Experiência de cinema gratuita ambientada em um lindo parque e a céu aberto – essa é a proposta do projeto Cine na Praça. A iniciativa do Instituto Socioambiental Cenários Futuros estáde volta a São Paulo de 13 de junho a 12 de setembro de 2024. Após temporada de sucesso no Parque do Povo em 2023, o evento traz uma novidade: a sua ida para o Parque CERET. O espaço arborizado da Zona Leste de São Paulo promete ser palco de uma vivência ainda mais inesquecível para os amantes de cinema.
As sessões gratuitas, que exibirão grandes sucessos como Na Natureza Selvagem, Pequena Miss Sunshine e Grande Hotel Budapest, todas as quinta-feiras a partir das 19h, contam com o apoio da Prefeitura de São Paulo, Secretaria Municipal de Esportes e Lazer e do próprio Parque CERET. A iniciativa proporciona uma experiência completa, contando com um projetor de alta definição, sistema de sonorização imersiva, cadeiras, gerador e uma grande tela que envolve o espectador.
No Parque do Povo, o Cine na Praça contou com a participação de mais de 8.000 pessoas, em 17 exibições de filmes como Avatar: O Caminho da Água, Duna, Era Uma Vez em Hollywood, Parasita, entre outros títulos. Além dos longas, o projeto oferece espaço para curtas e médias metragens. A última sessão de 2023, realizada em dezembro, ocorreu em parceria com o Festival de Cinema Coreano – KOFF, trazendo o melhor do cinema desse país para São Paulo.
A programação no Parque CERET não será diferente e a expectativa é de aumento no público. “Desenvolvemos um conteúdo que irá promover debates e reflexões sobre os temas abordados pelos filmes. Convidamos a todos para desfrutarem de momentos de diversão e cultura para toda a família, celebrando o cinema em sua forma mais pura e acessível“, comenta Fabio Campos, produtor cultural da empresa Cenários Futuros.
Sobre o Cine na Praça
O Cine na Praça foi idealizado em 2011 com a premissa de levar obras cinematográficas para o público em geral e inovar esta experiência coletiva realizando exibições ao ar livre de forma gratuita e aberta ao público. A programação é desenvolvida de forma colaborativa pela equipe do projeto e objetiva, sobretudo, apresentar filmes ousados, independentes e que promovam debates e reflexões sobre o tema que exploram.
Serviço
Cine na Praça
Data: 13 de junho a 12 de setembro de 2024, todas as quinta-feiras a partir das 19h
Público-alvo: população de São Paulo, escolas e grupos de visitação
Sucesso de público e crítica, representante do Brasil ao Oscar de Melhor Filme Internacional e vencedor do Prêmio Teddy no Festival de Berlim, “Hoje Eu Quero Voltar Sozinho” foi capaz de atingir inúmeras audiências com a sua história romântica e juvenil entre dois garotos durante os seus despertares sexuais. 10 anos depois, o aguardado retorno de Daniel Ribeiro ao formato de longa-metragem acontece com 13 SENTIMENTOS, que está com o seu lançamento exclusivo nos cinemas agendado para o dia 13 de junho, um dia depois do Dia dos Namorados. Com distribuição da Vitrine Filmes, a obra é uma produção Lacuna Filmes, Claraluz Filmes, Canal Brasil e Telecine. Neste release, confira o pôster e trailer divulgados recentemente.
O filme é protagonizado por João, interpretado por Artur Volpi, um jovem cineasta que termina um relacionamento de 10 anos, mas que mantém uma amizade próxima com o ex-namorado. A busca por um novo amor leva João, um rapaz que prioriza laços afetivos, a conhecer Vitor (Michel Joelsas), por quem se apaixona à primeira vista. Aos poucos, o cineasta vai tentando controlar o relacionamento entre os dois, como se fosse um filme que estivesse construindo.
Daniel Ribeiro parte de uma experiência bastante pessoal, inspirando-se no fim de seu relacionamento com o também diretor Rafael Gomes, cujo longa “45 Dias Sem Você” (2018) é o retrato ficcional dos sentimentos que vivenciou após o término com o ex-companheiro. A resposta de Daniel vem agora com 13 SENTIMENTOS que, ao lado de “Hoje Eu Quero Voltar Sozinho”, compõe uma trilogia sobre os sentimentos e relacionamentos, que será encerrada com “Amanda e Caio”, sobre um casal transgênero interpretado por Alice Marcone e Gabriel Lodi.
