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Lançamentos de julho da Editora Draco

Um mês de férias não pode passar batido sem milhões de livros para preencher nosso vazio de inverno, né? A Editora Draco acaba de lançar dois livros incríveis que podem muito bem caber nas suas tardes de leitura. Como a Editora Draco dá maior visibilidade para escritores nacionais, nós do Beco Literário não poderíamos estar mais contentes com essas descobertas. Confira:

 

Boys Love – Os mistérios de Llyr, Dana Guedes e Ericksama

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Um amor mais profundo do que os mistérios do oceano

Julian vive em uma pacata cidade litorânea, mas nem as delícias da confeitaria onde trabalha podem adoçar os tristes e solitários momentos de quando não está em serviço.

Quando em um encontro do acaso conhece Llyr, um estranho garoto maltrapilho que vive nas ruas, sente que a sua vida nunca mais será a mesma. Sem entender por quê, Julian sabe que precisa proteger esse rapaz tão perdido quanto os próprios sentimentos. Pois Llyr precisa de um lar e de uma chance para sobreviver. Mas Julian precisa de algo mais. Enquanto se conhecem a cada dia, ele se percebe vasculhando cantos de sua alma que não imaginava poder redescobrir.

Boy’s Love – Os mistérios de Llyr é uma deliciosa história de amor de Dana Guedes (Boy’s Love – Flor de ameixeira) com desenhos de Ericksama. Quando a improvável relação começa a transbordar e mergulha os dois jovens em uma paixão arrebatadora, eles precisarão decidir entre a própria felicidade ou encarar a verdade sobre as suas existências. Mesmo que sejam imprevisíveis e implacáveis como os segredos do fundo do mar.

Medieval – Contos de uma era fantástica

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Uma viagem à época onde mora a fantasia

Por cerca de mil anos, a roda da História girou num ritmo vertiginoso: castelos e fortalezas se ergueram e foram destruídos, cidades se multiplicaram, guerras sangrentas se alternaram com períodos de paz. Migrações, invasões, o surgimento da imprensa e, por fim, as grandes navegações expandiram os limites do mundo. Tudo isso marca o período conhecido como Idade Média, que nos legou incríveis narrativas povoadas de seres mágicos, fadas, bruxas e encantamentos.

Foi esse imaginário que inspirou os autores de Medieval – Contos de uma era fantástica a contar suas histórias. Das cruzadas às invasões vikings, passando pela Espanha mourisca, Oriente Médio, China e pelo Japão dos samurais, todos os contos são ambientados em lugares do mundo real – um tempo em que o fantástico e o maravilhoso se mesclavam naturalmente aos eventos do cotidiano.

Organizado pelos especialistas em Idade Média e ficção histórica Ana Lúcia Merege e Eduardo Kasse, eles participam com contos cheios de magia ao lado de Melissa de Sá, A. Z. Cordenonsi, Roberto de Sousa Causo, Erick Santos Cardoso, Nikelen Witter, Karen Alvares e Helena Gomes.

Com este livro você viajará pelo tempo e pelo espaço, para essa época onde sempre se imaginam os mais incríveis mundos de fantasia. Num tapete mágico, num drakkar, num corcel de batalha — ou simplesmente nas asas de sua imaginação.

Contos:
Erva daninha – Melissa de Sá
O desejo de Pungie – A. Z. Cordenonsi
A clareira mágica – Roberto de Sousa Causo
Sacrifício – Eduardo Kasse
Kitsune – Erick Santos Cardoso
A dama negra e a donzela de palha – Nikelen Witter
O grande livro do fogo – Ana Lúcia Merege
A flor vermelha – Karen Alvares
Lenora dos Leões – Helena Gomes

Como se não fosse suficiente, a Draco ainda está divulgando novos comics. São os primeiros volumes de duas novas séries, então você não está atrasado. Dá uma olhada:

Dracomics Shonen, v. 1

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Conheça os heróis mais radicais em quadrinhos absolutamente épicos!

Influenciados por centenas de mangás e animes, autores brasileiros foram reunidos para criar suas próprias histórias em quadrinhos de aventura. O resultado são eletrizantes narrativas de fantasia e ficção científica influenciadas pelo estilo japonês.

