A Netflix divulgou a programação para o mês de setembro e seus destaques. Como já sabemos, setembro é o mês em que a maioria das séries retornam com novas temporadas recheadas de episódios inéditos, além de disponibilizar novas séries originais no streaming.
Setembro nem chegou, mas já consideramos pacas!
Para os fãs que não aguentavam mais esperar pela volta de suas séries preferidas, como Gotham, Marvel’s Agents of S.H.I.E.L.D, Greys Anatomy, Once Upon a Time, Jane the Virgin, How to Get Away with Murder irão ter suas temporadas atualizadas. Entre as séries originais está o lançamento da 3ª temporada de Narcos.
Nos lançamentos dos filmes estão Amor.com, A escolha Perfeita 2, Ted 2, o longa Insurgente entre outros. Ainda, para quem curte especiais musicais, serão lançados George Harrison: living in the material world, Foo Fighters: back and fourth e Whitney: can I be me, contado sobre as trajetórias, as músicas e os sucessos desses artistas.
Confira a lista com as novidades do catálogo do mês de setembro na Netflix:
Séries
1º de setembro
Aquarius (1ª e 2ª temporadas)
Gotham (3ª temporada)
Grey’s Anatomy (13ª temporada)
Jane the Virgin (2ª temporada)
Marvel’s Agents of S.H.I.E.L.D. (4ª temporada)
Narcos (3ª temporada)
Once Upon aTime (6ª temporada)
Pokémon the Series: XYZ (1ª temporada)
8 de setembro
Bojack Horseman (4ª temporada)
Greenhouse Academy (1ª temporada)
15 de setembro
American Vandal (1ª temporada)
16 de setembro
How to Get Away with Murder (3ª temporada)
22 de setembro
Fuller House (novos episódios)
25 de setembro
DC’s legends of tomorrow (2ª temporada)
Star Trek: Discovery (1ª temporada)
Supergirl (2ª temporada)
29 de setembro
Big mouth (1ª temporada)
Filmes
1ª de setembro
Amor.com
Neve Negra
Papéis ao Vento
4 de setembro
A Escolha Perfeita 2
Ted 2
8 de setembro
#RealityHigh
15 de setembro
First They Killed my Father
20 de setembro
The Divergente Series: Insurgent
22 de setembro
6 dias
Amores Canibais
29 de setembro
Nossas Noites
Especiais Musicais(documentários)
1ª de setembro
Surfar Por Uma Nova Vida
3 de setembro
Whitney: Can I Be Me
5 de setembro
Marc Maron: Too Real
15 de setembro
Foo Fighters: Back and Forth
George Harrison: Living in the Material World
19 de setembro
Jerry Before Seinfeld
Tá ansioso? Conta para a gente qual é o seu filme e/ou sua série preferida na Netflix!
A produtora Endemol Shine Brasil anunciou recentemente a versão brasileira do reality showRuPaul’s Drag Race. A notícia vem gerando muita especulação dos fãs e da mídia em torno dos detalhes dessa novidade. Segundo o F5, a própria RuPaul vem ao Brasil para participar da atração. Sua presença é garantida, pelo menos, no primeiro e último episódios. Porém, a intenção da drag queen, que produz e apresenta a competição nos Estados Unidos, é estar presente em todos os episódios.
Ainda é incerto como a Endemol vai levar ao ar a edição brasileira do programa, comandada por uma americana. A hipótese mais provável é que a apresentadora seja dublada, semelhante ao que a Record TV fez com o Cake Boss. Há também a possibilidade de um co-apresentador brasileiro.
(Divulgação)
A coluna da Folha de S. Paulo também apurou que duas emissoras manifestaram interesse em transmitir o reality show: a Band, que atualmente exibe o MasterChef Brasil, também produzido pela Endemol, e o canal pago Multishow, que já exibiu uma das temporadas do programa.