“O roteiro foi escrito bem depois de todo o processo de superação da separação. Eu já tinha processado todos os sentimentos e compreendido quais caminhos eu percorri para estar aberto para uma nova relação. Eu percebo que gosto de escrever sobre minhas experiências com um olhar mais completo de como elas aconteceram.”
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Em 13 SENTIMENTOS, o cineasta aponta que o escapismo é um dos temas caros ao cinema e, nesse sentido, a arte também serve como um mediador disso. João vai utilizar o fato de ser roteirista para criar uma versão da sua vida que seja perfeita.
“Eu acredito que escrever um roteiro e fazer um filme sobre minhas experiências é uma forma de compreender melhor meus sentimentos, e neste filme isso foi transferido para o personagem João, que também passa a escrever um roteiro onde ele pode transformar as partes da realidade que o desagradam, reviver cenas do passado como ele gostaria de ter vivido e reescrever os finais para serem mais felizes. Muitas pessoas aproveitam a experiência de assistir a um filme de ficção como um espelho da própria vida e, consequentemente, compreender melhor os próprios sentimentos, compartilhando-os secreta e intimamente com os personagens dos filmes. 13 SENTIMENTOS, de alguma maneira, aborda essa ideia de buscar uma fuga nas histórias ficcionais, mas também lembra que uma hora precisamos enfrentar a realidade.”
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Outro elemento importante dentro do filme são as redes sociais como forma de conexão entre as pessoas no mundo contemporâneo. “Não tem como fugir de celulares, mensagens e redes sociais quando se faz um filme sobre relações humanas em 2024. Por outro lado, eu não queria que a gente ficasse vendo tela de celular nem mensagens sendo escritas na imagem. Dessa forma, tivemos que ser criativos em traduzir para o cinema as interações via celular, a exemplo de como vemos um longo diálogo entre duas pessoas que estão conversando em um aplicativo de relacionamento. A outra solução foi sempre trazer para o diálogo aquilo que os personagens estavam vendo no celular, deixando para o espectador imaginar o que os personagens estão vendo.”
Filmado em 2023, Ribeiro ressalta que “era um momento em que pessoas LGBT+ estavam voltando a respirar aliviadas depois de um período sombrio, de tensão e insegurança sobre o futuro. Acho que o filme traz esse sentimento de esperança, de um Brasil em que a diversidade é possível, onde todos podem viver sem medo de ser quem são.”
Além do registro de uma contemporaneidade onde muitas dinâmicas são ditadas pela tecnologia, 13 SENTIMENTOS é também um filme que retrata a busca do amor, um sentimento tão universal, do ponto de vista de um personagem gay, trazendo pra telas a diversidade de experiências humanas e a pluralidade dos relacionamentos homoafetivos de uma forma em que todo público consegue se enxergar e se relacionar.
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O elenco de 13 SENTIMENTOS, assim como as personagens, prima pela diversidade, um traço característico dos filmes de Ribeiro, e inclui nomes da nova geração de atores e atrizes que se destacam no cinema e televisão brasileira. Volpi é conhecido por seu papel em “Segunda Chamada”. Michel Joelsas se destacou em “O Ano em que Meus Pais Saíram de Férias” e “Que Horas Ela Volta?”. Marcos Oli, que faz Chico, ganhou reconhecimento em “Malhação” e “As Five”. Julianna Gerais, interpretando Alice, é lembrada por “Todxs Nós”. Igor Cosso, como Leo, atuou em “Malhação” e “Salve-se Quem Puder “. Cleomacio Inácio (Martin) é conhecido pelo musical “Tatuagem” e a peça “A Herança”. Já Sidney Santiago (Hugo) ganhou destaque em “Rensga Hits!” e “Segunda Chamada”.
Na equipe artística, o longa conta com direção de fotografia de Pablo Escajedo (“O Guri”), montagem de Cristian Chinen (“Hoje Eu Quero Voltar Sozinho”), direção de arte do estreante João Vitor Lage e a trilha sonora de Arthur Decloedt (“Coisa Mais Linda”, “La Parle”). A produção do longa é assinada por Daniel Ribeiro, Diana Almeida (“Hoje Eu Quero Voltar Sozinho”, “Veríssimo”) e Fernando Sapelli (“Raquel 1:1”, “La Parle”).
