As palavras têm muita força. Por isso, devemos prestar atenção quando falamos algo, já que uma opinião inadequada sobre algo pode desestimular o processo de cada um. Isso acontece muito durante os incentivos que despertamos em nossos filhos ou na falta dele, no decorrer do aprendizado ou interesse por determinada atividade, principalmente a leitura de livros.
A leitura quando inserida desde cedo aflora a criatividade e o desenvolvimento cognitivo, além de nos ajudar a estabelecer outro nível de qualidade de interação com o nosso entorno. A última edição da pesquisa Retratos da Leitura no Brasil, de 2016, revela que crianças, adolescentes e jovens concentram as maiores proporções de leitores na população. Na faixa de 5 a 10 anos, 67% são leitores; o topo do índice está na faixa de 11 a 13 anos, com 84%; 75% entre os jovens de 14 a 17 anos; e 67% são leitores na faixa de 18 a 24 anos .
Diante do cenário de um mundo cada vez mais conectado, o trabalho dos pais em incentivar a conexão dos filhos com os livros fica cada vez mais desafiador, principalmente da adolescência em diante, como aponta a pesquisa. Porém, uma vez que o hábito de leitura seja inserido desde cedo, e os filhos sejam estimulados a ler não só livros recomendados por pais e professores mas também aqueles de sua livre escolha, há muito boas chances do gosto pela leitura perdurar por toda a vida. Por exemplo, temos visto um interesse crescente e espontâneo da juventude pelas obras de ficção de fantasia e thrillers.
Um dos grandes dilemas dos pais atualmente é conciliar a rotina de home office com as necessidades dos filhos. Nesse contexto, pode passar despercebida a necessidade de contribuir para que eles não percam o interesse pela leitura durante esse momento de pandemia, visto que em casa existem outras possibilidades de entretenimento (TV, videogames e internet). Assim, dialogar com os filhos é fundamental: converse com eles, fale sobre alguns de seus livros favoritos, o que aprendeu com eles, como a sua leitura mudou a sua vida para melhor; e demonstre interesse genuíno pelos livros que seus filhos estão lendo nesse momento .
Outra dica é organizar uma agenda em comum acordo com os filhos. Separe o horário da lição de casa, dos videogames, da conversa em família e da leitura. Sugiro também você se lembrar daqueles livros que te marcaram na adolescência e juventude e presentear seus filhos com eles. Você pode, inclusive, ler alguns deles junto com eles. Além de criar um vínculo maior pai/mãe-filho, também é uma estratégia interessante para despertar a curiosidade, potencializar a imaginação e ajudar no desenvolvimento deles para que se tornem seres humanos e cidadãos melhores.
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1 comentário
Quando eu tive minha primeira experiência como professor de Língua Portuguesa, que é uma disciplina responsável por apresentar os alunos ao mundo literário, fiquei chocado! A leitura da maior parte dos alunos das minhas três turmas era desanimador, a cada quarenta alunos, um ou dois (caso tivesse sorte) tinha o hábito de ler por amor a arte. Então comecei um projeto de desenvolvimento literário, fiz uma lista d leituras aproprias para a idade e que tivessem boas tramas para prender a atenção dos alunos, fiz esse trabalho durante um semestre juntamente com outros conteúdos, e posso dizer que 25% da turma passou a ter o hábito de ler por conta própria, e acabava lendo até mais do que u indicava, foi incrível, e isso foi uma das bases que mais me deu coragem de abrir o Gazeta!!!