Sinopse:Quando um coelho vidente prevê a destruição da toca onde vive, ele se une a seus amigos para achar uma nova casa. No caminho rumo à mítica colina de Watership Down, enfrentam rivais e armadilhas. Mas, mesmo depois de chegarem e, teoricamente, encontrarem um lugar seguro para viver, precisarão lutar para salvar a colônia vizinha e repopular a própria comunidade. Em busca de Watership Down fala de dominação e opressão, de fascismo e utopia, de mitologia e delírio coletivo, de sentimento de comunidade e de loucura. No Reino Unido, ocupa o segundo lugar entre os juvenis de fantasia mais vendidos do século XX, atrás apenas da saga Harry Potter.
Se alguém te recomendasse uma história sobre coelhos, o que você pensaria?
Bom, eu não pensei muita coisa. Fui rapidamente convencido pela beleza da capa, pela sinopse instigante e pela pequena citação de George R.R. Martin logo abaixo do nome do autor: “Uma das melhores fantasias do século XX”.
Como quase sempre, eu tenho de concordar com Martin.
Afinal, “Em Busca de Watership Down” é sim é uma história sobre um grupo de coelhos que começa uma jornada em busca de uma vida melhor. Mas falar isso é apenas abordar sua superfície.
O livro, originalmente publicado em 1972, foi escrito pelo inglês Richard Adams, em resposta ao desejo de suas filhas, que adoravam ouvir suas histórias antes de dormir e durante longas viagens de carro, e queriam uma versão impressa da narrativa.
Tendo como base suas experiências de vida e as pessoas que conheceu ao longo do caminho, o livro de Adams passa longe de ser uma história exclusivamente infantil, trazendo uma narrativa épica, abordando temas como heroísmo, exílio, abuso de poder, religião, amizade e guerra.
Tudo começa quando pequeno coelho, Quinto, relata sua visão para seu companheiro, Avelã, afirmando que o viveiro onde vivem será destruído: em sua premonição, os humanos destruirão toda a região, matando todos os coelhos dali no processo.
Avelã, já revelando seu instinto para liderança, decide migrar para se estabelecer em algum outro lugar, e tenta convencer a maior parte da comunidade em os acompanhar. Sem sucesso, ele decide partir na companhia de um pequeno grupo, dando início a uma longa viagem em busca de construir um novo viveiro.
Seguindo a visão de Quinto, a colina paradisíaca de Watership Down é sua terra prometida: um lugar farto de alimentos e seguro contra inimigos, onde uma nova comunidade de coelhos poderá se expandir. Mas o caminho é cheio de ameaças e armadilhas. O mundo selvagem é um lugar duro para os coelhos, que precisam se superar e contar uns com os outros para permanecer vivos.
O autor, Richard Adams
Profunda, bela e envolve, ainda que tenha cenas tensas e violentas, a obra de Adams fala muito sobre nossa realidade. Desde temas simples como companheirismo e liderança, até ideias complexas de sociedade, fé, destruição humana, manipulação de massas e regimes ditatoriais, a obra consegue estabelecer um equilíbrio perfeito entre um conto de fadas e uma narrativa épica sobre êxodo.
Adams se utiliza de regras bastante particulares, estabelecendo uma cultura única e plausível para seus personagens, ao mesmo tempo que aborda com intensa as emoções humanas e cria uma aventura sem igual.
Depois de um estrondoso sucesso mundo a fora, a história já foi adaptada para uma série de animação em 1978, se firmando como um clássico do século e, recentemente, ganhou uma versão 3D produzida pela Netflix.
Ainda que seja uma história de coelhos, “Em Busca de Watership Down” é absolutamente humana e, despretensiosamente, consegue o que muitas histórias tentam, mas que pouquíssimas conseguem fazer: encantar crianças, jovens e adultos.
Em Busca de Watership, 2018
Ficha Técnica:
• Capa dura: 464 páginas
• Editora: Planeta; Edição: 1 (1 de agosto de 2017)
• Idioma: Português
• Autor: Richard Adams
• Tradução: Rogério Galindo
• ISBN-10: 8542210964
• ISBN-13: 978-8542210965
• Dimensões: 23,4 x 15,8 x 2,8 cm
Sinopse:O romance distópico O conto da aia, de Margaret Atwood, se passa num futuro muito próximo e tem como cenário uma república onde não existem mais jornais, revistas, livros nem filmes. As universidades foram extintas. Também já não há advogados, porque ninguém tem direito a defesa. Os cidadãos considerados criminosos são fuzilados e pendurados mortos no Muro, em praça pública, para servir de exemplo enquanto seus corpos apodrecem à vista de todos. Para merecer esse destino, não é preciso fazer muita coisa – basta, por exemplo, cantar qualquer canção que contenha palavras proibidas pelo regime, como “liberdade”. Nesse Estado teocrático e totalitário, as mulheres são as vítimas preferenciais, anuladas por uma opressão sem precedentes. O nome dessa república é Gilead, mas já foi Estados Unidos da América. Uma das obras mais importantes da premiada escritora canadense, conhecida por seu ativismo político, ambiental e em prol das causas femininas, O conto da aia foi escrito em 1985 e inspirou a série homônima (The Handmaid’s Tale, no original), produzida pelo canal de streaming Hulu em 2017.
