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Resenha: Rainbow, M.S. Fayes

Rainbow Walker sempre se sentiu diferente das garotas da sua idade. Com um nome peculiar e uma família estranha, ela nunca conseguiu estabelecer vínculos ou manter muitas amizades. Agora, em uma nova cidade, ela terá de se adaptar a uma nova escola e rotina, ao mesmo tempo que precisa deixar sua introspecção de lado.

Mas Rainbow não está sozinha nessa jornada, já que uma pessoa inesperada entra em seu caminho, fazendo com que ela precise rever todos os velhos preconceitos em relação aos outros, obrigando-se a deixar as pessoas entrarem na sua vida.

Reviravoltas, conflitos familiares e toda espécie de desventuras típicas de uma adolescente no Ensino Médio não podem competir com o que ela menos esperava encontrar: o amor e a autodescoberta.

Por um minuto, enquanto lia o romance de M.S. Fayes, Rainbow (2017), pensei que a autora tinha visto alguma foto minha para se inspirar e escrever/descrever o Thomas, rs.

Mas não… Será??

Rainbow é o relato da vida de uma adolescente que tenta sobreviver ao retrato do colegial nosso de cada dia e o sistema que divide grupos de jovens entre os ‘populares’ e ‘não populares’. A bela e séria garota que dá nome ao livro, é uma jovem nem um pouco comum, já se reconhece prematuramente pelo nome. Filha de pais hippies, Rainbow e seus irmãos possuem nomes de eventos naturais: Sunshine e ThunderStorm.

“nós somos o que você poderia chamar de ‘uma família viajante’…” [p. 07]

Após se mudarem inúmeras vezes e dificultar ainda mais a sobrevivência no colegial, Rainbow demonstra ser uma garota com um único desejo: ser normal. O espaço é diversificado no decorrer da narrativa, mas é a escola o lugar sacro e elementar para os acontecimentos decisivos na vida de seus alunos.

Na nova escola, a garota novidade e não popular revoluciona o poderio das líderes de torcida e as mais belas do reinado escolar e conquista os “reis do baile”: Thomas e Jason. Incrível, não é? Uma garota que levou o título de estranha, mas que chamou a atenção do quarterback. Às vezes, a vida vira o jogo e tudo começa mudar, foi o que aconteceu com Rain.

Esse livro nos ensina que o normal não é um estereótipo a ser seguido, mas se encontrar nas próprias particularidades e aceitar a si mesma/mesmo com peculiaridades e incertezas; somos perfeitos na imperfeição e normal em nossas diferenças. Rain nos ensina isso ao nos contar sua história, pensamentos e sentimentos. Vejo o livro Rainbow como o diário de uma jovem adolescente em amadurecimento. Crescemos e amadurecemos com Rain.

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Resenha: Voraz, Bárbara Shênia

Clara é uma brasileira que tem um relacionamento complicado e cheio de traições com Eric. Todo o sofrimento causado pelas idas e vindas desse romance acaba afetando seu lado profissional e sua vida social. Após ser demitida e encontrar Eric mais uma vez com outra mulher, Clara decide retomar sua vida e, seguindo o conselho de uma de suas amigas, resolveu fazer uma viagem para a Grécia.

Assim que desembarca na Grécia, ela conhece Alexandros. Clara fica encantada com a beleza dele, mas ao mesmo tempo desapontada com sua arrogância, Alexandros, grego e multimilionário, a deseja no momento em que coloca os olhos nela, mas com medo de que ela se interesse apenas por seu dinheiro, ele tenta não se envolver e acaba sendo grosseiro.

Recheado de romance, ciúmes, intriga e cenas quentíssimas, Voraz envolve o leitor em uma viagem imaginária. É um dos seis livros que conta a história de cinco amigas. Clara, Alice, Lívia, Ana e Giulia vão fazer você viver junto com elas novos conceitos sobre sexo e aventuras na vida de mulheres contemporâneas, ousadas e românticas.

“se ela me deixou, a dor é minha só, não é de mais ninguém. aos outros eu devolvo a dor, eu tenho a minha dor. Se ela preferiu ficar sozinha ou já tem um outro bem. Se ela me deixou, a dor é minha, a dor é de quem tem. é meu troféu, é o restou, é o que me aquece sem me dar calor. se eu não tenho o meu amor, eu tenho a minha dor […]”

Zeus, para os gregos, ao partir para a criação decidiu fazer a mulher como o elemento mais raro e complexo. Não criou somente a ‘mulher’, mas a mulher porco, mulher raposa e a mulher abelha, e sim, estamos falando de uma mulher abelha bem especial.

“… outro tipo é feito da abelha: afortunado quem a tem; só ela merece ser isenta de culpa, os bens que ela administra irão prosperar; amiga do amado marido, envelhece em sua companhia…” [Voraz, p. 111]

O livro Voraz, escrito por Barbara Shênia, é o reflexo do tipo de mulher que idealiza um relacionamento estável, gostoso de se viver, bem apimentado como um caso adolescente, mas recíproco como um casamento forjado pelo amor eterno.