O longa 13 SENTIMENTOS receberá apoio do Projeto Paradiso, que faz parte do programa Brasil no Mundo, de apoio à participação de filmes e séries de ficção brasileiros em grandes festivais e mercados mundo afora.
As filmagens de “O Rei da Internet”, longa dirigido e co-roteirizado por Fabrício Bittar (“Como Hackear Seu Chefe” “O Pior Aluno da Escola”), chegaram ao fim no último final de semana. Ao todo, foram oito semanas de trabalho com todo o elenco, que reúne João Guilherme (como o protagonista Daniel Nascimento), Marcelo Serrado (como Fábio, mentor do hacker), Débora Ozório, Emílio Mello, Bia Seidl e Adriano Garib. As filmagens aconteceram em São Paulo e no Guarujá.
Daniel ficou conhecido nacionalmente após desviar milhões de reais e invadir servidores nacionais e internacionais antes de completar 17 anos. “Foram mais de dois meses de trabalho, muita dedicação e uma experiência engrandecedora pra mim. Amo o que eu faço e fui muito feliz durante as gravações”, diz João Guilherme. “O Daniel tem uma história eletrizante que vai desde a época em que sofria bullying no colégio até o envolvimento com o crime organizado. Então teve muita coisa pra viver, foi muito intenso. Gosto demais desse ritmo”, complementa.
Crédito: Fernanda Muller
Já o cineasta Fabrício Bittar, que vem de uma sequência de lançamentos infantojuvenis, diz estar animado com a produção. “As filmagens foram tão divertidas e insanas quanto as situações vividas pelo Daniel. Foi incrível ver a dedicação da equipe e do elenco para dar vida a essa história real cheia de elementos inacreditáveis.”
Distribuído pela Manequim Filmes, que também assina a coprodução com Telecine e Clube Filmes, “O Rei da Internet” deve chegar aos cinemas de todo o país no primeiro semestre de 2025.
Sinopse: Inspirado na vida de Daniel Nascimento, “O Rei da Internet” é uma aventura dramática que conta como Daniel se destacou como um dos maiores hackers do Brasil, fez parte de uma organização criminosa que movimentou milhões de reais, viveu intensamente uma vida de ostentação e foi alvo de operação da Polícia Federal. Tudo isso antes de completar 17 anos.
Em sua segunda participação consecutiva na competição oficial de Cannes – entre seis passagens pelo evento ao longo da carreira –, Karim Aïnouz comprovou mais uma vez o motivo de tanto prestígio no festival francês, onde realizou nesta quarta-feira (22) a première mundial de ‘Motel Destino’, seu novo longa-metragem. O filme foi ovacionado por doze minutos ao fim da sessão de gala no icônico Theatre Debussy, na qual o cineasta cearense contou com a companhia de mais de 20 membros da equipe e do elenco, incluindo os protagonistas Nataly Rocha, Iago Xavier e Fabio Assunção. Animados com a reação do público, o diretor e sua comitiva dançaram ao som da música que embala os créditos finais do longa, sob aplausos do público.
“Depois de quatro anos de terror, estou muito feliz de ter podido voltar a filmar no Brasil e fazer um filme que celebra a vida, a alegria e a paz”, discursou o cineasta ao término da exibição.
Vencedor do prêmio Un Certain Regard, em 2019, com ‘A Vida Invisível’, o diretor havia exibido “Firebrand”, seu primeiro projeto em língua inglesa, na mostra principal do festival no ano passado. Elemento recorrente na filmografia de Karim Aïnouz, o erotismo é o pano de fundo de ‘Motel Destino’. Em seu oitavo longa de ficção, ele apontou as lentes para as cores fortes e vibrantes do litoral nordestino, que dão a tônica visual-narrativa da nova obra, o primeiro projeto do diretor rodado inteiramente no Ceará desde ‘O Céu de Suely’ (2006).
O estabelecimento de beira de estrada que dá título ao novo filme é, segundo Karim, “o principal personagem do enredo e o local onde se entrecruzam questões crônicas da realidade brasileira”. O longa é um retrato íntimo de uma juventude que teve seu futuro roubado por uma elite tóxica e esmagadora, contra a qual a insubordinação e revolta são, não raramente, a saída possível.
“Me interessa muito falar de desejo e revolta, temas de absoluta relevância no Brasil contemporâneo. ‘Motel’ é uma saga do encontro de um rapaz em fuga, totalmente vulnerável, com uma mulher aprisionada pelas dinâmicas de um casamento abusivo. Unidos pelo destino, seus caminhos se cruzam e a história se desenrola”, resume Aïnouz.