RuPaul’s Drag Race é uma competição entre drag queens, onde as participantes testam suas habilidades em maquiagem, costura, canto, dança, talento, humor e personalidade. A vencedora recebe o título de America’s Next Drag Superstar. Em 2018, o programa vai para a sua décima temporada na televisão americana.
Nas indicações ao Emmy Awards desse ano, a atração recebeu oito nomeações, entre elas a de melhor programa de competição. Em 2016, RuPaul venceu na categoria de melhor apresentador de reality show na mesma premiação.
Hoje a internet parou quando um fã americano de High School Musical produziu um trailer com cenas de outros filmes dos atores da série, formando o que seria uma prévia de “Once A Wildcat”, uma reunião de HSM que seria lançada no ano que vem. Imagina só que demais? Olha só:
esse trailer falso de hsm 4 tá causando mesmo sendo editado por um fã, fandom wildcat vivíssimo pic.twitter.com/af1Zjum7oP
Lembrando que esse trailer é feito por um fã, e não é oficial! Nele, a história teria avançado dez anos e mostraria a vida dos protagonistas agora.
Não há nenhuma notícia ou probabilidade de um filme novo da série de High School Musical (infelizmente), por isso, não confundam as coisas! É apenas para deixar na vontade mesmo.
E vocês, o que acharam do fanmade? Queriam uma continuação de High School Musical ou acham que a série de três filmes já terminou de maneira perfeita?
O sucesso de Invocação do Mal (2013) acabou originando um interessante universo cinematográfico, que chega agora ao seu quarto capítulo com Annabelle 2 – A Criação do Mal. Mas, diferente do que o título em português sugere (o título original Annabelle: Creation é bem mais apropriado), o filme não é uma sequência, e sim um prelúdio ao primeiro (e morno) Annabelle, de 2014.
Na história, um artesão fabricante de bonecas e sua esposa sofrem com a morte brutal de sua pequena filha. Anos depois, o casal decide acolher algumas garotas órfãs, na esperança de diminuir a dor da perda. Mas a presença das meninas acaba despertando uma força maligna que estava escondida ali.
O diretor David F. Sandberg, também responsável pelo eficiente Quando as Luzes se Apagam (2016), entende que esse novo capítulo é parte de um universo maior, e que certas convenções devem ser respeitadas. Se o primeiro filme falhava na construção de um clima de tensão constante, marca registrada desse mundo concebido por James Wan, Annabelle 2 – A Criação do Mal segue a cartilha do mestre e consegue deixar o espectador sempre apreensivo.
A linguagem cinematográfica, utilizada para criar a atmosfera do filme, é semelhante a que foi utilizada nos dois capítulos de Invocação do Mal, com o uso de travellings, planos-sequência, transições de foco, etc. A boa construção de cenário, os figurinos e a maquiagem também colaboram para deixar a história ainda mais plausível. Mas talvez o maior mérito de Annabelle 2 seja o desenvolvimento do universo cinematográfico, preenchendo lacunas deixadas no longa anterior, trazendo alguns easter eggs que fazem referência aos outros filmes e dão uma deixa do que vem a seguir.
Annabelle 2 – A Criação do Mal não é um filme original, mas sabe usar bem os clichês do gênero a favor de sua história e cumpre o que promete.
Dica do Beco: não saia do cinema até o fim dos créditos!
A nova temporada de Game of Thrones está chegando ao fim e nós já estamos sofrendo por antecipação. Para piorar, a HBO liberou há pouco o título do sétimo e último episódio, que se chamará… The Dragon and the Wolf! Em tradução literal, seria “O dragão e o lobo“!
O episódio terá duração de 79 minutos e 43 segundos (ou seja, uma hora, 19 minutos e 43 segundos) e com a revelação do título, as teorias já começaram a ser formuladas. Pode ser sobre Dany e Jon, os White Walkers… O que você acha? Dá uma olhada no trailer:
Lembrando que GOT sempre faz os títulos dos episódios com ambiguidade e esse será mais que especial com o encontro de todos os personagens principais. Concluindo o sétimo ano de Game of Thrones, “The Dragon and the Wolf” vai ao ar em 27 de agosto pela HBO, às 22h.