A personagem Clara, protagonista, viaja para Grécia com término de um relacionamento de vários anos de forma catastrófica na tentativa de se encontrar como era antes de Eric, o namorado ninfomaníaco que a traiu incansavelmente com várias mulheres.

O romance possui uma linguagem apimentada que registra na memória do leitor os detalhes íntimos de todas as situações de carinho intenso que Clara se encontra no decorrer de 348 páginas.

Clara se envolve com dois rapazes em sua caminhada em busca de mais amor próprio, Filippo e Alexandros, entretanto, é com Alexrandros que sua alma e corpo gemem.

O espaço do romance é diversificado, mas centralizado na Grécia – ilhas e outros principais pontos turísticos da terra dos deuses, local onde acontece a maior parte dos episódios, ás vezes engraçados e outros bem loucos, que Clara vive. Mas são citados Itália, Estados Unidos e Brasil.

Em relação ao tempo, a escritora nos deixa bem claro que toda a viagem de Clara leva trinta dias, um mês entre sua estadia na Itália até o seu conflito com Alexandros na Grécia.

O enredo é fantástico! Vale a pena descobrir!

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Resenha: Manual da Faxineira, Lucia Berlin

Pela primeira vez no Brasil, a obra de uma lendária contista norte-americana que vem conquistando cada vez mais leitores. Lucia Berlin teve uma vida repleta de eventos e reviravoltas. Aos 32 anos, já havia vivido em diversas cidades e países, passado por três casamentos e trabalhado como professora, telefonista, faxineira e enfermeira para sustentar os quatro filhos. Lutou contra o alcoolismo por anos antes de superar o vício e tornou-se uma aclamada professora universitária em seus últimos anos de vida. Desse vasto repertório pessoal, Berlin tira inspiração para escrever os contos que a consagraram como uma mestre do gênero. Com a bravura de Raymond Carver, o humor de Grace Paley e uma mistura de inteligência e melancolia, Berlin retrata (no Manual da Faxineira) milagres da vida cotidiana, desvendando momentos de graça em lavanderias, clínicas de desintoxicação e residências de classe alta da Bay Area.

 

Manual da Faxineira

Manual da Faxineira – Lucia Berlin

Manual da Faxineira é um daqueles livros que te surpreende. Não conhecia Lucia Berlin antes dele, e agora ela faz parte das minhas escritoras favoritas. O livro é uma série de contos sobre mulheres, o que já me deixou bem interessada pois apesar de ultimamente a literatura feminina ter crescido bastante, ainda faltam livros sobre a vida real, o cotidiano da mulher, sem romantizar, sem mistificar, sem “felizes para sempre”. E é exatamente isso que Lucia passa, histórias cotidianas, reais, que podemos nos identificar, entender como os personagens se sentem, e o mais importante, pelo ponto de vista de uma mulher.

“Senti um cansaço, uma tristeza imensa, por ela, por todas nós que estávamos naquela sala. Estávamos, cada uma de nós, sozinhas.”

As histórias tem um teor autobiográfico. Embora seja difícil tentar desvendar o que é ficção e o que é sua história, pois a maior parte seria baseada em suas experiências de vida. O que fica claro na narrativa, a maioria feita em primeira pessoa, por mulheres, todas protagonistas. Lucia traz tanto temas cotidianos, como temas políticos e polêmicos, com uma sinceridade difícil de se ver. Ao mesmo tempo em que ela aborda o dia a dia em um diálogo na lavanderia, ela fala sobre traumas, que vão desde o abandono até ao abuso sexual. E tudo de uma forma leve, simples e honesta. Ela não mistifica, não “enfeita” os acontecimentos, além de ter uma linguagem irreverente. O que os deixa mais interessantes, quando são  narrados pela autora.

“Mas o sorriso dela… não, era a sua risada, uma risada melancólica, gutural e cascateante que captava a alegria, deixava implícita a tristeza que existe em toda alegria e, ao mesmo tempo, zombava dela.”

O que posso dizer do Manual da Faxineira? É um livro sobre como ser mulher, sobre mulheres reais.  Eu, você, sua mãe, sua vizinha. É a nossa voz, o nosso sentimento, a nossa realidade. O exemplo real de sororidade, pelas incontáveis relações entre mulheres que o livro trata. Além de surpreendente, nos faz querer saber mais sobre essa escritora que conversa e transmite tanta empatia para com seu leitor.

“Fiquei circulando, não só incapaz de me enturmar, mas aparentemente invisível, o que era um misto de benção e maldição.”

