Categorias

Histórias

Al Jolson
Colunas

Blackface nunca foi teatro

É fato que vivemos em uma sociedade excludente e seletiva. A ideia de superar a supremacia branca está longe de acontecer e estamos observando o que parece ser um fluxo interminável de notícias sobre conflitos e violência relacionadas a racismo e discriminações adversas. Discriminações essas que tiveram origem há muito tempo atrás e são notadas historicamente em praticamente todos os setores da sociedade.

Uma prática que ficou marcada pelo cunho racista é o chamado blackface, comumente realizada em performances teatrais do século 19. Originário da caracterização de homens brancos como escravos africanos e negros livres, atiçou o imaginário americano e proliferou estereótipos que ainda hoje são sentidos. Cada grupo de imigrantes foi estereotipado no palco, mas a história de preconceito, hostilidade e ignorância em relação às pessoas negras tem segurado a longevidade única para as preconcepções raciais. Não raramente, os negros eram tidos como motivo de piada, de modelo inferior e chacota nas imitações de atores brancos.

Uma das apresentações mais famosas de Ministrel Jubilee, um dos maiores comediantes norte-americanos, em 1883.

Ainda que seja tratado por muitos como uma “prática teatral”, o blackface é sim uma forma de racismo. Foi levada a Broadway, aos cartoons e ainda é vista em produções holywoodianas, como é o caso do filme Nina, no qual Zoe Saldana fora fortemente maquiada para interpretar Nina Simone. Não estamos no século 19, e sim em 2016. É um tanto assustador que ainda hoje a indústria cinematográfica não forneça papéis de destaque para pessoas de pele escura. Por que, ao invés de pegar uma atriz claramente com traços brancos e maquiá-la, não deram a oportunidade para uma negra em um filme que, sobretudo, fala sobre uma figura de emponderamento? E por que mesmo quando conseguem se representar nos palcos, na TV, no cinema, ainda interpretam personagens tão estigmatizados?

NINA

Comparação entre a pele da atriz Zoe Saldana (acima) com a maquiagem feita na atriz para o filme Nina (abaixo).

Você pode não ter notado, mas é tão comum que é possível encontrar traços de blackface desde programas como Táxi do Gugu e Os Trapalhões até em filmes que moldaram a história do cinema, como O Cantor de Jazz e Lawrence da Arábia.

Cena de O cantor de Jazz (1927), um musical norte-americano. Na imagem podemos ver Al Jonson (esquerda) utilizando blackface na caracterização de seu personagem.

É preciso falar disso. É necessário contestar.

Blackface nunca foi teatro.  É uma ferramenta que inferioriza e perpetua a exclusão.

É ofensivo a todos aqueles que estão sofrendo por conta do racismo sistemático e enraizado, brutalidades e injustiças.

É um desrespeito àqueles que experienciam violência por conta da sua cor de pele ou de sua origem.

 

Autorais

Onde estão os nossos poetas marginais?

Nos anos 70, um grupo de jovens poetas inspirados pelo teor subversivo da poesia tropicalista, em atitude contrária aos padrões mercadológicos das editoras, começou a publicar suas obras em folhetos e até pendurados em varais, afastando-se do formalismo dos artistas da época e trazendo a tona o combate ao sistema padronizado e o debate político propiciado pela literatura. Seguindo uma contracultura expressiva dos anos 60, os autores dessa geração, dialogando com os poetas modernistas de 1922, fomentavam uma poesia primeiramente de cunho social e uma literatura incisiva, tornando-se os rebeldes que a ditadura censurava e os escritores que o mundo precisava ouvir. Sem rimas, com uma estética desconstruída e quebrando com o conservadorismo da literatura até então, esses artistas clandestinos, chamados então de poetas marginais, não se importavam com o politicamente correto e prescreviam altas doses de realidade para dentro da sua produção literária.

Nesse cenário, Chacal (pseudônimo de Ricardo de Carvalho Duarte) surge como um dos principais expoentes dessa literatura furtiva.

PREZADO CIDADÃO

colabore com a lei
colabore com o light
mantenha a luz própria

(CHACAL, 2007, p. 355)

Suas poesias, frequentemente minimalistas, contestavam o padrão de vida vigente, criticando a falsa simetria e o conservadorismo da ditadura de 1964.