Já preparou o jazigo pra repousar depois que acabar? rs.
The Defenders, Mike Colter as Luke Cage, Charlie Cox as Daredevil, Krysten Ritter as Jessica Jones, and Finn Jones as Iron Fist, photographed for Entertainment Weekly on December 10th, 2016, by Finlay Mackay in Brooklyn, New York.
Costume Designer: Stephanie Maslansky, Wardrobe Supervisor: Pahelle Latino, Makeup Head: Sarit Klein, Key Makeup Artist: Kaela Dobson, Hair Department Head: Pamela May, FX Makeup: Brian Spears, Prop Stylist: Charlot Malmlof
E a tão esperada nova série de super-heróis Marvel/Netflix finalmente estreou! Os Defensores, série que reúne os heróis Demolidor (Charlie Cox),Jéssica Jones (Krysten Ritter), Luke Cage (Mike Colter) e Punho de Ferro (Finn Jones) — estreou na sexta-feira (18/08), terminando assim com a espera cheia de expectativas de ver esses quatro heróis reunidos. Essa expectativa também vinha acompanhada com um certo medo, afinal será que o roteiro da série seria capaz de fazer esses quatro personagens, já pré-estabelecidos em suas próprias séries (alguns melhores que outros…), funcionarem juntos?
ATENÇÃO: ALGUNS SPOILERS ABAIXO
Esse com certeza era o meu maior medo, o de o roteiro da série não conseguir fazer os quatro heróis funcionarem como uma equipe e conseguir ainda, dá o devido destaque para cada um. Porém, ao longo dos oito episódios da série, esse medo se torna infundado, pois se tem algo que realmente funciona em Os Defensores é a química dos quatro heróis, sejam todos juntos ou as duplas formadas por Matthew Murdock e Jessica Jones/Luke Cage e Danny Rand. Além deles, os outros personagens de suas respectivas séries — Claire Temple (Rosario Dawson), Colleen Wing (Jessica Henwick), Misty Knight (Simone Missick), Trish Walker (Rachael Taylor), Karen Page (Deborah Ann Woll), Foggy Nelson (Elden Henson), Malcolm Ducasse (Eka Darville) e Jeri Hogarth (Carrie-Anne Moss) — também possuem uma química impecável, sejam com os heróis ou entre eles; há destaque para todos, mesmo que alguns apareçam mais que outros.
A trama da série segue após os eventos vistos em Punho de Ferro e a segunda temporada de Demolidor, onde fica bem claro que o Tentáculo não é apenas uma organização criminosa comum e que eles são um perigo para Nova York e para o mundo e querem usar o poder do Punho de Ferro. Para que fins, ficamos sabendo no decorrer dos oitos episódios. Nos é apresentado, então, Alexandra Reid (Sigourney Weaver), a cabeça da organização, e a responsável pela ressureição de Elektra Natchios (Elodie Yung), que agora é assassina do Tentáculo, e responde pela alcunha de Black Sky.
A junção dos heróis é algo gradual, e não acontece logo no primeiro episódio (algo que realmente não deveria acontecer, pois não seria condizente com os personagens) cada um com o seu motivo: Danny acabou de voltar de sua jornada no Oriente com Colleen, ainda em busca de respostas sobre o Tentáculo e de como derrota-los; Luke saiu da prisão e quer voltar a ajudar o pessoal do Harlem, culminando em sua ajuda à um jovem que parece que está envolvido com o Tentáculo; Jessica está investigando ( à contragosto) um caso de um arquiteto desaparecido que a levam até o Tentáculo; e Matt, havia deixado de ser o Demolidor, acaba retornando — muito por não conseguir deixar de querer salvar a sua Nova York; muito, como não poderia deixar de ser, pela aparição de uma Elektra ressuscitada. Tudo para culminar na típica “luta de corredor” com todos juntos (que está sensacional, se tornando uma das minha preferidas das cenas do gênero, junto com a da primeira temporada de Demolidor), até a reunião do grupo em volta de uma mesa em um restaurante chinês, como vimos nos trailers.