O livro é extraordinário, daqueles que devemos ler com calma, apreciando cada história, cada personagem e suas nuances, vivenciar o sentimento narrado e o que se esconde entre as palavras. Como eu disse no começo, Lucia Berlin se tornou uma das minhas escritoras favoritas, porque é quase impossível não virar fã depois desse livro.

“As cicatrizes são brutais, horríveis, mas elas fazem parte de você agora. E você é mulher, sim, sua bobona! Sem o seu Afonso, sem o seu seio, você pode ser mais mulher do que nunca, você pode ser a sua mulher!”.

Sobre a autora: Lucia Berlin – Nasceu em 12 de novembro de 1936 no Alasca e faleceu em 12 de novembro de 2004, passou a sua infância e sua vida adulta se mudando. Viveu em diversas cidades dos EUA, do México e do Chile (Idaho, Arizona, El Paso, Oakland, Nova York, Cidade do México, Santiago, Colorado). Somente em 2015 que seus contos se tornaram uma febre. Deixou 76 contos publicados num total de 3 livros. O Manual da Faxineira, em um ano, foi traduzido para sete idiomas, foi eleito um dos 10 melhores livros do ano pelo New York Times. No Brasil, foi publicado pela Companhia das Letras.

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Resenha: Ninguém nasce herói, Eric Novello

Num futuro em que o Brasil é liderado por um fundamentalista religioso, o Escolhido, o simples ato de distribuir livros na rua é visto como rebeldia. Esse foi o jeito que Chuvisco encontrou para resistir e tentar mudar a sua realidade, um pouquinho que seja: ele e os amigos entregam exemplares proibidos pelo governo a quem passa pela praça Roosevelt, no centro de São Paulo, sempre atentos para o caso de algum policial aparecer. Outro perigo que precisam enfrentar enquanto tentam viver sua juventude são as milícias urbanas, como a Guarda Branca: seus integrantes perseguem diversas minorias, incentivados pelo governo. É esse grupo que Chuvisco encontra espancando um garoto nos arredores da rua Augusta. A situação obriga o jovem a agir como um verdadeiro super-herói para tentar ajudá-lo – e esse é só o começo. Aos poucos, Chuvisco percebe que terá de fazer mais do que apenas distribuir livros se quiser mudar seu futuro e o do país.

O Beco Literário foi convidado pela Editora Seguinte, pela primeira vez, a ler um livro antes de sua publicação original. Ninguém nasce herói, de Eric Novello, autor brasileiro que possui outros títulos como “Exorcismos, Amores e uma Dose de Blues” e “Neon Azul”, marcados pela fantasia.

Confesso que não conhecia o autor antes de receber o manuscrito para leitura, que no release já indicaba ser uma distopia young adult, mas que se passa em São Paulo. Opa, distopias são comigo mesmo.

Logo de início, já somos ambientados na história, onde o país enfrenta um regime ditatorial de um presidente chamado de O Escolhido, que se baseia no autoritarismo, fundamentalismo religioso e se me permite, um tanto de “anarquia controlada”, onde pessoas que defendem a “direita”, podem fazer como bem entenderem sob os capuzes da guarda branca.

Eu nunca havia lido uma distopia que se passa em locais conhecidos, já que muitos dos cenários que o livro mostra, eu já havia passado e conheço de longa data. É um pouco assustador, e ainda faz aquela conexão tênue (ou não) com a realidade política atual do Brasil. É um tanto impossível não ler certas passagens e pensar, “car*lho, estamos caminhando para isso.”

Nós conhecemos a história do ponto de vista de Chuvisco, o personagem que sofre com suas Catarses Criativas, que diga-se de passagem deram um ponto fantasioso a história com maestria, posso opinar com meu breve conhecimento de um semestre em Psicologia e seus amigos que entre um copo de chope e outro, tentam driblar o regime d’O Escolhido. As cenas são entrepostas durante as partes que considerei de maior ação e te deixa com um ponto de interrogação no início mas que logo é dissipado para dentro do olhar do garoto. O autor consegue te fazer sentir, como é experimentar do que o protagonista está vivendo.

Além dele, temos os personagens secundários (se é que seria justo chama-los assim), muito bem desenvolvidos e com suas tramas pessoais paralelas a trama principal muito bem desenvolvidas. É aquele tipo de livro que você percebe que o autor conhece sobre cada um que está escrevendo, não foi só tinta jogada no papel. O grupo de amigos de Chuvisco são um sonho para qualquer pessoa. Encaram muitos assuntos que a sociedade considera tabu, de uma forma bem aberta, como a sexualidade, o fato de um já ter sido apaixonado ou já ter ficado com o outro… E isso torna a história ainda mais verossímil.

Não é um livro de todo leve, porque assuntos como política, fundamentalismo religioso, sexualidade e até mesmo as batalhas travadas pelos jovens são impossíveis de ser tratados com leveza, por maior que seja a sutileza abordada. Ao meu ver, é uma crítica a nossa realidade no estilo Raphael Montes de ser: exacerbando alguns pontos para que olhemos e pensemos “como nunca percebi isso antes?

