Na última terça-feira (07), foi ao ar o primeiro episódio da quarta temporada de MasterChef Brasil. A edição contou com 27.500 inscritos, sendo que apenas 75 escolhidos fizeram testes com os três conhecidos jurados, Paola Carosella, Henrique Fogaça e Erick Jacquin. A apresentação do programa continua por conta de Ana Paula Padrão, que no primeiro encontro com os concorrentes já alerta: “A época da inocência passou”.
Desses 75, 40 pegam o avental, mas apenas para passarem por mais uma etapa eliminatória que se inicia no próximo programa. Somente no terceiro episódio do reality é que conheceremos os 21 cozinheiros que entrarão na nova cozinha do MasterChef.
A última temporada exibida foi a edição dos profissionais, que contava com cozinheiros incríveis e receitas de altíssimo nível técnico, mas acabou num festival de ego, machismo e outras babaquices, com Ana Paula Padrão tendo que explicar aos concorrentes que o feminismo não é a luta pela supremacia da mulher. Nessa nova edição, a apresentadora e os jurados deixaram claro que o que esperam dos participantes é amor à cozinha, e que com os amadores o programa “retorna às origens”. Ana Paula salientou ainda que para chegar longe na competição é preciso mais do que cozinhar bem: a maturidade, o equilíbrio emocional e a pessoa que cada um dos concorrentes é, são elementos essenciais para o sucesso no programa.
MasterChef Brasil vai ao ar todas às terças-feiras às 22h30 na Band, e aqui no Beco vai ter post semanal comentando cada um dos 25 episódios da temporada. Lembrando que se você ainda não assistiu o primeiro episódio, já pode ver online aqui:
O cantor britânico Ed Sheeran lançou seu terceiro álbum, “÷” [Divide], e já liberou todas as músicas no Youtube e no Spotify, para serem ouvidas gratuitamente. O CD tem 16 faixas, incluindo Castle on the Hill e Shape of You, já divulgadas pelo cantor.
Para vocês terem uma ideia do sucesso que esse disco promete ser, em menos de 9 horas algumas das músicas já foram reproduzidas mais de um milhão de vezes! E a menos ouvida até agora, Barcelona, já tem quase 300 mil reproduções! E isso só no Youtube!
Como prometido semana passada, postamos agora a resenha de Projeto Manhattan Vol. 2. O segundo livro da série continua sendo assinado por Hickman e Pitarra, mas as cores ficaram por conta de Jordie Bellaire – exceto o capítulo 10, colorido por Ryan Browne. Bellaire é uma colorista de histórias em quadrinho estadunidense; entre outros trabalhos, ilustrou a HQ Nowhere Man, que foi vencedora do Eisner Award de “Melhor Colorização” em 2014. Browne, além de colorista, é o criador de duas histórias em quadrinhos, God Hates Astronauts e Blast Furnace.
O que Hickman nos apresenta agora é a sua versão do período conhecido como Guerra Fria, momento da História marcado por uma disputa ideológica entre Estados Unidos e União Soviética (URSS). Nesse período, a disputa entre os países não aconteceu pela via do combate armado, mas por conflitos indiretos. Um dos mais famosos deles foi a Corrida Espacial, e adivinhem só qual grupo estadunidense de cientistas supergênios estava envolvido. Isso mesmo, o do Projeto Manhattan.
Do outro lado, no território que hoje conhecemos como Rússia, somos apresentados ao projeto Cidade das Estrelas, que seria a versão soviética do P.M. Ele era ultra secreto no período soviético, e assim como o P.M., sequestrou os principais cientistas do nazismo no final da Segunda Guerra. Foi a URSS, aliás, a responsável por construir e lançar o primeiro satélite artificial da Terra, o Sputnik I.
Mas falemos propriamente do livro. Nele vemos o Projeto Manhattan tomando proporções ainda maiores, não só porque os conflitos se intensificaram, mas porque a capacidade tecnológica deles aumentou, bem como seu poder, o que mexeu com suas cabeças.
Já sabemos desde o volume 1 que Hickman e Pitarra gostam de explorar várias histórias simultâneas, com vários personagens em cada uma delas. Neste volume os autores intensificam a prática, nos entregando várias narrativas que se conversam para formar o contexto geral, o seu pano de fundo. Vejamos um pouco de cada uma dessas histórias.
