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Isabelle Piteri

Livros, Resenhas

Resenha: O Acordo, Elle Kennedy

Romance de Elle Kennedy, The Deal ou O Acordo. É o primeiro livro da série “Amores Improváveis” , também conhecida como “Off-Campus”

Sinopse
Hannah Wells finalmente encontrou alguém que a interessasse. Mas, embora seja autoconfiante em vários outros aspectos da vida, carrega nas costas uma bagagem e tanto quando o assunto é sexo e sedução. Não vai ter jeito: ela vai ter que sair da zona de conforto… Mesmo que isso signifique dar aulas particulares para o infantil, irritante e convencido capitão do time de hóquei, em troca de um encontro de mentirinha. Tudo o que Garrett Graham quer é se formar para poder jogar hóquei profissional. Mas suas notas cada vez mais baixas estão ameaçando arruinar tudo aquilo pelo qual tanto se dedicou. Se ajudar uma garota linda e sarcástica a fazer ciúmes em outro cara puder garantir sua vaga no time, ele topa. Mas o que era apenas uma troca de favores entre dois opostos acaba se tornando uma amizade inesperada. Até que um beijo faz com que Hannah e Garrett precisem repensar os termos de seu acordo.

O acordo é o primeiro livro da série Amores Improváveis, de Elle Kennedy. Trazendo uma literatura New Adult a série conta com quatro livros, cada um conta a vida de um dos quatro amigos jogadores de hóquei que vivem na mesma república.

Então começamos com Garrett Graham, o capitão do time de hóquei da universidade Briar, filho de um famoso também jogador de hóquei. Desde pequeno o pai sempre cobrou o melhor do filho. Já pode sentir a pressão que ele tem né?

Afinal de contas, Phil Graham tem uma
reputação a zelar. Quer dizer, imagina só como ele se sentiria se o
filho não virasse um jogador profissional…

Pelo menos o esporte é algo que ele realmente ama.

Como atleta estrela, ele tem tantas conquistas no gelo quanto na cama, porém, em uma aula de ética começa seu problema, quando é quase reprovado. Se isso realmente acontecer ele não poderá jogar e é ai que entra Hannah Wells, a única que pode ajudá-lo a aprovar essa prova, sendo sua professora particular.

Um é o completo oposto do outro. Enquanto ele é despojado, atleta, capitão do time e tem uma líder de torcida diferente por noite, Hannah é uma estudante de música, tímida, de poucos amigos e que está focada em superar seu passado.

“Acho que você não entendeu, Wellsy. Não quero uma ligação
amorosa com você. Sei que você não tá a fim. Se isso a deixa feliz,
também não tô.”
“Isso me deixa mesmo muito feliz. Tava começando a me
preocupar que eu fosse de fato o seu tipo, e é uma ideia
aterrorizante demais de conceber.”

Então um acordo inesperado surge entre os dois (depois de muitaaaaa insistência de Garrett): ela dá aulas particulares e o ajuda a aumentar sua nota, enquanto ele finge estar saindo com ela para fazê-la chamar a atenção de um cara do campus por quem está interessada.

“Então, temos um acordo?”, arrisco.
Hannah fica em silêncio, mas quando estou prestes a perder
as esperanças, ela suspira e diz: “Tudo bem. Fechado”.

Contra todas as possibilidades, o acordo entre eles começa a funcionar e uma amizade começa a surgir.
Garrett não é o babaca que Hannah esperava, e ela não é tão tímida quanto parecia.

“É isso aí, Hannah e eu somos amigos. Na verdade, ela é a única amiga mulher que já tive. E quero continuar amigo de Hannah.”

O romance deles nasce de uma amizade, dia após dia vamos vendo seu desenvolvimento, começa com as aulas, sem perceberem já estão dividindo noite de pizza e série, é algo gostoso de ler, a confiança vai aparecendo, cumplicidade e um amor puro.

Abro os olhos lentamente e encontro Hannah aconchegada em
mim. Estou deitado de costas, os braços em volta dela, segurando-a
com força junto ao meu corpo. Não admira que meus músculos
estejam tão rígidos. Será que passamos a noite inteira assim?
Lembro de estarmos em lados opostos da cama quando peguei no
sono, tão distantes que até esperava encontrá-la no chão ao acordar.
Mas, agora, estamos emaranhados nos braços um do outro. É
gostoso.