EXP 

mal vc abre os olhos
e uma voz qq vem lhe dizer
o q fazer o q comer
como vestir

todos querem se meter
numa coisa que só
a vc compete:
viver a sua vida

deletar, destruir, detonar
esses atravessadores

a vida é uma só
e a única verdade
é a sua experiência

não terceirize sua vida
viva viva viva
essa é a sua vida

(CHACAL, 2007, p.106)

Simbolizando o quanto somos apressados nesse novo mundo de tecnologias com as abreviações dos substantivos presentes no poema, Chacal reflete sobre como a vida na verdade nos é imposta em vez de naturalmente vivida. Somos constantemente bombardeados com regras e normas (que geralmente não satisfazem a todos igualmente), acreditando que apenas assim poderemos viver harmonicamente em sociedade.

O apelo da contemporaneidade é esse: a literatura como instrumento de reflexão. Onde foram parar os nossos poetas marginais, que se escondem por de trás de tanta literatura rasa e sem motivo? Onde estão os contestadores dessa gaiola invisível que chamamos de sociedade?  Por onde andam os poetas desnudos dos padronizados formalismos para questionar os preconceitos velados e as ditaduras diárias sob as quais vivemos?

Um poeta para empoderar mulheres, destilar o racismo, o machismo e a homofobia para os quais fechamos os olhos e preferimos não ver. Onde estão os poetas que vão escancarar o que há de feio e grosseiro nesse mundo de amarras sociais, políticas e religiosas? Só nos resta esperar a clandestinidade virar roda de debate.

Autorais

Crescendo

Eu costumava detestar ser tratada como criança isso nos meus 10 pros 13 anos, me frustrava ouvir “Sai pra lá menina, isso é assunto pra adulto” Mal sabiam eles que quanto mais diziam isso mais eu forçava me reafirmar como a adulta formada que pensava ser naquela época.

Hoje, na fila do banco enquanto escrevo isso ouço um rapaz atrás de mim dizer “Senhora, a fila já andou. É  a sua vez” Fico perplexa ao ouvir  essas palavras, coisa que lá na minha infância me faria ficar deslumbrada vendo que alguém percebeu o quão evoluída eu sou e que de fato devo ser tratada como tal, me fez parar e pensar quando foi que eu cresci e me tornei mais uma adulta? Será que foi quando tive minha primeira aula de direção? Ou foi quando bebi pela primeira vez? Provavelmente deve ter sido naquele dia que disse pra minha mãe que iria pra uma festa e só voltei no outro dia, quem sabe até deve ter sido quando decidi morar sozinha. É engraçado como uma série de pequenas coisas acontecem de forma tão sutil que nem percebemos até chegarmos ao presente inimaginado por nossas versões mirins.

Avancei na fila e fui embora.

Colunas, Música

Para render: músicas que vão te ajudar a se concentrar

Tenho um péssimo costume de me distrair por qualquer coisinha enquanto preciso estar exercendo minhas funções. Sabe aquela lista de matemática ou aquelas atualizações do blog que precisam serem feitas? Todas vão para o espaço quando o celular vibra e diz que tem uma nova notificação no Facebook, que na maioria das vezes se trata de um convite para algum joguinho, mas que me faz dar uma voltinha pelo feed e quando vou ver, estou visitando páginas aleatórias. Assim, perdendo todo foco. Com isso, eu montei uma playlist no celular com o nome de ”Para render”, e resolvi compartilhar algumas das músicas que me ajudam na hora em que a concentração precisa ser nos exercícios ou até mesmo no trabalho.

Wicked Games – The Weeknd

Bring your love baby I can bring my shame

Bring the drugs baby I can bring my pain

I got my heart right here, I got my scars right here

As batidas de The Weeknd sempre me fazem querer ir além, seja lá em que eu esteja fazendo. Dá uma sensação de ”encaixar gostosinho” e me faz produzir muito mais.

 

Angels – The xx

And everyday

I am learning about you

The things that no one else sees

And the end comes too soon

Like dreaming of angels

Angels é aquela musiquinha para se acalmar e fazer a lista de exercícios de matemática de boa, sem errar os números e confundir os sinais.

 

Zero – Liniker

A gente fica mordido, não fica?

Dente, lábio, teu jeito de olhar

Me lembro do beijo em teu pescoço

Do meu toque grosso, com medo de te transpassar

Se tem uma pessoinha que ao cantar me ajuda a produzir muito mais, esta pessoa é Liniker. Ainda mais com Zero, uma música tão maravilhosa que me faz criar posts para o blog rindo, brincando, sem ver o tempo passar.