O Conto da Aia mostra a vida na República de Gilead, anteriormente o território dos EUA, após o país sofrer uma revolução teocrática e ser governado por radicais cristãos. Regidos por interpretações exageradas do Velho Testamento, os novos governantes excluem as mulheres da vida em sociedade e as dividem em castas funcionais: as Marthas, são pelos serviços domésticos; as Esposas, administradoras do lar; as Aias, como reprodutoras; e as Tias, senhoras que educam as mulheres para a servidão e submissão.
Em Gilead, sem direito a opinar, de se expressarem ou mesmo de serem alfabetizadas, as mulheres estão no nível mais baixo da sociedade. Além disso, através das informações que são passadas pela protagonista, sabemos que Gilead está passando por conflitos contra outras nações – e que alguma radiação trouxe infertilidade ao país. Sendo essa a razão de algumas mulheres, saudáveis e ainda férteis, serem tomadas como aias.
Imersa nesse contexto, Offred é uma aia que vai nos contando sua rotina na casa do Comandante, tendo ali a estrita função de lhe dar um filho. Entre lembranças do seu passado com seu marido e filha e sua realidade no presente, cheia de horrores, Offred vai tecendo sua narrativa que, conforme a autora brinca com hipérboles, guarda semelhanças com a realidade do século XXI.
Publicado em 1985, o livro tem inspirações visíveis na Revolução Islâmica que ocorreu no Oriente Médio, em meados do século passado – tornando o Irã uma república islâmica teocrática, pautada pelo radicalismo, e retirando quase totalmente a liberdade feminina no Afeganistão. Ao parafrasear esse contexto para uma versão cristã de dominação, Atwood subverte alguns dos princípios ocidentais e nos releva até que ponto o radicalismo religioso pode levar a sociedade.
Nesse sentido, o maior trunfo do O Conto da Aia é seu flerte com a realidade. Seguindo a tradição do gênero distópico, que se apropria de hipérboles sociais para criar um cenário impactante ao leitor, por um lado o livro nos apresenta uma situação que beira ao absurdo – já que nossa própria narrativa ocidental tem caminhado em uma direção contrária a esse estado radicalista. Afinal, na maior parte dos países da Europa e América, as politicas costumam ser pautadas pela liberdade de credo, de sexualidade e maior autonomia feminina.
Contudo, a obra ainda permanece relevante, pois o objetivo da ficção cientifica é nos alertar dos perigos de nossas próprias intolerâncias e preconceitos. O propósito da obra não é simplesmente retratar a realidade do mundo, mais apresentar uma perspectiva de futuro assombrosa – propondo uma reflexão profunda do que nos levaria até tal ponto como sociedade, e possibilitando que tomemos um outro rumo.
Ao apresentar uma realidade onde o patriarcado e o radicalismo triunfão em pleno ocidente, Atwood nos direciona para o extremo oposto – nos deixando receosos e desejosos pela liberdade.
Contudo, também não se pode negar que toda a violência contra a mulher revelada, sem censuras, dentro da história são uma maximização do que ocorre nas vielas e becos de muitas cidades brasileiras e ao redor do mundo. A violência e opressão sofridas por Offred e todas as aias, ainda que não aconteça em escala governamental, é uma analogia ao que ocorre em muitos lares e relacionamentos abusivos – onde os homens ainda persistem em subjugar ao mulheres, simplesmente por serem aquilo que são. Impondo-lhes uma realidade de terror e escravidão social.
O Conto da Aia não deve ser lido de forma leviana, nem é um mero entretenimento. Sua mensagem poderosa deve ser absorvida e refletida, para que possamos cada vez mais nos distanciar da sociedade de Gillead, e avançar para uma mais libertária, igual e digna.
Vale ressaltar também o poder da escrita de Atwood, que possuí uma enorme superioridade em relação a alguns dos romances dessa mesma temática. No Canadá, o livro de Atwood é considerado um clássico na literatura nacional, sendo estudado em escolas e universidades, não apenas por seu conteúdo impactante, mas também pela sua força literária.
Baseada na obra, a série The Handmaid’s Tale estreiou em 2016, pelo serviço de streaming Hulu, e já venceu 8 Emmys e 2 Globos de Ouro. Atualmente, a série está em sua 3º temporada e pode ser acompanhada pelo Globoplay
O livro pode ser encontrado nas maiores livrarias do país, e também pode ser adquirido em lojas online como a Amazon, Americanas, Livrarias Cultura, Submarino ou por qualquer outra de sua preferência.
Sobre a Autora:Escritora canadense que atua como romancista, poetisa, contista, ensaísta e crítica literária. Reconhecida por inúmeros prêmios literários internacionais de grande importância. Recebeu a Ordem do Canadá, a mais alta distinção em seu país. Em 2001, foi incluída na calçada da fama canadense e muitos dos seus poemas foram inspirações para contos de fada europeus. Desde 1976, é membro fundadora de uma organização não governamental que atua em apoio da comunidade de escritores canadenses ou que residem no país. Desde 1976, é membro fundador do Writers’ Trust of Canada, uma organização não governamental que atua em apoio à comunidade de escritores canadenses ou que residem no país. Suas obras são conhecidas por mesclarem uma veia irônica e lúdica com sua aguçada perspicácia para questões contemporâneas – como as relações de gênero e o meio ambiente.
