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Gabu Camacho

Livro aborda a não-monogamia como nova perspectiva para relacionamentos
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Livro aborda a não-monogamia como nova perspectiva para relacionamentos

Os relacionamentos, assim como a sociedade, evoluem com o passar dos anos. Cada vez mais é comum vermos pessoas que aderem a relacionamentos abertos (não-monogamia), onde o conceito de amor e fidelidade estão dissociados um do outro. Para trazer luz ao tema e desconstruir algumas crenças sobre essa prática, a Verus editora traz para o Brasil o romance Mente aberta da autora britânica Chloe Seager.

Mente aberta é um romance divertido e inovador sobre duas mulheres muito diferentes. Holly e Fliss lidam com mudanças drásticas em seus relacionamentos depois que o namorado de Holly quer abrir o namoro, enquanto o de Fliss quer fechar. Segundo dados do maior site de pesquisas da internet, o Brasil é o terceiro país do mundo com mais interesse de busca por não-monogamia e fica atrás apenas da Austrália e do Canadá.

Pensar no conceito de não monogamia e amor líquido mostra como o ser humano é mutável, se transforma e, ainda assim, é capaz de nutrir sentimentos pelo outro, mas tendo em mente que nada é eterno. Essa premissa é o que baseia a obra, capaz de desmistificar conceitos cristalizados há tantos anos e que, aos poucos, dão espaço para novas formas de se relacionar e de amar. Mente aberta é capaz de mesclar romance, drama e comédia em uma mesma leitura. É a abertura de uma nova perspectiva do “acordo” entre pessoas que se amam e que visa descolonizar os laços afetivos que antes só podiam pertencer a outro – único – ser humano.

Holly não acha que será pedida em casamento esta noite. Mas põe o seu melhor vestido e se arruma de forma impecável, porque, no fundo, ela meio que acha. Do tipo reservado e que gosta de se planejar, Holly já visualizou todo um futuro ao lado do namorado Will, e fica muito surpresa quando, no lugar de um anel de noivado, recebe um pedido para abrir o relacionamento. Ela nunca cogitou sair com outras pessoas, mas também nunca foi muito boa em dizer não.

Fliss é um espírito livre. Seu único relacionamento monogâmico está no passado, e ela prefere nem lembrar. Com Ash, seu namorado há três anos, Fliss encontrou a rotina perfeita. Ash entende que sentimento não se mede com base na exclusividade, e o relacionamento aberto dos dois, que envolve amor genuíno e muito sexo com outras pessoas, funciona bem. Porém, quando Ash a surpreende expondo a vontade de fechar o relacionamento, Fliss decide tentar de novo a dinâmica de namoro para a qual ela não desejava voltar.

Ao encontrar Holly chorando no banheiro durante o primeiro encontro dela em um relacionamento aberto, as duas acabam desistindo do date e jantando juntas. Uma amizade instantânea acontece, com Fliss concordando em ensinar a Holly tudo o que sabe sobre estar em um relacionamento aberto, enquanto Holly, que esteve com a mesma pessoa por quase uma década, pode ajudar Fliss a tentar a monogamia.

SOBRE A AUTORA

Chloe Seager é agente literária especializada em livros para jovens adultos e crianças. Chloe mora em Londres e, em seu tempo livre, gosta de ouvir música emo dos anos 2000, assistir a reality shows e gritar nos jogos dos Spurs. Mente aberta é seu primeiro romance para adultos e aborda as surpresas e a diversidade dos relacionamentos.

Cultura, Lugares

27ª Bienal Internacional do Livro de São Paulo inicia venda de ingressos com cashback nesta segunda (27/05)

Começa nesta segunda-feira (27/05), ao meio-dia (12h), a venda antecipada de ingressos com cashback para visitar a 27ª Bienal Internacional do Livro de São Paulo, que acontece de 6 a 15 de setembro, no Distrito Anhembi. Os ingressos estão disponíveis para a venda no site oficial do evento www.bienaldolivrosp.com.br

O preço do ingresso será R$35,00 (inteira) e R$17,50 (meia), sendo o cashback de R$ 15,00 e R$ 10,00, respectivamente. Essa ação é válida somente para quem adquirir ingressos antecipadamente. Esta edição da Bienal do Livro de São Paulo contará com cerca de 350 autores nacionais e 33 internacionais e cerca de 1.500 horas de programação nos espaços culturais. São esperados 600 mil visitantes em 10 dias de evento.

Para utilizar o cashback, o comprador deverá baixar o app Zigpay e fazer o cadastro com o mesmo CPF da compra do ingresso. O valor será creditado no APP Zigpay até o dia 6/9, quando o evento começa. O limite de compras por CPF é de 10 ingressos, sendo que o cashback será creditado apenas no CPF do comprador.

“O cashback foi um diferencial e um sucesso na edição de 2022 da Bienal Internacional do Livro de São Paulo, por isso está de volta. Ele permite que parte do valor retorne ao visitante, que deve usá-lo em compras de livros nos estandes dos expositores durante o evento”, explica Sevani Matos, presidente da CBL, que promove o evento literário.