 

Habits (Stay High) – Tove Lo

You’re gone and I got to stay high

All the time to keep you off my mind

High all the time to keep you off my mind

Quando se trata dos meus deveres de física, eu prefiro algo mais animado. E é aí que entra músicas como Habits, que tem um poder de fazer que meu cérebro trabalhe mais rápido e com que os resultados finais dos cálculos sejam válidos.

 

Open Arms – RKCB

Will you be my shelter?

Will you be my open arms?

Will you be my shelter?

Will you be my open arms?

E para finalizar o post, RKCB com ”Open Arms” que é uma música que eu ouço já no finalzinho do dia, quando o que eu mais quero é deitar e dormir, mas ainda tenho aquelas listas de tarefas para o próximo dia.

Gostaram da minha seleção? Se quiserem ouvir essas e mais outras musiquinhas que me ajudam a produzir mais, vocês podem encontrar  a playlist na minha conta no Spotify.

Colunas, Livros

4 romances de Alencar que vocês devem ler

Me apaixonei por José de Alencar no Ensino Fundamental, quando fui obrigada a ler 5 minutos e A Viuvinha, e desde então foi amor a cada nova obra conhecida. A obra Alencariana começou a fazer parte do meu dia a dia, e quando vi já era íntima de Zezé – como costumo chama-lo. Devido a este amor e a vontade de apresentar o meu grande escritor para o mundo todo, separei 4 romances que vocês devem ler deste grande romancista brasileiro.

    • A Viuvinha   

”Carolina, que defendera por mais quatro anos a memória de seu marido, que resistira a todas seduções do mundo, sucumbiu à força poderosa desse amor puro e desinteressado. Carolina amou. Amava uma sombra morta. começou a amar uma sombra viva.”

Em A Viuvinha conhecemos Jorge, um jovem que após a morte de seu pai, herda toda sua herança. Com muito dinheiro no bolso e milhares de sonhos, assim digamos, ele sai por aí em busca de algo a mais e acaba gastando sua herança com tudo o que pode – e o que não pode. Até que um dia, cansado desta vida, resolve ir a Igreja em busca de uma resposta para seus tormentos, e conhece Carolina.

Acontece aquele clássico e clichê amor a primeira vista, e logo, nossos mocinhos estão noivos. Com o casamento marcado, Jorge descobre que seu saldo chegou no zero e que ele está falido. Nosso protagonista acaba se casando, mas logo após o casamento forja sua morte e vai para os EUA, tentar crescer na vida, juntar o que for preciso e depois, voltar para sua doce e amada Carolina.

 

    • O Guarani

“Os lábios vermelhos e úmidos pareciam uma flor de gardênia dos nossos campos, orvalhada pelo sereno da noite, o hálito doce e ligeiro exalava-se formando um sorriso. Sua tez alva e pura como um froco de algodão, tingia-se nas faces de um longe cor-de-rosa, que iam, desmaiando, morrer no colo de linhas suaves e delicadas”

Em O Guarani conhecemos Peri, um índio Aimoré que deixa sua tribo para viver junto de Ceci, moça branca, após seu pedido que acontecera quando nosso índio a salvou de ser acertada por uma pedra. O irmão de Ceci, D. Diogo, mata uma índia Aimoré e isso gera um ódio na tribo para com a família de D. Antônio(pai de Ceci e D. Diogo), ainda mais depois da tentativa da tribo em matar Ceci, que é interceptada por Peri.

Além dessa guerra contra os Aimorés, a família de D. Antônio ainda tem que tomar cuidado com um dos empregados, Loredano, que quer explodir a casa para ter acesso a uma mina de prata que se encontra abaixo dos aposentos, e ainda levaria consigo a jovem e adorável Ceci. Em meio a esses acontecimentos, acompanhamos o nascer do romance entre Peri e Ceci, e no final, um desfecho trágico e lindo.

 

    • Iracema

“Rumor suspeito quebra a doce harmonia da sesta. Ergue a virgem os olhos, que o sol não deslumbra; sua vista perturba-se. Diante dela e todo a contemplá-la, está um guerreiro estranho, se é guerreiro e não algum mau espírito da floresta. Tem nas faces o branco das areias que bordam o mar; nos olhos o azul triste das águas profundas. Ignotas armas e tecidos ignotos cobrem-lhe o corpo. Foi rápido, como o olhar, o gesto de Iracema. A flecha embebida no arco partiu. Gotas de sangue borbulham na face do desconhecido. De primeiro ímpeto, a mão lesta caiu sobre a cruz da espada; mas logo sorriu.”