A trama traz reflexões e assuntos pesados de maneira leve, como o passado da Hannah, uma vez que foi estuprada aos 15 anos e desde então se sente desconfortável em festas.
Porém, apesar de tudo que sofreu, ela não é aquele personagem traumatizado com homens igual vemos nas outras estórias, ela tem sim alguns problemas em decorrência do que aconteceu, mas é forte.

Garrett, por sua vez, tem que lidar com seu pai, que ao contrário do que todos pensam, não é aquele pai que vai em todos os jogos para apoiar o filho.

Apesar de ser uma história de amor o livro trata questões importantes sobre estupro e violência doméstica, mas de uma forma muito leve.

Mesmo com todos os problemas e sofrimentos dos passados de ambos, juntos eles vão superando tudo, se envolvendo mais e torcendo pelas vitórias um do outro.

“ Às vezes, as pessoas entram na sua vida e, de repente, você não sabe como foi capaz de viver sem elas antes. E já não consegue entender como vivia a vida, saía com os amigos e dormia com outras pessoas sem ter essa pessoa importante na sua vida”

Confesso que achei que seria mais um daqueles romances clichês que, não vou negar, eu amo!!!! Mas essa série é mais do que isso. É leve, rápida, sem mimimi. Me atrevo a dizer que acaba sendo voltado mais para uma comédia romântica.

É uma estória que você devora, quer saber logo o que vem depois e quando vê já terminou o livro. Eu mesma o li em uma noite!!!!!

Os livros, porque agora digo sobre a série no geral, fogem dos padrões que estamos acostumadas. Não é sobre o Badboy que se apaixona pela mulher mais improvável (para eles) da universidade, a virgem, boazinha e simples.
Tanto os homens quanto as mulheres nestes livros tratam da questão da sexualidade de uma forma muito tranquila e leve.

Eu simplesmente amei, amei, amei, amei, amei.
Recomendo para todo mundo que gosta dessa pegada mais New Adult.

Livros, Resenhas

Resenha: Apenas Amigos, Christina Lauren

Sinopse:
Holland Bakker foi salva de um ataque no metrô pelo musicista irlandês Calvin McLoughlin. Como agradecimento, Holland o apresenta a um grande diretor de musicais e o que era uma tentativa despretensiosa se transforma numa chance inimaginável, pois, antes mesmo de perceber, Calvin foi escalado para um grande musical da Broadway! Ou quase… Até admitir que seu visto de estudante expirou e ele está no país ilegalmente. Sem titubear, e com uma paixão crescente pelo rapaz que só ele ainda não percebeu, Holland se oferece para casar com o irlandês a fim de mantê-lo em Nova York. Conforme a relação dos dois se desenrola de “apenas amigos” a ”casal apaixonado”, Calvin se torna o queridinho da Broadway. No meio de tanto teatro e do gostar-sem-se-envolver, o que fará esse casal perceber que há muito amor verdadeiro em cena?

Definitivamente uma das leituras mais fáceis e divertidas que tive até agora, Apenas Amigos é o típico romance clichê americano de um casamento arranjado para conseguir um greencard.

Tudo começa quando a jovem Holland, que é formada em escrita criativa mas trabalha com seu tio no teatro, mora na cidade de Nova York e se ‘apaixona’ por um músico em uma estação de metrô. Ela vive arranjando desculpas para vê-lo, como mudar sua rota para o trabalho e andar mais quadras somente para ver seu crush secreto, a quem ela nunca dirigiu a palavra.

No dia que ela finalmente toma coragem (literalmente toma coragem líquida) para falar com ele, acontece um acidente que a faz parar no hospital, e ninguém menos do que ele, o irlandês Calvin a socorre, mas não de uma maneira muito convencional.

De qualquer maneira, destino ou não, seu tio Robert, que trabalha na Broadway, precisa urgentemente de um violinista para seu musical. Então, a ideia surge e como forma de agradecimento por tê-la salvo no outro dia, Holland decide apresentar Calvin a ele como forma de agradecimento.