Para a edição de 2024, já estão confirmados nomes como Jeff Kinney (série Diário de um Banana) e Junior Rostirola (Café com Deus Pai), na Arena Cultural; e Raul Juste Lores (“São Paulo nas alturas”) e Ernesto Rodrigues (Ayrton: o herói revelado”), no Salão de Ideias.

Na programação do Espaço Educação já há a confirmação de Dora Kaufman, professora e autora de vários livros como “A inteligência artificial irá suplantar a inteligência humana?” e, Desmistificando a Inteligência Artificial”; e de Celso Vasconcelos, doutor em Educação, consultor de secretarias de educação, responsável pelo Libertad – Centro de Pesquisa, Formação e Assessoria Pedagógica e autor de diversos livros.

Em breve, mais informações sobre a programação pelo site www.bienaldolivrosp.com.br ou por nossas redes sociais.

FUVEST: Cinco dicas úteis para compreender os livros obrigatórios de forma eficaz
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FUVEST: Cinco dicas úteis para compreender os livros obrigatórios de forma eficaz

Ter o hábito da leitura é fundamental para conseguir bons resultados em vestibulares. No entanto, quando se trata da FUVEST, o mais tradicional do País, também é importante ter um bom domínio sobre obras consideradas históricas e relevantes nos diversos movimentos culturais brasileiros.

Estudar os livros exigidos pela FUVEST requer uma abordagem cuidadosa e abrangente. Não se trata apenas de memorizar informações, mas de desenvolver uma compreensão profunda e crítica das obras literárias, imprescindível para o sucesso na prova.

Patricia de Avila Vechiatto Cajai, docente de Língua Portuguesa e Literatura, do Colégio Marista Arquidiocesano, localizado na Zona Sul de São Paulo (SP), fornece cinco dicas úteis para compreender e memorizar os livros de maneira eficiente:

1. Leitura cuidadosa

Comece lendo os livros com atenção, absorvendo não apenas a trama, mas também os detalhes, temas, estilo e técnica utilizados pelo autor. Faça anotações enquanto lê para destacar passagens importantes, citações significativas e observações sobre personagens e enredos.

2.Contextualização histórica e cultural

Entenda o contexto histórico e cultural em que os livros foram escritos. Isso ajudará a compreender melhor as motivações dos personagens, os temas abordados e as mensagens subjacentes.

3.Análise crítica

Desenvolva habilidades de análise crítica ao examinar os livros. Questione (a si) sobre os motivos por trás das escolhas dos personagens, as mensagens transmitidas pelo autor e as conexões entre os elementos da história.

4.Prática de redação

Pratique a escrita de ensaios analíticos sobre os livros, abordando temas específicos, personagens ou aspectos da narrativa. Isso ajudará a aprimorar suas habilidades de escrita e a organizar suas ideias de forma clara e coerente.

5.Revisão e resumos

Faça a releitura das passagens mais significativas das obras, revisando suas anotações e seus resumos. Isso ajudará a reforçar o aprendizado.

Obras obrigatórias do vestibular Fuvest 2025: 

  1. Marília de Dirceu – Tomás Antônio Gonzaga
  2. Quincas Borba – Machado de Assis
  3. Os ratos – Dyonélio Machado
  4. Alguma Poesia – Carlos Drummond de Andrade
  5. A Ilustre Casa de Ramires – Eça de Queirós
  6. Nós matamos o cão tinhoso! – Luís Bernardo Honwana
  7. Água Funda – Ruth Guimarães
  8. Romanceiro da Inconfidência – Cecília Meireles
  9. Dois irmãos – Milton Hatoum
Horóscopo da Semana: A previsão dos signos de 16/09 a 22/09
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Horóscopo

Horóscopo da Semana: A previsão dos signos de 02/03 a 15/03

Leia os conselhos do horóscopo de acordo com aquilo que te agrega. O seu signo solar traz uma mensagem para a sua alma. Se você conhece bem o seu mapa astral, leia também o seu ascendente, que traz previsões para o período de 02 de março a 15 de março e o signo onde está sua lua, que fala sobre os seus sentimentos durante a semana. 

+ Astrologia: 2024 é o ano dos desafios, dos aprendizados e da colheita

Lembre-se: o horóscopo traz um aconselhamento para te fazer refletir. Se te faz mal, se te causa ansiedade ou se simplesmente não faz sentido, não leia a previsão dos signos e viva a vida intensamente!

Horóscopo: A previsão dos signos de 02/03 a 15/03


Horóscopo de ÁriesÁries (21/03 a 20/04)

Você vai precisar exercitar mais a diplomacia nos próximos dias para contornar prováveis conflitos, principalmente na relação amorosa. Aprenda a ceder um pouco mais e exigir um pouco menos.