Como bem pontuei, a química dos quatro heróis é o grande destaque da série, com a personalidade de cada um se complementando. Mas tenho que destacar a química perfeita que surgiu entre Luke Cage e Danny Rand. A amizade dos dois personagens já é conhecida pelos fãs de quadrinhos, já que os dois formaram a dupla Heróis de Aluguel; e na série a amizade deles é construída gradualmente, com um estranhamento no início, para um companheirismo muito bom de se ver em tela. É inclusive, entre os dois personagens que há um dos melhores diálogos da série, com Luke jogando na cara de Danny seus privilégios como um homem branco e bilionário. Privilégios que o personagem deve reconhecer que tem, antes de sair por aí se auto intitulando a “Arma Imortal, o Punho de Ferro”, o grande salvador.
É nesse ponto, que quero destacar o desenvolvimento de Danny Rand como personagem em Os Defensores. Quem assistiu Punho de Ferro, sabe que a série sofre de problemas seríssimos no roteiro, e principalmente no desenvolvimento de seus personagens, culminando em um Danny Rand raso e visto apenas como um “garoto mimado que fica gritando aos quatro cantos que é o Punho de Ferro”. Já os roteiristas de Os Defensores, conseguiram desenvolver o personagem tão bem, em seus oito episódios, que é como se essa fosse a verdadeira primeira temporada de Punho de Ferro. Danny vai deixando, aos poucos de ser um garoto mimado com poderes. Ainda não é o Punho de Ferro, mas está caminhando para ser. E só espero que o seu desenvolvimento continue na segunda temporada de sua série solo (apesar das minhas poucas esperanças, devido ao novo showrunner)
Outro destaque são as interações entre as personagens femininas. Pode parecer algo banal, mas ainda é difícil ver qualquer conteúdo midiático com tantas personagens femininas no destaque, sejam como heroínas, sejam como vilãs. Todas as personagens femininas em Os Defensores, tem seu devido destaque e desenvolvimento, e o melhor: todas interagem entre si. Com destaque para Misty Knight, Colleen Wing e Claire Temple, que formaram um trio sensacional, e já quero que a Marvel/Netflix faça a série das Filhas do Dragão com elas. Claro que a representação feminina na série ainda não é algo perfeito, afinal na equipe só temos a Jessica Jones junto com três marmanjos; no entanto, eles conseguiram contrabalancear colocando outras personagens femininas na série e na ação do enredo, não ocorrendo assim o fenômeno Princípio de Smurfette.
Como não poderia deixar de ser, Jessica Jones rouba as cenas, muitas vezes, e suas interações com Matt são ótimas. O desenvolvimento da personagem está ótimo, até porque dentre os quatro, ela era a que precisava se convencer a ser um super-herói. Ela ainda não está inteiramente convencida de que é uma heroína, e nem quer ser; apesar de suas atitudes mostrarem o contrário. Também gostei que retomaram a interação dela com o Luke, ainda que não como casal (até porque, ainda tem a Claire, que tem muita química com o Power Man).
Outra personagem feminina de destaque é a Elektra. Muitos fãs da personagem reclamaram que em Demolidor ela não era AElektra, assassina letal, fria e calculista, a vilã e anti-heroína criada por Frank Miller. E ela realmente não era, e apesar de ter gostado da personagem e da interpretação da Elodie, tenho que admitir que o desenvolvimento da personagem na segunda temporada do Demônio de Hell’s Kitchen ficou aquém do que eu esperava. O arco da personagem e do Tentáculo, foi o que mais sofreu com furos de roteiro e pouco desenvolvimento; muito pelo destaque dado ao Justiceiro. Se analisarmos os dois arcos em separado, parecem até séries diferentes.
