É neste domingo, 12 de março, a partir das 21h a 95ª cerimônia de entrega do Oscar, apresentada pela Academia de Artes e Ciências Cinematográficas. Como todo ano, serão 21 categorias, incluindo melhor filme, melhor diretor e melhor atriz. Para entrar no clima, o cineasta, escritor e criador da Editora Devaneios, Adam Mattos, selecionou 6 produções baseadas em livros que, segundo ele, mereciam ter ganho um Oscar.
“O pagador de promessas”, Dias Gomes (1962).
Drama produzido em 1962, escrito e dirigido por Anselmo Duarte, é até hoje o único filme brasileiro a conquistar a Palma de Ouro, prêmio máximo do Festival de Cannes, na França. A produção foi a primeira da América do Sul a ser indicada ao Oscar de melhor filme estrangeiro em 1963, mas quem levou a estatueta naquele ano foi o filme francês Les dimanches de Ville d’Avray. O filme se passa na década de 60 e conta a história de Zé do Burro, um homem humilde que enfrenta a intransigência da Igreja ao tentar cumprir a promessa feita em um terreiro de Candomblé: carregar uma pesada cruz de madeira por um longo percurso.
“Vidas Secas”, Graciliano Ramos (1963).
Drama produzido em 1963, dirigido por Nelson Pereira dos Santos e com roteiro baseado no livro de Graciliano Ramos, Vidas Secas. Chegou aos cinemas no mesmo mês que foi instaurado o golpe de 64, e no mesmo ano foi exibido no Festival de Cannes. É o único filme brasileiro indicado pelo British Films Institute como uma das 360 obras mais importantes do cinema. Também foi incluído no livro 1001 filmes para ver antes de morrer. O filme conta a história de uma família de retirantes que, pressionados pela seca, atravessam o sertão tentando sobreviver.
“A hora da estrela”, Clarisse Lispector (1985).
A adaptação do romance de Clarice Lispector foi o primeiro longa-metragem dirigido por Suzana Amaral. Em 2015, o filme entrou na lista da Associação Brasileira dos Críticos de Cinema (Abranccine) como um dos 100 melhores filmes de todos os tempos. A obra conta a história trágica de Macabéa, uma nordestina de dezenove anos, semianalfabeta e órfã que foi criada pela tia e foi para São Paulo ser datilógrafa.
“A Ostra e o Vento”, Moacir C. Lopes (1997).
Produção de 1997, dirigida por Walter Lima Jr, com roteiro adaptado e baseado no livro de Moacir C. Lopes. O filme conta a história de Marcela, uma adolescente que vive com o pai em uma ilha distante. Ele é o responsável pela manutenção de um farol na ilha e acaba sufocando a jovem com um amor possessivo e autoritário. Graças a solidão do lugar, ela se revolta contra o pai e cria uma paixão pelo vento que açoita a ilha e que acaba se tornando um dos personagens da história.
“O Auto da Compadecida”, Ariano Suassuna (2000).
A comédia dramática baseada na adaptação da obra de Ariano Suassuna e lançada nos anos 2000 é um dos grandes clássicos do cinema brasileiro, premiada com melhor diretor, melhor roteiro, melhor lançamento e melhor ator pelo Grande Prêmio do Cinema Brasileiro. O filme conta a história de João Grilo – um sertanejo pobre e mentiroso – e Chicó, o mais covarde dos homens. Ambos lutam pelo pão de cada dia, enganando a todos do pequeno vilarejo de Taperoá, no sertão da Paraíba. A salvação da dupla acontece com a aparição de Nossa Senhora.
“Cidade de Deus”, Paulo Lins (2002).
Considerado um dos filmes mais importantes de todos os tempos, Cidade de Deus foi lançado em 30 de agosto de 2002, levando mais de 3 milhões de espectadores aos cinemas. A produção mudou o paradigma do cinema nacional, sendo a única indicada a quatro categorias do Oscar: melhor diretor, melhor roteiro adaptado, melhor edição e melhor fotografia. O filme retrata o crescimento do crime organizado na Cidade de Deus, favela que começou a ser construída em 1960 e se tornou um dos lugares mais perigosos do Rio de Janeiro no começo dos anos 80.
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