Hoje, no dia 12 de março, é celebrado o Dia do Bibliotecário. O objetivo da data é enaltecer os profissionais responsáveis por promover a cultura, educação e informação. Aproveitando o momento, o Beco Literário, junto com a Disal, referência no mercado editorial, criou uma seleção de nomes conhecidos por outras profissões, mas que já realizaram trabalho em bibliotecas.
O Dia do Bibliotecário foi escolhido para homenagear Manuel Bastos Tigre, que nasceu em 1882, e é considerado o primeiro bibliotecário concursado do Brasil, mas não foi apenas Tigre trabalhou em volta dos livros.
“Esse trabalho vai muito além da entrega e conferência de exemplares. As bibliotecas são como grandes centros de aprendizagem, que contém um vasto conteúdo que se possa imaginar e os bibliotecários são responsáveis por nos auxiliar a chegar ao conhecimento e nos indicar os melhores documentos”, explica Clineia Candia, professora e parceira da Disal.
Confira os famosos que já trabalharam em bibliotecas:
Cecília Meireles
Uma das grandes autoras nacionais, conhecida por todos os que realizam trabalhos em bibliotecas, Cecília Meireles era uma artista plural. Considerada uma das autoras mais importantes da literatura brasileira, ela foi uma grande poetisa. Mas também se aventurou como pintora, professora, jornalista e fundando uma biblioteca no Brasil.
Elke Maravilha
A modelo e atriz, Elke Maravilha, que emigrou para o Brasil ainda na infância, cresceu e aprendeu muito com a cultura brasileira. Se tornou muito conhecida por seu estilo único de roupas e penteados. Aos 20 anos, em busca de sua independência, estudou Letras e passou a morar sozinha no Rio de Janeiro. Foi nessa fase, para bancar seu aluguel e a faculdade, que Elke realizou trabalho em bibliotecas, além de atuar como bancária e secretária.
Lewis Carroll
Lewis Carroll é conhecido por ter sido um grande romancista, contista, fabulista, poeta, desenhista, fotógrafo, matemático e reverendo anglicano britânico. Com um currículo extremamente abrangente, Lewis tornou-se bibliotecário após graduar-se em matemática em Oxford, contrariando todas as estatísticas.
Jorge Luis Borges
O escritor, poeta, tradutor, crítico literário e ensaísta argentino, Jorge Luiz Borges, cresceu na Suíça. Em 1921 voltou para a Argentina, seu país natal, publicando seus primeiros poemas e ensaios em revistas literárias surrealistas. Além de sua arte impressionante, Jorge também trabalhou como Bibliotecário e professor universitário público.
Hoje, no dia 8 de março, é celebrado o Dia da Mulher. A data tem como objetivo celebrar os direitos conquistados pelas mulheres, refletir sobre a igualdade de gênero no mercado de trabalho e lembrar que ainda há muito a ser feito. Pensando nesse cenário, o Beco Literário, junto com a Disal, referência no mercado editorial, aproveita o momento para amplificar novas vozes femininas que estão transformando a literatura atual.
Confira qual obra fará parte da sua estante:
Água turva – Morgana Kretzmann
Com uma narrativa impressionante, Morgana Kretzmann retrata elementos da história recente do Brasil e denuncia a ambição de homens poderosos diante de um dos nossos maiores tesouros: o meio ambiente. A guarda-florestal Chaya é a responsável por combater a caça exploratória de animais silvestres no parque. Preta, sua prima, separada da família ainda na infância, é a líder de um temido grupo de caçadores e contrabandistas que vive no lado argentino da fronteira, os Pies Rubros. Olga, assessora parlamentar de um ganancioso deputado, é forçada a voltar à cidade onde cresceu para ser porta-voz da tragédia ambiental que se anuncia — até perceber que está nas mãos dela a chance de mudar o curso da história.
Cordéis para crianças incríveis – Jarid Arraes
Este livro traz histórias de quatro meninas que, apesar de parecerem muito diferentes, têm muito em comum. O primeiro cordel narra a história de Aninha, uma menina que deseja se tornar bailarina, mas, por ser gorda, ouve de muitas pessoas que não tem um corpo adequado. Até que encontra uma professora que mostra que toda pessoa pode dançar, sim. Depois os leitores conhecem Mel, uma garota de poderosos cabelos cacheados que enfrenta a inveja de um monstro que quer acabar com a magia de seu cabelo, mas Mel vai descobrir que nada é capaz de destruir sua autoconfiança.