Em Iracema vivenciamos o nascer do romance entre Iracema e Martin. Nosso casal se conhece quando Iracema está repousando em sua sesta e é assustada por um guerreiro. Assustada, lança uma flecha que o atinge. Ele não tem nenhuma reação ao ataque de Iracema e, que ao ver ele não possui nenhum tipo de má intenção, parte para acudi-lo. Nosso mocinho é levado para a tribo dos Tabajaras – a tribo de Iracema -, onde é acolhido pelo Pajé e como de costume, é recebido pelas índias mais donzelas da tribo. Ele as recusa e resolve partir, mas volta por pedido da morena dos ardentes amores, Iracema.  noite, passeiam pelo bosque e ficam muito próximos. Um guerreiro tabajara avista a proximidade dos dois. Ele tenta ferir Iracema e acaba ferindo Martim.

De volta para cabana, Martin avisa que irá partir e leva consigo uma rede que fora presente de Iracema, e ainda ganha um beijo da nossa índia, que mesmos sabendo que não pode ficar junto do jovem guerreiro, se arrisca a perder sua vida, sua inocência e sua pureza, por amor.

 

    • Senhora

”Aurélia concentra- se de todo dentro de si; ninguém ao ver essa gentil menina, na aparência tão calma e tranquila, acreditaria que nesse momento ela agita e resolve o problema de sua existência; e prepara- se para sacrificar irremediavelmente todo o seu futuro.”

Em Senhora conhecemos Aurélia Camargo, uma jovem simples e de bom coração, que se apaixona por Fernando Seixas quando mais jovem, mas vê seu ”felizes para sempre” ir por água abaixo quando o mesmo a troca por Adelaide, por dinheiro. Logo após este acontecimento, nossa mocinha vê sua vida transformada, quando o seu avô paterno vem a falecer e ela recebe toda sua herança.

Com um ódio gratuito guardado em seu coração especialmente para Seixas, ela o compra, sim, do verbo comprar mesmo. E se decepciona mais ainda, quando ele aceita casar-se sem saber com quem seria, apenas por dinheiro. Com isso, podemos dizer que o ”inferno astral” do nosso mocinho, começa, afinal Aurélia faz questão de fazer da sua vida um inferno durante o casamento de fachada que eles vivem. Até quando Seixas não aguenta mais, se arrepende e paga todas suas dívidas com Aurélia.

Estes são uns dos meus queridinhos dentre a obra Alencariana. Deixem nos comentários a opinião de vocês sobre estas obras e se possível, mais títulos de clássicos brasileiros que vocês já leram!

Colunas, Livros

Romance de época Vs. Romance Histórico

Sou uma grande fã de tudo que envolva grandes bailes, grandes vestidos, espartilhos, carruagens, cavaleiros, quadrilhas e uma sociedade regada de regras. Em outras palavras: romances de época.

Até pouco tempo, eu achava que romance de época e romance histórico era a mesma coisa. Mas após horas de leitura e pesquisa, vi que esses dois gêneros, por mais parecidos que sejam, há divergências. E é sobre isso que vamos falar hoje!

“Todos os romances têm uma história de amor central e um final emocionalmente satisfatório. Além disso, um romance pode ter qualquer tom ou estilo, ser definido em qualquer lugar ou tempo, e ter diferentes níveis de sensualidade indo desde doce a extremamente quente” – RWA (Romance Writers of America)

A partir dessa definição, temos os romances classificados em subgêneros: Romance Contemporâneo, Romance Erótico, Romance Religioso, Romance Paranormal, Suspense Romântico, Romance jovem-adulto, e Romance Histórico.

ROMANCES HISTÓRICOS

“Pode-se dizer que os romances históricos nasceram em princípios do século XIX. Eles visavam resgatar os hábitos, a linguagem, as leis e as estruturas político-sociais, econômicas, culturais e religiosas de tempos passados. Assim, com esse objetivo, os autores mesclam figuras reais e ficcionais em uma trama geralmente imaginária. A primeira obra deste gênero foi Waverley, de 1814, escrita por Sir Walter Scott”. (Fonte)

Resumindo: romances históricos são obras que retratam grandes momentos históricos, mas sem deixar o romance de lado. O cenário é embasado em situações reais que são o ponto de partida da trama.