“Motel Destino” é uma produção da Cinema Inflamável e Gullane, coproduzido internacionalmente pela francesa Maneki Films e pela alemã The Match Factory, em associação com Brouhaha Entertainment e Written Rock Films (UK). O filme também é coproduzido por Globo Filmes, Telecine e Canal Brasil e conta com o patrocínio da Secretaria de Cultura do Estado do Ceará. No Brasil, o filme será distribuído pela Pandora Filmes, enquanto The Match Factory responde pelas vendas internacionais.
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A narrativa nasceu da parceria de Karim com o Laboratório de Cinema da Porto Iracema das Artes, escola de formação em artes da Secretaria de Cultura do Ceará, gerida em parceria com o Instituto Dragão do Mar, com sede em Fortaleza. O diretor é um dos criadores do laboratório, o CENA 15, onde atuou como tutor durante nove anos e do qual hoje é mentor. Foi lá que ele convidou o roteirista cearense Wislan Esmeraldo para desenvolver o roteiro do projeto. Mais tarde, Mauricio Zacharias se juntou ao processo, repetindo a parceria realizada com o cineasta em “Madame Satã” e “O Céu de Suely”.
“Eu me inspirei bastante na pornochanchada e no cinema noir. Posso resumir ‘Motel Destino’ como um thriller erótico, mas ele é, antes de tudo, uma história de amor. O amor entre um jovem periférico que vive à revelia de um sistema que o quer morto e uma mulher que resiste aos atentados do patriarcado contra a sua própria vida”, adianta Aïnouz.
Por trás das câmeras, a diretora de fotografia Hélène Louvart, renomada por seus trabalhos em “A Vida Invisível” e “Never Rarely Sometimes Always”, captura com sutileza as nuances visuais do filme. A montadora Nelly Quettier, reconhecida por “Beau Travail” e “Lazzaro Felice”, imprime uma precisão rítmica à narrativa, enquanto o diretor de arte Marcos Pedroso, de “Madame Satã” e “Praia do Futuro”, agrega uma rica expressão artística à obra ao explorar as fortes cores do nordeste. A produção foi liderada por Janaina Bernardes (Cinema Inflamável) e Fabiano Gullane e Caio Gullane (Gullane). Além dos três protagonistas já mencionados, Renan Capivara, Yuri Yamamoto, Fabíola Líper, Isabela Catão e Jupyra Carvalho completam o elenco.
Crédito: Maria Lobo
No segundo semestre de 2024, o diretor inicia as filmagens de “Rosebushpruning”, o seu segundo longa em inglês, estrelado por Kristen Stewart (“Spencer”), Josh O’Connor (“The Crown”), Elle Fanning (“The Great”), Jamie Bell (“Rocketman”), Tracy Letts (“Lady Bird”) e Lukas Gage (“Euforia”). Antes, rodou “Firebrand” – com Alicia Vikander e Jude Law – no Reino Unido, “Marinheiro das Montanhas” e “Nardjes A.” na Argélia, “A Vida Invisível” (2019) no Rio e “Aeroporto Central” (2018) em Berlim. Com filmagens divididas entre Brasil e Alemanha, “Praia do Futuro” (2014) foi o último projeto realizado por Karim em solo cearense, embora a maior parte da trama tenha sido ambientada na cidade europeia.
Após mais de 50 anos de seu lançamento, “Um É Pouco, Dois É Bom” retorna ao público brasileiro numa versão restaurada digitalmente em 4K. A primeira exibição da nova cópia do filme de Odilon Lopez, longa-metragem que traz novos contornos para as discussões em torno da historiografia do cinema negro e brasileiro, está marcada para o dia 13 de junho, durante a programação do 13º Olhar de Cinema – Festival Internacional de Cinema de Curitiba. A exibição será realizada às 19h45 no Cine Passeio Ritz, e reprisada no dia 16 de junho, às 16h30, no Cinemark Mueller 2.
Com “Um é Pouco, Dois é Bom”, primeiro longa do diretor e um dos primeiros filmes urbanos da cidade de Porto Alegre, Odilon Lopez tornou-se um dos poucos realizadores negros em atividade durante a década de 1970. O feito o coloca ao lado de cineastas como Antonio Pitanga e Zózimo Bulbul, entre alguns poucos outros anteriores como Cajado Filho e Haroldo Costa, cujas filmografias vêm sendo reinvestigadas nos últimos anos.