Entre horrores cotidianos e experiências distópicas, Irka Barrios desnuda o esplendor e a subversão de uma escrita contundente, feminina e essencialmente latino-americana. A primeira obra de Irka Barrios desponta como um milhão de picadas simultâneas de insetos ferozes. A autora também é uma exímia criadora de histórias curtas, que frequentemente nos obrigam a uma pausa para retomar o autocontrole e continuar a leitura. Vespeiro transita entre os horrores cotidianos, e apresenta os prazeres e dissabores da alma humana, especialmente a feminina.
Neca – Amara Moira
Neste livro, Amara traz um reencontro de um antigo amor. Enquanto a personagem entrelaça conselhos e lembranças, ela rememora suas aventuras como prostituta no Brasil e na Europa; fala sobre o que descobriu e conheceu, recorda o que desejava ser e sonha com o que poderia ter sido. Na época em que namoravam, a jovem debutante estudava Letras, o que motiva a protagonista a falar de literatura como parte de sua história juntas.
Estou desesperadamente há horas te falando que ali não dá mais pé pra mim. E você grita que ali é onde você consegue estar. Que dá pé, sim.
Eu te respondo que pode dar pé para você mas tamanha profundidade não dá pé pra mim. Explico que nadar numa piscina assim depende da sua altura e da sua habilidade. Talvez eu tenha menos altura e você, mais habilidade. Você insiste que não. “Só vem, dá tudo certo.”
Não dá. Eu me afogo e volto pro meu raso. “Não consegui, viu? É complicado pra nós sem altura e sem habilidade.”
“Você não faz do jeito certo”, você grita de lá. “Aqui dá pé tranquilamente. Eu consigo assim, olha.”
Tento de novo. E me afogo pior dessa vez. “Não dá mesmo.” Acho que engoli água com cloro, meus pulmões pegam fogo. A frustração tenta me alcançar e toda aquela água parece tentar sair pelos meus olhos vermelhos.
“Você tem que entender. Se você não entender, não tem como dar certo”, você diz, dessa vez mais incisivo. “Você precisa confiar em mim.”
Tento de novo. Sinto meus pulmões apertarem, acho que entrou água demais. Minha vista tá escura. Alguém me puxa e meu peito encontra alívio. “Não consegui mesmo, me desculpa. Aqui não da pé pra mim mais.”
“Mas dava antes”, você responde. “Acho que você só quer que não dê mais.”
“Mas você me viu tentando. Várias vezes.” Tento fazer minha voz te alcançar.
“Sei não. Eu te expliquei que é questão apenas de você querer. Eu não acho que seja tão grave assim se afogar três vezes. Na quarta você consegue, vai se acostumar.” Você está bravo. “Mas não vou implorar para que venha.”
“Você não consegue voltar pra cá?”
“Consigo.”
“Então por que não vem?”
“Porque cansei de implorar que venha. Não vou se você não vem.”
“Eu não consigo. Meus pulmões doem muito.”
“Você não quer, é diferente.”
“Eu quero. Estou treinando todos os dias para isso, só não deu ainda.”
“Não posso te esperar para sempre.”
“Mas eu estou tentando. Você viu o quanto eu me afoguei agora.”
“Vi.”
“E isso não conta?”
“Eu já disse que não implorarei mais.”
Tento mais uma vez, com empenho. Eu já consegui transpor essas águas até chegar ao lado que não me da pé, eu já consegui antes. Eu sinto a água entrar na boca com força. Meus pés não encontram apoio. Meus braços não tem mais força. Meu pulmão… Não trabalha mais. Sinto um zumbido fino no ouvido. A água agora parece me fazer flutuar.
“Oi???????” Acordo tossindo. Não é ele. É vermelho vivo. “Não fale nada. O que você pensou que estava fazendo?”
“Eu…”
“Não fale nada. Não dá pé para você ali. Você é maluco de ficar tentando? Queria se matar?”