Outros exemplos: Guerra e Paz de Liev Tolstói, As Crônicas do Rei Arthur de Bernard Cornwell, Série Os Romances de D’Artagnan: Os Três Mosqueteiros de Alexandre Dumas, Olga de Fernando Morais, E o Vento Levou de Margaret Mitchell, Anjos das Sombras de Karleen Koen, Os Mistérios da Coroa de Nancy Bilyeau.

ROMANCES de epoca

O romance de época tem como foco a fase inicial da paixão, podendo possuir cenas mais picantes, não havendo grandes tragédias ou dramas e os finais costumam ser sempre felizes. O mocinho retratado no livro geralmente é um homem macho alfa: bonito, rico, forte, conquistador e avesso a compromissos sérios. (Fonte)

Resumindo: romances de época são romances que usam determinados momentos históricos como uma ambientação, mas que o foco é maior no romance em si. O enfoque está nos costumes da época e em como isso influência e molda o romance.

Outros exemplos: Crônicas Vampíricas de Gardella de Colleen Gleason, A Linhagem de Camila Dornas, Anjo Mecânico de Cassandra Clare, Uma Semana Pra Se Perder de Tessa Dare, Ligeiramente Maliciosos de Mary Balogh, Sedução ao Amanhecer de Lisa Kleypas.

Colunas

5 maneiras simples de ganhar o coração de um booklover

Para quem observa de fora, um booklover (ou amante de livros), pode parecer uma pessoa evasiva por ser muitas vezes encontrado nos cantos de bibliotecas ou livrarias segurando uma pilha oscilante de livros. Eles também podem ser encontrados em cafeterias ou recantos de leitura, respirando através de pilhas de livros com uma caneca de café na mão.

Como abordar, então, uma destas reclusas criaturas, conhecê-los e até conseguir ganhar seu coração?! É realmente meio difícil fazer o diálogo acontecer quando estão ambos sentados em casas separadas, lendo o mesmo livro, mas incapazes de discuti-lo porque vocês estão tragicamente e romanticamente separados. Afinal, se você é um amante de livros, livros são, provavelmente, um dos melhores relacionamentos na sua vida.

Mas não tenha medo. Embora um booklover pareça um selvagem que só vai tirar os olhos de seu livro se um personagem literalmente rastejar das páginas e puxa-lo junto em uma aventura (o que é parcialmente verdade), há várias maneiras de fazer um booklover parar de escrever-se em um livro: olhando sua prateleira, sentado pacientemente enquanto ele lê.

Aqui estão algumas dicas e truques para fazer amizade e até mesmo ganhar o coração de um amante de livros:

1. Compre-nos um livro, em vez de bebida

Você poderia se aproximar de um booklover e pedir para comprar-lhe uma bebida. Ou você pode pedir para comprar-lhe um livro. Se você fizer o último, o booklover vai ler o livro e então você terá algo para conversar sobre na próxima vez que vocês saírem. Porque se você é cortês o suficiente para se oferecer para comprar a alguém um livro, em vez de uma bebida, provavelmente haverá uma próximo encontro.

 

2. Leia nosso livro favorito e fale sobre ele conosco

A maioria dos amantes de livros ama duas coisas: ler e falar sobre o que leram. Então se você tem um amigo ou alguém que ama ler, leia o seu livro favorito. Fale sobre isso com ele. Porque se um livro é o favorito de alguém, esse alguém vai ter muito o que dizer sobre isso. E ele provavelmente vai querer falar sobre o livro em qualquer oportunidade que receber. Pontos bônus para a leitura de um livro obscuro que eles vivem falando que ninguém mais vai ler.

 

3. Escreva para nós uma lista de recomendações literárias

Existe algo mais romântico do que alguém entregando-lhe uma lista de recomendações de livros? Claro que não. E se as suas recomendações são adaptadas para preferências e aversões específicas do seu amigo? Melhor ainda.

 

4. Fique em casa e leia conosco

Às vezes, booklovers querem sair. É um mito quando se diz que um leitor só quer ficar em casa e ler vinte e quatro horas por dia, sete dias por semana, o tempo todo. Alguns de nós são extrovertidos e apreciam sair e socializar, acredite! Mas, também é verdade que muitos amantes de livro podem querer ficar em casa se eles estão no meio de um livro muito, mas muito bom. Então, se você realmente quer conquistar o coração de um leitor fique em casa e leia com ele.