Após uma disputada seleção, a Editora Draco escolheu oito mangás com os melhores elementos do gênero shonen. Entre os mundos criados estão: um garoto cuja única habilidade é mentir, um ônibus do além, um rei dos elementos, magos que manipulam a vida e a morte, um faroeste dominado pela física, uma caçada espiritual, um ladrão protegido pelo maneki neko e um torneio de luta entre contos de fada.

Em seu primeiro volume a Dracomics Shonen, organizada por Erick Santos Cardoso e Raphael Fernandes, traz os mangakás brasileiros Raoni Marqs, Rafael Santos, Wagner Elias, Jun Sugiyama, João Eddie, Rodrigo Ortiz Vinholo, Ericksama, Henrique S. Ribeiro, Eudetenis, Dulcelino Neto, Heitor Amatsu, Gabriel Rodrigues da Silva e Jonas Luiz da Silva Júnior. E eles mostraram que não devem nada quando o assunto é criar as mais divertidas aventuras.

Quack – v. 2, Kaji Pato

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Quando os mocinhos se ferram, só um grupo de garotas poderá salvá-los

Esse é o mundo da perna de pau e do tapa-olho! Os atrapalhados heróis caíram nas mãos de um dos mais terríveis piratas dos céus: o arqueroso Resmo. Sem seu avião e contando apenas com sua “esperteza”, eles serão servidos ao molho pardo. Quem poderá ajudá-los?

Enquanto isso, um grupo de garotas está planejando uma fuga milaborante. No comando estão a destemida Toscana e a rebelde Marte, que terão que enfrentar um navio infestado de homens maus e fedidos para escapar de serem vendidas. Será que nossos abestalhados amigos serão capazes de fugir dessa encrenca que cheira a pururuca e rum?

Quack é um mangá com roteiro e desenhos de Kaji Pato. Prepare-se para loucuras, risadas e diversão, mas acima de tudo uma história de aventura e amizade, que mostra a força do espírito livre e da imaginação.

Já me animei, e vocês? Nada melhor que um romance, histórias de época ou até mesmo quadrinhos para aquecer nossos corações sedentos por novidades. Valeu, Draco!

Resenhas

Resenha: Barba Ensopada de Sangue

Complexidade pode definir bem Barba Ensopada de Sangue, de Daniel Galera. É um livro de leitura agradável, porém trabalhosa. Conta à história de um professor de educação física, que ao visitar seu pai, é informado que o mesmo pretende se matar nos próximos dias, e faz um pedido: que após isso, ele sacrifique sua companheira de anos, a cachorra Beta. No meio desta confissão, o pai conta as aventuras do avô do rapaz no balneário de Garopaba, que acabou sendo “assassinado” pela população local anos atrás. E é aí que começa nossa jornada: com uma pulga atrás da olheira, o jovem resolve se mudar para a cidade com o objetivo de saber mais sobre o avo.

Após a morte de seu pai, o pedido que lhe foi feito não é realizado, e a cachorra Beta se torna a leal escudeira do professor, e nos aproximamos dela e seu atual dono. A forma como ela passa a acompanha-lo em todos os locais e a preocupação que um tem pelo outro, os laços criados de forma tão rápida nos atraí com muita facilidade.

O livro não é investigativo, e o a vida do personagem principal é tão bem contada, com ricos detalhes durante toda a trama, que em determinado momento esquecemos do plot inicial e somos imergidos no seu cotidiano. Seus jeitos, manias, forma de relacionar. Tudo rico em detalhes – ah, os detalhes! São muitos – e até por isso torna “Barba Ensopada de Sangue” um pouco cansativo a certo ponto. Com alguns paralelos dispensáveis, bastante coisa poderia ser resumida em algumas páginas, mas a intenção do autor foi justamente nos mergulhar no universo que ele criou e no fim, você consegue pensar “esse mergulho tão profundo em tudo que foi contato foi necessário”.