1)Lembram-se daquele cientista nazista, Helmutt, que se esconde dos companheiros e é dado como morto durante o ataque dos EUA à cidade científica alemã? Pois bem, ele volta no volume 2 sequestrado pelo exército da URSS, e através dessa história Hickman faz uma comparação entre nazistas e soviéticos (que nessa época estavam já sob o comando stalinistas). Quando é encontrado e sequestrado, Helmutt enfrenta dificuldades, mas acaba acreditando que lá na URSS as coisas seriam diferentes, que lá encontraria respeito e liberdade. Não foi o que aconteceu. Tanto servindo aos nazistas quando aos soviéticos, Helmutt é tratado como simples peça na engrenagem do sistema, seja ele qual for.
2) A equipe do Projeto Manhattan, que agora parece ter o nazista von Braun como porta-voz oficial, se encontra com a da Cidade das Estrelas e propõe uma parceria que aconteceria sem o consentimento ou o conhecimento do Estado. Aparentemente, alienígenas furiosos representariam um perigo muito maior para a humanidade do que o sistema capitalista ou o comunista, algo que os governos e seus antigos representantes não poderiam compreender. Dessa forma, caberia apenas a eles lidar com a situação.
3)Quando os cientistas do projeto se rebelam contra o Estado, agindo como se tivessem uma compreensão superior da situação da Terra, os representantes do poder tradicional precisam tomar medidas drásticas. Truman e Roosevelt I.A. se unem a outros poderosos líderes: um príncipe catalão, uma figura misteriosa que serve de canal para a riqueza das Organizações Religiosas, um egípcio que serve de conexão com a Magia do velho mundo e um representante do que chamam de mundo emergente. Eles se opõem aos cientistas e usam todo o poder do Estado para pará-los, nos dando muitas cenas sangrentas e reveladoras.
4)No último capítulo do quadrinho, que é colorido por Ryan Browne, adentramos ao maravilhoso (ou terrível) mundo dos Oppenheimers. Este capítulo interessantíssimo nos mostra um pouco mais do funcionamento da mente de Joseph, que a essa altura é como uma cidade repleta de cópias, cada qual com sua personalidade e função. O capítulo, assim como o livro, se encerra deixando muitas possibilidades em aberto, e sem esclarecer de que forma os problemas de Oppenheimer irão interferir na história e no Projeto a partir dali.
Projeto Manhattan Vol. 2 é ainda melhor do que o primeiro. Os autores constroem um todo cada vez mais complexo, mas conseguem manter uma história bem coerente, com boas ligações entre todas as narrativas paralelas. Novas figuras históricas são apresentadas, como o presidente Kennedy, a cadela laika e o Ministro Ustinov. Além deles, conhecemos personagens que não foram tão diretamente baseados em personalidades reais, como todos aqueles que se uniram aos presidentes contra o P.M. e que eu já mencionei.
Terminada a leitura, fica a sensação de que todos estamos a mercê de decisões tomadas muito acima de nós, por indivíduos que nem sempre agem de acordo com necessidades maiores. Nazismo, Stalinismo e Capitalismo… Em nenhum desses contextos apresentados por Hickman o avanço tecnológico, o domínio da natureza e o conhecimento científico aparecem como neutros, porque estão sob o controle de alguém, e quanto mais a ciência avança, maior o poder de quem a detém. É nesse sentido que podemos entender o subtítulo da série: “Ciência. Ruim”.
É claro que a história que Hickman e Pitarra nos contam é fictícia, e é importante ter isso em mente. O fato de seu tema ser extraído da História é só um elemento a mais no todo que ela representa. Projeto Manhattan é um desses livros que a gente só para de ler quando acaba, a história te prende e a última página de cada capítulo praticamente te obriga a ler a próxima. Para quem não conhece a HQ, recomendo muito a leitura. Para quem já chegou até aqui, nos resta esperar que a Devir publique o volume 3 o mais rápido possível, para solucionar as questões deixadas em aberto até agora.
Moonlight: Sob a Luz da Lua é considerado um dos favoritos ao Oscar de melhor filme, ao lado de La La Land, além de concorrer em várias outras categorias. O roteiro e a direção são de Barry Jenkins, que fez um trabalho incrível a partir da peça In Moonlight Black Boys Look Blue, deTarell Alvin McCraney.