Horóscopo de TouroTouro (21/04 a 20/05)

Sua vida social estará um pouco mais intensa com as amizades se tornando mais sólidas e gratificantes nestes dias. Bom momento para atividades sociais e humanitárias onde você gosta.

Gêmeos (21/05 a 20/06)

Seus planos poderão se expandir por intermédio de boas parcerias e estratégias compartilhadas. Fortaleça um pouco mais a sua espiritualidade por meio das suas crenças.

Horóscopo de CâncerCâncer (21/06 a 21/07)

Pode ser um período marcado por imprevistos ou rupturas que podem alterar a sua rotina cotidiana. Será preciso controlar a ansiedade e o sentido de urgência com relação ao seu futuro.

Horóscopo de LeãoHoróscopo de Leão (22/07 a 22/08)

Momento propício para se encontrar com pessoas do passado, bem como planejar seu próximo semestre com mais disciplina e perseverança. Tenha um pouco mais de paciência com a sua vida sentimental.

Horóscopo de VirgemVirgem (23/08 a 22/09)

Boa fase para tratar de assuntos jurídicos e imobiliários, desde que você esteja bem assessorado para isso. Você também estará com um olhar mais pacífico e compassivo com relação àqueles que ama.

Horóscopo de LibraLibra (23/09 a 22/10)

Sua mente estará mais ágil neste período e sua percepção das coisas pode se alterar. Você sentirá uma liberdade crescente para mostrar mais a sua opinião. Faça contato com pessoas de outras culturas.

Horóscopo de EscorpiãoEscorpião (23/10 a 21/11)

Bom momento para incrementar os seus investimentos financeiros. Acredite também na sua intuição que poderá estar mais fortalecida nesses dias. Mantenha sua motivação alta com pessoas que estão na mesma sintonia.

Horóscopo de SagitárioSagitário (22/11 a 21/12)

Você precisará ter mais cautela com as suas palavras nos próximos dias, controlando mais a irritabilidade com aquilo que não acontece no ritmo nem no jeito que você gostaria.

Capricórnio (22/12 a 20/01)

Começa uma fase de maior confiança e otimismo com relação à vida em geral. Período pode ser especial também para a sua vida amorosa. Evite dar desculpas e saia mais de casa para encontrar amigos.

Aquário (21/01 a 19/02)

Começa um ciclo de expansão na sua área econômica. Seu espírito confiante e otimista vai atrair oportunidades, fique atento para quando elas surgirem. É uma ótima fase para ver amigos de longa data.

Peixes (20/02 a 20/03)

Começa uma fase mais produtiva na sua vida profissional. É um ciclo de expansão, oportunidades e crescimento, propício para planejar e sedimentar os seus próximos passos promissores.

Resenha: Searching Desirrê - Minha jornada pela liberdade, Desirrê Freitas
Beco Literário
Livros, Resenhas

Resenha: Searching Desirrê – Minha jornada pela liberdade, Desirrê Freitas

Desde que foi anunciado Searching Desirrê, eu fiquei ansioso para entender, pelo olhar da vítima, tudo o que tinha acontecido no caso do suposto tráfico humano encabeçado por Kat Torres, coach e ex-modelo, que chegou a envolver até a Yasmin Brunet na história. Me lembro de acompanhar ao vivo toda a explosão da história na mídia, toda a luta do perfil @searchingdesirre no Instagram e os posteriores desdobramentos. Mas, a pergunta que ficava era: o que realmente aconteceu nos Estados Unidos?

+ Em episódio extra de A Coach, Kat Torres dá entrevista para Chico Felitti diretamente da prisão

Chico Felitti até chegou a lançar um podcast no ano passado, intitulado de A Coach, em que ele investigava todo o passado e o background de Kat Torres até chegar na figura mística que supostamente iniciou um esquema de tráfico humano das suas seguidores. Apesar disso, a gente não tinha conseguido ouvir nenhuma delas falando sobre o caso tão abertamente, o que é compreensível, devido ao nível traumático das situações pelas quais elas foram empurradas.

Searching Desirrê, uma narrativa crua e honesta de Desirrê Freitas vem para nos explicar todas essas lacunas, mas também como uma forma de escrita terapêutica rumo à cura desses traumas. No livro, que é bem curto e de leitura fácil, com escrita popular digna de alguém que precisa desabafar desesperadamente, Desirrê nos conta um pouco da sua vida e como ela chegou em Kat Torres.

À medida em que vamos conhecendo sua história, conseguimos compreender um pouco mais todas as artimanhas sutis utilizadas pela coach para ludibriar e atrair suas vítimas. Desirrê conta que ela precisava da sua independência financeira e Kat prometia à ela, mundos e fundos. Na verdade, Torres jamais cumpriria nenhuma promessa, mas ela não abria espaço para o pensamento crítico de Freitas. Ela não dava espaço sequer para o benefício da dúvida.