Não. Eu só queria mostrar a ele que dava pé. Ele disse que eu não queria o suficiente. Que eu não conseguia compreende-lo.
Eu só queria mostrar que compreendia, apesar de não dar pé pra mim. Apesar de não conseguir ainda, que eu estava desesperadamente tentando. Meus olhos tentam encontra-lo. Ele me olha negando com a cabeça.
“Eu desisto, viu?” Ele falou movimentando os lábios, em silêncio e veio em minha direção. “Deixa pra lá. Não vou implorar mais pra você vir. Entendi que não quer.”
Tento fazer minha voz sair para rebater. Não consigo e ele volta antes para a piscina.
O aguardado lançamento da Editora Agir, Taylor Swift Style, já tem data marcada para chegar ao público brasileiro. Escrita pela jornalista Sarah Chapelle e cuidadosamente traduzida por André Marinho, a obra que revela todos os detalhes e o processo criativo por trás do estilo de uma das maiores cantoras da música pop será lançada em novembro. Nela, os swiftiesvão poder explorar a conexão entre moda e música na trajetória de uma das artistas mais influentes de sua geração.
A autora, responsável pela famosa conta no Instagram e blog Taylor Swift Style, detalha a evolução do estilo pessoal da cantora ao longo de sua carreira. Ela traça um panorama que vai das origens country de Taylor em Nashville até alcançar o status de ícone pop global. Cada escolha de vestuário é apresentada como um reflexo das “eras” de sua vida e música. Chapelle não se limita a uma análise superficial da moda e desvenda os easter eggs e significados por trás das roupas e penteados da artista, permitindo aos leitores entender o contexto de cada peça escolhida.
“Taylor sempre entendeu o poder da interpretação, especialmente por meio da moda. Ao longo dos anos, seu estilo passou de uma ferramenta sutil de consolidação de imagem para uma forma de arte estratégica que se comunica diretamente com quem conhece o assunto. Acredito que a moda representa uma cápsula do tempo visual do nosso eu mais profundo.”
Com capa dura, bordas douradas e mais de 200 fotos coloridas, que registram momentos icônicos — de looks do tapete vermelho até o streetwear —, Taylor Swift Style é um verdadeiro presente para os fãs da loirinha.
Sobre a autora:
Sarah Chapelle escreve sobre moda e é criadora do blog Taylor Swift Style e do perfil de Instagram @taylorswiftstyled. Sua abordagem atenciosa, meticulosa e espirituosa como comentarista de estilo foi apresentada em veículos como Wall Street Journal, Harper’s Bazaar, Coveteur, People e outros. Ela mora em Vancouver, no Canadá, com o marido e seu gato.
São José dos Campos, localizada no coração do Vale do Paraíba, é reconhecida pelo equilíbrio entre crescimento urbano e preservação ambiental. A cidade combina modernidade e história, oferecendo uma infraestrutura completa para moradores e turistas, que encontram desde polos tecnológicos até áreas verdes preservadas. Com uma agenda cultural ativa e opções de lazer acessíveis, São José se firma como um destino que atende a diferentes interesses, sempre valorizando o contato com a natureza.
Na primavera, os espaços públicos da cidade se tornam ainda mais convidativos. O clima mais ameno e as áreas naturais, que se renovam com a estação, fazem de parques, mirantes e áreas de lazer os locais ideais para aproveitar o ar livre. Pensando nisso, a Destination São José dos Campos selecionou cinco lugares que melhor representam essa integração entre a cidade e a natureza, perfeitos para explorar nesta estação. Confira:
Praça Riugi Kojima
Foto: Cláudio Vieira/PMSJC
A Praça Riugi Kojima, localizada no bairro Aquárius, foi inaugurada em 2008 para celebrar o centenário da imigração japonesa no Brasil. Destaca-se pela presença de um grande torii, um tradicional portal japonês que simboliza a passagem entre o mundo humano e o espiritual, conforme a crença xintoísta, com 17 metros de altura e 21 metros de largura.
Na primavera, a Praça Riugi Kojima ganha um colorido especial com seus jardins inspirados na estética dos tradicionais jardins japoneses, com cerejeiras que florescem nesta época, criando um visual encantador.