Não é uma narrativa que você mata em cinco dias ou duas semanas. Acredito que para ser prazeroso, ela deve ser consumido aos poucos, um pouquinho por dia. Eu demorei cerca de um mês e acho que foi o tempo ideal para absorver tudo. Daniel Galera é um dos mais promissores autores de nossa geração. Nascido em São Paulo, mas gaúcho de tudo tem outros títulos muito elogiados publicados, como “Mãos de Cavalo” e “Até o dia em que o cão morreu”. Barba é seu último lançamento, feito pela Companhia das Letras, em 2012 e não posso esperar pelo próximo. Leitura recomendada e com aviso: vão querer mais.

Resenhas

Resenha: Dias Perfeitos

Viradas marcantes, ritmo eletrizante e choques atrás de choques. Talvez essa pequena frase defina o que virá a sua cabeça após ler o intrigante romance Dias Perfeitos, de Raphael Montes.

Todos os elementos para um romance clássico estão logo ali no começo: Téo, um estudante de medicina jovem, bonito e responsável; Clarice, a garota descolada fascinada por cinema que está escrevendo o roteiro de um longa; o destino os colocando contra suas vontades em uma festa. Tudo ótimo, certo? Errado.

Após uma breve apresentação que demonstra personagens comuns, Dias Perfeitos nos joga várias reviravoltas de uma só vez e só confirma aquela frase que ouvimos desde pequenos: “as aparências enganam.”. Clarice desperta um amor doentio e psíquico em Téo, que após ver suas tentativas de aproximação não darem certo, o faz tomar medidas drásticas para ter a amada consigo, e com isso eu digo: dopar, sequestrar e trancafia-la. Eles embarcam em uma jornada por praias paradisíacas, chalés, viagens de carro pela costa carioca, mas tudo de um jeito bem alternado ao convencional.

Apesar de parecer tudo meio estranho e sem noção, é interessante o fato de que como todas as ações do personagem principal fazem sentido na sua cabeça, o que pode te deixar um pouco perturbado, de fato. O final é bem diferente do esperado, já que tudo caminha em uma direção e mais um plow-twist vem e faz isso mudar.

Ideal para aquele final de semana que você não tem muitos compromissos e quer se agarrar em uma história que vai ficar na sua cabeça e não te deixar em paz até acabar, afinal, essa já é uma característica do autor, que com seu livro anterior, Suicidas, também soube criar ganchos e uma história que não deixa o leitor escapar em nenhum momento. Ambos são bem parecidos em base, com a exceção de que Dias Perfeitos nos leva por um romance para contar sua (macabra) história.

Resenhas

Resenha: One Man Guy

One Man Guy é uma história que comprova a frase “os opostos se atraem,”, nos apresentando ao romance de Alek, que é um garoto armênio que tem uma educação extremamente rígida, e por conta do genocídio armênio sofrido por seus antepassados, tem como obrigação ser um garoto exemplar, tirando as melhores notas da classe, participando de turmas especiais (avançadas), frequentando a igreja aos domingos e estar sempre próximo de sua família e Ethan que é o garoto descolado, que anda de skate, mata aula para ir para Nova York se divertir e tem uma vida social bem agitada.

Os dois se conhecem quando no caminho da escola para casa, Alek resolve sair um pouco da rota e chega à pista de skate que Ethan frequenta, e por ser literalmente um outsider no local, é rodeado por garotos que não querem sua presença e tem sua pele salva por Ethan.  Após este incidente, os dois começam a se falar na escola e a ficarem mais próximos. Desesperado pelo que estava sentindo, Alek procura sua melhor amiga Becky, que confunde tudo o que o amigo está passando e tenta beija-lo, achando que ele estava apaixonado por ela, já que ele não deixou claro para ela que estava gostando de garoto, o que é um ponto bem interessante, pois Alek já tinha tido algumas namoradas no passado e até então não tinha descoberto sua sexualidade.

Não somos apresentados apenas a um romance gay, mas somos imersos pelas diferenças um dos outros, da paciência e tolerância necessária para se respeitar o próximo e ter assim uma relação bacana. É bom ver Alek se desprendendo de tudo e deixando de levar uma vida tão certinha e Ethan entendendo a importância de se preservar algumas tradições familiares e valorizar estes laços. Os diálogos com Becky são de um humor sutil e ela realmente parece uma amiga que todos nós temos: livre e desbocada. As constantes brigas com o irmão ou uma família que não nos compreende: todos os elementos da vida da maior parte dos jovens estão ali. Sem dúvidas é uma leitura prazerosa que com certeza você irá se identificar em alguma parte.