Dividido em dois episódios, “Com Um Pouquinho… De Sorte” e “Vida Nova… Por Acaso”, o filme de Lopez seguiu desconhecido e pouco estudado — assim como o restante de sua obra, que inclui ainda curtas-metragens, materiais no formato Super 8 e atuações nos anos 1950 e 1960. A única cópia disponível para exibição está depositada na Cinemateca Capitólio, instituição de Porto Alegre dedicada à preservação e difusão do audiovisual brasileiro.
Reprodução – “Um é Pouco, Dois é Bom”
A restauração digital em 4K, além de ter sido realizada com os negativos originais de som e imagem do filme, preservados desde 1989 na Cinemateca Brasileira, revelará cenas que não estavam presentes na cópia remanescente. “As cores estão absolutamente íntegras e toda sua potencialidade estética, presente tanto na fotografia quanto na cenografia e nos figurinos, poderá ser vista em todo seu esplendor”, ressalta Débora Butruce, coordenadora de preservação do projeto.
Ainda está sendo averiguado qual teria sido a motivação dos cortes na cópia, e se realmente foram feitos pelo próprio diretor, mas esse fato pode trazer elementos importantes para se pensar o contexto histórico da época e o cinema feito por um realizador negro.
Para a cofundadora da INDETERMINAÇÕES e pesquisadora da obra de Odilon Lopez, Lorenna Rocha, “a restauração do longa-metragem de Odilon Lopez poderá contribuir para a construção de novas perspectivas sobre o cinema brasileiro, sobretudo às pesquisas dedicadas à filmografia dirigida por pessoas negras, ainda mais uma obra que dedicou-se, não apenas a construir representação negra, mas também a própria branquitude”.
Em 2006, “Um É Pouco, Dois É Bom” havia sido telecinado parcialmente dentro da coletânea Obras Raras – O Cinema Negro da Década de 70, organizada pela Fundação Palmares e pelo Centro Afrocarioca de Cinema. Entretanto, o projeto priorizou a preservação do segundo episódio do filme, o qual aborda temáticas raciais mais explícitas. A decisão acabou contribuindo para que o longa passasse a ser erroneamente lembrado como um média-metragem. No ano passado, para fins de preservação da cópia única de exibição do filme, foi realizada uma digitalização no âmbito de uma parceria entre a Cinemateca Capitólio e o Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro.
A fim de reposicionar a presença do diretor nas discussões em torno da história do cinema brasileiro, o Olhar de Cinema também recebe uma mesa que discute preservação audiovisual e cinema negro no Brasil. A ideia é discutir alguns aspectos técnicos e impactos políticos e históricos para o campo do cinema nacional. Como a recirculação de uma obra dirigida por um cineasta negro na década de 1970 pode reorientar a forma de escrever a história do cinema brasileiro? Como esse projeto poderá nos auxiliar nas articulações de políticas de preservação audiovisual focadas nas autorias negras?
A mesa, que será realizada no dia 14 de junho, contará com as presenças da coordenadora técnica do processo de digitalização Débora Butruce, do jornalista, crítico e curador de cinema Gabriel Araújo, da historiadora, crítica e programadora de cinema Lorenna Rocha, ambos da INDETERMINAÇÕES, e de Marcus Mello, técnico em cultura da Cinemateca Capitólio. Vanessa Lopez, filha de Odilon, também compõe a discussão.
Nesta quinta-feira, dia 23 de maio, a Diamond Films lançará em todo território brasileiro o filme que marca a estreia de Dev Patel na direção de longas: FÚRIAPRIMITIVA. Estrelado e dirigido por Patel, o filme de ação conta com cenas de luta de grande escala e nos apresenta um homem que busca por vingança.
Em FÚRIA PRIMITIVA, Dev Patel faz sua estreia como diretor. O ator ganhou reconhecimento ao interpretar Jamal Malik em “Quem Quer Ser um Milionário”, vencedor de oito Oscars em 2009. Sobre essa nova experiência, o artista diz que “o filme é uma carta de amor para minha família. É sobre unir a mitologia que meu pai e meu avô me contaram e honrar o poder da mulher mais incrível da minha vida, a minha mãe. E também é sobre o quão longe alguém pode ir para vingar alguém que ama tão profundamente.”