Antônio Rodrigues Júnior, 114 – Parque Res. Aquarius, São José dos Campos – SP, 12246-005. Aberta 24 horas. Entrada gratuita e livre.
Parque Municipal Roberto Burle Marx
O Parque Municipal Roberto Burle Marx, mais conhecido como “Parque da Cidade”, ocupa uma área de cerca de um milhão de metros quadrados que foi parte da antiga Fazenda da Tecelagem Parahyba. Neste vasto perímetro estão abrigadas uma grande diversidade de espécies vegetais e uma belíssima paisagem composta por jardins, palmeiras imperiais, lagos, ilhas artificiais, bosques e alamedas.
Os jardins, de autoria de Roberto Burle Marx, e a Residência Olivo Gomes, projetada por Rino Levi, compõem um importante trabalho da arquitetura moderna. Um dos principais atrativos do parque é o contato com a natureza, principalmente durante a Primavera. Ele proporciona ao visitante agradáveis passeios em caminhos cercados por densa vegetação constituída de espécies nativas e exóticas e habitada por uma rica fauna silvestre. Seu patrimônio é tombado pelo Comphac – Conselho Municipal de Preservação do Patrimônio Histórico, Artístico, Paisagístico e Cultural. A Residência Olivo Gomes e os jardins de Burle Marx são tombados pelo Condephaat.
Av. Olivo Gomes, 100 – Santana, São José dos Campos – SP, 12211-420. Aberto de segunda a domingo, das 6h às 18h. Entrada gratuita.
Parque Vicentina Aranha
Foto: Cláudio Vieira/PMSJC
O Parque Vicentina Aranha é patrimônio histórico da cidade tombado pelo COMPHAC (Conselho Municipal de Preservação do Patrimônio Histórico, Artístico, Paisagístico e Cultural do Município de São José dos Campos) e Condephaat (Conselho de Defesa do Patrimônio Histórico, Arqueológico, Artístico e Turístico).
Ocupa uma área de 84.500 m², com 80% de área verde e pistas de caminhada, além de pavilhões projetados pelo arquiteto Ramos de Azevedo, representando um espaço fundamental de preservação ambiental e história da cidade. Atividades culturais, ambientais e físicas também são oferecidas gratuitamente ao público em uma extensa agenda de programação que traz atrações musicais, cinema, teatro, arte, história e muito mais.
Eng. Prudente Meireles de Morais, 302 – Vila Adyana, São José dos Campos – SP, 12243-750. Aberto de segunda a domingo, das 6h às 21h. Entrada gratuita. Confira a programação completa do mês no Instagram: https://www.instagram.com/parquevicentina/
Mirante do Banhado
O Mirante do Banhado é um espaço que oferece uma vista panorâmica da rica área verde do Banhado, especialmente apreciada durante a primavera. Com uma extensão de mais de 4 mil metros quadrados, o mirante é um ponto de encontro para os moradores e visitantes que desejam contemplar a natureza e o pôr do sol sobre o Rio Paraíba do Sul.
O Banhado é caracterizado por sua vegetação diversificada, incluindo árvores frutíferas e fauna local, criando um ambiente propício para caminhadas e momentos de relaxamento. Durante a primavera, o Mirante se transforma em um verdadeiro cartão-postal, com vista para flores e plantas em plena floração.
Av. Anchieta, 671 – Jardim Nova America, São José dos Campos – SP, 12242-280. Aberto 24 horas. Entrada gratuita e livre.
Parque Ribeirão Vermelho
Foto: Cláudio Vieira/PMSJC
O Parque Ribeirão Vermelho é uma área verde projetada para proporcionar lazer e atividades ao ar livre em meio a uma paisagem urbana moderna. Com uma área de aproximadamente 200 mil metros quadrados, o parque oferece uma variedade de espaços destinados à prática de esportes e recreação, como quadras, campos de futebol e uma extensa pista de caminhada.
Durante a primavera, o parque se destaca pela exuberância de sua vegetação, com flores e plantas nativas florescendo, proporcionando um ambiente agradável e colorido para os visitantes. Além de sua função recreativa, o Ribeirão Vermelho também tem um importante papel ecológico, preservando áreas de mata ciliar ao longo do curso do ribeirão que atravessa o parque. É um destino ideal para quem busca contato com a natureza e opções de lazer ao ar livre, sendo um dos espaços mais populares da cidade para famílias e praticantes de atividades físicas.