Confesso que Chuvisco me cansou em alguns pontos mas que foram facilmente compensados por outros com grande carga de conteúdo impactante que faz pensar e formar uma opinião. Acho que inclusive irei indicar esse livro para o meu professor de Filosofia do colégio, precisamos de mais adolescentes como Chuvisco, Amanda, Cael, Gabi e Pedro por aí, lutando pelos seus ideais sem se deixar abafar pelo ego e pelas artimanhas dos interesses midiáticos dos dias de hoje.

Depois dessa leitura, quero incorporar o protagonista e sair distribuindo exemplares dele na rua para que as pessoas pensem que independentemente de quão loucas sejam as ideias de quem está no poder, sempre haverão adeptos e apoiadores. Aquele ditado “cada louco com as suas loucuras” nunca foi tão falso já que cada louco, com certeza atrai adeptos para suas loucuras

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Resenha – O círculo, de Dave Eggers

Imagine viver em um mundo onde as pessoas se importam mais em registrar os momentos de sua vida ao invés de curti-los. Que o número de ‘likes’ em uma postagem seja mais relevante que o conteúdo da mensagem passada. Que o número de seguidores em uma rede social decida se você é ou não importante para os outros. Apesar de parecer que me refiro á um indivíduo em particular ou à uma determinada forma de estilo de vida atual, isso tudo é parte do universo do livro O Círculo, de Dave Eggers. Lançado no Brasil no começo de 2014, o mundo contado nesse romance sci-fi nunca foi tão próximo da vida real quanto é agora.

O livro conta a história de Mae Holland, uma jovem mulher, que até então, era uma funcionária pública e pouco ligava para seu perfil nas redes sociais. Tudo isso muda quando ela consegue uma indicação para trabalhar na gigantesca Círculo, localizada no Vale do Sílício onde todos almejam trabalhar. No começo associamos a imagem da empresa diretamente ao Google mas ao decorrer da história é notável que se trata muito mais do que isso: é o Google, Facebook, Periscope, Paypal, Twitter, Medium e mais um conglomerados de site em uma única empresa, causando um quase monopólio virtual. Não bastasse todo esse domínio online, a empresa ainda produz inúmeros gadgets que podem te ajudar a manter um acompanhamento diário da sua saúde a até mesmo registrar todos (quando eu digo todos eu me refiro a todos mesmo) os momentos de sua vida.

Para conseguir ascensão no novo emprego, Mae precisa que sua presença online seja mais impactante e que ela consiga atrair um número maior de seguidores: é aqui que a história começa. Para atrair mais pessoas em suas redes, Mae se torna uma mulher transparente, ou seja, ela transmite tudo sobre sua vida ao vivo para qualquer usuário do mundo, sendo daquelas pessoas que curte e comenta o status de todos seus amigos e está sempre online para interagir com eles; Caso ela não compartilhe algo de sua vida pessoal ou fique por fora de algum acontecimento que ocorre pela rede (algo como “não conhecer o meme do momento”) ela é repudiada por seus chefes. Fora isso, também utiliza os serviços que a empresa oferece para melhorar sua vida: compras on-line, reabastecimento automático de mantimentos para sua casa, monitoramento 24hrs da casa de seus pais e os mais variados tipos de serviços que te tornam refém de uma única empresa.

Ao decorrer do livro, é notável a alienação e lavagem cerebral pela qual passamos diariamente e sem perceber. O ex-namorado de Mae não a reconhece mais pouco tempo depois que a moça embarca nesta jornada profissional e tenta trazer ela de volta ao mundo off-line, porém uma vez que você começa a fazer parte disso é complicado sair.

Segredos são mentiras

Compartilhar é cuidar

Privacidade é roubo

Por que esse livro DEVE nos chamar a atenção?

Basicamente, ao fim do livro você se faz a seguinte pergunta: até onde temos direito de privacidade?

Compartilhamos coisas pessoais todos os demais com diversos desconhecidos e não sabemos o destino final dessas mensagens. Será que isso vai me prejudicar futuramente? Qual o limite disso tudo?

Hoje temos diversos dados nossos numa nuvem. Fotos, mensagens, áudios, arquivos pessoais. Estamos a mercê de algo, de alguém, mas de quem? Do que?

O Círculo tem uma narrativa bem preguiçosa. O livro é extenso e o que me fez ir até o fim foi seu excelente plot. A personagem não é das mais cativantes e diversos momentos dela sozinha, que dariam ótimos momentos para uma auto-reflexão, se tornam completamente desnecessários já que não contribuem com o seguimento da história. Apesar disso, não deixa de ser uma leitura extremamente recomendada para todos nós que estamos neste universo, acompanhando suas inovações e usando ferramentas cada vez mais sem limites.