Muitas pessoas podem julgar a falta de noção das vítimas, mas não deveriam. Ao ler o livro com empatia, conseguimos abrir uma porta de situações que poderiam colocar qualquer um de nós na mesma posição. A gente tá acostumado a ver pessoas como Morena e Lívia Marini nas novelas da Globo fazendo tráfico humano de uma forma escrachada, mas a gente esquece que as formas sutis e os sequestros mentais que envolvem uma situação como essa também são consideradas igualmente abusivas.

Searching Desirrê não é uma grande obra literária para que sejam feitas críticas. É um diário, um desabafo e um pedido de ajuda de uma garota que teve seus sonhos utilizados contra ela em uma situação de extrema injustiça e que hoje, longe da sua algoz, consegue observar tudo o que aconteceu com mais clareza enquanto coloca as cartas na mesa. E sinto que esse livro é a apenas a primeira carta do seu novo castelo.

É uma leitura rápida, de fácil compreensão, apesar da dificuldade de digestão e que você consegue ler em apenas um dia, em uma sentada. Tem gatilhos fortes com relação à automutilação, abuso sexual, abuso moral, abuso patrimonial, abuso psicológico, suicídio e charlatanismo. Leia com cautela.

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Resenha: Trinta segundos sem pensar no medo, Pedro Pacífico (Bookster)
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Resenha: Trinta segundos sem pensar no medo, Pedro Pacífico (Bookster)

Trinta segundos sem pensar no medo é um livro de memórias de Pedro Pacífico, criador de conteúdo literário mais conhecido como Bookster. É um m relato sensível, cru e humano de alguém que está aprendendo com a vida que nos mostra como a arte – sobre tudo os livros, a literatura – serve de apoio em todos os momentos da nossa vida, sejam nos felizes ou nos mais desafiadores.

+ Carla Madeira e Valter Hugo Mãe se encontram em painel que promete emocionar o público com histórias reais, mediado por Pedro Pacífico
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Resenha: A morte é um dia que vale a pena viver, Ana Claudia Quintana Arantes

O livro de Bookster começa justamente com a frase que dá título a obra, quando ele fica trinta segundos sem pensar no medo e resolve se abrir para sua mãe sobre sua sexualidade, um assunto que sempre o deixara aflito, preso, retraído e do qual ele não conseguia ver escapatória. O capítulo de início, curtinho, é tocante: ele se propõe a contar para a mãe que é gay, não consegue, respira fundo e manda uma mensagem de texto. Ela vem até seu quarto e ele conta.

A partir disso, nós leitores mergulhamos na trajetória de Pedro Pacífico antes mesmo de ele se tornar Bookster. Ele fala como se apaixonou pelos livros, ele conta suas vivências que começaram desde muito cedo – quando ele já desconfiava da sua sexualidade – mas se pressionava para não parecer gay, para não demonstrar nada que pudesse se encaixar como um esterótipo. Todo esse medo e repressão ocasionaram crises fortes de ansiedade que Pedro narra de forma honesta. Não espere nada de raso nesta leitura – ele se abriu e se abriu com uma verdade e vulnerabilidade que poucos de nós teríamos coragem.

O futebol pode ser um grande trauma para qualquer garoto brasileiro que não curte muito o esporte.

A escrita de Bookster é leve. Você vai lendo e quando percebe, já leu quase o livro todo. De vez em quando, você pode precisar parar, mas com certeza, vai ficar pensando até voltar. O livro pode despertar alguns gatilhos de ansiedade em quem convive com algum tipo de condição psicológica, mas que são facilmente equilibrados com uma mensagem positiva e esperançosa que é reverberada pelas leituras de Pedro. Em todo momento, ele cita trechos de obras que o marcaram, nos indica livros para ler em momentos diferentes da vida, mostra como ele aplicou a literatura nos seus momentos…

Mas assim como em outras áreas da cultura, a literatura tem tanto uma esfera acadêmica e profissional quanto um lado de entretenimento.

Trinta segundos sem pensar no medo é uma obra de arte sobre os efeitos da arte na nossa vida. Ler um livro de fantasia, ler um livro que você gosta mesmo quando todos odeiam pode não ser terapia, mas ainda sim tem efeitos terapêuticos que podem mudar a sua vida por completo. No final da narrativa, ele ainda nos traz algumas dicas de como podemos nos tornar leitores melhores e como a literatura serve para nos encantar e não como instrumento de ego.

– Você quer viver os sonhos que sonhou para mim ou viver os meus sonhos comigo? – perguntei. – Olha como estou feliz, como estou bem, depois de passar anos sofrendo. Você está chorando por estar me vendo mais feliz?

Pedro Pacífico, Bookster, teve a coragem de abrir suas feridas de uma forma visceral nesta leitura, de forma que eu me senti extremamente próximo dele em todos os momentos, compartilhando as angústias, alegrias, dores e conquistas, principalmente quando ele fala do seu padrinho, uma das grandes referências em sua vida – aqui, se eu estava contendo as lágrimas, deixei uma chuva torrencial cair de forma sincera.

