmente. Nele, a consultora dá sua opinião sobre diversos assuntos, dentre eles relacionamentos amorosos, experiências vividas no cotidiano e discussões necessárias sobre preconceito e indústria da moda .
A consultora faz do seu manifesto “Não é sobre vestir, é sobre liberdade e identidade” a espinha dorsal do seu trabalho, empoderando outras mulheres com a sua marca registrada e, no início de dezembro, tivemos a oportunidade de bater um papo rápido com ela, em uma palestra sobre influência digital e o mercado publicitário em Taubaté, no interior de São Paulo. Confira:
Beco Literário: Sua experiência no Casamento às Cegas levantou debate para alguns pontos muito importantes na nossa sociedade. Como isso ressoa para você? A gente sabe que isso ganhou a mídia, fez burburinho, mas como foi receber isso como ser humano?
Amanda Souza: Quando eu entrei no programa, minha motivação foi, além de viver a experiência porque eu achei muito interessante, era mostrar que não tem corpos como o meu ocupando esses lugares. Como meu trabalho já era voltado para a autoestima, eu falei, bom, toda vez que meu corpo alcança um lugar que nenhuma mulher como eu foi, eu procuro estar para que outras mulheres sintam que são capazes, que é possível. Como eu falei (na palestra), a influência para mim vem desse lugar real e de propósito e eu já sabia que isso poderia acontecer. Porque é aquilo, eu não fiquei gorda para entrar no programa, eu sempre fui assim. Isso acontece comigo a vida toda. Depois do programa já aconteceu várias vezes. Eu já tenho um trabalho com a minha autoestima de muitos anos então era decepcionante, mas foi decepcionante amorosamente. Aquilo que aconteceu ali foi uma coisa que eu imaginava que poderia acontecer porque as pessoas são assim, infelizmente, é uma estrutura gigante que somos construídos e nem todo mundo quer se desconstruir e eu já sabia que isso poderia me acontecer. Encarei de uma forma tranquila porque eu lido muito bem com a minha imagem. A relação que eu tenho comigo mesma é muito boa. Em nenhum momento eu me culpei, me coloquei como errada. Como mulher, a gente foi ensinada que a gente precisa se adequar ao que o outro fez para você. Como ele te deixou, o que o mercado de trabalho fez porque você não está dentro de um padrão… Mas eu sempre estive fora dele. Eu sempre tive que trabalhar para isso. Me entender, me respeitar, me amar… Independente de. Então, isso não me abalou. Eu não imaginava que ia ter uma repercussão tão grande embora eu já trabalhasse com mulheres há bastante tempo e soubesse que o mundo inteiro é fora do padrão. Isso acionou gatilhos no mundo todo. Fiquei muito assustada e levei um tempo para conseguir lidar com tudo isso porque me machucou saber que tantas pessoas assistindo estavam machucadas. Sabe, trouxeram aquele sentimento ruim a toa? Não só mulheres, porque cada um tem a sua história. E sempre por essa busca insana por um padrão. Então na hora eu fiquei muito em choque e levei um tempo para entender que eu não tinha machucado as pessoas e sim, alertado de que isso existe mas que dá para se amar, se respeitar independente disso. A gente não tem que atender às expectativas de ninguém.
BL: Após o CAC, você é um grande case de alguém que transformou a visibilidade do programa em visibilidade pra sua carreira. Sabemos que muita gente que participa não consegue ter essa expertise. Qual foi a sua estratégia? Foi planejado?
Amanda Souza: É meio decepcionante porque não teve estratégia nenhuma (risos). Eu já criava conteúdo há muitos anos e eu sempre quis ter mais voz, alcançar mais mulheres. Meu trabalho não era voltado para a publicidade, era para impactar mulheres e falar miga, calma, vamos lá, está tudo bem, dá para ser feliz, dá para se sentir bonita porque beleza é construção, é subjetivo. Eu sempre quis que essa voz fosse maior. Então foi o universo que me deu. E eu comecei a falar para mais gente. Foi a única coisa que eu fiz. E aí, de novo, mantive tudo o que eu já fazia. Cada oportunidade que meu corpo fora do padrão tem de alcançar um espaço para as outras, eu vou. Então isso foi acontecendo sem estratégia, de forma natural.
BL: Agora, a pergunta que não quer calar (risos). Vimos que você vai estar no Casamento às Cegas – Depois do Altar. Como foi? Tem algum spoiler pra gente?
Amanda Souza: Foi tranquilo. Na verdade, o Depois do Altar é mais para mostrar como que a gente está, o que a gente fez, o que a gente não fez, quem separou ou se alguém se relacionou com outra pessoa do programa ou fora, se encontraram amor, se estão trabalhando… E claro, como toda festa, tem barracos (risos). Então, aconteceram alguns, é a única coisa que posso falar. Esse episódio é babado! Serviremos barracos. Ah, eu não, tá? (risos). Mas vocês vão assistir barracos.
BL: Tem alguma pergunta que você sempre quis responder mas ninguém nunca te perguntou?
Amanda Souza: Nossa… As pessoas sabem responder isso de bate e pronto? Menino… Não sei! (Risos). Esses dias me perguntaram se eu guardava papel higiênico pra cima e pra baixo e eu amei! Não sei cara… Sei lá, o que eu faço quando ninguém tá olhando, talvez seja uma pergunta interessante. E eu passo muita vergonha quando não tem ninguém olhando. Quando tem alguém olhando também… (risos). Mas, quando não tem ninguém olhando eu danço muito, o tempo todo, em casa, minha filha morre de vergonha, eu falo sozinha ou eu respondo em voz alta o que eu tô pensando, coisas de gente assim… Eu caio muito também (risos). Dentro de casa eu caio de escada, caio antes de entrar no Uber, caio saindo do Uber. Passo vergonhas abissais!
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