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Vlog: Jantar Secreto com o Raphael Montes

Se você procura um livro para sofrer, pensar e ainda sentir um pouco de medo, nós temos uma indicação: Jantar Secreto, do Raphael Montes. Sangrento, visceral e bem denso, o livro trata de canibalismo, faculdade e outros temas bem próximos dos jovens de hoje em dia. Olha só a resenha no nosso canal do Youtube:

E aí, você já leu? O que achou?

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Resenha: Simplesmente Amor, Helena Andrade

Simplesmente Amor. Um amor que nem mesmo a perda da memória foi capaz de apagar.

Imagine encontrar o amor verdadeiro, vivenciá-lo em sua plenitude e depois perdê-lo nas entranhas da mente. Ao realizar uma viagem de férias à Europa, Alicia vive momentos que não só podem mudar seu futuro, mas também lhe trazem revelações do passado. Quando retorna ao Brasil, um acidente a coloca entre a vida e a morte, tendo como consequência a perda das lembranças. Sem consciência de suas experiências, ela retoma sua vida, casa com o antigo namorado e deixa o acaso conduzi-la. Porém, seu corpo começa a mostrar-lhe que existem mistérios por trás da amnésia, algo tão profundo que nem mesmo a perda da memória foi capaz de apagar.

Uma viagem inesquecível, um acidente, perda de memória, essa é receita perfeita!

A protagonista, Alicia está de volta da sua viagem de férias em Londres, cheia de novidades para contar. Quando um acidente muda completamente sua vida. Ela descobre que perdera sua memória recente e não se recorda nada sobre a viagem. Nem sobre o término com o namorado antes de embarcar. Se não bastasse isso, ela recebe uma notícia que vira sua vida de cabeça para baixo. No calor do momento, e por não se lembrar do término, ela aceita se casar com o ex-namorado Caio. E se vê tentando lidar com as lacunas que a falta de memória deixou, com o casamento repentino, com as mudanças na sua vida.

O tempo passa e Alicia percebe que não existem mais sentimentos entre ela e Caio, que cada dia estão mais distantes e infelizes. O sentimento de vazio, de que alguma coisa está faltando a persegue desde do acidente. A separação acontece e ela se vê tendo uma nova chance para recomeçar. Consegue um outro emprego e as coisas começam a dar certo. E num final de semana, em uma viagem a trabalho, seu caminho se cruza com o de Miguel e alguma coisa nela muda. Várias dúvidas, sensações, sentimentos vem à tona e ela se vê mais uma vez enfrentado mudanças e dilemas em sua vida.

Por que magoamos as pessoas que amamos? Será que é por que somos imperfeitos? Ou por julgarmos estar fazendo o melhor? O que sei é que ao buscarmos proteger o outro, também causamos sofrimento, ainda que não tenhamos intenção.

A escritora leva a história de uma forma atraente, sensível e bem romântica. O mistério no começo deu um ritmo ótimo a trama, o fato de nem o leitor saber o que aconteceu em Londres, criou uma empatia com Alicia, o sofrimento por não saber o que aconteceu, foi mútuo até o final. Todos personagens, desde os protagonistas aos secundários, são muito bem desenvolvidos, a leitura é suave e envolvente. O romance, as cenas românticas são definidas pelo título do livro, são simplesmente amor.

Tinha que admitir que algumas escolhas, por mais corretas que pudessem parecer, nem sempre nos levavam ao melhor caminho.

Alicia é uma mulher forte, consciente, uma profissional bem sucedida, apesar de ter vivido tantos altos e baixos. É aquela personagem que a gente se identifica. Ela se torna uma mãe maravilhosa,  mas seu único fracasso é o lado amoroso. Uma parte que gostei muito foram os pais de Alicia, que são um grande exemplo de casamento, de família e estão sempre por perto e são sempre muito compreensivos com ela.

O vazio em minha mente tornou-se o vazio em meu coração.

A mensagem mais importante do livro é sobre o Amor, de um modo geral, pela família, pelo amigos, pela vida. O amor é o que salvou a personagem, de todas essas maneiras, em vários momentos.

Para os apaixonados de plantão Simplesmente Amor  é “o” livro. Daqueles que nos restaura a fé no amor, que faz acreditar no destino e em segundas chances. Ele mostra que quando duas pessoas decidem lutar por um sentimento, a realidade é muito melhor que os contos de fadas.

Lembranças podem ser perdidas, apagadas mas os sentimentos ficam para sempre!

Obs: Para quem ama embalar sua leitura com música, no final do livro a autora deixou de presente uma playlist. Muito boa por sinal!

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RESENHA: A ÚLTIMA CAMÉLIA, SARAH JIO

“Às vésperas da Segunda Guerra Mundial, o último espécime de uma camélia rara, a Middlebury Pink, esconde mentiras e segredos em uma afastada propriedade rural inglesa.