Recomendo muito a leitura e Bookster, caso algum dia você leia esta resenha, acho que agora compartilhamos o mesmo mantra. Já me peguei em muitos momentos falando em trinta segundos sem pensar no medo e consegui dar o primeiro passo para muitas coisas que eu vinha adiando. Obrigado, obrigado, obrigado!

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Resenha: A morte é um dia que vale a pena viver, Ana Claudia Quintana Arantes
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As melhores frases de “A morte é um dia que vale a pena viver”

Em 2012, Ana Claudia Quintana Arantes deu uma palestra ao TED que rapidamente viralizou, ultrapassando a marca de 1,7 milhão de visualizações. A última fala do vídeo, “A morte é um dia que vale a pena viver”, se tornou o título do livro que, desde seu lançamento em 2016, vem conquistando um público cada vez maior.

+ Resenha: A morte é um dia que vale a pena viver, Ana Claudia Quintana Arantes

Uma das maiores referências sobre Cuidados Paliativos no Brasil, a autora aborda o tema da finitude sob um ângulo surpreendente. Segundo ela, o que deveria nos assustar não é a morte em si, mas a possibilidade de chegarmos ao fim da vida sem aproveitá-la, de não usarmos nosso tempo da maneira que gostaríamos.

Invertendo a perspectiva do senso comum, somos levados a  repensar nossa própria existência e a oferecer às pessoas ao re dor a oportunidade de viverem bem até o dia de sua partida. Em  vez de medo e angústia, devemos aceitar nossa essência para que o fim seja apenas o término natural de uma caminhada.

As melhores frases de “A morte é um dia que vale a pena viver”

“O que você vai fazer com esse tempo que vai passando? O que você está fazendo com esse tempo que está passando? O que eu faço com meu tempo?”

“A preocupação do morrer traz a consciência de que nada do que temos ficará conosco.”

“Não é possível segurar o tempo. Em relação a ele, a única coisa de que podemos nos apropriar é a experiência que ele nos permite construir o tempo todo.”

“Todas as pessoas morrem, mas nem todas um dia poderão saber porque viveram.”

“Não há espaço para falar de morte com pessoas que não estão vivas em suas próprias vidas.”

“Quando passamos a vida esperando pelo fim do dia, pelo fim de semana, pelas férias, pelo fim do ano, pela aposentadoria, estamos torcendo para que o dia da nossa morte se aproxime mais rápido.”

“Com ou sem prazer, estamos vivos 100% do tempo. O tempo corre em ritmo constante. Vida acontece todo dia, e poucas vezes as pessoas parecem se dar conta disso.”

“O problema é que caminhamos ao lado de pessoas que pensam que são eternas. Por causa dessa ilusão, vivem suas vidas de forma irresponsável, sem compromisso com o bom, o belo e o verdadeiro, distanciados da própria essência.”

“Gente viva que vive de um jeito morto.”

“Quando estamos perdidos, a gente encontra lugares que, se a gente soubesse onde estavam, jamais teria encontrado.”

“Todos chegaremos ao fim. Qual é o caminho mais difícil até esse dia? Aqueles na vida que só tiveram uma escolha, a de sobreviver, em geral chegam ao final da vida com a plena certeza de que fizeram o melhor que podiam com a chance que tiveram.”

“A energia de um trabalho que não traz sentido à nossa vida, é uma energia ruim. Se ganhamos uma fortuna e chegamos à nossa casa com cara de zumbis, tem algo errado.”

“A baixa autoestima é um jeito torto de ser egocêntrico. Não somos tão especiais a ponto de todos pensarem que não somos bons o suficiente.”

“A palavra tem poder de transformação e de destruição muito maior do que qualquer tratamento. Muito maior do que qualquer cirurgia ou remédio. E tem muito mais poder quando ganha voz.”

Vem aí: Desfecho épico de Herdeiro Roubado, da Holly Black
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Vem aí: Desfecho épico de Herdeiro Roubado, da Holly Black

Com o aguardado retorno dos personagens da série O Povo do Ar, O Trono do Prisioneiro marca o fim da duologia de Holly Black, iniciada com O Herdeiro Roubado. A pré-venda, com tiragem limitada, acompanha pôster transparente, pôster A3 e marcador de páginas. 

+ Entrevista: Holly Black é a rainha de tudo e fala sobre seus gatinhos
Resenha: O príncipe cruel, Holly Black

Oak está pagando por sua traição. Feito de prisioneiro no gélido Norte, sob o jugo de uma temível nova rainha, ele terá que confiar em seu charme e astúcia para sobreviver.  Mas o Grande Rei Cardan e a Grande Rainha Jude não medirão esforços para recuperar o herdeiro roubado de Elfhame, eliminando do caminho quem quer que seja.