Ficha Técnica: Capa comum: 368 páginas
Editora: Rocco; Edição: 1 (7 de junho de 2017)
Idioma: Português
Autora: Margaret Atwood
Tradução: Ana Deiró
ISBN-10: 8532520669
ISBN-13: 978-8532520661
Dimensões do produto: 20,8 x 14,2 x 2,4 cm
Peso de envio: 363 g
A Estrela Cultural, editora que surgiu no mercado editorial em 2018, vem lançando uma série de obras nacionais voltadas para o público infantil. Agora, a editora apresenta seu mais novo lançamento, a obra Monstronário – Monstros e assombrações do Brasil de A a Z, escrita pela jornalista Lúcia Tulchinski, com ilustração de Alexandre Carvalho.
Nesse final de semana, fomos até a Livraria da Vila, no Pátio Batel Curitiba, onde acompanhamos o lançamento do livro e tivemos a oportunidade de conversar um pouco com a autora. Continue lendo para conferir:
Beco Literário: Muito bom participar do lançamento da sua obra, Lúcia. Para começar, nos fale um pouco sobre você.
Bom, sou nascida em Campo Grande, mas criada em Curitiba. Eu me formei em Jornalismo, pela Universidade Federal do Paraná, e sempre tive um gosto pelos livros. Já trabalhei em TV e em alguns outros veículos, mas fui para São Paulo em busca de outros caminhos e foi lá que descobri essa minha veia literária. Desde então tenho trabalhado em obras voltadas ao público infantil, já tendo publicado nove livros pela Editora Scipione. São todas histórias lúdicas, com contos, fábulas e adaptações – como As Viagens de Gulliver e o Mágico de OZ.
BL: E o que pode nos falar sobre seu novo lançamento?
É um guia com 37 monstros do folclore brasileiro. Eles estão em ordem, de A-Z, e estão todos ilustrados pelo Alexandre Carvalho. A ideia é ser algo bastante lúdico mesmo e mais puxado para o humor, voltado para as crianças – nada como um dicionário oficial ou coisa do tipo. O intuito é proporcionar esse contato com o folclore nacional de uma forma lúdica.
BL: Como uma autora do público infantil, como você encara o desafio da literatura em competir com tantas outras formas de entretenimento? Hoje é mais difícil fazer as crianças se interessarem pela leitura, sendo tão bombardeadas com conteúdo na tv, na internet, no cinema etc?
Eu sou otimista. Acho que tem muitas coisas legais acontecendo, como os diversos clubes de leitura que estão crescendo pelo país! Acho que tem muitos pais que incentivam a leitura dos filhos, que trazem para ter autógrafos, que compram livros. São pais conscientes do poder da leitura. Além da escola, que está sempre inserindo a leitura – e que também possuem projetos muitos lúdicos voltados para a leitura.
BL: Então, você confia que ainda tem espaço para trabalhar com os livros entre as crianças?
Tem muitas editoras fazendo isso, a própria Estrela está há dois anos no mercado e já está cheia de títulos. Tem tantos eventos literários, sempre lotados, feiras, piqueniques literários, caravanas do livro, até mesmo a própria Bienal. Em todo lugar têm pessoas trabalhando com literatura de uma forma lúdica, alegre e descontraída.
BL: Nós do Beco sabemos como é importante incentivar a leitura no país. Seu livro também tem o desafio de incentivar a cultura folclórica brasileira, como você entende esse papel do autor nacional?
É um papel importante de quem trabalha com o livro, temos que ensinar a celebrar essa miscigenação – essa composição de culturas que formam o Brasil. Somos frutos de diversas influencias e precisamos celebrar isso de uma forma alegre, saudável, lúdica e criativa. Sou muito fã disso.
Sobre a obra:
Monstronário – Monstros e assombrações do Brasil de A a Z apresenta seres como Bicho-Papão, Tutu Marambá, Pisadeira, Quibungo e Lobisomem. Nas 37 páginas da obra, eles desfilam seus adoráveis trejeitos assustadores de forma lúdica e divertida. Definitivamente, Monstronário possui um repertório único, no qual o fantástico convive com o popular, traduzindo de maneira dinâmica, para os pequenos, nossa imensa riqueza cultural.
Nas páginas desse guia, personagens do folclore brasileiro desfilam seus adoráveis trejeitos assustadores de forma bem-humorada. Um repertório único, no qual o fantástico convive com o popular, traduzindo nessa imensa riqueza cultural. Dizem que eles vivem apenas na imaginação daqueles que adoram contar causos, mas quem pode garantir?
Ficha técnica:
Título: Monstronário – Monstros e assombrações do Brasil de A a Z
Indicação: A partir de 6 anos
Autoria: Lúcia Tulchinski
Ilustração: Alexandre Carvalho
Temas transversais: Folclore
ISBN: 978-85-45559-67-2
Páginas: 84
Preço: 49,90
Para conhecer mais da autora, você pode visitar seus perfis no Facebook e no Instagram. Ou, se quiser adquirir o livro, pode procurar em livrarias e lojas como a Amazon.
Duas semanas após sua estreia é inegável que Coringa se tornou um sucesso. Muitas expectativas foram criadas em torno do novo filme, embaladas pelos elogios recebidos em festivais e os trailers que entregavam pequenos vislumbres da atuação primorosa de Joaquin Phoenix. Com a estreia nas bilheterias, Coringa não tardou em ser o filme número um no mundo, eclipsando as outras produções em cartaz e arrecadando mais de 500 milhões em bilheterias. Diante de tanto sucesso, resolvemos trazer para vocês uma Análise com Spoilers.