O filme é dividido em três partes, cada uma referente a uma fase da vida de Chiron, um menino negro, de aproximadamente 9 anos de idade, que vive com a mãe na periferia de Miami. O garoto nos é apresentado durante uma fuga: sob os gritos de “pega esse viadinho”, ele corre apavorado, conseguindo se esconder em uma casa abandonada. É nessa casa que Little (como é conhecido na época) conhece Juan, um traficante local que o ajuda e, a partir dali, se torna parte de sua vida. Ao lado de Juan, Chiron vive belas cenas. Nem sempre felizes, mas muito significativas para a criança.
Já na segunda parte do filme nos deparamos com um Chiron adolescente, ainda mais retraído e magrelo. Encontramos novamente os garotos que costumavam persegui-lo e vemos agora a violência em relação à ele ainda mais radicalizada: o garoto é perseguido por conta das roupa que usa, por conta da mãe que tem e pelo fato de não transparecer os traços de virilidade típicos do adolescente heterossexual naquele contexto. Afinal, Chiron cresce ao lado de crianças que, como ele, se encontram em situação de abandono, descaso e violência e que se veem obrigadas a reproduzir estereótipos que garantam sua sobrevivência e inserção naquele ambiente. Acontece que nem todos reagem da mesma forma ou se sentem da mesma forma diante da mesma realidade material. Por não reproduzir esse estereótipo é que Chiron encontra ainda mais dificuldades para estabelecer vínculos ou encontrar um lugar onde se sinta acolhido.
O adolescente assiste à degradação da própria mãe, cada vez mais doente e incontrolável. Vive também sua primeira experiência sexual, em uma cena muito sensível e bem feita. E é também nessa fase que o jovem sofre um ataque violentíssimo, do qual sai bastante machucado. A soma de todas essas experiências fazem com que Chiron “finalmente” perca a cabeça. Aqui nos despedimos do adolescente enfurecido para encontrarmos Black.
A terceira e última parte do filme traz as consequência de uma infância e adolescência complicadas, construídas com base no medo, na dúvida e na violência. Chiron não parece o mesmo: é um homem forte, sério, com um belo carro e aparentemente temido e respeitado pelos que o cercam. Muito parecido com Juan, na verdade. Agora atendendo por Black – apelido que traz da adolescência, dando a entender que nem tudo fora deixado para trás -, vemos o jovem ser confrontado pelo passado, e vemos a quantas andam suas antigas relações.
Em Moonlight, palavras são poupadas. O diretor nos dá a oportunidade de preencher as lacunas sozinhos e ao respeitar o silêncio, estimula o público a abandonar a postura contemplativa comum diante da tela. O silêncio de Chiron é violento, e não vazio. Me arrisco a dizer ainda que caso essa violência fosse expressa de forma mais direta, por meio de diálogos, por exemplo, seria menor a qualidade artística e o impacto social do filme.
A história de Chiron, no fim das contas, é a história que todos os dias vemos nos jornais, seja no Brasil ou nos EUA. Dessa vez, no entanto, nos contaram a outra versão. Nesse sentido, o filme oferece a possibilidade de refletir quanto a muitos preconceitos, e ao optar por tratar de temas como a pobreza, a sexualidade, as drogas e o crime pela chave da subjetividade, pode fazer com que os mesmo “cidadãos de bem” defensores de máximas como “bandido bom é bandido morto”, se peguem enxergando o mundo através dos olhos daquele que costuma ser visto como inimigo.
Indicado ao Oscar de:
– Melhor Filme
– Melhor Direção
– Melhor Ator Coadjuvante (Mahershala Ali)
– Melhor Atriz Coadjuvante (Naomie Harris)
– Melhor Roteiro Adaptado
– Melhor Trilha Sonora
– Melhor Fotografia
– Melhor Montagem
Hoje, dia 25 de janeiro, São Paulo comemora seus 463 anos. E como a Terra da Garoa continua conquistando quem visita a cidade e reconquistando, a cada dia, quem convive todo dia por aqui, nós selecionamos 10perfis no Instagram para que você admire todos os cliques e não perca nenhum ângulo do que Sampa pode lhe oferecer. Confira.
Recentemente, o Parque do Ibirapuera foi eleito o melhor do mundo pelo jornal britânico The Guardian. No perfil, você acompanha imagens que vão deixá-lo com vontade de fazer uma visitinha na próxima manhã de domingo.