 

5. Aprenda com personagens literários

Em caso de dúvida, use as linha de um livro. Porque você sabe quem escreveu essas linhas? Booklovers. Então você sabe quem vai amar essas linhas? Booklovers. Afinal de contas, é uma verdade universalmente reconhecida que não tem como você se dar mal com uma ou duas citações literárias bem colocadas.

debates políticos
Colunas

Guia prático sobre como não transformar debates políticos em brigas

Como todos nós sabemos, o Brasil passa por momentos muito complicados, política e economicamente falando. Nos meus quase 20 anos de vida (ta bom, eu sei que não é muito), nunca vi algo parecido, uma polarização tão forte, discursos acalorados, ódio, raiva e tanta incerteza quanto ao nosso futuro.

Claro, que o Brasil já passou por momentos muito piores antes, mas para mim, não passavam de relatos históricos, e por mais que eu ame história, não é a mesma coisa que viver o agora, não saber o que vai acontecer amanhã, sentir e presenciar os acontecimentos. A cada dia uma notícia nova aparece nos jornais, e nem sempre são boas (na maioria das vezes são péssimas, na verdade), e é tão difícil encontrar imparcialidade na mídia, que é difícil saber o que é verdade e o que está sendo manipulado.

Porém, o que me deixa mais chocada é esse clima de rivalidade, desse “eu vs. eles”, “esquerda vs. direita”, “coxinhas vs. petralhas”, é completamente maluco, amigos começam a brigar por terem posições políticas diferentes, familiares deixam de se falar, e uma simples conversa se transforma em discussão.

Fazer debates políticos é absolutamente normal e saudável, no ambiente acadêmico a gente faz isso o tempo todo, mas esses dias algo muito bizarro aconteceu.

Eu estava na recepção de uma clínica médica, esperando ser atendida, e na televisão estava passando a chegada da tocha olímpica em Brasília. Na época, Dilma ainda exercia o cargo e estava participando da cerimônia, quando uma mulher disse (quase gritando): “Deviam pegar a tocha e botar fogo nessa mulher! Aí ela morria logo”, fiquei surpresa não só com o comentário dela, mas com as outras pessoas que estavam na recepção, que concordaram com ela e disseram coisas ainda piores, disfarçados de comentários políticos.

Então começou a briga, quem odeia a Dilma e era a favor do impeachment (quando não a morte dela) versus quem era contra, mesmo que não gostasse do governo, e um terceiro grupo, composto por eu e minha mãe, que “fizemos a egípcia” e não falamos nada.

Mas por que eu estou falando tudo isso? Com certeza você já presenciou uma discussão dessas, ou mesmo participou de uma, estando de um lado ou de outro, isso não vem ao caso. Motivada por esse tipo de situação, resolvi fazer um guia prático sobre como se comportar em debates políticos, ou em qualquer debate ou conversa na verdade, e não deixar que se transforme em briga.

1) A opinião de seu amigo nem sempre é igual a sua e nem por isso, ele deve virar seu inimigo;

2) Respeite a opinião alheia, por mais absurda que ela te pareça, e que te deixe com raiva, guarde ela dentro de você, chegue em casa e jogue o travesseiro na parede e tome um banho quentinho, ok?;

3) Deixe a pessoa falar, escute o que ela tem a dizer, não tente interrompê-la ou falar mais alto, para que ela desista de terminar o que tem para falar ou pior, comece a falar mais alto para ser ouvida;

4) Discurso de ódio não é opinião;

5) Comentários preconceituosos, machistas, homofóbicos, desrespeitosos, fascistas, intolerantes de qualquer espécie, não são opinião, são só babaquices mesmo, que mostram que quem os fala têm preguiça de pensar ou é mau caráter;

6) Jamais leve um debate para o lado pessoal, nunca, nunquinha, nunca mesmo;

7) Se você não conhece muito sobre um assunto, esteja aberto ao novo, escute seu amigo, queira aprender com ele, pesquise depois sobre o tema, não vá cuspindo o que você acha que é verdade, se você não tem muita informação sobre o assunto;

8) Contra argumento religioso não há discussão, pois são dogmas. Em debates políticos não há espaço para religião, já que o Estado é laico. Lugar de falar sobre religião é na igreja, no culto, no templo, em casa, com os amigos, na política não, imagine se cada pessoa tentasse impor sua religião, seria impossível fazer qualquer coisa, como se chegaria a um consenso?;

