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Crônica: Não tenho medo de ser magoado

Não preocupe seus lindos pensamentos, as pessoas atiram pedras naquilo que brilha, e a vida faz o amor parecer difícil…
– Taylor Swift, Ours

Sempre tive muitos medos na vida. Medo de cair. Medo do desconhecido. Medo do amor. Mas tenho orgulho de dizer que um medo eu não tive. Das mágoas. Jamais tive medo de ser magoado, jamais me importei com isso. Porque depois de tantos tapas, aprendi que são elas que me fazem crescer.

Então eu nunca entendi muito bem as pessoas. Deixam de fazer as coisas com medo de acabarem magoadas. Tiram as tropas de jogo com medo de me magoar. Tentam me podar porque acham que vou sentir algo que não vou. Um aviso aos navegantes: eu me jogo de cabeça e não tenho medo da dor e das consequências. Sempre estive ciente delas.

Então por favor, não tente me proteger de algo que não preciso. Não tente entender o que se passa em mim, eu mesmo não entendo. Sem conclusões precipitadas, sem medo do erro. Não me importo com mágoas. Não ligo de sair machucado porque sei que as cicatrizes são uma espécie de troféu que me lembram da veracidade de tudo o que aconteceu.

Não tenho dez anos. Não vivo pela primeira vez. Já me reinventei muitas vezes e com certeza posso fazer isso de novo. Não tenho mais medo da mudança, não tenho mais medo de cair. Já me acostumei e cá entre nós, não me importo mesmo.

As pessoas deixam de fazer as coisas por temerem a mágoa. E por isso, perdem as melhores experiências da vida. Por puro medo do vazio. Medo de algo incerto, que nem sabem se vai acontecer. Dizem para eu não me jogar de cabeça, mas essa é a única maneira de zerar o jogo. E nunca fui aquele que pensa que o importante é competir. Vou competir, e vou ganhar se quiser. Porque não tenho medo da perda. E a partir do momento que você elimina certos medos da sua vida, a leveza vem de brinde com a felicidade. Talvez a mágoa lhe faça uma visita mas, se você não a teme, pode muito bem aceitar sua presença passageira.

Porque no final, nada fica. Tudo passa. Já disse que o tempo nunca fez nada para mim, mas ele me trouxe esse ensinamento. Vai passar, talvez ir embora e voltar, talvez sumir para sempre e te deixar perdido no limbo labiríntico das curvas do seu pensamento.

Mas vai passar – Se os fins são sempre iguais, por que não mudar os meios e aproveita-los o máximo possível? E então, na hora de assinar a múltipla escolha, você vai querer se dar ao luxo de não ter tentado?

Desculpa, mas eu não.

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