Cliques colaborativos dos mais belos pontos turísticos de São Paulo dão o tom para este perfil. Além de conhecer melhor a cidade, você irá se encantar com sua beleza.
O dinheiro acabou mas o mês não? Tome um belo café da manhã e saia para andar pela cidade! Nesse perfil você confere fotos tiradas por várias pessoas, registrando um dos elementos mais característico de São Paulo, o graffiti.
Se você gosta e admira a arquitetura dos prédios centenários de Sampa, seguir este perfil é quase que obrigatório. Fachadas históricas, belas panorâmicas e pontos históricos é o que você encontra por aqui.
Sim, futebol é nossa língua e nosso esporte. Siga @adrianodomingosoficial para acompanhar as principais dicas sobre o esporte e, principalmente, os jogos do SPFC.
A bela Pagu, um Golden Retriever, é quem estrela os cliques deste perfil. Com todo seu charme, a cachorra deixa São Paulo ainda mais bonita.
Mas não acaba por aqui. Como nós do Beco somos apaixonados por Sampa, preparamos um BÔNUS para os nossos leitores! Uma das coisas mais interessantes de se fazer nessa cidade é passear pelas ruas. São Paulo não é só uma cidade grande, também é muito diversificada, e se você prestar atenção vai encontrar todo o tipo de coisa acontecendo ao seu redor. Pensando nisso, separamos mais alguns perfis no instagram que te inspirarão para um boa caminhada pela selva de pedra.
Vocês provavelmente já ouviram falar do Projeto Manhattan. Ele aconteceu nos Estados Unidos, tendo como objetivo o desenvolvimento da bomba atômica. O projeto teve início em 1942 e durou até 1947, tendo apoio de outros países como Canadá e Reino Unido e chegando a ter 130 mil funcionários envolvidos.
No livro Projeto Manhattan Vol. 1, assinado por Hickman e Pitarra e publicado no Brasil em dezembro de 2013 pela editora Devir, a História, com H maiúsculo, é o pano de fundo. O que Hickman faz é contá-la do ponto de vista dos que participaram do Projeto, acrescentando elementos da ficção científica aos dados e podendo, dessa forma, explorar a aura de mistério e desconfiança que sempre o envolveu.
Jonathan Hickman desenvolve histórias em quadrinhos para a Image Comics, por meio da qual lançou Projeto Manhattan e outros trabalhos, e para a Marvel, onde contribuiu com Avengers, The New Avengers e outros. Nick Pitarra, por sua vez, é um desenhista estadunidense que já contribuiu em trabalhos como S.H.I.E.L.D., Teenage Mutant Ninja Turtles e Red Wing. As cores do volume 1 ficaram por conta da brasileira Cris Peter, que tem ganhado cada vez mais espaço no universo das histórias em quadrinhos; ela já desenvolveu trabalhos com a Marvel e com a DC, além de concorrer ao prêmio Eisner em 2012.
O título original da HQ, que é Manhattan Projects, dá a entender que o projeto estadunidense não se limitou a criar armas nucleares. O que a narrativa de Hickman propõe é que as tecnologias desenvolvidas e/ou trancafiadas nos laboratório do projeto seriam tão incríveis, assustadoras e questionáveis que a produção de bombas atômicas funcionou como um disfarce perfeito, algo impressionante o suficiente para que ninguém questionasse se havia algo a mais por trás daquilo.
No começo, duas histórias paralelas são contadas. Primeiro vemos General Leslie Groves entrevistando o Dr. Robert Oppenheimer, candidato a integrar o Projeto Manhattan. Nessa primeira cena já descobrimos que o Dr. tem um irmão, dando a deixa para a história paralela, na qual Joseph Oppenheimer nos é apresentado. A relação entre os irmãos é esclarecida aos poucos, por meio de páginas destoantes que interrompem a narrativa aparentemente central. No decorrer da história percebemos que essa relação é um dos mais interessantes elementos do volume. Tais flashbacks são responsáveis por nos mostrar mais profundamente alguns dos personagem, e em uma leitura mais atenta percebemos que todas as cenas do passado destacadas representam momentos essenciais de suas vidas, que reverberam de forma direta em suas atitudes e posicionamentos no momento atual, 1942. Além disso, esses momentos destacam o trabalho da colorista Cris Peter, que ao delimitar um padrão específico e fixo de cores para flashbacks nos ajuda a diferenciar esses momentos e cria mais um elemento bem bonito.