Av. Maria de Lourdes Friggi – Urbanova, São José dos Campos – SP. Aberto de segunda a sexta, das 7h às 22h; Sábados, domingos e feriados das 7h às 18h. Entrada gratuita.
Uma Questão de Vida e Morte foi um livro que me tocou profundamente. Eu já havia lido O Carrasco do Amor, do Dr. Irvin Yalom, então já conhecia seu trabalho e estava familiarizado com seu estilo. Embora aquele fosse um livro sobre seus casos clínicos, a narrativa nos envolvia em seus gatilhos, medos, erros e acertos como terapeuta. Mas Uma Questão de Vida e Morte é diferente.
NOSSO TEMPO JUNTOS É LIMITADO E EXTREMAMENTE PRECIOSO! Depois de passar uma vida inteira juntos, Irvin e Marilyn Yalom escrevem a realidade do diagnóstico de um câncer terminal de Marilyn, neste livro de memórias profundamente comovente, terno e amoroso. Com base no trabalho de Irvin em psicoterapia a respeito de nosso medo da morte, aliado à sua experiência pessoal, Uma questão de vida e morte busca responder às perguntas que todos nós temos sobre o fim de nossas vidas: Quanto estamos dispostos a suportar para permanecermos vivos? Como podemos terminar nossos dias da forma mais indolor possível? De que forma podemos deixar este mundo para a próxima geração? Contado a princípio em capítulos alternados entre os dois autores, e concluído após a morte de Marilyn, este livro é um retrato inesquecível de amor e examina com firmeza o que significa viver e morrer bem.
Neste livro, conhecemos não apenas Irvin, mas também sua esposa, Marilyn. Eles sabem que viveram uma longa vida juntos: casamento, criação dos filhos, momentos de alegria e tristeza. Agora, porém, enfrentam o inevitável – a morte. Marilyn foi diagnosticada com um câncer terminal e considera a possibilidade de uma morte assistida. As dores são intensas, sua qualidade de vida está comprometida, e ela se sente pronta… Mas como Irvin lida com essas questões? Afinal, até que ponto estamos dispostos a suportar a dor para continuar vivendo?
A narrativa acompanha as últimas memórias do casal, alternando entre capítulos escritos por ele e por ela. Nos trechos de Irvin, vemos seu medo da morte, o temor da solidão que a perda traz, e os sentimentos mais egoístas e humanos – como Marilyn pode simplesmente deixá-lo após tanto tempo juntos? Por outro lado, nos capítulos de Marilyn, entendemos o quanto sua vida se tornou limitada, sua reflexão sobre a morte assistida e como ela explica sua decisão ao marido, aos filhos, aos netos… O livro todo é permeado pela sombra da morte.
Irvin, terapeuta renomado, tenta lidar com essa questão de forma racional. Ele já ajudou pacientes a enfrentar o luto, respondeu a inúmeras cartas de leitores em sofrimento, mas como fazer quando se trata de Marilyn? Até que chega o dia. Marilyn, agora extremamente debilitada, após doar seus livros, roupas, pertences e despedir-se de suas amigas, decide que a morte assistida é a única maneira de partir sem dor. Ela não suporta mais o sofrimento, e se vai.
Mas o livro continua. Irvin, então, se vê tendo que reconstruir uma nova vida. Como seguir adiante sabendo que a pessoa por quem foi apaixonado a vida inteira, com quem esteve casado por décadas (não me recordo se foram 40, 50 ou 60 anos), já não existe mais? Ele não consegue olhar para as fotos, não consegue perdoar completamente Marilyn, embora saiba que ela fez o que era melhor. A ambiguidade dos sentimentos o atinge como um furacão.
Este é um livro sobre o luto e a árdua tarefa de reconstruir uma vida depois que uma pessoa amada parte. É uma história crua e direta, que fala sobre como a vida continua após a perda. Como lidar com a ausência de alguém que, até ontem, você não conseguia imaginar viver sem? A pessoa cuja ausência sequer era cogitada, e de repente… puff, ela não existe mais. Agora, seu corpo descansa metros abaixo da terra.