Mas para Oak as coisas não são tão simples. Afinal, a garota quem o aprisionou também é a garota que ele ama e toda essa confusão é fruto de um mal-entendido. Só que em uma guerra é preciso tomar partido, e ele deve escolher entre reconquistar a confiança da garota dona do seu coração ou se manter fiel à Elfhame, impondo um fim ao reinado de Wren, mesmo que isso signifique a ruína da rainha.

Com traições à espreita em cada canto, a astúcia e a inteligência do príncipe Oak talvez não sejam suficientes para manter vivas todas as pessoas que ama. É apenas uma questão de saber quem ele está disposto a perder.

SAIBA MAIS SOBRE O PRIMEIRO LIVRO DA DUOLOGIA, O HERDEIRO ROUBADO:

Oito anos após os acontecimentos da trilogia O Povo do Ar, as intrigas e traições do universo de Elfhame estão de volta em O Herdeiro Roubado, primeiro livro da nova duologia de Holly Black.

Uma nova aventura se inicia em Elfhame! O príncipe Oak já não é mais apenas o irmãozinho de Jude. Agora ele é um jovem adulto em busca das próprias batalhas e paixões. Não por acaso, seu caminho se cruza novamente com o de Suren, a pequena rainha da Corte dos Dentes, que um dia já foi sua prometida.

Os dois parecem destinados a se encontrar em épocas conturbadas. Dessa vez, Lady Nore, da Corte dos Dentes, tomou posse da Cidadela da Agulha de Gelo, e usa uma antiga relíquia para criar monstros de graveto, neve e carne para realizar suas vontades e ajudá-la em sua vingança.

Suren, a filha de Lady Nore, é única pessoa com o poder necessário para comandá-la. No entanto, a menina fugiu para o mundo dos humanos, onde vive como uma selvagem na floresta, solitária e assombrada pelos traumas vivenciados na Corte dos Dentes.

Ela acredita que sua existência já foi esquecida, até que Bogdana, a bruxa da tempestade, surge em seu encalço. Por sorte, Suren (ou melhor, Wren) é salva por ninguém menos que o herdeiro de Elfhame, que aos dezessete anos se tornou um jovem extremamente belo, charmoso e… manipulador.

Oak está em uma missão que o levará até a Cidadela da Agulha de Gelo e precisará da ajuda de Suren, mas, caso a jovem aceite, sua primeira tarefa será proteger o próprio coração dos sentimentos que um dia já nutriu pelo príncipe.

TAMBÉM VEM AÍ EDIÇÃO DE LUXO DE O PRÍNCIPE CRUEL:

Chega em breve pela Galera a edição de luxo com capa dura do primeiro livro da série O Povo do Ar. Com cenas deletadas e conteúdo extra, o livro conta com tiragem limitada.

O Príncipe Cruel é o primeiro livro da envolvente série O Povo do Ar sobre uma garota mortal que se vê presa em uma teia de intrigas de fadas reais.

Na série, a autora best-seller Holly Black transporta os leitores para Reino das Fadas. Não aquelas dos contos clássicos, fadas que podem ser cruéis e mortais, especialmente se motivadas pelo poder. Uma aventura que mistura magia, intrigas palacianas e romance.

SOBRE A AUTORA

Holly Black é autora best-seller de mais de trinta livros de fantasia para crianças e adolescentes. No Brasil, seus livros O canto mais escuro da floresta e Zumbis x unicórnios foram lançados pela Galera Record. Ela atualmente vive na Nova Inglaterra com seu marido e filho numa casa com uma biblioteca secreta.

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Resenha: O portador da espada, Cassandra Clare
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Resenha: O portador da espada, Cassandra Clare

O portador da espada é o primeiro livro de alta fantasia adulta de Cassandra Clare, fora do mundo dos Caçadores de Sombra que a gente tanto ama. Por isso, fiquei extremamente ansioso desde o anúncio da nova série, dos personagens e da ambientação com a mitologia judaica, intrigas entre cortes, chefões do crimes e enemies to lovers.

+ Resenha: Dama da meia-noite, Cassandra Clare
Resenha: O Cavaleiro dos Sete Reinos, George R.R. Martin

Eu gosto muito de uma trama política permeada com intrigas políticas, como é o caso de O povo do ar, da Holly Black. Tem uma pitada de romance, uma porcentagem maior de política e uma leve sombra de crônica. E fui com sede ao pote pensando em encontrar algo parecido no livro, só que mais desenvolvido – algo intermediário entre O príncipe cruel e Guerra dos Tronos, sabe? E aconteceu o quê? Me decepcionei, muito.

Os ricos vivem no alto e os pobres vivem no baixo.

O pessoal da Galera Record me enviou uma cópia de O portador da espada (obrigado demais, Galera! <3) alguns dias antes do lançamento em novembro. Meu plano era devorar o livro em uma semana e postar a resenha simultânea ao lançamento, afinal, todo livro da Cassandra eu não consigo largar até terminar. E nesse aqui, eu só conseguia largar – capítulos longos demais, histórias repetitivas demais, crônicas que não saem e não chegam a lugar algum… Foi um sonífero pra mim a maior parte da leitura.