No entanto, em Os Defensores podemos ver o surgimento da Elektra Assassina de Frank Miller. Ainda não é ela em seu cem por cento, mas quem sabe a sua origem. Elektra está mais letal, e para mim, dentre os vilões, a que realmente parece uma ameaça a se temer (as melhores coreografias nas lutas são dela). No início, ainda controlada por Alexandra e desmemoriada, vemos uma assassina silenciosa, uma máquina de matar sem sentimentos; mas ainda assim confusa. Nos dois episódios finais, Elektra recobra suas memórias, e ao pegar suas espadas sai, deixa de ser a arma Black Sky e se torna a ninja assassina Elektra Natchios, se libertando do controle de Alexandra. Foi uma cena que vibrei, apesar de algumas ressalvas.
Dito isso, o meu único problema com Os Defensores foi o Tentáculo. Nos primeiros episódios, a personagem interpretada brilhantemente por Sigourney Weaver, realmente parece uma ameaça a se temer, ao mesmo tempo que demonstra uma certa vulnerabilidade. Uma vulnerabilidade que vemos também nos outros membros do Tentáculo, e é aí que reside o problema. Apesar da trama esbravejar o tempo todo que o Tentáculo é uma grande ameaça, aos poucos acaba parecendo ser um discurso vazio; e tirando Elektra, a organização em si não parece ser o grande perigo que nas duas temporadas do Demolidor pareciam ser. E esse é um problema que vejo desde o Punho de Ferro. Se na série de Danny Rand, o Tentáculo se tornou uma caricatura, em Os Defensores, a organização de imortais parecia bagunçada e facilmente derrotável.
Sei que essa foi a intenção da série, em mostrar que o Tentáculo estava frágil, e não vejo nada de errado, inclusive é muito bom narrativamente, em mostrar que até os vilões tem suas fraquezas. Porém eles ainda precisavam ser uma ameaça, aquela ameaça que fez os heróis esconderem todos os seus entes queridos na delegacia (eu jurei que eles atacariam a delegacia, e isso não aconteceu). Tirando a Elektra, parecia que o Tentáculo poderia ser facilmente derrotado, o que acabou sendo.
No geral, Os Defensores tem um saldo muito positivo. O roteiro está bem amarrado e desenvolvido, mesmo com o problema com o Tentáculo. Devo destacar também a paleta de cores da série, que faz uma homenagem belíssima as cores dos quatro heróis. Os oito episódios de Os Defensores estão disponíveis na Netflix, e espero que uma segunda temporada seja anunciada em breve.
Antes, eu só via o início e o fim dos filmes. O início, para conhecer a história; e o fim, gostava de assistir porque o fim é sempre bonito.
Assim se inicia O Filme da Minha Vida, longa brasileiro que estreou nos cinemas em 3 de agosto. Primeira adaptação dos parceiros Selton Mello e Marcelo Vindicatto, o filme é baseado na obra Um Pai de Cinema, do chileno Antonio Skármeta (o qual faz uma participação especial em cena que se passa no bordel).
Terceiro longa do Selton-diretor, o filme conta com a participação de um time que já trabalhou com ele em O Palhaço (2011) e, por isso mesmo, foi escolhido minuciosamente pelo diretor: Vania Catani na produção; Claudio Amaral Peixoto na direção de arte; figurino de Kika Lopes; e, a maravilhosa trilha musical de Plínio Profeta. Além de Walter Carvalho na direção de fotografia, o qual já havia trabalho com o Selton-ator em Lavoura Arcaica (2001).
A história principal é apresentada logo de cara, com narração do personagem principal Tony Terranova (Johnny Massaro). Filho de pai francês e mãe brasileira, Tony vai estudar na cidade grande “para ser alguém na vida” e, quando volta formado como professor, seu pai Nicolas (Vincent Cassel) sobe no mesmo trem para voltar para a França.