Atualizações, Resenhas

Resenha: Uma Vida Pequena, Hanya Yanagihara

As apostas ao Prêmio Putlizer esse ano estavam todas no segundo romance de Hanya Yanagihara, o badaladíssimo Uma Vida Pequena, porém, o mesmo não ganhou. Apesar das diversas nomeações à renomados prêmios da literatura, o livro dividiu opiniões de uma maneira tão extrema que a curiosidade por minha parte foi maior que acabei embarcando no navio que é a vida de Jude, Willem, JB e Malcom.

A história tem o ponta-pé inicial com a vida dos quatro amigos logo após a faculdade. A partir desse ponto, vamos acompanhando os dramas tanto da vida adulta deles, quanto os traumas de seus passados.

Falar sobre Uma Vida Pequena é o mesmo que falar sobre dor. Todo tipo de dor. Física e psicológica. Apesar de o livro falar sobre os quatro amigos, o foco das quase 800 páginas é em Jude, um homem que já passou por todo tipo de abuso existente. Sexual, físico e psicológico. É uma pessoa cheia de medos e angústia, acompanha-lo durante duas semanas foi um trabalho que me exigiu muita compaixão e muito estômago, pois não houve quase um momento sequer que ele não estivesse sofrendo. De início, a história é instigante, deixa o leitor curioso para saber o que se esconde por trás de tantas camadas que rodeiam aqueles personagens, mas depois, é torturante passar as páginas e ter medo do que nelas irá encontrar. Não que seja mal escrito ou que a história seja ruim, mas o conteúdo desse livro é tão forte, tão pesado que a cada revelação sobre a vida desses personagens é como um soco. Com o desabrochar do passado de Jude, eu ficava angustiado e enojado com cada palavra que eu lia. Foi duro ler o que uma uma criança teve de fazer para sobreviver, o que aguentou durante muitos anos e o que a assombrou quando adulta.

Além disso, todo o clima pesado do livro, Yanagihara faz uma descrição que beira ao sadismo. O que transpareceu durante toda leitura era que, mesmo demonstrando um assunto tão delicado, ela se deliciava ao mostrar ao leitor o tanto de sofrimento e dor que Jude havia sentido. E isso me deixou muito desconfortável.
Particularmente, acho que nunca vi ou ouvi falar de um livro que tratasse de tantos problemas que Uma Vida Pequena trata. Parece que Hanya Yanagihara quis fazer de Jude o Atlas que segura todo um mundo em suas costas.

Uma coisa que me desagradou em Uma Vida Pequena é que a sua premissa é baseada na amizade, mas no decorrer das páginas, acaba se perdendo e falando apenas sobre dor, dor e dor.

Seria hipocrisia minha se falasse que não gostei do livro, porque sim, eu gostei, e muito. Mas também o detestei. É muito sádico, muito cruel. Ao mesmo tempo que me comovi, me senti enojado.

Se você pretende ler Uma Vida Pequena, prepare-se para ler sobre pedofilia, auto-mutilação, depressão, abuso sexual, relacionamentos abusivos e auto-depreciação. Tudo isso vai sendo despido para o leitor no decorrer das suas pesadas e densas 784 páginas. Yanagihara não poupa ninguém. (Separem lencinhos para as duas últimas partes do livro, principalmente para a que se chama “Caro camarada”.)

Resenhas

Resenha: Aos 7 e aos 40, João Anzanello Carrascoza

Primeiro romance de João Anzanello Carrascoza, que já escreveu diversas publicações infantis, Aos 7 e aos 40 é um livro dividido em duas partes: uma que mostra o personagem aos 7 e outras 40 anos de idade, e alterna os capítulos entre isso. Sem seguir uma reta ou ordem para isso, o livro não especifica seu personagem principal, de modo que pode ser a narrativa do autor como de um tio, primo ou até de nosso pai de tão próximo que ele fica de nós após terminar a leitura.