Outro aspecto que também nos ajuda a compreender a história são os trechos da Clavis Aurea, presentes entre os capítulos. Ela seria um diário do cientista Richard Feynman, um físico essencial ao Projeto. No site gringo CBR foi colocado que Projeto Manhattan “‘É um livro de conjunto. Ele apresenta o General Leslie Groves, Oppenheimer, Enrico Fermi, Wernher Von Braun, Einstein, FDR, Truman, Yuri Gagarin’, disse Hickman. ‘Se houver um personagem central, seria Feynman porque toda a coisa é contada a partir de sua perspectiva – de seus diários, Clavis Aurea – The Collected Feynman’”.
Personagens de Projeto Manhattan Vol. 1
Quase todos os personagens são figuras reais e estiveram envolvidos no desenvolvimento da bomba atômica, tecnologia responsável pela destruição das cidades japonesas Hiroshima e Nagasaki. Suas personalidades são bem exploradas pelo autor, que os coloca em situações que beiram o absurdo. É o caso de quando nos apresenta um portal chamado de Torii Vermelho, alimentado pela energia de monges budistas da morte; através dele saem centenas de soldados-máquina japoneses conhecidos como Máquina Mortífera Kamikaze, criados por Soichiro Honda (o mesmo que fundou a Honda Motor Company, e que chegou a produzir hélices para a Força Aérea Japonesa durante a Guerra). Além disso, o autor explora teorias da conspiração, como quando trata da relação entre humanos e criaturas extraterrestres, deixando claro que tal contato acontece há décadas.
O trabalho dos três, Hickman, Pitarra e Peter, é bem integrado, resultando em um livro de qualidade. Os traços de Pitarra dão mais sinceridade à obra, reforçam características como rugas, marcas de expressão, descuidos com a aparência… elementos que enriquecem a construção dos personagens. Nesse sentido, os trabalhos se conversam, se misturam.
Outro aspecto positivo é que o fato de ser baseado na História mexe com a curiosidade. Enquanto lia, pesquisava todos os nomes que apareciam querendo separar o real do ficcional, e percebi que em Projeto Manhattan Hickman utiliza aqueles elementos que permeiam o imaginário popular, como a relação com os alienígenas, o envolvimento entre americanos e alemães nazistas e tecnologias devastadoras sendo controladas por generais ignorantes, para construir uma ficção que, ainda que absurda, não pareça tão distante de nós e indiretamente nos apresente novos detalhes da própria História. Ele brinca com os limites entre real e fantástico.
Por tudo que mencionei, a leitura de Projeto Manhattan Vol. 1 é indicadíssima. O volume 2 foi lançado há menos de dois meses pela Devir, e já pode ser encontrado em várias livrarias. Em breve publicaremos uma resenha sobre ele. Até lá, leiam! Vale a pena.
“A cada 90 anos, aproximadamente, doze deuses reencarnam no corpo de jovens adultos. Eles são carismáticos, perspicazes e atraem grandes multidões. São capazes de levar qualquer um ao êxtase. Há rumores de que podem realizar milagres. Eles salvam vidas, seja metafórica ou concretamente. Eles são amados. Eles são odiados. Eles são incríveis. E em menos de dois anos estarão todos mortos. Isso já aconteceu uma vez. E vai acontecer de novo…”
A primeira edição de The Wicked + The Divine foi lançada oficialmente no Brasil graças à Geektopia, selo de quadrinhos da Editora Novo Século. A edição conta com os 5 primeiros capítulos lançados pela Image Comics nos Estados Unidos em 2014; foram publicados lá, até agora, mais de 20 volumes. A HQ, que ganhou o British Comic Awards como Melhor História em Quadrinhos, além de ter sido indicada ao Eisner Awards 2015 nas categorias Melhor Série Inédita, Melhor Artista e Melhor Colorista, foi anunciada como próxima estreia do selo durante a última Comic Con Expierence, que ocorreu em São Paulo no início de dezembro de 2016. A edição é linda, ainda que seja bem curta. E apesar de ser recente o lançamento nacional, alguns sites já disponibilizam a HQ online. Nessa resenha apenas os capítulos recentemente publicados no Brasil serão tratados, mas em breve teremos mais textos dedicados aos outros volumes da saga. Então vamos lá.