Fonte: Globofilmes
Saí do cinema aérea, como na cena em que Tony flutua ao admirar as irmãs Madeira, Luna (Bruna Linzmeyer) e Petra (Beatriz Arantes). Eu tinha acabado de assistir a um drama, por que estava tão feliz?
A explicação veio pela trilha sonora que não saiu da minha cabeça, cheguei em casa cantando “Coração de papel”, sucesso de Sérgio Reis na década de 60.
Filmado na serra gaúcha, a obra traz uma atmosfera de saudosismo, seja pela já mencionada trilha sonora (que inclui “I Put Spell On You”; “Errei, Sim”; “Hier Encore”; “Comme d’habitude” e “Voilà”), seja pela fotografia ferrugem de Walter ou pela cuidadosa direção de arte de Claudio.
Além dos já mencionados elementos técnicos, são vários elementos narrativos que reverenciam o passado: as brincadeiras das crianças no colégio, os primeiros amores, a descoberta do sexo, o cinema em preto e branco, os cartazes da antiga Vera Cruz, a viagem de trem.
À saudade, vem se juntar a ausência. Depois da partida do pai, encontramos Tony em um estado de profunda melancolia. Não consegue trilhar seu próprio caminho, nem desenvolver uma relação amorosa com sua melhor amiga Luna. A figura paterna não está mais presente, porém, deixa uma sombra da qual Tony não consegue se libertar. Tony não vive, apenas espera. Olha para as fotografias na parede que congelam o passado à que ele tanto se apega. Sonha com o pai, lembra-se de sua infância, olha para a antiga moto de Nicolas e mal consegue encará-la: “Nas costas da memória sigo revirando as suas lembranças”.
Assim como Tony, a primeira metade do filme é arrastada, lenta, guiada pelo sonho. Em certo momento, Luna diz à sua irmã Petra que quando ela foi embora de casa, o tempo para Luna parou. O mesmo acontece para Tony, a imagem do relógio parado é a sua vida, contudo, ela pode ser consertada, e o ponteiro voltar a girar.
Depois de escrever uma carta ao pai, Tony chega à conclusão de que “é hora de encontrar o mundo” e, neste ponto, a narrativa ganha ritmo mais acelerado. Seguindo os conselhos do amigo Paco (Selton Mello) de que “cara feia não bota ninguém pra frente” e “toca os teus caminhos, guri”; Tony pode agora desenvolver sua paixão por Luna, permitir-se ser feliz, caminhar. E é exatamente quando se decide seguir para o futuro, que o passado enfim se resolve.
ATENÇÃO: O TRECHO ABAIXO CONTÉM SPOILERS
No alto do cinema, na sala de projeção, enquanto Tony e Luna assistem a O Rio Vermelho (1948, de Howard Hawks), o projecionista ouve com atenção a uma fala do filme: “toda vez você olhará para trás, esperando me ver, mas a única vez que você não olhar, eu estarei lá”. O projecionista se revela sendo Nicolas, que decide voltar à vida do filho.
O diálogo com a linguagem cinematográfica também é estabelecido, seja no título do filme (“o filme da minha vida” seria O Rio Vermelho ou a própria história de Tony cheia de reviravoltas?), nas idas à sessão, nos cartazes, no projetor ou nos rolos de película.
Interessante notar que a obra chama atenção a todo o momento para si, para a importância de não se perder uma palavra, um detalhe, porque “o meio é tão importante como o final”. Parece dizer em cada cena “para, olha, escuta. Tudo tem seu tempo, espera”.
Do ponto de vista do roteiro, tal atenção fica evidente nas frases que se encaixam perfeitamente (e explicam) a história dos personagens. Até mesmo a frase original do filme O Rio Vermelho (“toda vez que você olhar para trás, espere me ver, porque uma vez você se virará e eu estarei lá”) acaba por ser modificada para se encaixar melhor à narrativa.
Com relação à direção, Selton opta por se utilizar, em boa parte do filme, de planos próximos dos personagens, mostrando a importância de suas expressões e sentimentos.