Afinal, cheio de críticas sociais e carregado numa série de polêmicas, o filme de Todd Philips é ambíguo, fundado em bipolaridades e equilibra uma prosa dramática e grotesca ao mesmo tempo. Se você ainda não viu, mas não se aguenta de curiosidade, ou quer relembrar e entender melhor alguns temas que o longa aborda, essa resenha é perfeita para você!
Durante toda a minha vida, eu nem sabia se eu existia de verdade, mas eu existo e as pessoas estão começando a perceber
A CIDADE E O POVO DE GOTHAM
Gotham é um epicentro de problemas.
Sempre foi assim nas histórias do homem-morcego e aqui as coisas não são diferentes. Retratada no início dos anos 80, a cidade está imersa em pobreza e desigualdade, acentuada por uma enorme crise de desemprego. Abandonada pelo governo, nem mesmo o lixo é recolhido nas ruas, levando Gotham a uma infestação de ratos. Como se não bastasse, as diferenças sociais se condensam em uma enorme onda de tensão, colocando os ricos contra as classes mais empobrecidas num clima de desesperança e desespero.
Dentro desse contexto, Arthur Fleck é um homem que representa essa população desolada da cidade. Vive para sobreviver, tendo acompanhamento psicológico pago pelo governo, um emprego precário, fazendo bicos como palhaço, e uma mãe doente para cuidar. Sua única esperança, ou objetivo a longo prazo, parece ser sua espera por uma chance de se tornar comediante de Stand Up – e mesmo essa mínima fantasia do personagem soa como uma piada irônica e constrangedora.
Sua primeira cena, uma das mais icônicas, mostra o palhaço forçando um sorriso entre os lábios – enquanto uma única lágrima borra sua maquiagem. Na sequência seguinte, ele é roubado enquanto trabalha em frente a uma loja e, ao perseguir os ladrões, é espancado.
O filme tem um aspecto gélido, explorando com calma a situação agonizante de Arthur. As cenas em que volta pra casa são marcas do tom em que a história se passa – há uma frieza que ronda as ruas, uma sensação de vazio e tensão iminente.
Quando chega em casa, Arthur precisa cuidar de uma mãe raquítica e doente. É um ponto interessante na trama, já que é na relação entre os dois que o aspecto humano do personagem se revela mais forte.
Embora pareça senil, Penny Fleck tem uma enorme consciência da situação em que se encontram e das condições em que o filho vive. Sua única esperança, contudo, está depositada em enormes ilusões – cartas que escreve para o milionário e candidato a prefeito, Thomas Wayne, de quem fora funcionária 30 anos antes.
Faça uma cara feliz!
Como uma cereja no topo desse bolo de desgraças, Arthur ainda sofre de uma condição rara, que o faz gargalhar em situações inoportunas, sem ter qualquer controle. Nesses momentos o brilho de Joaquim Phoenix é inegável – seus lábios gargalham, mas seus olhos permanecem em uma profunda agonia, revelando todo o abismo que mora dentro da personagem.
Conforme Arthur escreve suas piadas, temos acesso a sua parte mais profunda e essencial – e não há dúvidas de que encontramos um homem à beira do colapso. Porém, o que mais chama atenção, são seus esforços para se adaptar e manter o controle da situação.
Querendo ou não, ele vai as consultas com a analista, ele toma seus remédios, ele tem um emprego… Arthur não é um monstro, a verdade é muito mais difícil, ele é só um homem comum – imerso até o pescoço em uma série de problemas.
OS ASSASSINATOS DO METRÔ
Uma série de incidentes compõe a base da transformação de Arthur.
Por conta da surra que levou de alguns moleques, enquanto trabalhava para divulgar uma queima de estoque, um de seus companheiros lhe oferece uma arma – para que pudesse se proteger. Arthur aceita, mesmo sabendo que não deveria.
Sem qualquer bom senso, Fleck leva a arma para um hospital cheio de crianças, onde está se apresentando. Acaba por se demitido, quando a arma escorrega por sua roupa e fica à vista de todo mundo. A cena é uma das primeiras que produzem aquela sensação de humor incomodo, como se ríssemos de nervosismo – coisa que o filme faz muito bem.
Voltando para casa, no metrô, Arthur fica no mesmo vagão em que três rapazes – depois ditos funcionários da Wayne Enterprises – importunam uma garota. A mulher saí do vagão, mas Arthur permanece, gargalhando. Fantasiado de palhaço, solitário e preso em seu acesso de risos, é uma presa fácil.
Os três homens o espancam, mas diferente da última vez, Arthur revida. Tudo é rápido. Tiros e tiros, o sangue jorra, um dos homens caí. Mais tiros, e o segundo segue o companheiro. O terceiro consegue fugir, assim que o metrô para. Arthur o persegue e fuzila seu corpo, descarregando todas as balas que tinha em seu revólver.
“A pior parte de ter uma doença mental é que as pessoas esperam que você aja como se não a tivesse
Desesperado, o assassino foge e se tranca em um banheiro público e, então… dança. Dança como se seu corpo fosse guiado por uma música suave e inaudível. A polícia começa a investigar o caso e testemunhas relatam ter visto um homem vestido de palhaço saindo da cena do crime. Thomas Wayne dá uma entrevista, lamentando a morte de seus três funcionários e, sem qualquer tato, chama a população de baixa renda de palhaços e os critica pelo suposto ódio que propagam contra os ricos.