Calvin tem um talento indiscutível e todos se encantam com ele, porém há um problema, ele não pode aceitar o trabalho de seus sonhos porque é um cidadão vivendo ilegalmente nos Estados Unidos.

“Sou aquela garota sardenta, com meias-calças desfiadas, desastrada, que vive espirrando o café no decote da blusa, aquela mesma que esbarra em todo mundo com uma câmera na mão. Calvin, por outro lado, desliza com graça para dentro e fora de qualquer espaço, e já foi comprovado que ele consegue comer salada sem sujar o rosto.”

Então, seguindo a sugestão de um colega de trabalho, ela procura o músico e faz uma proposta um tanto quanto inusitada, que eles se casem e entrem com o pedido do visto. A proposta é que fiquem juntos por um ano, depois cada um segue o seu caminho.

“Pró: ele é lindo. – (…) – Vamos começar por aí.
Contra: Essa ideia tem vários tons de ilegalidade.”

“Um gesto como esse me dá a sensação de que estamos fazendo isto Até Que A Morte Nos Separe, quando na verdade é apenas Até Que As Cortinas se Fechem”.

O livro traz uma jornada de amor de vários âmbitos diferentes, desde o amor a família, o amor a música, o amor próprio e ao autoconhecimento.

“É uma carta de amor – não dá pra negar – mas a coisa mais estranha é que tenho certeza de que essa carta de amor é para mim mesma.”

Apenas Amigos é aquele tipo de livro que você senta para ler e só consegue ir dormir depois que o termina. Apaixonante, romântico, clichê e lindo.

Tem sua trama envolvente e confesso que queria um Calvin para mim hahaha.

Mais uma obra de Christina Lauren que todos deveriam ler.

Livros, Resenhas

Resenha: Verity, Colleen Hoover

O amor é capaz de superar a pior das verdades? Verity Crawford é a autora best-seller por trás de uma série de sucesso. Ela está no auge de sua carreira, aclamada pela crítica e pelo público, no entanto, um súbito e terrível acidente acaba interrompendo suas atividades, deixando-a sem condições de concluir a história… E é nessa complexa circunstância que surge Lowen Ashleigh, uma escritora à beira da falência convidada a escrever, sob um pseudônimo, os três livros restantes da já consolidada série. Para que consiga entender melhor o processo criativo de Verity com relação aos livros publicados e, ainda, tentar descobrir seus possíveis planos para os próximos, Lowen decide passar alguns dias na casa dos Crawford, imersa no caótico escritório de Verity – e, lá, encontra uma espécie de autobiografia onde a escritora narra os fatos acontecidos desde o dia em que conhece Jeremy, seu marido, até os instantes imediatamente anteriores a seu acidente – incluindo sua perspectiva sobre as tragédias ocorridas às filhas do casal. Quanto mais o tempo passa, mais Lowen se percebe envolvida em uma confusa rede de mentiras e segredos, e, lentamente, adquire sua própria posição no jogo psicológico que rodeia aquela casa. Emocional e fisicamente atraída por Jeremy, ela precisa decidir: expor uma versão que nem ele conhece sobre a própria esposa ou manter o sigilo dos escritos de Verity?
“Distintamente sinistro, com um verdadeiro toque de [Colleen] Hoover. Estive esperando um thriller como esse por anos.” – Tarryn Fisher, coautora da série Nunca Jamais

Diferente das outras obras de Colleen Hoover, ela traz Verity como um suspense que realmente te prende do começo ao fim.

Já digo de inicio que Colleen Hoover é minha escritora preferida de todos os tempos e essa obra devorei em 3 horas. Na minha opinião, por ter escolhido esse gênero e o modo como narrou a estória foi sua obra mais distinta.

O livro é dividido entre duas protagonistas, por um lado temos Verity Crawford, que é quem rouba a cena e dá o nome ao livro. Verity é mostrada através do manuscrito da sua dita autobiografia, através de comentários do seu marido Jeremy, através dos olhos de Lowen e o que ela pensa da autora depois de tudo que leu… Ainda assim, Verity é uma personagem que vai te instigar do início ao fim.