Uma Questão de Vida e Morte é como o abraço de um ente querido que entende a dor do luto. Eu o li durante meu próprio processo de luto, após a perda de minha avó, e posso dizer que a forma como Irvin expõe seus sentimentos de maneira tão crua, sem vergonha de senti-los, me fez sentir acolhido, humano, compreendido. É uma leitura magnífica!
É frequente que eu receba, no meu consultório astrológico, pessoas em momentos de fragilidade, crise ou ansiedade, buscando um mapa astral para entender melhor essa angústia que estão vivendo. Apesar do meu desejo de ajudar, é essencial entender que este não é o papel da astrologia — nem o meu, como astrólogo.
Talvez, por ter uma formação prévia na área de saúde mental, eu consiga acolher essas pessoas e explicar que, nesses momentos, o que elas realmente precisam é de apoio psicológico ou psiquiátrico especializado, não de astrologia e tarô. Infelizmente, muitos “profissionais” do esoterismo se aproveitam dessas situações de vulnerabilidade para vender serviços e lucrar.
Perdi a conta de quantas vezes recusei atendimentos astrológicos em que, claramente, o céu não poderia oferecer qualquer tipo de suporte real. Pior: poderia até agravar a situação. Nesses momentos, opto por acolher e explicar ao consulente como a astrologia funciona, oferecendo, quando desejado, a indicação de uma psicóloga para uma conversa inicial.
Refleti bastante antes de escrever este artigo, mas o Setembro Amarelo é o momento certo para discutir saúde mental. É também o momento de lembrar que nós, astrólogos, somos apenas intérpretes da linguagem celeste, não profissionais de saúde mental qualificados para tratar sintomas de ansiedade, pensamentos disfuncionais ou crenças limitantes. Se um astrólogo afirmar o contrário, desconfie e procure ajuda qualificada.
Como intérpretes, nós apontamos tendências e padrões. Um mapa astral pode revelar potenciais, desafios, oportunidades e reveses, mas tudo isso são tendências, não certezas. A vida não se baseia apenas nos astros; ela depende também do seu ambiente, das suas ações e de como você vive o dia a dia. Para que um mapa astral funcione, é necessário estar em um estado relativamente equilibrado. Em momentos de ansiedade, pânico ou crise, o mapa não fornecerá respostas fáceis para perguntas difíceis. Isso não existe.
Eu, como astrólogo moderno com cunho humanista, acredito que qualquer tendência ou posicionamento desafiador no mapa pode ser trabalhado, mas isso acontece no cotidiano — e não em uma única consulta astrológica. A verdadeira evolução vem com a combinação de terapia, boa alimentação, atividade física e consultas médicas regulares. É por isso que, neste Setembro Amarelo, deixo um alerta.
Tenha cuidado com os profissionais que você busca. Questione o discurso que eles apresentam. Em momentos de crise, procure sempre profissionais da saúde mental, como psicólogos, psicanalistas e psiquiatras. Profissionais complementares, como terapeutas holísticos, astrólogos ou tarólogos, podem ser úteis, mas somos mais como bússolas que ajudam a guiar o caminho. E é importante lembrar: só recebemos gente nova em casa quando ela está arrumada. Com o mapa astral é a mesma coisa. Só se faz mapa quando se está em um momento de relativa tranquilidade.
A Firma foi o primeiro livro que li de John Grisham, por indicação de ninguém menos que Stephen King. Sim, ele mesmo. Em seu livro Sobre a Escrita, King menciona que escritores devem abordar temas que dominam, assim como Grisham fez com A Firma, logo após se formar em Direito.
Quando Mitch McDeere aceita trabalhar na Bendini, Lambert & Locke, em Memphis, tem certeza de que ele e sua linda esposa, Abby, tiraram a sorte grande.
Além de ser uma firma que se orgulha de ter os maiores salários e benefícios do país, ainda lhe oferece um BMW, quita suas dívidas estudantis, arranja um financiamento de imóvel a juros baixos e contrata uma decoradora para sua casa.