Flora, uma jovem americana, é contratada por um misterioso homem para se infiltrar na Mansão Livingston e conseguir a flor cobiçada. Sua busca é iluminada por um amor e ameaçada pela descoberta de uma série de crimes.

Mais de meio século depois, a paisagista Addison passa a morar na mansão, agora de propriedade da família do marido dela. A paixão por mistérios é alimentada por um jardim de encantadoras camélias e um velho livro

No entanto, as páginas desse livro insinuam atos obscuros, engenhosamente escondidos. Se o perigo com o qual uma vez Flora fora confrontada continua vivo, será que Addison vai compartilhar do mesmo destino?”

A Última Camélia, de Sarah Jio, começa com uma pequena introdução narrada por uma personagem que não mais aparecerá no livro. Ela conta como uma rara camélia foi parar em suas mãos, uma camponesa que cuidava do jardim de uma nobre família inglesa, os Livingston.

Daí em diante o livro é dividido em capítulos intercalados, um narrado por Addison e outro por Flora. Ele segue essa estrutura narrativa até o fim. A primeira a conhecermos é Addison, uma jovem que vive em Nova York nos anos 2000, trabalha como paisagista e é casada há quase um ano com Rex Sinclair, por quem é apaixonada. O primeiro mistério é inserido logo de cara, quando Addison atende o telefonema de um homem de seu passado, que promete desmascará-la à Rex caso não receba uma quantia em dinheiro. Perturbada, Addison (será esse o seu verdadeiro nome?) decide aceitar um pedido do marido, e os dois vão passar algum tempo na Inglaterra, na mansão que a família Sinclair acabara de adquirir. A mansão Livingston.

Em seguida somos apresentados à Flora, uma jovem estadunidense que vive com os pais na Nova York de 1940. Com a padaria da família indo de mal a pior e o pai afundado em dívidas, a garota resolve aceitar a proposta de um vigarista que, sabendo de seus problemas financeiros, a rodeava insistentemente, prometendo uma grande quantia em dinheiro por um pequeno trabalho realizado em território inglês. Apenas no navio é que Flora, uma apaixonada por botânica, descobre qual a sua função: encontrar uma rara flor escondida há muitos anos nos jardins da mansão Livingston. Para isso, a jovem teria que trabalhar como babá das quatro crianças que lá viviam, enquanto procurava em segredo a Middlebury Pink.

O paradeiro da camélia, no entanto, não é o único mistério do livro. Quando Flora chega à mansão, Lady Anna Livingston havia falecido há pouco tempo, e apesar de a garota ser a responsável por cuidar das crianças, nunca ninguém a contava sobre como a tragédia havia acontecido. Lordes misteriosos, empregados que agem de forma estranha, livros com anotações quase indecifráveis… o clima de toda a narrativa é de mistério. E é bastante interessante a forma como as duas personagens principais, Flora e Addison, separadas no tempo por quase 60 anos, se deparam com as mesmas pistas e vão nos guiando dentro do imenso jardim da mansão.

Achei que não fosse gostar do livro quando iniciei a leitura, mas o ritmo que Sarah Jio deu à história é mesmo cativante, principalmente para alguém que, como eu, não consegue desviar o olhar de um mistério, seja ele uma clássica história de Sir Arthur Conan Doyle ou algo não tão clássico assim, tipo Gossip Girl.

O trabalho de edição da Novo Conceito é também muito bom, sem nenhum erro de digitação ou tradução e uma bela capa.

O que não gostei foi do mistério paralelo envolvendo Addison e Sean; achei muito forçado, exagerado mesmo. Pouco verossímil. Acho, ainda, que Jio se esforça demais para dar detalhes, deixando algumas descrições mastigadas demais. Se tem algo que já ouvi – ou li – muitos escritores falando é a regra do “Show, don’t tell”, ou seja, um escritor deve demonstrar, não simplesmente dizer. Melhor do que utilizar inúmeros adjetivos para descrever uma cena ou um sentimento, é mostrar como ele se dá, através de atitudes das personagens ou de metáforas que enriquecem a escrita e a leitura.

De qualquer forma, devorei o livro. Indico principalmente para quem gosta de mistério, e pode ser um bom começo para quem não tem ainda um hábito mais intenso de leitura.

