O tempo voa. Frase extremamente clichê, frase extremamente verdadeira. Cada segundo estamos mais velhos, cada segundo mais próximos da morte. O que você vai ter feito de bom quando sua hora chegar? Quais serão suas marcas no mundo? Para quem você viveu?
As pessoas não entendem mais valores. Todas sabem que o dólar ultrapassou os três reais, ou o quanto a gasolina está cara. Mas ninguém sabe o valor real de uma pessoa, isto é, se ainda existe algum. Se não nos tornamos também, escravos das nossas próprias transações.
Ninguém sabe o valor de uma palavra. O valor de um gesto simples. O valor de um por favor, o valor de um bom dia. Sou fã dos bons dias, antes de qualquer Olá. O valor de carga que essas duas palavrinhas trazem é inigualável. Bom dia. Desejo-te um bom dia. Não um dia bom, médio. Mas um bom dia, um ótimo dia. Além de cumprimento, traz uma carga de desejos, uma carga de amor ao próximo, uma carga de solidariedade, uma carga de compreensão…
As pessoas não querem perdoar. Nem a si mesmas.
Perdoar é uma virtude que exige zero rancor. Você deve ter o coração puro para perdoar verdadeiramente. O coração de uma criança. E são poucos que passam pela adolescência mantendo a visão de mundo de uma criança. Aquela visão de enxergar a coisa mais especial do mundo em um cenário ridiculamente efêmero.
Arrependimentos vem e vão, pessoas pisam no teu calo. Você perdoa. Mas não esquece. Não põe uma pedra no acontecimento. Você carrega a pedra na sua mochila, e mente dizendo que a descartou. Na primeira desavença, você atira a pedra no olho da pessoa. Esperteza? Duvido muito. É necessária muita burrice para não perdoar.
O destino prega peças engraçadas. Deus parece nos manipular como um grande jogo de tabuleiro. E não digo isso como uma coisa ruim, por mais que possa parecer. O universo é um grande tabuleiro, se preocupando de menos com os grãozinhos de poeira que somos. Mas de grão em grão, a galinha enche o papo. De grão em grão, o que é teu gravita ao teu redor, sempre.
Uma poeira move a outra. Mas para uma poeira ter se mexido primeiro, alguém tocou nela. Seja o destino, seja Deus, seja quem você quer acreditar… Crenças não importam. Há algo que nos move, algo maior do que podemos sequer imaginar.
“Me traz um vestido preto? Eu adoro preto.”
Acordar com a mente nublada querendo chover pelos olhos é completamente compreensível. Acordar querendo um colo que você jamais terá novamente. Um consolo que ninguém próximo é capaz de te dar. Mas que um estranho pode te oferecer com um aperto de mão, um sorriso banguela ou até mesmo com um olhar.
Quando seus olhos chovem amargamente aquela água salgada e nenhum colo vem ao teu encontro, saiba que tem algo muito maior esperando por você. As pessoas te observam. Você não sabe esconder o que se passa dentro de você por mais que assuma a máscara do sorriso colgate. Tristeza não é sorriso. Tristeza é o que os olhos passam, o que o corpo transborda e o que a união das suas palavras passam. E poucas pessoas sabem distinguir isso. Ainda assim, algumas pessoas te decifram e cá entre nós, não é uma maravilha quando, mesmo sem saber, alguém te diz exatamente o que você precisa ouvir? Aquela chama no seu âmago se reascende, queimando e aquecendo cada sentimento morto ali.
Viver de novo é revigorante. Morto por um pensamento, ressuscitado por alguém que jamais verá novamente.
São as coisas efêmeras as que possuem mais valores. Um sorriso. Uma piscadela. Uma mensagem no Whatsapp. Uma mudança no tom de voz, que seja. Um dia que amanheceu cinzento e nos deprime.
As pessoas achavam estranho. Passado e presente reunidos numa mesma mesa.
Dê valor a efemeridade. Dê valor a simplicidade.
Quebre a cara mais de uma vez. Depois você conserta. Parta seu coração. Depois você junta de novo. Viva sem medo das consequências, perdoe como se não houvesse amanhã. O clichê de pode não vir, um dia será verdade. Só assim, você saberá que está verdadeiramente vivo.
Não tenha medo de errar. Não tenha medo de se desculpar. Não tenha medo de perdoar. Nada dá certo se não der errado. O que é teu sempre gravita ao teu redor. Pode ir pra longe, mas volta. Não com uma aceleração de 9,8 m/s², mas volta. O que é seu sempre volta.
O que é verdadeiro sempre volta. Por mais que suas esperanças tenham sido dizimadas.
O frio na barriga, o coração pulando contra suas costelas, aquele aperto no estômago… Tem algo melhor que viver além de uma respiração e outra?
Fotos sem fins lucrativos.
Caso haja objeções entrar em contato em [email protected].
Título do projeto baseado no livro “Um sorriso ou dois”, de Frederico Elboni.
Associação Humanitária Amor e Caridade
Rua Cônego José Bento, 579, 12308-530 – Jacareí
Contato – Faça sua doação