leia ouvindo: madrugada, samira close
é o poema da dor. alguém me disse certa vez que sem dor, não havia poema. depois descobri que havia, sim. os mais lindos e mais floridos. aqueles que só o amor desperta. aliás, aquele amor capaz de florescer nas partes mais escuras da nossa mente. floresceu, sim. e eu tentei regar todos os dias, mas parecia murchar.
murchou lentamente, como se a qualquer momento fosse florescer de novo. veio a crise. fácil é amar quando tudo está bem. na crise, é que colocamos isso tudo a prova e vemos que nem sempre é o que parece. na crise, sempre é mais fácil virar as costas e dormir. fingir que nada aconteceu. não é comigo, afinal. uma hora tudo vai se ajeitar. o sol vai surgir, né? às vezes não.
não sei descrever o sentido desse poema, não sei em que ele vai resultar depois. mas é o poema da dor. é o poema do coração partido, é o poema do fim. não é fácil lidar, não é fácil enfrentar nem nossos fantasmas, quem dirá dos outros. mas não tem problema. nunca tem.
que atire a primeira pedra quem nunca errou. que atire a segunda, quem assumiu e foi atrás do erro. e atire o resto, quem deu as costas (cuidado com o apedrejamento). ele vem. a pior dor da perda, é aquela imprevisível. a morte, sim. mas a partida. eu ouço sua voz pedindo pra ficar, mas o som tá muito alto, eu não consigo te escutar. quantas vezes eu tentei, quantas vezes eu me esforcei, mas agora longe está e sinto que não vai voltar. as lembranças vão surgindo, seu sorriso eu consigo ver. mas não sei se é real.
ou só vontade de te ter. vontade de ter de novo aquilo que tínhamos. quando foi que tudo deu errado? ah. sei. lembrei. mas a diferença é que continuamos vivos. eu não queria continuar, juro. vale a pena morrer por um amor de verdade. o que não vale a pena é viver em um mundo sem amor.
quatorze vezes ou quatorze mil vezes, não importa. eu estarei por aí. a um estalar de dedos. você estará?
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