Resenhas

Resenha: Boa Noite, Pam Gonçalves

Alina quer deixar seu passado para trás. Boa aluna, boa filha, boa menina. Não que tudo isso seja ruim, mas também não faz dela a mais popular da escola. Agora, na universidade, ela quer finalmente ser legal, pertencer, começar de novo. O curso de Engenharia da Computação – em uma turma repleta de garotos que não acreditam que mulheres podem entender de números -, a vida em uma república e novos amigos parecem oferecer tudo que Alina quer. Ela só não contava que os desafios estariam muito além da sua vida social. Quando Alina decide deixar de vez o rótulo de nerd esquisitona para trás, tudo se complica. Além de festas, bebida e azaração, uma página de fofocas é criada na internet, e mensagens sobre abusos e drogas começam a pipocar. Alina não tinha como prever que seria tragada para o meio de tudo aquilo nem que teria a chance de fazer alguma diferença. De uma hora para outra, parece que o que ela mais quer é voltar para casa

Boa Noite é o primeiro livro solo publicado pela publicitária e booktuber Pam Gonçalves que já havia publicado antes juntamente com mais três booktubers, Bel Rodrigues e os meninos do canal Pedrugo, o livro O Amor nos Tempos de #Likes.

Boa Noite irá trazer até nós a vida de Alina, uma jovem tímida e nerd que acabou de sair da casa dos pais pela primeira vez para morar em outro lugar, a República das Loucuras, uma república próxima a Universidade onde Alina irá estudar Engenharia da Computação. A partir daí a vida de Alina muda completamente, algo que ela já esperava, afinal de contas foi por isso que ela escolheu uma universidade longe de casa, por ter a esperança de que longe dali ela poderia ser quem quisesse, que poderia ser alguém totalmente diferente.

“Muita gente fala que a faculdade é a oportunidade ideal para escolher quem você quer ser. E não é que já estou vendo alguma verdade nessa afirmação?”

Ao chegar na república onde vai morar ela conhece seus novos colegas de moradia, Manu, Gustavo, Talita e Bernardo. O grupo que é bem diferente entre si logo se mostra cativante e aceita Alina de braços abertos fazendo de tudo para que ela passe pelas melhores experiências que uma caloura pode passar, conhecendo festas e caras pela universidade. É nessas festas que acontecem coisas que acabam mudando a vida de Alina não tão positivamente quanto ela esperava. Ao descobrir que várias garotas estão sendo abusadas durante as festas e que drogas estão sendo usadas para que todo o abuso seja realizado Alina se ver em um momento difícil da sua vida ao querer ajudar, mas sem saber o que fazer .

No meio de tudo isso Alina ainda precisa enfrentar o machismo em sua turma, composta quase que completamente por homens, que jorra piadas machistas e misóginas todos os dias com o intuito de fazer Alina e suas outras 3 amigas, as únicas mulheres da sala, desistirem do curso. Entretanto, ao se depararem com um desafio estabelecido por um professor, as garotas encontram não apenas uma oportunidade de provar para toda a turma que são sim dignas de está ali, mas também de ajudar as garotas que estão sendo abusadas na Universidade.

Confesso que Boa Noite foi uma grande surpresa para mim. Mesmo eu já tendo lido e amado o conto da Pam publicado em O Amor nos Tempos de #Likes antes de ler Boa Noite e também já ser um grande fã do seu trabalho, inicialmente com o blog Garota It e depois com o seu canal no youtube, peguei o livro para ler sem muitas expectativas, acho que por ser o primeiro livro solo dela acabei tendo um certo receio de criar muitas expectativas e no final não ter meus anseios satisfeitos. Mas foi aí que a Pam me surpreendeu.

Ao ver que o livro trataria de estupro e assédios dentro das universidades já comecei a me preparar psicologicamente pra enfrentar O drama, imaginei que fosse ser aquele tipo de livro que me faria mergulhar em melancolia e que acabaria de ler com aquele aperto forte no peito, porém a autora conseguiu retratar um tema forte de forma delicada. Por mais que seja uma discussão totalmente séria ela conseguiu trata-la com uma leveza que nos mostrou que isso pode sim ser um assunto debatido em qualquer momento, não apenas em rodas de discussões mais sérias, a cultura do estupro e o machismo pode e deve ser discutido no bar entre amigos, no intervalo da faculdade ou enquanto come uma pizza com os amigos.

Boa Noite nos mostrou também a força da sororidade, mostrou o quanto a união feminina trás benefícios. Vemos a força da mulher representada no despertar da Alina para a luta feminina dentro das universidades contra o machismo, a luta por poder ir em uma festa sem ser assediada, por poder dançar simplesmente porque gosta de dançar e não porque está se oferecendo para alguém. Vemos a força da mulher também representada na Manu que enfrenta fantasmas de um passado com abusos e preconceitos. Vemos a força da mulher em várias outras personagens marcantes criadas por Pam Gonçalves que nos mostram o quanto as mulheres necessitam ser fortes para colocarem os pés fora de casa ainda hoje e enfrentarem esse mundo que ainda tem muito o que melhorar. O livro trás, muito além dessas questões femininas, discussões sobre preconceito, homofobia e bullying, tudo isso com uma leveza que eu não imaginava que fosse encontrar ali.