Não se pode ter tudo, ou os Deuses invejariam os mortais.

O portador da espada conta a história de Kellian, um garoto órfão que é escolhido para ser o portador da espada do príncipe herdeiro, Connor, um cargo de respeito cuja missão é proteger o príncipe custe o que custar. Kel é então criado lado a lado com o príncipe, treinando junto, comendo junto, dormindo junto… Eles se tornam grandes amigos e confidentes e o trabalho de Kel é justamente estar sempre um passo a frente para proteger Con, mesmo que isso implique arriscar a própria vida de vez em quando utilizando um talismã que cria um certo glamour nas pessoas a sua volta e elas pensam que Kel é Conor.

Ele não sabia o que era ser necessário para outra pessoa: que despertava uma vontade de proteger essa pessoa. Para sua própria surpresa, ele queria proteger esse garoto, o príncipe de Castellane.

Paralelo a isso, conhecemos também a história de Lin, uma médica que precisou lutar contra o sistema em que nasceu para que pudesse estudar e se formar, já que a sociedade em que ela está inserida é completamente machista, apesar de cultuar uma deusa. A motivação de Lin é Mariam, sua melhor amiga, que tem uma doença que parece não ter cura. Lin busca desesperadamente estudar e aprender cada vez mais para que ela possa curar Mariam antes que a doença venha avassaladora e ela não tenha mais tempo.

Afinal, a ordem ilegal era melhor do que o caos legal.

O livro então passa boas trezentas páginas só falando disso: de Kel e Conor saindo para se divertir, de como Kel precisa proteger Conor a todo custo, Lin procurando novas técnicas de medicina para curar Mariam, Mariam já está sem esperanças… Não acontece nada até a página trezentos, sem exagero. Nesse ponto da história, a história dos quatro personagens começa a ligeiramente se misturar quando Kel é procurado pelo Rei dos Ladrões, uma espécie de realeza suburbana de Castellane, dizendo que sem sua ajuda, ele jamais poderá ajudar Conor. Lim também é procurada pelo Rei, sob a proposta de que sem a ajuda dele, ela jamais conseguirá curar Mariam. Apesar disso, cooperar com o Rei dos Ladrões pode significar traição contra a realeza de Castellane.

– Os músicos fazem parecer que é horrível se apaixonar – comentou Lin. – Um monte de lamentação sem fim, todos solitários porque ninguém os aguenta.

Nesse ponto da história começa a se desenvolver um romance tímido entre Kel e Lin, Conor e Lin, que não vai para nada além de um beijinho mixuruca na boca. Uma coisa que gostei muito no ponto de romance do livro é a forma como a sociedade Castellana é dividida: todos gostam de todos. Não tem essa de ser hétero, homo, bi… Todos os homens podem se apaixonar por homens ou mulheres, todas as mulheres por mulheres ou homens e isso é perfeitamente normal, não causa escândalos.

A preferência geral de Connor era por mulheres, mas de forma alguma era regra.

Um personagem que ganhou muito o meu coração foi Merren Asper, por quem Kel nutre uma pequena paixãozinha e acaba beijando em uma hora da trama. Não é nada demais, não acontece nada além disso – apesar de eu querer muito um fast burn -, mas neste ponto da trama qualquer coisinha que acontece de diferente é motivo pra gente dar um berro.

Eu entendo perfeitamente que O portador da espada é um livro introdutório a um novo universo extremamente complexo, com muitas cortes e nisso, eu tiro o chapéu para Cassandra Clare. Ela consegue criar histórias com complexidade sobre-humana, o que não é muito comum em livros de fantasia aos quais eu estou acostumado. Neste ponto, acho que ele até ganha um pouco de O povo do ar, minha série preferida, mas quando o assunto é fazer a trama render, acho que nisso ela peca e peca muito. Os capítulos são exageradamente longos, alguns passando de 60 páginas, com muitas páginas sem diálogo e só descritivas das crônicas de Castellane. Ela descreve o aroma, os pratos, o aroma dos pratos e muitas vezes a gente nem tem referência disso. Eu não sei qual é o cheiro de madressilva.

O fim costumava acontecer nas vigílias tarde da noite, mas a cura também: a morte e a vida atacavam nas horas sombrias.

Por serem crônicas, a gente já deveria esperar e entender que uma vibe meio Morte súbita ou Cem anos de solidão poderiam aparecer, mas senti falta de ritmo e de uma escrita um pouco mais cativante. Particularmente, não gosto muito de capítulos longos, mas todos os livros dos Caçadores de Sombras – que também têm capítulos longos – eu conseguia ler sem pensar três mil vezes se não queria abandonar. Para mim, a história só foi ficar boa depois da página 400, que foi quando teve um ritmo um pouco maior e eu consegui acabar em uma sentada só.

Todo mundo quer falar a você que não é tão ruim assim, mas é. Você ficará muito triste e sentirá que vai morrer. Mas você não morrerá. E, a cada dia que se passar, você recuperará um pedacinho de si.