9) “Vai pra Cuba!”, “Cadê a louça pra lavar?”, “Seu petralha/coxinha!”, “Tá com dó? Leva pra casa!” não são argumentos, nenhum deles faz sentido, são só expressões clichês ditas e reproduzidas sem a menor reflexão. Se você quer mostrar que não tem capacidade intelectual, então pode falar, mas não creio que você queira mostrar isso;

10) Leia, leia e leia. Essa é a única maneira de se construir argumentos lógicos, racionais e livres de preconceito. É assim que se forma uma opinião. Aliás, esteja aberto a mudar de opinião, nós mudamos constantemente, o que fazia sentido antes, pode não fazer mais. Como dizia Raul Seixas: “eu prefiro ser essa metamorfose ambulante, do que ter aquela velha opinião formada sobre tudo”.

Autorais

Esta Noite

Agora, eu deveria somente fechar os olhos toda vez que alguma memória nostálgica passasse pelos meus pensamentos. Aos poucos, fui percebendo que por todos os lados eu poderia ver uma memória de qualquer um, e que desta vez, eu que escolheria qual lembrança seria.
Do mesmo modo que tudo que ele me deu ficou guardado em mim, me fez crescer, dentre todos os momentos bons que eu recordo, e isso me faz sorrir de vez em quando porque não é sempre que eu me deparo com sentimentos assim. Mas eu gosto de pensar que eu tive um sonho, e esse sonho que já era sonho antes de ser real, virou sonho novamente.
Eu já não me sinto mal quando a saudade decide aparecer, e a esperança de tudo voltar a ser um dia o que era é só uma forma carinhosa que eu tenho de lembrar do passado, daquele rio que eu mergulhei quando era mais nova, e que não existe mais.
E quando eu acordo nos dias frios e eu lembro do seu calor, eu tenho mais certeza de que tudo que aconteceu foi maravilhoso e me fez ver coisas que outro alguém não seria capaz de me mostrar. Eu sou muito agradecida pelos dias que passamos juntos, pelo seu verão, pelo meu outono e a nossa primavera… Mas agora é inverno, e eu esfrio mais a cada dia, o que me conforta ao longo dos meses que se passam, é que eu sei que todo momento em que meu coração abraça ele eu perco o medo de ser quem eu sou, medo este, que o tempo levou, junto com ele.

Colunas

3 músicas para se apaixonar por Pentatonix

Pentatonix é um grupo estadunidense a cappella composto por cinco integrantes: Scott Hoying, Kirstin “Kirstie” Maldonado, Mitchell “Mitch” Grassi, Avriel “Avi” Kaplan e Kevin “KO” Olusola. Eles venceram a terceira temporada do programa The Sing-Off, da NBC em 2011, cantando um maravilhoso a cappella de Eye Of The Tiger. O grupo ganhou US$200.000 e um contrato de gravação com a Sony. E recentemente, ganharam meu coração.

Eu poderia juntar todos os motivos que fizeram me encantar por eles, mas acho que me faltariam palavras, por isso, deixo para que vocês descubram por conta própria através destas 3 músicas que escolhi, as quais tenho certeza que os farão se apaixonar por eles.

Can’t Sleep Love

Can’t Sleep Love foi a primeira música que ouvi do grupo e foi a única que precisei, afinal, me encantei logo de cara. A batida é envolvente e a letra é fácil de aprender, além de ser uma fofura. O refrão é aquele clichê que não vai sair da sua cabeça e o clipe é todo coloridinho, o que torna tudo muito mais amor.

Sing

Sing é outra música com uma batida envolvente e que vai grudar na sua cabeça como chiclete. Toda vez em que escuto tenho vontade de afastar todos os móveis e dançar até ela acabar. No caso, cantar, haha.  Sabe aquele dia em que você está mal e precisa levantar o astral? Não tem música melhor do que Sing.

The First Noel

Sei que não estamos no natal, mas não tem como não se apaixonar por The First Noel e rezar para que dia dezembro chegue logo e dê ainda mais sentido a essa linda melodia. O clipe é tão lindo e essas vozes, meu Deus, cada vez mais belas!

E vocês, já conheciam Pentatonix? Se sim, deixem nos comentários o nome da sua música favorita deste grupo. E se não, deixe nos comentários uma indicação para nós, afinal, é sempre bom renovar nossas playlist.