Algumas cenas antes de tudo isso ocorrer, é mostrado que Arthur passa a se relacionar com uma de suas vizinhas, Sophie, que sendo jovem e mãe solteira, parece ser um par improvável para Fleck. Ainda assim, após cometer os crimes, o relacionamento deles parece alavancar. Juntos eles vão a um show de stand up, onde Arthur finalmente se apresenta. Tudo começa mal, mas a impressão é que ele passa a fazer as piadas certas em algum momento.
Nesse passeio, discutem sobre os recentes assassinatos e sobre como as pessoas passaram a usar uma máscara de palhaço como símbolo dos manifestantes contra o governo e a elite da cidade. A garota parece acreditar que o suposto palhaço assassino é um herói para Gotham – e Arthur sorri. E até mais do que isso, ele começa e encontrar uma identidade para si.
AS CARTAS PARA O PASSADO
Apesar do filme dar sinais de que as coisas se alinharam para Arthur, não demora para que sua vida desande mais uma vez.
Sua assistência vinda do governo é cortada, como parte de uma proposta de redução de verba pública, já que a cidade vai de mal a pior. É interessante notar como Gotham parece mais uma cidade-estado nessa mitologia, do que um município comum. Como se não bastasse, ele finalmente vai de encontro com uma verdade avassaladora – ao abrir uma das cartas que sua mãe envia frequentemente para Thomas Wayne, descobre que ele pode ser seu pai.
A mera suposição do Coringa ser irmão do Batman faz os nervos dos fãs entrarem em colapso – para o bem ou para o mal. Mas, mesmo após discutir com sua mãe e ela admitir ter tido um caso com o Wayne, a possibilidade disso ser verdade parece bastante remota.
Contudo, Arthur se anima. Vai até a mansão Wayne e encontra, mesmo separados por um portão, o jovem Bruce. Sua cena fazendo um sorriso falso em seus lábios vai habitar a imaginação dos fãs por um bom tempo. Finalmente, ele é expulso de lá, ouvindo pela primeira vez a afirmação de que sua mãe seria uma lunática.
É impressão minha ou o mundo está ficando mais doido?
Enquanto volta para casa, descobre que a polícia o procurou para falar sobre os assassinatos do metrô. Sua mãe entra em pânico ao ser interrogada por um dos oficiais e acaba passando mal. Arthur fica com ela no hospital e Sophie o acompanha também. É ali que, assistindo ao show de Murray Franklin, um comediante e apresentador por quem tem uma enorme fascinação, vê sua apresentação de Stand Up sendo transmitida. A princípio, sente que seu sonho está se realizando, mas caí em desilusão quando percebe que estão apenas gozando dele.
Se apegando as esperanças que ainda restam para ele, Fleck vai até um evento onde o próprio Thomas Wayne está presente. Ao interceptar o homem no banheiro, Arthur basicamente se declara, exigindo a atenção e o carinho de seu suposto pai. Contudo, recebe apenas um soco de partir o nariz e uma história intragável: sua mãe seria uma ex-funcionária mentalmente instável, que teria inventado a história sobre seu caso com Wayne, após adotar Arthur.
Incrédulo, Arthur vai até o Sanatório Arkham, onde vemos algumas referências a outros vilões do Batman, como o Charada. Ali ele consegue ver os relatórios psiquiátricos sobre sua mãe e os rouba. Finalmente a verdade vêm à tona: Penny o adotou, mas deixava-o totalmente alheio de qualquer cuidado. Mais do que isso, ela teria permitido que seu namorado da época tivesse torturado tanto ela quanto a criança. Arthur teria ficado acorrentado por dias, sem comida ou bebida.
Inconsolado, sem rumo ou propósito, Arthur vai até o apartamento de Sophie. Plot twist: descobrimos que todas os momentos que eles teriam passado juntos, foram criados pela própria mente psicótica de Fleck. A cena é breve, mas agoniante. Quando Arthur saí, sem deixar claro o que realmente teria acontecido, só podemos supor o pior.
ABREM-SE AS CORTINAS: COM VOCÊS, O HOMEM QUE RI!
Já sem qualquer limite exterior imposto, o homem vai até o hospital, onde finalmente confronta sua mãe e assume saber a verdade sobre seu passado. Sem dar tempo para que Penny absorvesse suas palavras, ele a sufoca com seu próprio travesseiro.
É então que ele finalmente recebe uma chamada para participar do programa de Murray. Após aceitar, ele começa a ensaiar para o programa e descobrimos que seu plano é cometer suicídio ao vivo – num último e grande ato.
Quando pinta o cabelo de verde, Arthur já não é mais Arthur. A máscara finalmente caí e o interior se liberta. Vemos o eclodir de uma nova persona – Coringa. Enquanto se produz vemos a construção de seu verdadeiro rosto – decidido, frio e violento.
Dois de seus antigos colegas vão ao seu apartamento, prestar condolências pela morte de sua mãe, e então temos a cena mais gráfica do filme. Coringa mata brutalmente o colega que lhe deu a arma, num ímpeto de fúria e frieza. O outro, um anão que já era alvo de sátiras durante o filme, fica encurralado, totalmente sem reação.