O filme foi gravado em Batam, na Indonésia e, tanto a produção, quanto o elenco, enxergaram como um lugar incrível e inspirador, a localização ideal para o que Patel queria em seu longa. O vencedor do Oscar, Jordan Peele, foi produtor da obra. Para ele, é uma obra que explora a jornada de um vingador-defensor, trazendo temas emocionais profundos que cativam o público desde o primeiro momento.
Dev Patel is Kid in MONKEY MAN, directed by Dev Patel
FÚRIA PRIMITIVA foi um grande sucesso no Festival SXSW e recebeu o selo “fresh” no Rotten Tomatoes. A história original é do ator e diretor, que também assina o roteiro ao lado de Paul Angunawela e John Collee. A história do filme apresenta Kid (Patel), um jovem que ganha a vida em um clube de luta clandestino, onde é espancado todas as noites usando uma máscara de gorila. Até que, depois de anos ele encontra um jeito de se infiltrar na elite da cidade e, ao mesmo tempo, tem que lidar com traumas de infâncias e uma sede de fazer vingança.
Além de Dev Patel, o elenco principal do filme também conta com Sharlto Copley, Pitobash, Vipin Sharma, Sikandar Kher, Adithi Kalkunte, Sobhita Dhulipala, Ashwini Kalsekar e Makarand Deshpande.
O novo documentário do consagrado diretor brasileiroSergio Rezende(“Guerra de Canudos”, “Lamarca”, “Salve Geral”, “O Paciente”, “Em Nome da Lei”) estreia dia 23 de maio, às 20h, no Canal Brasil. “Sertão Sertões”, coproduzido pelo canal e narrado pelo cineasta, que assina roteiro e direção, propõe uma reflexão não apenas sobre o Brasil profundo como também sobre o abismo social e as realidades antagônicas de um país dividido. E questiona a profecia de Antônio Conselheiro: “o sertão vai virar mar, e o mar vai virar sertão”.
Filmado entre 2011 e 2021 nos sertões de Canudos (Bahia), Jalapão (Tocantins), Vereda e Salinas (Minas Gerais), agreste de Pernambuco, Marabá (Pará) e nas comunidades do Morro Dona Marta e Rocinha (Rio de Janeiro), Rondônia, Xangai (China), Miami (Estados Unidos), o documentário parte do fascínio de Sergio Rezende pelo sertão brasileiro, a partir de duas grandes obras da literatura brasileira: “Sertões”, de Euclides da Cunha, e “Grande Sertão Veredas”, de Guimarães Rosa.
“Esse projeto começou pela minha imensa admiração por Euclides da Cunha e por Guimarães Rosa, que fez uma viagem tocando boiada por Minas Gerais antes de escrever “Grande Sertão Veredas”. É um filme que mostra o povo brasileiro contando suas histórias”, diz Sergio Rezende, lembrando que o sertão brasileiro permeia toda sua filmografia. “Lamarca foi filmado no sertão baiano; Doida Demais, no sertão amazônico; Canudos no sertão baiano; e Quase Nada, no sertão de Minas.”
Ao se aproximar de personagens de diferentes estados, desde capitais até aldeias indígenas e pequenos vilarejos do sertão, Sergio Rezende retrata em Sertão Sertões as muitas lutas do cidadão brasileiro contemporâneo, a constante busca por dignidade, pertencimento e justiça nos mais diversos campos da sociedade. Com entrevistas intimistas e pessoais, o filme descortina as diversas violências que separam cada vez mais o “sertão” do “litoral” – literal e figurativamente.
Revisitando o passado do país e traçando paralelos com relevantes momentos da atualidade, Sergio Rezende reflete sobre a natureza humana e as grandes dificuldades da sociedade; sobre a emergência climática e o extrativismo predatório, a miséria no Brasil, a globalização e polarização do mundo no século 21. O diretor joga luz sobre uma discussão que ultrapassa as delimitações espaciais e físicas do território brasileiro, como questões da diversidade de culturas, línguas e dificuldades que assolam o país.