Fonte: making of
Após o reaparecimento de Nicolas, Selton consegue amarrar perfeitamente toda a tensão construída até aquele momento. Tudo é explicado. O sobressalto de Paco ao ouvir Tony falar das belezas de Petra; o sumiço da moça; o não recebimento de nenhuma carta do pai; a grande atenção dada ao fato de Tony querer ir ao cinema; a insistência de Paco em fazer com que Tony esqueça o pai; o interesse daquele pela mãe deste; a menção de Tony ao fato de que não precisa de luvas de boxe, pois nunca bateu em ninguém.
A interpretação de Johnny Massaro consegue mostrar a trajetória do herói durante a narrativa: de garoto melancólico vivendo à sombra do pai, a senhor de seu próprio destino. O arco dos personagens Paco e Nicolas também se desenvolve e conseguimos ver nitidamente sua transformação.
Os trilhos e o trem são, na verdade, o maior signo e metáfora dentro da obra. Rolando Boldrin interpreta o maquinista Giuseppe, personagem criado especialmente para ele e que não está presente no livro de Skármeta. Boldrin é uma figura mítica dentro da obra, assim como Caronte carrega as almas dos recém-mortos, Giuseppe é aquele que leva os corpos dos vivos aos seus destinos, “para resolver seus problemas”.
Fonte: Globofilmes
O único pecado da obra talvez resida justamente na transparência de seu campo metafórico, com frases explicativas e filosóficas colocadas durante todo o filme, o que acaba por trazer seu significado “mastigado” demais ao espectador. Um bom enigma é aquele que não se deixa revelar tão facilmente e que, por isso mesmo, faz com que sua descoberta seja mais satisfatória.
O primeiro e um dos últimos planos do filme mostram o mesmo enquadramento: a linha de trem à esquerda, uma estrada de chão à direita. No início, um trem passa enquanto a estrada permanece vazia, é Tony que trilhará seu caminho para descobrir seu lugar no mundo.
No fim, o mesmo trem passa novamente, levando a mãe de Tonny, Sofia (Ondina Clais), única personagem que não é desenvolvida durante a narrativa, enquanto Tony e Luna seguem de moto pela estrada da direita.
É a vez de Sofia ser levada pelo trem para seu destino, para que sua trajetória se desenvolva, enquanto Tony, que já passou simbólica e literalmente por esse percurso, corre livre e satisfeito seu próprio caminho.
*Agradecimento especial à Beatriz Abrucez pela revisão do texto
Diagnosticada com uma infecção no terceiro molar, conhecido popularmente como dente do siso, Pabllo Vittar não poderá participar do Criança Esperança, que acontece neste sábado (19), na Rede Globo.
A cantora está em São Paulo, onde deverá ficar em total repouso pelo menos até o dia 29 de agosto, impossibilitando a participação no show beneficente, onde faria um dueto com Sandy.
“Estou muito triste de cancelar tantos shows, e também o Criança Esperança, mas preciso agora cuidar da minha saúde para que nada de mais grave aconteça. Espero estar de volta o mais rápido possível”, declarou Pabllo Vittar ao F5, do jornal Folha de São Paulo.
A drag queen deve permanecer em repouso para que a infecção não se espalhe, e uma cirurgia para a retirada do dente está marcada para a próxima semana. Por isso todos os compromissos profissionais foram cancelados.
Parece que um filme solo do amado mestre Jedi, Obi-Wan Kenobi, pode finalmente acontecer!
De acordo com o Hollywood Reporter e a Variety, a Disney já está desenvolvendo mais um spin-off da franquia Star Wars, baseado no sábio mestre Jedi de Anakin e Luke Skywalker. O projeto ainda não possui roteirista, porém de acordo com ambos os sites, o diretor Stephen Daldry já estaria conversando com a Disney e LucasFilm para dirigir o filme.