O livro graficamente já é diferente. O papel se divide em dois tons: um verde mais claro e acinzentado, de modo que o texto sempre se alterna entre as cores do papel na troca de capítulos, e nas partes do personagem adulto ocorrem umas quebras de texto interessantes, que dão um quê poético ao que está sendo narrado, totalmente oposto da parte em que ele é uma criança.

As histórias de criança são uma base para as histórias adultas, são como se fossem dois lados. São paralelas, mas é notável o quanto o adulto se reflete na criança e o contrário. É como se uma decepção na infância estivesse preparando terreno para algo parecido ou até pior que estivesse por vir. São fatos corriqueiros, que acontecem o tempo todo conosco, com nossa família, amigos. É uma biografia linear e muito particular, ao menos na parte adulta.

É uma leitura rápida, porém de extrema sensibilidade, que nos faz viajar pelas nossas memórias e acaba se juntando ao personagem do livro. Despretensioso, traz de volta uma nostalgia pelas alegrias pequenas e simples de serem conquistadas.

Colunas, Livros

4 romances de Alencar que vocês devem ler

Me apaixonei por José de Alencar no Ensino Fundamental, quando fui obrigada a ler 5 minutos e A Viuvinha, e desde então foi amor a cada nova obra conhecida. A obra Alencariana começou a fazer parte do meu dia a dia, e quando vi já era íntima de Zezé – como costumo chama-lo. Devido a este amor e a vontade de apresentar o meu grande escritor para o mundo todo, separei 4 romances que vocês devem ler deste grande romancista brasileiro.

    • A Viuvinha   

”Carolina, que defendera por mais quatro anos a memória de seu marido, que resistira a todas seduções do mundo, sucumbiu à força poderosa desse amor puro e desinteressado. Carolina amou. Amava uma sombra morta. começou a amar uma sombra viva.”

Em A Viuvinha conhecemos Jorge, um jovem que após a morte de seu pai, herda toda sua herança. Com muito dinheiro no bolso e milhares de sonhos, assim digamos, ele sai por aí em busca de algo a mais e acaba gastando sua herança com tudo o que pode – e o que não pode. Até que um dia, cansado desta vida, resolve ir a Igreja em busca de uma resposta para seus tormentos, e conhece Carolina.

Acontece aquele clássico e clichê amor a primeira vista, e logo, nossos mocinhos estão noivos. Com o casamento marcado, Jorge descobre que seu saldo chegou no zero e que ele está falido. Nosso protagonista acaba se casando, mas logo após o casamento forja sua morte e vai para os EUA, tentar crescer na vida, juntar o que for preciso e depois, voltar para sua doce e amada Carolina.

 

    • O Guarani

“Os lábios vermelhos e úmidos pareciam uma flor de gardênia dos nossos campos, orvalhada pelo sereno da noite, o hálito doce e ligeiro exalava-se formando um sorriso. Sua tez alva e pura como um froco de algodão, tingia-se nas faces de um longe cor-de-rosa, que iam, desmaiando, morrer no colo de linhas suaves e delicadas”

Em O Guarani conhecemos Peri, um índio Aimoré que deixa sua tribo para viver junto de Ceci, moça branca, após seu pedido que acontecera quando nosso índio a salvou de ser acertada por uma pedra. O irmão de Ceci, D. Diogo, mata uma índia Aimoré e isso gera um ódio na tribo para com a família de D. Antônio(pai de Ceci e D. Diogo), ainda mais depois da tentativa da tribo em matar Ceci, que é interceptada por Peri.

Além dessa guerra contra os Aimorés, a família de D. Antônio ainda tem que tomar cuidado com um dos empregados, Loredano, que quer explodir a casa para ter acesso a uma mina de prata que se encontra abaixo dos aposentos, e ainda levaria consigo a jovem e adorável Ceci. Em meio a esses acontecimentos, acompanhamos o nascer do romance entre Peri e Ceci, e no final, um desfecho trágico e lindo.