Sertão Sertões (2024) (73′) – Coprodução
INÉDITO
Horário:Quinta, 23/05, às 20h
Classificação: 14 anos
Direção: Sergio Rezende
Sinopse: Filmado entre 2011 e 2021 nos sertões de Canudos (Bahia), Jalapão (Tocantins), Vereda e Salinas (Minas Gerais), agreste de Pernambuco, Marabá (Pará) e nas comunidades do Morro Dona Marta e Rocinha (Rio de Janeiro), Rondônia, Xangai (China), Miami (Estados Unidos), o documentário parte do fascínio de Sergio Rezende pelo sertão brasileiro, a partir de duas grandes obras da literatura brasileira: “Sertões”, de Euclides da Cunha, e “Grande Sertão Veredas”, de Guimarães Rosa. Ao se aproximar de personagens de diferentes estados, desde capitais até aldeias indígenas e pequenos vilarejos do sertão, Sergio Rezende retrata em “Sertão Sertões” as muitas lutas do cidadão brasileiro contemporâneo, a constante busca por dignidade, pertencimento e justiça nos mais diversos campos da sociedade.
No dia 28 de agosto (quarta-feira), a Cidade das Artes, no Rio de Janeiro, será o palco do Prêmio Grande Otelo, maior e mais importante premiação do audiovisual no país. A partir desta 23º edição, a Academia Brasileira de Cinemarenomeia o evento (que até 2023 chamava-se Grande Prêmio do Cinema Brasileiro) e lança uma nova marca para ampliar a homenagem ao ator e comediante mineiro que é um dos maiores ícones do nosso cinema e já dava nome ao Troféu Grande Otelo. A Academia apresenta hoje também um novo site exclusivamente dedicado ao Prêmio, que reúne todos os detalhes e no qual serão anunciados os indicados e escolhidos nos turnos da premiação.
Neste ano, foram inscritas 326 obras e mais de 3000 profissionais do audiovisual brasileiro indicados para concorrerem ao Troféu Grande Otelo. Votado por profissionais das mais diversas áreas do setor, o Prêmio Grande Otelo vem passando por atualizações desde que foi criado, sempre acompanhando as mudanças do mercado audiovisual. E, com o objetivo de abranger a multiplicidade de formatos narrativos, a Academia criou este ano duas novas categorias, totalizando 29: Melhor Atriz e Melhor Ator de Série de Ficção. No total, são 29 categorias, incluindo a categoria de filmes ibero-americanos, com produções indicadas pelas academias de cinema dos 13 países associados à FIACINE (Federação Ibero-americana de Cinema).
A Academia Brasileira de Cinema vem expandindo cada vez mais suas parcerias internacionais e, além de ser responsável pela indicação da produção que representa o país na pré-seleção do Oscar de Melhor Filme Internacional, hoje também indica os filmes brasileiros a importantes premiações internacionais, como Goya (Espanha), Ariel (México), Macondo (Colombia), além das indicações em parceria com o SICAV dos concorrentes brasileiros às diversas categorias dos Prêmios Platino.
Grande Otelo. (Foto: Divulgação)
Grande Otelo (1915-1993) foi um dos responsáveis por inaugurar uma forma de fazer cinema tipicamente brasileira, deixando um legado para as próximas gerações de artistas. Ficou conhecido por dar vida a personagens representantes do povo em comédias carregadas de críticas sociais. Em parceria com Oscarito, estrelou renomados títulos nacionais e tornou-se um ícone da Atlântida Cinematográfica e do cinema brasileiro. Atuou em grandes sucessos do século XX, como “Noites Cariocas” (1935), “Este Mundo é um Pandeiro” (1946), “Três Vagabundos” (1952), “A Dupla do Barulho” (1953) e “Matar ou Correr” (1954), “Assalto ao Trem Pagador” (1962), “O Dono da Bola” (1961), “Quilombo” (1984).
O segundo filme da franquia “O Belo Desastre”, BELO DESASTRE – O CASAMENTO acaba de receber nova data de estreia nos cinemas: 16 de maio. Com distribuição da Diamond Films, a comédia é estrelada por Dylan Sprouse e Virginia Gardner e conta a história de Travis e Abby, dois jovens que, depois de uma noite louca em Las Vegas, acordam casados. Após descobrirem o que fizeram, decidem ir ao México para curtir a lua de mel com amigos e família.
O filme conta com um elenco estrelado, seus protagonistas são Dylan Sprouse e Virginia Gardner. Além da química entre os dois na telas, os atores são bem conectados atrás das câmeras. “Foi muito divertido voltar a trabalhar com o Dylan. Nós desenvolvemos uma relação muito boa no primeiro filme” diz Gardner. O elenco principal também conta com Libe Barer, Austin North, Steven Bauer, Kyle Richards e Alex Aiono.