A HQ escrita por Kieron Gillen e ilustrada por Jamie McKelvie, que já haviam trabalhado juntos em Young Avengers e em Phonogram, une em seus personagens elementos aparentemente opostos: a juventude contemporânea de uma grande cidade, e deuses mitológicos das mais diversas origens.
O livro retrata, basicamente, a história de 12 deuses que ressurgem a cada 90 anos, assumindo os corpos de jovens com cerca de 17 anos que vivem naquele período; no caso do ressurgimento de 2014, sobre o qual lemos no quadrinho, esses deuses se tornam ídolos pop. Eles vivem 2 anos de fama e luxúria, até que morrem para ressurgir 90 anos depois. Temas como vida e morte e o caráter efêmero da fama perpassam a história, que cria uma metáfora interessante ao dizer que se os deuses voltassem em 2014, eles voltariam como ídolos da indústria musical. Além disso, é inteligente fazer com que a existência mundana desses deuses dure apenas dois anos, ainda que em essência sejam imortais. Vejamos um pouco mais da narrativa.
A história se passa em Londres, na Inglaterra, e nos é contada por Laura, uma garota de 17 anos que se mostra logo nas primeiras páginas como uma fangirl. Após a primeira parte do livro, que funciona como uma introdução mostrando o momento em que os deuses do panteão encerram sua jornada, em 31 de dezembro de 1923, voltamos à 2014 para encontrar Laura no banheiro de uma boate, se preparando para ir a um show. Tudo parece bem usual, até percebermos que as emoções e sensações provocadas pelo show de Amaterasu, uma das deusas do Panteão, não são exatamente as mais comuns ou esperadas. A partir daí, e até o fim do volume, temos uma sequência frenética de acontecimentos, com direito a tiroteio, incêndios e cabeças explodindo, tudo sempre envolvido por um ar de sensualidade. Tudo isso é desencadeado após o show já mencionado, quando Laura conhece uma jovem deusa andrógina e arrogante que se apresenta como Lúci. Por estar presente no que se tornou uma cena de crime envolvendo deuses e pessoas comuns, e pelo laço quase imediatamente estabelecido com Lúci, Laura se vê do outro lado, conhecendo e convivendo com os seres que idolatra e com os quais se identifica, intensificando o seu desejo de se tornar um deles.
Em uma de suas primeiras falas, ao ser questionada quanto a tranquilidade que aparenta ter mesmo sabendo que por se tornar uma Deusa seu corpo morrerá antes de completar 20 anos, Amaterasu coloca que “você passa a vida desejando ser especial. E um dia você descobre que é. Mas tudo tem um preço” (p. 27). Em outro momento, podemos acompanhar os pensamentos de Laura, que deixam claro o seu desejo e a sua profunda identificação com os jovens do Panteão: “pra quê perder tempo planejando meu futuro quando não quero um? Meu futuro é futuro nenhum. Meu futuro é este ou meu futuro é nada” (pág. 50). Nesses dois momentos a metáfora fica especialmente clara. Gillen evidencia aqui, sendo esse seu desejo ou não, os princípios que marcam a juventude contemporânea. Não se pode generalizar, é claro, mas os valores mais facilmente observáveis nessa geração nascida na segunda metade da década de noventa ou no começo dos anos 2000 são a supervalorização da aparência, a intensificação do consumo de produtos culturais, a necessidade de atenção e a impaciência. O “ser especial” e a própria felicidade aparecem ligados as ideias de intensidade, efemeridade, prazer a qualquer custo, que se opõem à perenidade, à tradição, à valorização da própria vida e das relações humanas. Não há um fundo de caretice nisso, por mais que possa parecer. Essa valorização da vida vai no sentido de simplesmente respeitar a si mesmo e aos outros indivíduos.
O primeiro volume da história lançado no Brasil não nos permite dizer o que Gillen fará dessa metáfora. Ainda assim, parece bastante pertinente ao que o autor trabalha na história a reflexão quanto ao estilo de vida predominante atualmente, formado a partir daqueles valores já citados e que não é exclusivo da juventude, ainda que nela fique mais intenso e evidente. É possível, portanto, ler The Wicked + The Divine e ver ali apenas uma narrativa interessante e atual, de leitura fluida e grande qualidade gráfica. Para além desses elementos, no entanto, podemos refletir sobre nossa forma de vida e sobre como gastaremos nosso tempo aqui.