“Só espero que minha morte valha mais centavos do que minha vida”
Coringa permite que ele parta, pois admite que o homem nunca o tratara mal. O anão não consegue abrir a porta por causa do seu tamanho, fazendo com que Coringa o assuste antes de deixa-lo sair, dando-lhe um beijo em sua testa. Mas a cena em si causa uma reação confusa nos espectadores – nesse momento, o cômico e o grotesco se misturam como nunca. Alguns riem, enquanto outros se encaram, atônitos.
Totalmente trajado, já assumindo sua nova identidade, Coringa dança por uma escadaria de seu bairro. É encontrado pelos policiais que o procuravam e decide fugir deles. Para esse dia, uma manifestação está marcada para o centro da cidade. Coringa entra no metrô, onde um enorme grupo de manifestantes está usando máscaras de palhaço. Ele consegue se camuflar no meio da multidão e uma confusão começa com a entrada dos policias que, pressionados, acabam por atirar em um homem. Coringa saí na estação, eufórico, enquanto um dos policiais é linchado.
Nos camarins do show de Murray, um dos produtores não quer permitir sua presença, já que seu visual pode ser associado aos movimentos políticos. O próprio apresentador questiona seu convidado, que garante não ter qualquer vínculo com os manifestantes. Após entrarem em um acordo, ele pede para que Murray o apresente como Coringa.
Aqui vale uma nota, já que talvez nada seja mais impactante em todo o longa do que a cena de Coringa coreografando sua dança macabra atrás das coxias. Ele está, enfim, pronto para o que tem de fazer.
A conversa com Murray, contudo, não poderia ser pior. É até difícil perceber o momento em que começa a desandar – simplesmente, parece destinado ao fracasso desde o princípio. Em determinado momento, Coringa admite a responsabilidade pelos assassinados do metrô. “Estou cansado de fingir que não foi engraçado”, é o que ele diz. A sensação do espectador é que cada frase a mais nessa conversa é um erro.
Tensão, tensão e um novo plot twist – Coringa dispara contra Murray. Correria, gritos, desespero… p agente do caos se revela. Ele encara uma das câmeras, antes que a transmissão seja interrompida: “And remeber ‘That’s’… ”, tenta dizer, quando as imagens são cortadas.
ENFIM, OS APLAUSOS!
Coringa é preso, levado em um carro de polícia enquanto contempla a cidade ser consumida pela fúria dos manifestantes, que encaram seu ato de assassinato como um gesto de rebeldia e afronta contra as instituições que eles combatem.
De repente, um caminhão acerta o carro de polícia, e Coringa é liberto pelos manifestantes. Nesse mesmo momento, ao saírem de um cinema que exibia a Máscara de Zorro, fugindo para um beco ao tentarem sair do epicentro do tumulto, os Thomas e Marta Wayne encontram seu fim trágico e reimaginado, diante do pequeno Bruce.
Coringa, por outro lado, se vê rodeado por homens e mulheres mascarados que bradam o seu nome. Usando seu próprio sangue, ele desenha um sorriso distorcido em sua face. É seu momento de glória. O caos domina a cidade, Thomas Wayne está morto, Penny Fleck, Murray Franklin e o próprio Arthur também, mas o palhaço vive.
É uma noite sombria para Gotham City.
A tela, enfim, escurece e ouvimos o som de sua risada rouca e involuntária. Há mais um trecho para a conclusão do filme, uma conversa entre Coringa e sua psiquiatria, provavelmente preso no Asilum Arkham.
– Qual é a graça? – A mulher pergunta para ele.
– Eu pensei numa piada – Coringa responde antes de cair na gargalhada.
– Quer me contar?
– Você não vai entender – Ele responde e traga seu cigarro.
A música “That’s Life” de Frank Sinatra inicia. Coringa a canta em conjunto com o fundo. Então, ele aparece correndo pelos corredores, sendo perseguido por funcionários numa cena que remete aos filmes pastelões.
Seus passos deixam marcas de sangue pelo corredor.
Disseram que eu não sou engraçado o suficiente, dá pra acreditar?
Qual a conclusão que podemos chegar?
Nenhum filme de super-herói, talvez em todos os anos de existência do cinema, tem metade da profundidade que Coringa. A proposta do longa, somados a sua execução por parte de uma direção impecável e uma atuação de tirar o fôlego de Phoenix, criaram uma obra digna de tanta repercussão.
Há muitas polêmicas envoltas ao filme, certamente. Contudo, parece bastante claro que Arthur Fleck não se tornou Coringa porque teve um dia ruim, nem mesmo porque tinha uma condição psiquiátrica, ou porque era socialmente isolado. Mas sua transformação foi uma fusão de todos esses fatores, ainda mais intensificados pela situação política e precariedade social de Gotham.
Arthur era um homem que queria ter uma vida normal. Mas foi sendo tragado por circunstâncias que o levaram a um ponto de ruptura. Nesse estágio, sem ter qualquer suporte, optou pela via mais agressiva – escolheu parar de tentar conter seu lado mais sombrio e usou-o como ferramenta para se libertar.
Coringa é um vilão. Mas é muito mais complexo do que um vilão que nasce assim, como os da Disney, ou daqueles que se tornam antagonistas por terem algum objetivo controverso e impopular, como Thanos. Arthur Fleck foi sendo minado pela doença, pela sociedade e por pessoas a sua volta, e esse homem sucumbiu ao Coringa, que assumindo no controle da situação, optou por virar o mundo de cabeça para baixo.