A escrita de Pam é totalmente fluída e leve, ela aborda temas pesados de forma mais delicada entremeada de momentos divertidos para que possamos ver o avanço e o crescimento de Alina dentro dessa nova vida longe da família e em um lugar totalmente novo tendo que enfrentar os problemas do dia a dia de um universitário e as dificuldades de uma mulher em um mundo machista sem toda aquela carga pesada de uma drama que, apesar de trazer boas reflexões sobre o tema, não nos deixaria tão feliz com o final do livro como Boa Noite deixou.

No mais, o livro nos apresenta personagens cativantes, empolgantes e que nos fazem pensar sobre o que aconteceu com eles antes e depois de Boa Noite e torcer para que a Pam volte a escrever sobre eles um dia, não como uma continuação de Boa Noite, mas com seus próprios livros e histórias.

Se você quiser conhecer o canal da Pam deixo um vídeo dela abaixo pra vocês:

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Livros, Resenhas

Resenha: IT, Stephen King

“Todos flutuam aqui em baixo”… É assim que é conhecido It.

Essas são as últimas palavras que George Demborough ouve antes de morrer, mutilado por uma… Coisa. Uma coisa horrivel, metamorfa, que é também um palhaço chamado Pennywise.
30 anos depois, o estereótipo do palhaço monstruoso é um elemento comum nas obras de terror, mas na época foi uma novidade — e um grande susto pra quem leu e hoje diz que não consegue passar perto de um bueiro sem sentir calafrios.

“Quer um balão, Georgie?”

O livro conta a história de 7 amigos que enfrentam essa criatura macabra e quase onipotente não uma, mas DUAS vezes. São duas narrativas intercaladas: uma retrata a infância do “Clube dos Perdedores” como eles chamam a si mesmos; outra conta a história deles adultos, num segundo encontro com Pennywise, que está de volta na tenebrosa Derry.

Bill, Eddie, Ben, Richie, Stan, Bev e Michael desenvolvem uma amizade tão forte e verdadeira ao longo da história que você quase deseja ser amigo deles também. Cada um dos personagens tem personalidades marcantes e são essenciais não só para a história, mas para a construção de personagem de cada um dos outros. Eles literalmente não seriam os mesmos se não estivessem juntos.

“Talvez, pensou ele, não existam coisas como amigos bons ou ruins. Talvez existam só amigos, pessoas que ficam ao seu lado quando você se machuca e que ajudam você a não se sentir muito sozinho. Talvez valha a pena sentir medo por eles, sentir esperança por eles e viver por eles. Talvez valha a pena morrer por eles também, se chegar a isso. Não amigos bons. Não amigos ruins. Só pessoas com quem você quer e precisa estar; pessoas que constroem casas no seu coração.”

Da esquerda para a direita: Stan, Richie, Michael (atrás), Bill, Bev, Ben.

Vale a pena mencionar: Derry é maligna. Você vai aproveitar a obra bem mais se souber disso desde a primeira linha, desconfiando de tudo e todos que encontrar ao longo de suas 1104 páginas (sim, é monumental). Os protagonistas vão sentir isso na pele, ao sofrerem bullying e negligência, desde o valentão Henry Bowers até o farmacêutico Sr. Kleene. O que torna IT diferente da maioria das histórias de terror é justamente tratar de tais temas (inclusive a homofobia, o que é bastante corajoso para a época).

Outro tema da obra é o quanto você é definido pela sua infância — e principalmente pelos seus pais. Muitos medos e problemáticas dos personagens derivam de suas experiências nas suas casas, com pais controladores, ausentes, paranóicos ou até agressivos. E claro, também existe todo o lado metafórico da Coisa ( 😉 ). Um palhaço que assume a forma do que mais te assusta é uma forma genial de se tratar dos medos da infância, e como nós crescemos ao enfrentá-los. O “Clube dos Perdedores” são 7 crianças que enfrentam seus maiores medos e tornam-se adultos, seguindo suas vidas até que sejam confrontados novamente pela memória dos traumas que deixaram para trás.

Com uma narrativa envolvente, King não poupa palavras pra contar cada memória e momento crucial na construção de cada personagem central (e as vezes nem tanto) da trama. Diferente de alguns outros livros do autor, não tem muito o que cortar em IT que não fosse fazer falta de alguma maneira. Se no final do livro você estará vibrando pelos personagens e temendo por eles (ou, no caso de Henry Bowers, odiando), é justo pelo tempo que você passa acompanhando eles ao longo de sua jornada.

A esse ponto você já deve ter percebido que IT não ficou famoso por nada. Gostando ou não, é difícil contestar as qualidades técnicas e artísticas da obra, que consegue ser muito mais que um livro de terror: é uma história sobre crescer, e sobre a vitória do amor sobre o medo.

E também sobre um palhaço metamorfo assassino.

Tomando banho com o crush

Se você gostou, confere aqui o trailer do filme baseado na obra que vai sair em setembro de 2017, e o da adaptação original para a TV de 1990 aqui. Não esquece de compartilhar o texto! 😉