 

    • Iracema

“Rumor suspeito quebra a doce harmonia da sesta. Ergue a virgem os olhos, que o sol não deslumbra; sua vista perturba-se. Diante dela e todo a contemplá-la, está um guerreiro estranho, se é guerreiro e não algum mau espírito da floresta. Tem nas faces o branco das areias que bordam o mar; nos olhos o azul triste das águas profundas. Ignotas armas e tecidos ignotos cobrem-lhe o corpo. Foi rápido, como o olhar, o gesto de Iracema. A flecha embebida no arco partiu. Gotas de sangue borbulham na face do desconhecido. De primeiro ímpeto, a mão lesta caiu sobre a cruz da espada; mas logo sorriu.”

Em Iracema vivenciamos o nascer do romance entre Iracema e Martin. Nosso casal se conhece quando Iracema está repousando em sua sesta e é assustada por um guerreiro. Assustada, lança uma flecha que o atinge. Ele não tem nenhuma reação ao ataque de Iracema e, que ao ver ele não possui nenhum tipo de má intenção, parte para acudi-lo. Nosso mocinho é levado para a tribo dos Tabajaras – a tribo de Iracema -, onde é acolhido pelo Pajé e como de costume, é recebido pelas índias mais donzelas da tribo. Ele as recusa e resolve partir, mas volta por pedido da morena dos ardentes amores, Iracema.  noite, passeiam pelo bosque e ficam muito próximos. Um guerreiro tabajara avista a proximidade dos dois. Ele tenta ferir Iracema e acaba ferindo Martim.

De volta para cabana, Martin avisa que irá partir e leva consigo uma rede que fora presente de Iracema, e ainda ganha um beijo da nossa índia, que mesmos sabendo que não pode ficar junto do jovem guerreiro, se arrisca a perder sua vida, sua inocência e sua pureza, por amor.

 

    • Senhora

”Aurélia concentra- se de todo dentro de si; ninguém ao ver essa gentil menina, na aparência tão calma e tranquila, acreditaria que nesse momento ela agita e resolve o problema de sua existência; e prepara- se para sacrificar irremediavelmente todo o seu futuro.”

Em Senhora conhecemos Aurélia Camargo, uma jovem simples e de bom coração, que se apaixona por Fernando Seixas quando mais jovem, mas vê seu ”felizes para sempre” ir por água abaixo quando o mesmo a troca por Adelaide, por dinheiro. Logo após este acontecimento, nossa mocinha vê sua vida transformada, quando o seu avô paterno vem a falecer e ela recebe toda sua herança.

Com um ódio gratuito guardado em seu coração especialmente para Seixas, ela o compra, sim, do verbo comprar mesmo. E se decepciona mais ainda, quando ele aceita casar-se sem saber com quem seria, apenas por dinheiro. Com isso, podemos dizer que o ”inferno astral” do nosso mocinho, começa, afinal Aurélia faz questão de fazer da sua vida um inferno durante o casamento de fachada que eles vivem. Até quando Seixas não aguenta mais, se arrepende e paga todas suas dívidas com Aurélia.

Estes são uns dos meus queridinhos dentre a obra Alencariana. Deixem nos comentários a opinião de vocês sobre estas obras e se possível, mais títulos de clássicos brasileiros que vocês já leram!

Resenhas

Resenha: Lucíola, José de Alencar

Independente e altiva, Lúcia, a mais rica cortesã do Rio de Janeiro, não se deixava prender a nenhum homem. Até conhecer Paulo. A partir daí, ela se vê totalmente entregue; tudo o que quer é permanecer junto dele. Esse romance passa a ser o assunto mais comentado na Corte. Os comentários chegam aos ouvidos de Paulo e o incomodam profundamente. Valeria a pena romper seu relacionamento só para manter a boa imagem diante das pessoas?.Um dos mais polêmicos romances de José de Alencar.

Nunca fui grande fã dos clássicos, até que no 9º ano do Ensino Fundamental, meu professor de literatura passou como leitura A Viuvinha e Cinco Minutos e foi aí que me apaixonei, não só por nossos clássicos da literatura, mas por José de Alencar. Principalmente, por José de Alencar. Depois veio Lucíola, que é sem dúvidas o meu romance romântico urbano favorito. E o grande livro desta resenha.