Sim, essa perspectiva é assustadora. Não porque o filme é puramente polêmico, mas porque ele reflete a nossa realidade. Dessa forma, não é o filme que deve ser combatido, mas sim os nossos próprios valores sociais – que acabam por permitir que um filme de ficção seja tão próximo da realidade.
O Rock in Rio mal acabou e já deixou saudades. Os sete dias de shows, divididos em dois finais de semana, reuniram milhares de pessoas nos diversos palcos da Cidade do Rock que fizeram da edição de 2019 uma das mais inesquecíveis. Num evento tão grandioso, muitas atrações acontecem ao mesmo tempo e se você deixou passar alguma coisa, não tem problema! Confira agora nossa lista para saber como foi o último fim de semana Rock in Rio 2019:
A força da música nacional
É sempre bom ver que mesmo em meio a tantas atrações internacionais, nossos artistas continuam arrastando multidões. Durante todo o evento, diversos cantores brasileiros marcaram presença nos palcos do Rock in Rio e nesse final de semana não foi diferente.
O rapper Xamã reuniu um público acalorado no Espaço Favela, cantando parte de seus hits que já tem mais de 2 milhões de ouvintes apenas no spotify. Sua apresentação teve direito a homenagens a Chorão, ex-vocalista do Charlie Brown Jr, críticas ao atual governo e até mesmo uma batalha de rap com participação de fãs.
Com uma participação mais polêmica, os Paralamas do Sucesso, veteranos do festival, abriram o sétimo dia do Palco Mundo abordando temáticas politicas e um discurso mais duro em relação ao país. Em algumas de suas canções, o telão exibia imagens de líderes como Raoni, Matin Luther King, Mandela e até mesmo uma imagem de uma criança, com a citação “- balas + amor”.
No Palco Sunset, Lulu Santos fez valer sua participação e entregou uma ótima apresentação ao público. Num dueto com Silva, cantor e multi-instrumentista, interpretaram alguns covers que empolgaram a galera e, posteriormente, uma vez com o palco só para si, Lulu embalou hits como “Tempos modernos” e “Toda forma de amor”, que foram acompanhados em coro pela multidão.
Anitta
Impossível falar do poder da representação nacional e deixar de lado a participação da maior cantora de funk do país. Anitta demorou para chegar aos palcos do festival, mas fez isso em grande estilo. Trazendo a essência do funk que a tornou famosa, a cantora cantou e rebolou no Palco Mundo, abrindo a noite de sábado.
Poderia ter sido headliner, com toda certeza. Ainda assim, ao som de hits como “Vai Malandra”, “Show das Poderosas”, “Sin Miedo” e “Bang” conseguiu embalar a multidão. O cenário para seu show foi inspirado na produtora Furação 2000, equipe que apoiou a cantora para dar seus primeiros passos profissionais.
Mesmo que os organizadores do Rock in Rio tenham resistido a presença do funk no festival, é inegável que a presença de Anitta é um marco dessa mudança de postura e abre inúmeras possibilidades para os próximos anos do evento.
Pouco depois de se apresentar, Anitta voltou aos palco para cantar ao lado do Black Eyed Peas. A banda já não está mais em seu auge, principalmente depois da saída de Fergie, que em 2017 também se apresentou na Cidade do Rock.
Ainda assim, o grupo conseguiu manter o público empolgado, embalando boa parte de seus hits como “Let’s get it started” (com Will.i.am descendo de tirolesa enquanto cantava), “Boom boom pow” e “Pump it” – “Wheres is the love” também fez a multidão cantar, mas o tom lento da música fez a apresentação diminuir o ritmo.
A participação de Anitta ao cantar “Don’t lie” e “eXplosion”, recém lançada em parceria com o grupo, foram essenciais para manter o show em alto nível, encerrando a participação da banda com o certeiro “I gotta a feeling”.
Nickelback
Seu vocalista, Chad Kroeger, não estava totalmente recuperado após ser diagnosticado com cistos na garganta, e sua voz falhou em canções como “Far Away”, fazendo com que a platéia precisasse cantar um trecho ou outro de algumas das músicas. Ainda assim, a banda de “pós-grunge romântico” mostrou boa forma ao voltar aos palcos do Rock in Rio, após sua apresentação em 2013.
Carregando a alcunha de banda mais odiada do mundo, a Nickelback vendeu mais de 50 milhões de álbuns no mundo, sendo o artista com maior público nessa faixa de horário do Palco Mundo.
Imagine Dragons
Sendo a banda de rock mais ouvida no Brasil, pelo spotify, a Imagine Dragons entregou um show bastante imponente ao público, com planejamento e execução impecáveis. Seus hits embalaram a multidão, contando com chuvas de papel picado e os refrões bem afinados.
Sendo a quarta passagem da banda pelo país, o que surpreendeu no show foram os vários discursos que falaram desde a conexão de Dan Reynolds com o Brasil até abordarem temas mais pesados como depressão, ansiedade e suicídio.
P!nk
Por fim, ao fechar o sexto dia do festival, Pink entregou uma das melhores apresentações de todo o evento.
Chegando pendurada em um enorme lustre, a cantora dispensou apresentações em sua primeira passagem pelo Brasil e impôs seu estilo assombroso para o público engajado. Com 40 anos de vida e metade disso dedicados a carreira musical, Pink alternou o setlist entre músicas mais recentes, de seus dois últimos álbuns, com parte de seus hits que bombavam na MTV dos anos 2000.