O diretor britânico é conhecido por dirigir o clássico de balé, Billy Elliott (2000); o drama As Horas (2002), que rendeu o Oscar de melhor atriz em 2003 para Nicole Kidman; e recentemente, dirigiu alguns episódios da série The Crown (2016).
Os sites não citaram as fontes, e a Disney ainda não confirmou nada. Também não há confirmação de que o ator Ewan Mcgregor retorne para o papel. Obi-Wan Kenobi foi interpretado pelo ator escocês durantes os Episódios 1-3, e interpretado por Alec Guiness, durante os Episódios 4-6.
Se realmente acontecer, o filme solo de Obi-Wan se junta aos outros spin-offs do universo expandido de Star Wars: Rogue One (2016) e a trilogia, ainda em produção de Han Solo. Outros spin-offs, como o filme de Jabba the Hutt e do Boba Fett, também estão sendo desenvolvidos.
A segunda parte da nova trilogia, Star Wars: Os Últimos Jedi, tem estreia marcada para dezembro deste ano.
Pedro Malasartes (ou Malazartes) é um tradicional personagem do folclore cultural português e brasileiro. Os primeiros registros do personagem datam dos séculos XIII e XIV, na Europa. No Brasil, o caipira chegou a participar das histórias do Sítio do Picapau Amarelo, e foi imortalizado por Mazzaropi (1912-1981) no filme As Aventuras de Pedro Malazartes, de 1960. Depois de um tempo esquecido, Pedro Malasartes está de volta aos cinemas numa superprodução, dirigida por Paulo Morelli, (do premiado Entre Nós), recheada de efeitos visuais.
Na trama, Pedro Malasartes (Jesuíta Barbosa) vive de pequenos golpes para levantar um dinheiro aqui e ali e conseguir se sustentar. O caipira tem um fraco por mulheres, mas seu coração bate forte mesmo por Áurea (Ísis Valverde), sua paixão. Mas Áurea tem um irmão, Próspero (Milhem Cortaz), que não quer ver o malandro nem pintado de ouro, e muito menos se engraçando com sua irmã. Paralelamente, a Morte (Júlio Andrade) não aguenta mais passar a eternidade tirando vidas, e planeja uma aposentadoria. Mas é preciso alguém para assumir tal tarefa. É nesse cenário que os caminhos de Malasartes e da Morte se cruzam.
Malasartes e o Duelo com a Morte se divide entre o real e o fantástico. Entre a vila do interior, onde Malasartes aplica seus golpes, e algum lugar sombrio, onde a Morte reina. Essa mistura remete diretamente a obra de Ariano Suassuna, O Auto da Compadecida, que se tornou um clássico do cinema nacional, ao ser adaptado por Guel Arraes, em 2000.
Do orçamento de R$ 9,5 milhões de reais, R$ 2 milhões foram dedicados somente aos efeitos visuais. Boa parte desses efeitos foram usados para criar o universo paralelo fantástico onde vive a Morte. Se por um lado a computação gráfica convence, já que é uma história que mistura realidade e fantasia, por outro, o uso excessivo desses efeitos acaba comprometendo a narrativa do filme. O espetáculo visual acaba deixando a trama um pouco de lado. Mas mesmo assim, Malasartes e o Duelo com a Morte é divertido, leve e envolvente. E o elenco afiado certamente contribui para a diversão.
Jesuíta Barbosa, que costuma atuar em dramas muito densos, esbanja carisma como protagonista e Ísis Valverde (atualmente no ar como a ardilosa Ritinha, na novela A Força do Querer) diverte como a doce e ciumenta Áurea. O inseparável amigo Candinho, interpretado por Augusto Madeira, completa o trio de “heróis às avessas”. Destaque também para Júlio Andrade, que faz da Morte um vilão bem caricato, porém convincente. O elenco ainda tem participações de Leandro Hassum e Vera Holtz.
Malasartes e o Duelo com a Morte é uma divertida comédia, bem brasileira, que resgata um importante personagem da nossa cultura para uma nova geração.