Justamente quando começa a achar que tudo parece bom demais para ser verdade, Mitch é procurado por um agente do FBI, que lhe revela informações confidenciais sobre a empresa e lhe diz que ele mesmo está sob investigação.
Ao ser pressionado para se tornar informante, Mitch se vê num beco sem saída. Se não concordar em colaborar, será denunciado à justiça, mas se a firma descobrir seu papel duplo, o preço a pagar pode ser a própria vida.
O livro narra a história de Mitch McDeere, um advogado recém-saído da faculdade, com dezenas de propostas de emprego. Sendo um aluno de destaque, todas as empresas o querem. Ele acaba optando pela enigmática Bendini, Lambert & Locke, em Memphis, que oferece benefícios incomparáveis – como uma BMW para todos os advogados contratados, financiamentos com juros baixíssimos para comprar um imóvel, tudo em troca de dedicação total. Mitch e sua esposa, Abby, acreditam ter encontrado a oportunidade dos sonhos e se mudam para a cidade sem hesitar.
Em seu novo emprego, Mitch mergulha de cabeça. Chega a trabalhar catorze, dezoito horas por dia, com a promessa de alcançar seu primeiro milhão aos 45 anos e uma aposentadoria tranquila. Vale a pena se sacrificar agora, certo?
Enquanto acompanhamos a história pelo ponto de vista de McDeere, começamos a perceber que a estrutura da Bendini, Lambert & Locke é mais sombria do que aparenta. A pulga atrás da orelha surge com a existência de uma misteriosa central de segurança no último andar, além de sinais de que a casa, o carro e até as conversas de Mitch estão sob vigilância constante. Não é apenas uma firma.
Essa suspeita se confirma quando, em um almoço rotineiro, Mitch é abordado por um agente do FBI, que revela que ele está sendo investigado. Agora, ele tem duas opções: cooperar com o FBI para desmascarar a firma ou fingir que nada aconteceu, correndo o risco de que o esquema não seja desmantelado sem ajuda interna. Preso em uma encruzilhada, Mitch descobre que está trabalhando para a máfia. Sim, isso mesmo. A firma é fachada para os esquemas bilionários de uma família mafiosa. E agora, eles têm provas contra Mitch. Alguns dias antes, dois advogados que decidiram cooperar com o FBI desapareceram sem deixar rastros.
A trama se desenvolve de forma tão envolvente que é difícil largar o livro. A história vai se afunilando, inicialmente sob o ponto de vista de Mitch, e, aos poucos, outros personagens da firma ganham voz, até que, de repente, o leitor também conhece os planos da máfia. A escrita de Grisham prende a atenção. É um livro relativamente longo, com mais de 400 páginas, mas terminei em apenas três dias, mesmo conciliando com trabalho e estudos. Se não fossem essas obrigações, provavelmente não teria parado até o fim.
Em certo ponto, a firma descobre que Mitch está colaborando com o FBI, iniciando uma verdadeira caçada. Algumas informações vazam, e Mitch percebe que não pode confiar em nenhum dos lados. Minha única crítica é a quantidade de personagens, muitos com nomes difíceis, que alternam entre primeiro nome e sobrenome. Não foram poucas as vezes em que me peguei pensando: “Quem é esse mesmo?” ou “Já vi esse personagem antes?”.
Durante essa perseguição, a narrativa acelera bastante. Os capítulos trocam de ponto de vista rapidamente, o que pode ser frustrante para leitores mais detalhistas, como eu. O desfecho, no entanto, me decepcionou. A construção da trama foi desfeita de forma rápida e fácil demais. Mitch fugir com o dinheiro da máfia para uma ilha onde a máfia tinha suas maiores operações, mesmo com boa parte dela desmantelada pelo FBI, me pareceu inverossímil. Esperava um final mais desafiador, considerando o império criminoso meticulosamente descrito ao longo da história.
Ainda assim, eu daria quatro estrelas de cinco. É uma leitura agradável, sobre um tema que me interessa muito (e ao qual eu ainda não havia dado chance na ficção), então recomendo. Só não espere muito do final.