No total, foram quase três meses de leitura, muitos livros lidos no espaço entre o dia que comecei e o dia que terminei, muitos dias que dormi em cima do livro, mas consegui vencer. É uma história complexa, introdutória e lenta que tem personagens cativantes e esse é outro ponto positivo (principalmente Merren, meu preferido <3).

Leia ciente que O portador da espada é mais parecido com Guerra dos Tronos do que a gente gostaria, mas sem tanta escandalização que talvez desse um pouco mais da sensação de “algo aconteceu” na obra. O próximo livro, O rei dos ladrões já foi confirmado e deve ser lançado em 2025. Espero que eu lembre da trama até lá porque não sei se vou conseguir reler para ler a sequência. Cassandra Clare, você prometeu!

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Resenha: A morte é um dia que vale a pena viver, Ana Claudia Quintana Arantes
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Resenha: A morte é um dia que vale a pena viver, Ana Claudia Quintana Arantes

Senti vontade de ler A morte é um dia que vale a pena viver ouvindo um podcast da Mônica Martelli, em que ela falava sobre sua vida, sobre fazer escolhas e entender que se está no caminho certo (spoiler: a gente nunca entende). Ela indicava esse livro como um daqueles que mudara a sua vida. Como sou muito fã de toda a narrativa que Mônica criou em sua vida e em sua arte, comprei o livro na mesma hora e me surpreendi: devorei em uma única sentada.

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A morte é um dia que vale a pena viver é um livro narrado em primeira pessoa pela autora, Ana Claudia Quintana Arantes, que após estudar medicina, descobriu e decidiu trabalhar com Cuidados Paliativos e desmistificar o que significam esses cuidados, dentro de hospitais. Primeiro, ela começa explicando que algumas doenças não têm cura. Não há o que fazer além de testes que podem mitigar todo o resto de bem-estar que um paciente tem no hospital. Quando isso acontece, muitos médicos dizem que chegaram ao seu limite e acabam sedando o paciente para uma morte “tranquila”, “dormindo”.

O que você vai fazer com esse tempo que vai passando? O que você está fazendo com esse tempo que está passando? O que eu faço com meu tempo?

Ana Claudia resolveu estudar e ir além nessa atuação. Já que não há nada para ser feito do ponto de vista da cura, o que pode ser feito para que os últimos dias daquelas pessoas sejam os mais agradáveis possíveis? Com menos dor, mais alegria e mais presença daquilo que eles realmente querem? É nesse Cuidado Paliativo, que ela faz questão de escrever com letras maiúsculas no livro que ela acredita e nos explica durante as 192 páginas que permeiam suas reflexões sobre a nossa vida – e principalmente, o dia da nossa morte.

A preocupação do morrer traz a consciência de que nada do que temos ficará conosco.

Nós não temos certeza de nada enquanto vivemos. Não dá para saber se vamos seguir a carreira certa, se vamos fazer as melhores escolhas, como será o dia de amanhã… Mas uma coisa temos certeza: iremos morrer. E quando a morte chega, ela aparece como uma muralha da China na nossa caminhada. Não tem o que fazer, é a linha de chegada. Não dá para pular, dar a volta, transpor. E essa muralha tem um espelho que vai te fazer olhar para si próprio e se questionar: o que você fez do seu tempo vivo? Você viveu ou apenas sobreviveu?

Não é possível segurar o tempo. Em relação a ele, a única coisa de que podemos nos apropriar é a experiência que ele nos permite construir o tempo todo.

Em todos esses anos de Cuidado Paliativo, ela conta que ouviu inúmeras histórias de pessoas que se arrependiam de ter passado a vida toda correndo atrás de dinheiro, de pessoas que gostariam de ter perdoado ou de serem perdoadas, de pessoas que gostariam de ter seguido um sonho antes que foi adiado, adiado, adiado, até que não desse mais para cumprir. O tempo é o nosso bem mais precioso por aqui e é o único bem que não se renova. Ele não tem volta. O que gastamos, gastamos. Será que não estamos gastando-o em coisas que não queremos de verdade? Será que estamos gastando nosso tempo em um emprego medíocre que paga bem, nos faz comprar um Porsche mas que também nos faz chegar em casa sem energia nenhuma e com olheiras que vão no pé?

Todas as pessoas morrem, mas nem todas um dia poderão saber porque viveram.

A morte é um dia que vale a pena viver é uma narrativa crua, singular e sincera sobre alguém que está ali quando todos estão partindo para o outro lado. Ana Claudia é uma espécie de anjo da morte que escuta as mais sinceras confissões, que auxilia no conforto do último suspiro e garante aos que ficam: a morte é um dia que vale a pena viver. Enquanto o seu dia não chega e você o teme chegar, o que você tem feito na lacuna?

Não há espaço para falar de morte com pessoas que não estão vivas em suas próprias vidas.