Foi anunciado ontem, pelo Notícias da TV, que Paola Carosella, jurada do MasterChef Brasil, terá um programa próprio na Band. Ainda não foi decidido o seu formato, mas já está certo que Carosella não apresentará um reality show. O mais provável é que a chef comande algo no estilo documental. O programa está previsto para o início do segundo semestre de 2017, e será gravado entre as filmagens do MasterChef Brasil com amadores, que será transmitido a partir de março, e as da segunda temporada de MasterChef Profissionais.
Antes de Paola o jurado Érick Jacquin já havia conseguido um programa solo. O chef estreia em janeiro de 2017 o reality “Pesadelo na Cozinha”, onde tentará reerguer restaurantes à beira da falência. Henrique Fogaça já possui um programa no canal pago Discovery, o “200 graus”. Todos os jurados renovaram o contrato com a Band até 2018.
Na noite da última quinta-feira (08), a quadra do Sesc Araraquara recebeu um dos mais belos e recentes projetos de arte que emergiram da cidade. Liniker e os Caramelows começaram o ano e a turnê de 2016 com um show nesse mesmo Sesc, no dia 15 de janeiro, voltando agora para a última apresentação do ano, que foi, como eles anunciaram, onde fizeram sua primeira gravação ao vivo. Como disse um dos caramelows, é difícil não perceber um ciclo – de muito sucesso, aliás – se encerrando ali, apenas para permitir um novo começo.
O show foi eletrizante, tanto para os araraquarenses – que em muitos casos já conhecem o pessoal do grupo, e têm uma emoção a mais por conta do reconhecimento -, quanto para quem os via pela primeira vez. Não há, durante a apresentação, nenhum momento em que a energia diminua. Com músicos experientes e dedicados, que se somam às vozes de Liniker e Renata Éssis, a apresentação é musicalmente incrível. Mas além do âmbito puramente artístico, não se pode falar de Liniker e os Caramelows sem levar em conta o que eles representam social e culturalmente; a presença das cantoras, e de seus companheiros e companheiras de palco demonstra, por si só, a possibilidade de fazer música – e sucesso – para a mulher negra, para as trans, para os da periferia, que não encontram portas abertas facilmente no mundo da arte e da cultura. Nesse sentido, quando Liniker fala de amor, ela reivindica o direito de amar e de se relacionar aos que costumam ter esses direitos – como tantos outros – negados. Mesmo que Liniker não tocasse diretamente no assunto da representatividade, da desigualdade, da importância de se amar e se aceitar, sua simples presença e força já o diriam por ela.
O espetáculo contou com duas presenças especiais: a de Ângela Barros, mãe da Liniker, e a de Mc Linn da Quebrada. Pra quem não conhece, Liniker e os Caramelows é um projeto musical nascido na cidade de Araraquara/SP. Como colocado por eles, o projeto “traduz a blackmusic e o soul para uma linguagem contemporânea brasileira, com composições autorais, trazendo como tema central as relações com pessoas e com o mundo”.
Lembram daquele vídeo inédito de Homem-Aranha: De Volta ao Larexibido na CCXP? Pois é, ele finalmente foi lançado! A versão completa do trailer será divulgada amanhã, mas enquanto isso você pode conferir o teaser aqui:
O filme, dirigido por Jon Watts, retratará um Peter Park jovem, ainda em seu primeiro ano do colegial, tentando equilibrar a vida de estudante com a de herói.
O elenco é formado por Tom Holland (Homem-Aranha), Robert Downey Jr. (Homem de Ferro), Micheal Keaton (Abutre), Zendaya (Michelle), Michael Barbieri, Kenneth Choi, Tony Revolori (Miguel), Marisa Tomei (Tia May), Donald Glover, Martin Starr, Michael Mando, Hannibal Buress eAbraham Attah. Além deles, teremos Bokeem Woodbine e Logan Marshall-Green queinterpretaram vilões, mas ainda não foram divulgados quais.
O lançamento do filme no Brasil está programado para julho de 2017, pode marcar na agenda!