Por outro lado temos Lowen Ashleigh, uma escritora de romances de suspense que vive em Nova Iork mas que é o completo oposto da cidade, é quieta e na dela, quase não sai de casa, não dá entrevistas e não gosta de visibilidade.

A vida das duas protagonistas se cruzam no momento que Jeremy, marido de Verity, procura Lowen para que a mesma termine como Co-Autora a série de livros de sua esposa, que sofreu um grave acidente.

Lowen é convidada a ir a casa de Jeremy e Verity para trabalhar no escritorio da escritora, para entender seus manuscritos e começar a dar vida aos próximos três livros da série, e é ai que ela acha a então “biografia” de Verity Crawford.

A estória é narrada em primeira pessoa por Lowen e há os capítulos da autobiografia de Verity, narrados por ela. A narrativa deste livro é de uma inteligência e ousadia que poucos autores possuem.

E aqui é onde isso fica real. As entranhas da minha autobiografia. Esse é o ponto em que outros autores melhorariam suas imagens, em vez de se lançarem em uma máquina de raio-x.

Mas não há luz para onde estamos indo. Este é seu último aviso.
Escuridão à frente.

Quanto mais tempo Lowen passa na casa dos Crawford mais ela e Jeremy vão se aproximando, e é ai que coisas estranhas começam a acontecer.

Passei a maior parte da minha vida não confiando em mim durante o sono. Agora estou começando a não confiar em mim mesmo quando estou acordada.

Verity é uma obra que possui cenas muito gráficas e incômodas, principalmente no que se refere a assuntos relacionados à maternidade. É de revirar o estômago algumas cenas e igual a Lowen eu também tinha que parar de ler o livro e respirar um pouco. Esse é um daqueles livros que quanto menos a gente souber, melhor.

Diversas vezes me arrepiei e pensava em como um ser humano poderia agir de tal maneira, a presença de Verity traz calafrio, suas palavras não são necessárias, tudo o que ela queria dizer está escrito em sua autobiografia, e são essas as partes mais perturbadoras da estória.

Tanto como Verity é a alma do livro, Lowen também é uma personagem muito complexa, ela sofre de sonambulismo e diversas vezes questiona sua própria sanidade. E digo que nós, leitores, também questionamos sua sanidade quando aqueles acontecimentos misteriosos apareciam. Será que eram só na cabeça de Lowen? Ou ela estava sendo sugestionada pela biografia de Verity?

Mas quem assiste as vezes Investigação Discovery sabe muito bem que poderia ser verdade o que Lowen via.

Também há outro personagem que é raro e traz uma desconfiança, Jeremy Crawford. Ele é aquele tipo de personagem bom demais para ser verdade… Pai amoroso, marido paciente. se por um lado eu queria confortá-lo por tudo o que ele já havia sofrido, por outro eu queria confrontá-lo. Teria ele algo a ver com o acidente de Verity? Sua devoção à esposa é culpa ou amor incondicional?

A obra apresenta Crew, de 5 anos, filho de Jeremy e Verity que conversa com a mãe… mas a mãe não fala… então será que ele só imagina que está conversando com ela? Ele é bem assustador as vezes.

E fica em aberto a enfermeira de Verity que logo de cara não gosta de Lowen, mas essa foi uma personagem que não consegui interpretar.

Somos capazes de separar a realidade da ficção de tal forma que parece que vivemos em dois mundos, mas nunca os dois mundos ao mesmo tempo…

Se disser qualquer coisa a mais entra em spoilers então eu fico por aqui com vocês.

Eu realmente ainda não sei o que pensar desse livro, o final ainda tá na minha cabeça assim como todo o resto da história, ela conseguiu jogar direitinho comigo, acabei não chegando a uma conclusão sobre o que eu acho que realmente aconteceu, mas gostaria de pensar que uma pessoa não possa fazer tantas maldades.

Insano, dúbio, intenso, frio, impiedoso, arrebatador. Verity mostra um outro lado da criatividade de Colleen Hoover, como todos os livros dela, esse também me deixou com uma ressaca literária.

Acredito que muita gente abandone a história, pela forma que ela conduz e descreve alguns temas e situações, que são difíceis de digerir realmente, mas a minha dica é que não abandone, por mais que seja impactante, porque o final vai te surpreender.