A parceria de Sprouse com o diretor Roger Kumble não é recente. Os dois já trabalharam juntos em After – Depois da Verdade, o que possibilitou que eles desenvolvessem uma ligação e um entendimento sobre o outro, gerando espaço para cenas e falas improvisadas. “Tem vezes que ele improvisa as próprias falas, temos esse entendimento entre nós.”, diz o diretor. “Eu já trabalhei com Roger em três projetos e hoje posso falar que somos como unha e carne. Penso que conseguimos e nos entendemos muito bem.”, diz Sprouse sobre suas experiências com Kumble.
Sinopse do filme:
Em BELO DESASTRE – O CASAMENTO, Travis Maddox (Dylan Sprouse) e Abby Abernathy (Virginia Gardner) acordam depois de uma noite louca em Las Vegas confusos, de ressaca e…casados! Então, eles fazem o que qualquer casal jovem recém-casado e que mal se conhece faria: viajam para o México para uma lua de mel com seus melhores amigos e família.
A 13ª edição do Olhar de Cinema – Festival Internacional de Curitiba, que ocorre de 12 a 20 de junho, anunciou o filme de abertura para 2024.
Ocupando a Ópera de Arame, um dos pontos turísticos mais populares e imponentes do Paraná, o filme “Retrato de um Certo Oriente” traz personagens que foram expulsos de suas terras por conflitos sociopolíticos.
Com direção de Marcelo Gomes, o longa, que é baseado no romance do escritor amazonense Milton Hatoum, que ganhou o Prêmio Jabuti de Melhor Romance (1990), traz os irmãos libaneses, Emilie e Emir, católicos que embarcam do Líbano em uma viagem rumo ao Brasil. No trajeto, Emilie, se apaixona por um comerciante muçulmano, Omar, causando ciúme incontrolável por parte do seu irmão, que usará as diferenças religiosas para separá-los. Porém, antes de chegar ao destino final, em uma briga com Omar, Emir é gravemente ferido em um acidente e a única opção de Emilie é descer em uma aldeia indígena no meio da selva para encontrar um curandeiro que o salve. Após a recuperação do irmão, Emilie toma uma decisão que levará a consequências trágicas.
Retrato de um Certo Oriente – Matizar Filmes/Divulgação
“Neste filme, como em outros que dirigi, sou fascinado pelo conceito de ‘alteridade’. Acredito que a única maneira de desconstruir preconceitos é ver o mundo através dos olhos dos outros. Existem muitas camadas e assuntos no longa, como amor, paixão, preconceito e memória. Mas, primordialmente, é uma produção sobre personagens que são expulsos de suas terras por conflitos sociopolíticos. Isto acontece no Oriente Médio ou na Floresta Amazônica”, comenta o cineasta Marcelo Gomes, responsável também por “Paloma” (2022), “Estou Me Guardando Para Quando o Carnaval Chegar” (2019).
“Decidimos filmar em preto e branco para trazer uma aura de mistério à trama e à Amazônia, retratando aquela imensidão verde em tons de cinza. Além disso, a fotografia em preto e branco é um elemento essencial na narrativa, pois as fotografias são objetos que evocam memórias de dias melhores e oferecem uma possibilidade de cura para as feridas do passado”, comenta o diretor.
Retrato de um Certo Oriente – Matizar Filmes/Divulgação
Para Antonio Gonçalves Junior, diretor do Olhar de Cinema, receber a estreia nacional do longa de Marcelo Gomes no festival só reforça a importância do evento na cena cinematográfica do Brasil. “Por mais um ano, a Ópera de Arame se transformará em uma grande sala de cinema para receber a estreia do aguardado longa de Marcelo Gomes. Em 2023, foram mais de 1500 pessoas reunidas para prestigiar um longa nacional. Queremos que, em 2024, esse feito seja ainda mais marcante para a cidade de Curitiba e para o segmento como um todo”, explica.
O elenco de “Retrato de um Certo Oriente”, conta com Wafa’a Celine Halawi, Charbel Kamel, Zakaria Kaakour, Rosa Peixoto e Eros Galbiati. O roteiro é de Marcelo Gomes, Maria Camargo e Gustavo Campos.
Os ingressos para o Filme de Abertura do Olhar de Cinema – Festival Internacional de Curitiba estarão disponíveis a partir do dia 13 de maio pelo site oficialwww.olhardecinema.com.br.