Sua apresentação contou com uma série de efeitos muito bem produzidos que encantaram o público, mas toda a sua intensidade também deu espaço para momentos de emoção, como para pegar presentes dados pelos fãs e até comentar um pedido de casamento feito na platéia.
Para encerrar com chave de ouro, Pink voou sobre a multidão presa por cabos de aço, ao som de “So what”, um dos hits que melhor carrega sua imagem de cantora rebelde e mulher empoderada.
E aí, gostou de saber como foi o último fim de semana Rock in Rio 2019? O que você achou dessa edição? Qual final de semana foi melhor? Que apresentação vai ficar marcada na história do evento? Nós do Beco já estamos sentido falta do festival e mal podemos esperar para cobrir a próxima edição!
O Rock in Rio é um dos maiores festivais de música do planeta e a edição de 2019 já começou trazendo grandes nomes da música internacional. No nosso primeiro post, falamos sobre o Line-up do Rock in Rio. Mas esse é só o começo, e uma maratona de shows vêm por aí! Por isso, confira 7 dicas para se preparar para o Rock in Rio 2019:
1. Baixe o APP Oficial do festival
Baixe o aplicativo do Rock in Rio no seu celular, ele pode ajudar a melhorar sua experiência durante os dias do evento. Dentre diversas funções, você pode consultar os horários dos shows de seus artistas favoritos e ver em qual palco eles vão se apresentar.
Além disso, você pode usar o app para conferir informações de serviços, ver outras atrações que estão rolando na festival, opções de alimentação e também se localizar, conferindo o mapa da Cidade do Rock!
O Mapa Interativo também está disponível no site do festival, e seria uma boa ideia dar uma olhada antes de sair de casa, para se localizar fácil quando estiver por lá.
O Aplicativo está disponível para ambas as plataformas de Android e IOS
2. Lembre-se da sua pulseira
A pulseira é seu ingresso para show e sua forma de identificação dentro do festival.
É importante que você a coloque apenas no dia em que for utilizar, pois uma vez presa, ela não pode ser removida ou substituída e danos no lacre podem te causar algum tipo problema.
Por isso, seja cuidadoso com sua pulseira – no final, ela servirá como um ótimo objeto de recordação.
3. Fique atento ao sistema de transporte
Graças a uma parceria especial do Rock In Rio com o MetrôRio, a Estação Jardim Oceânico, na Barra da Tijuca, vai ficar disponível 24 hrs para embarques e desembarques durante todos os dias do evento. Isso vai facilitar muito a locomoção! As outras estações do metrô estarão disponíveis durante a madrugada, mas apenas para o desembarque.
É bom lembrar que é necessário ter um dos cartões RioCard para poder embarcar. Os cartões podem ser carregados em diversos terminais e você precisa colocar o valor total para ir e voltar do festival.
Pense só: você vai ficar em um local aberto, por horas a fio, de pé ou andando de um lado para o outro. Estilo é importante, mas estar confortável é ainda mais!
Coloque um bom tênis, ou qualquer sapato confortável, roupas leves e evite ficar carregando objetos desnecessários.
Para estar mais preparado possível, é importante checar a previsão do tempo. Se puder, considere levar uma capa de chuva, para o caso do clima virar.
5. Fique atento ao que pode e não pode levar
Essa é muito importante.
A lista do que não pode ser levado é bastante longa. Incluem objetos como garrafas, squeezes, latas, embalagens rígidas com tampa (como potes plásticos), capacetes, guarda-chuvas, bastões de selfie, objetos pontiagudos ou perfurantes etc.
Vidros de perfume, cosméticos, desodorantes ou qualquer tipo de utensílio de armazenagem também não serão permitidos. Além de objetos mais óbvios como armas de fogo, sinalizadores ou fogos de artifício.
Você pode levar uma garrafa d’agua, de plástico transparente e sem tampa – há vários bebedouros no evento onde você pode enche-las. Além disso, é permitido levar cinco alimentos por pessoa, também dentro de embalagens transparentes. Se for levar alimentos industrializados, como bolacha ou barras de cereal, devem estar em suas embalagens lacradas.
Para conferir a listagem completa do que pode ou não levar, é bom dar uma olhada no site do Rock in Rio, ou conferir as informações disponíveis no app oficial.
6. Hidratem-se, anjos
Sol, exposição, muita cantaria e emoção. Essa combinação pode levar a uma experiência maravilhosa! Mas pode ser bastante cansativa também.
Leve consigo sua garrafinha d’água, ela vai ser uma amiga valiosa, e esteja sempre bem hidratado. Bonés, óculos de sol e protetor solar também serão seus aliados – não se esqueça deles!
Um outro conselho é ponderar bem sobre o que comer. Estar com fome pode atrapalhar sua experiência, mas ingerir comidas pesadas ou muito gordurosas pode acabar fazendo mal. O ideal é ingerir coisas mais leves e ficar 100% para aproveitar os shows.
7. Curta ao máximo
E, por fim, divirta-se! O Rock In Rio é uma experiência maravilhosa e tem tudo para ser ótimo! Por isso, deixe os problemas de lado – reúna seus amigos, prepare a playlist, cante, dance, chore, tire fotos, faça stories, bloguere e curta ao máximo!
Crie memórias que você vai guardar para o resto da vida!