Em Lucíola, Alencar dá a voz à Paulo Dias, que conta, por meio de cartas, como começou seu relacionamento com uma mulher, Lúcia.

Paulo chega a cidade do Rio de Janeiro e logo é convidado por seu amigo, Sr. Sá, à Festa da Glória. E então seus olhos batem em Lúcia, que desde o primeiro momento arrebata seu coração. De início, nosso mocinho fica encantado com a beleza da nossa mocinha, mas nem sabia o que estava por trás de todo aquele charme.

Um dos grandes ”segredos” – nem tão secretos assim -, de Lúcia é que ela é uma meretriz – gostaria de dizer que depois que aprendi a falar meretriz, não parei mais.

Eles são apresentados por Sá, que já havia sido amante de Lúcia. E após saber dessas coisas, Paulo continua atrás da bela jovem, afinal, seu coração palpitava pela moça.

“Eu te amei desde o momento em que te vi! Eu te amei por séculos nestes poucos dias que passamos juntos na terra. Agora que a minha vida só se conta por instantes, amo-te em cada momento por uma existência inteira. Amo-te ao mesmo tempo com todas as afeições que se pode ter neste mundo. Vou te amar enfim por toda a eternidade.(…) Terminei ontem este manuscrito, que lhe envio ainda úmido de minhas lágrimas. Relendo-o, admirei como tivera a coragem de alguma vez, no correr desta história, deixar minha pena rir e brincar, quando meu coração ainda sente saudade, que sepultou-se nele para sempre. É porque, repassando na memória essa melhor porção de minha vida, alheio-me tanto do presente, que revivo hora por hora aqueles dias de ventura, como de primeiro os vivo, ignorando o futuro, e entregue todo às emoções que senti outrora. (…) Há seis anos que ela me deixou; mas eu recebi sua alma, que me acompanhará eternamente. Tenho-a tão viva dentro e presente no meu coração, como se ainda visse reclinar-se meiga para mim. Há dias no ano e horas no dia que ela sagrou com a sua memória, e lhe pertencem exclusivamente. Onde quer que eu esteja, a sua alma me reclama e atrai; é forçoso então que ela viva em mim. (…) Há nos cabelos da pessoa que se ama não sei que fluido misterioso, que se comunica com o nosso espírito. (…)”

De início, eles criam uma amizade, e após, acabam tornando-se amantes. Paulo não queria mais Lúcia como uma cortesã e percebe que a mesma, também não queria que ele fosse apenas mais um de seus ganhos ao longo da vida. E então, decidem iniciar uma relação que se mostra ser toda conturbada, cheia de brigas e términos, que sempre levavam a nossa protagonista de volta a sua vida de prostituta.

Na tentativa de deixar tal vida de lado, Lúcia se muda para ara uma casa mais simples no interior junto com sua irmã mais nova, Ana. E neste momento, que é um dos meus favoritos, nós vemos que o amor entre Paulo e Lúcia vai muito além de um amor carnal, torna-se algo espiritual, algo que só eles sentem e conseguem descrever. E neste momento, Lúcia conta para Paulo todos os motivos que a levaram até tal status na sociedade do Rio de Janeiro, tudo que passou e que a levou a torna-se quem se tornou.

Após tal confissão, ela descobre que está grávida, mas não aceita tal acontecimento. Ela acredita que seu corpo é sujo e não é capaz de gerar uma vida. E vem a falecer, deixando Paulo com a promessa de que cuidaria de Ana, sua irmã, até o dia de seu casamento.

Alencar me toca com sua escrita e a forma como descreve Lúciola – minha personagem favorita de toda obra Alencariana. O fato da nossa mocinha encontrar o amor e querer mudar de vida por ele, para ser feliz com ele, me toca de uma forma sem igual e inunda meus olhos de lágrimas. Sua busca pela autopiedade e esquecimento do passado é bonita e emocionante de se ver, pena que o final acabara sendo tão trágico, já que a mesma não consegue se perdoar por conta da sociedade que não sabe esquecer seus atos.