Prepare-se para reencontrar a animação infantil que conquistou corações nos anos 2000! Após uma pausa de onze anos desde a última temporada, Sam, Clover e Alex estão de volta às telas com a estreia da sétima temporada de TRÊS ESPIÃS DEMAIS! A nova temporada de 26 episódios estreia em 16 de setembro, na Max e no Discovery Kids às 18h30. No canal linear, um novo episódio estreará de segunda à sexta-feira, no mesmo horário.
O novo capítulo na história de TRÊS ESPIÃS DEMAIS traz o equilíbrio perfeito entre suspense, comédia e aventura. Com um toque de nostalgia, a animação promete reviver o espírito vibrante que tornou a série um fenômeno global, convidando todas as gerações a embarcarem em mais uma missão com esse trio icônico!
Longe de Beverly Hills, as três espiãs são transferidas para Singapura, onde frequentam a AIYA Academy. Enfrentando ameaças como insetos digitais, crianças terríveis e duriões monstruosos e fedorentos, Clover, Sam e Alex descobrirão que um perigo ainda maior se esconde nas sombras. Alguém está tentando invadir e derrubar a WOOHP, sua organização secreta, e agora elas precisam reunir seus melhores acessórios para deter essa ameaça iminente.
‘TRÊS ESPIÃS DEMAIS’ conta com 26 episódios de 22 minutos de duração. A 7ª temporada é produzida pela Zodiak Kids & Family France (parte do Banijay Kids & Family), em parceria com os canais Gulli na França e Warner Bros. Discovery na América Latina, EMEA e EUA.
Chega ao Brasil o livro ”O Mistério dos Mistérios – a Morte e a Vida de Edgar Allan Poe” (Cultrix, 344 pág., R$94,00, capa dura), obra que investiga a vida do renomado autor pelo prisma das inúmeras causas possíveis de sua misteriosa morte. Poe, um dos escritores norte-americanos mais icônicos de todos os tempos, tem sua obra cultuada por inúmeros tipos de leitores, inclusive pelos jovens, e é um dos autores que teve seus trabalhos mais adaptados da história, seja para cinema, TV, quadrinhos e cultura pop, através de novas adaptações e releituras de seus clássicos.
Edgar Allan Poe morreu em circunstâncias assustadoras. Ao longo dos anos, multiplicaram-se as especulações sobre a causa de sua morte: hidrofobia, sífilis, suicídio, alcoolismo e até mesmo assassinato. Agora, por meio de uma pesquisa feita por Mark Dawidziak – escritor, ator, jornalista e professor universitário – surge uma nova teoria, capaz de provar qual foi a causa da morte de Poe, algo que assombrou a vida do biógrafo por toda sua vida.
Tal como nas famosas histórias que escreveu, sua morte foi um momento envolto em horror e mistério. Edgar Allan Poe faleceu em 7 de outubro de 1849, com apenas 40 anos, de maneira absolutamente bizarra, que não soaria estranha a nenhum de seus contos de terror. Qual teria sido o real motivo dessa morte prematura? E o que teria acontecido com ele durante os três dias em que esteve desaparecido, antes de ser encontrado, delirante e “em grande aflição”, nas ruas de Baltimore, trajando roupas que não eram suas e não lhe serviam?
Recorrendo ao envolvente processo narrativo de linha do tempo dupla, que opõe os últimos meses, cada vez mais angustiantes de Poe, à cronologia de sua vida breve, e muito produtiva, Mark traz uma narrativa em estilo documentário ‘true crime’, criando um processo investigativo de desconstrução, tanto das muitas teorias sobre sua trágica morte, como do mito criado em torno do escritor, que praticamente ao longo das décadas acabou por se tornar uma caricatura de si mesmo, um mero personagem que poderia ter saído de suas próprias histórias de imaginação e mistério.
Indicado aos prêmios Agatha, Edgar, Anthony, Macavity e Ohioana, ”O Mistério dos Mistérios – a Morte e a Vida de Edgar Allan Poe” resgata a vida do homem por trás do mito, e trata-se da primeira biografia de fôlego já editada em língua portuguesa em nosso país após dezenas de lançamentos e adaptações de sua obra nos últimos tempos, sendo um livro indicado a todos os que o admiram, ou que apenas queiram saber mais sobre este grande mestre do conto gótico e imortal da literatura, que influenciou um sem número de escritores e cineastas através dos tempos.