Colunas, Livros

Romance de época Vs. Romance Histórico

Sou uma grande fã de tudo que envolva grandes bailes, grandes vestidos, espartilhos, carruagens, cavaleiros, quadrilhas e uma sociedade regada de regras. Em outras palavras: romances de época.

Até pouco tempo, eu achava que romance de época e romance histórico era a mesma coisa. Mas após horas de leitura e pesquisa, vi que esses dois gêneros, por mais parecidos que sejam, há divergências. E é sobre isso que vamos falar hoje!

“Todos os romances têm uma história de amor central e um final emocionalmente satisfatório. Além disso, um romance pode ter qualquer tom ou estilo, ser definido em qualquer lugar ou tempo, e ter diferentes níveis de sensualidade indo desde doce a extremamente quente” – RWA (Romance Writers of America)

A partir dessa definição, temos os romances classificados em subgêneros: Romance Contemporâneo, Romance Erótico, Romance Religioso, Romance Paranormal, Suspense Romântico, Romance jovem-adulto, e Romance Histórico.

ROMANCES HISTÓRICOS

“Pode-se dizer que os romances históricos nasceram em princípios do século XIX. Eles visavam resgatar os hábitos, a linguagem, as leis e as estruturas político-sociais, econômicas, culturais e religiosas de tempos passados. Assim, com esse objetivo, os autores mesclam figuras reais e ficcionais em uma trama geralmente imaginária. A primeira obra deste gênero foi Waverley, de 1814, escrita por Sir Walter Scott”. (Fonte)

Resumindo: romances históricos são obras que retratam grandes momentos históricos, mas sem deixar o romance de lado. O cenário é embasado em situações reais que são o ponto de partida da trama.

Outros exemplos: Guerra e Paz de Liev Tolstói, As Crônicas do Rei Arthur de Bernard Cornwell, Série Os Romances de D’Artagnan: Os Três Mosqueteiros de Alexandre Dumas, Olga de Fernando Morais, E o Vento Levou de Margaret Mitchell, Anjos das Sombras de Karleen Koen, Os Mistérios da Coroa de Nancy Bilyeau.

ROMANCES de epoca

O romance de época tem como foco a fase inicial da paixão, podendo possuir cenas mais picantes, não havendo grandes tragédias ou dramas e os finais costumam ser sempre felizes. O mocinho retratado no livro geralmente é um homem macho alfa: bonito, rico, forte, conquistador e avesso a compromissos sérios. (Fonte)

Resumindo: romances de época são romances que usam determinados momentos históricos como uma ambientação, mas que o foco é maior no romance em si. O enfoque está nos costumes da época e em como isso influência e molda o romance.

Outros exemplos: Crônicas Vampíricas de Gardella de Colleen Gleason, A Linhagem de Camila Dornas, Anjo Mecânico de Cassandra Clare, Uma Semana Pra Se Perder de Tessa Dare, Ligeiramente Maliciosos de Mary Balogh, Sedução ao Amanhecer de Lisa Kleypas.

Atualizações, Filmes, Livros

Marvel Comics apresenta o novo Homem de Ferro

Tony Stark está deixando para trás seu terno/armadura e um novo herói em breve estará chegando, ou mais precisamente, uma nova heroína.

Depois de sugerir em teasers que Riri Williams seria a nova Máquina de Combate, depois da morte de Jim Rhodes em Guerra Civil II, a Marvel Comics foi mais longe e anunciou hoje (06), que a adolescente negra e um gênio da ciência, Riri Williams, vai assumir as empresas Stark na nova fase da série Invincible Iron Man, que começa com as reformulação de fim de ano dos títulos da casa, Riri será o próprio Homem de Ferro. Após se inscrever no MIT(Instituto de Tecnologia de Massachusetts) quando ela tinha apenas 15 anos, Williams construiu sua própria armadura do Homem de Ferro do zero em seu dormitório e imediatamente atraiu a atenção de Stark.

Falando em tempo, o escritor Brian Michael Bendis revelou que no final do enredo de Guerra Civil II, Stark estará afastando seu terno, e Williams, então, assumirá ele em tempo integral, embora a personagem  ainda não tenha decidido se vai ficar com o nome “Iron Man”.

riri williams Homem de Ferro

 

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