O Dia Internacional da Democracia, comemorado em 15 de setembro, foi criado pela Organização das Nações Unidas (ONU) em 2007. A data foi criada para celebrar os dez anos da Declaração Universal da Democracia — assinada em 16 de setembro de 1997, que tem como um de seus princípios, válidos até hoje, a defesa de que “a democracia é um direito básico de cidadania, a ser exercido em condições de liberdade, igualdade, transparência e responsabilidade, com o devido respeito à pluralidade de pontos de vista, no interesse da comunidade.”
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De origem grega a palavra “democracia” vem da junção de “demos” e “kratos”, traduzindo-se como “poder do povo”. Na antiguidade clássica, os atenienses reuniam-se na ágora para debater assuntos da polis, de forma que todos os cidadãos pudessem participar das tomadas de decisão. De lá para cá, a implementação de regimes democráticos variou de acordo com os lugares do mundo e os diferentes momentos da história, permanecendo um assunto relevante para ser discutido, inclusive entre os jovens.
Uma das formas de introduzir essa discussão é por meio dos livros. A partir de conteúdos literários e informativos, é possível apresentar às crianças e aos adolescentes a importância da empatia, do respeito ao outro e da preservação de direitos, da igualdade e da liberdade para a cidadania. Seja em casa ou na sala de aula, conhecer histórias que valorizam o protagonismo do povo contribui para a formação de jovens cidadãos.
Dentre os clássicos que há décadas geram reflexões em jovens leitores fazendo-os estabelecer relações entre ficção e vida real está a obra 1984, de George Orwell. Considerado um marco da literatura distópica, o livro narra criticamente uma sociedade totalitária governada pelo Partido, organização comandada pelo Grande Irmão.
Nesse mundo, vive o protagonista Winston Smith, que vai lutar contra esse regime autoritário e vigilante. Para além de sua influência na criação do reality show Big Brother, a obra de Orwell é um constante lembrete sobre a importância de se refletir e instigar a mudança por uma sociedade verdadeiramente democrática. A edição da Ática tem tradução do professor e linguista Fábio Delano e conta com a apresentação do jornalista e escritor Lira Neto, além de ilustrações de Amanda Miranda.
Para além desse clássico global, existem inúmeros livros nacionais que também podem ser apresentados para o público jovem a fim de promover reflexões sociais importantes. Pensando nisso, a SOMOS Literatura, em parceria com o Beco Literário, selecionou outros quatro livros de autoria brasileira que servem como porta de entrada para o tema. Confira!
Quarto de Despejo: Diário de Uma Favelada (Edição Comemorativa), de Carolina Maria de Jesus — Editora Ática
Autor: Carolina Maria de Jesus
Páginas: 264
Carolina Maria de Jesus foi uma escritora e catadora de papel da favela do Canindé, em São Paulo. Em forma de diário pessoal, em Quarto de Despejo a autora narra sua luta contra a miséria e a fome em um ambiente extremamente desigual, tornando-se um símbolo de resistência. Originalmente publicado em 1960, o livro permanece atual e por isso é considerado um clássico da literatura brasileira. A história de Carolina reflete uma das diversas realidades do país, trazendo à tona o debate sobre questões de classe, raça e gênero — essenciais para a democracia.
Carapintada – Uma Viagem pela Resistência Estudantil, de Renato Tapajós — Editora Ática
Autor: Renato Tapajós
Páginas: 16
Renato Tapajós retrata a história e a importância sócio-política do movimento estudantil por meio da história de Rodrigo, um jovem estudante que, ao participar de um protesto pelo impeachment do presidente Fernando Collor de Mello na década de 1990, se transporta para os anos rebeldes. Perdido no Brasil da década de 1960, durante a Ditadura Militar, Rodrigo se envolve na luta pela redemocratização do país. Contando com o Guia do Professor, a obra é uma ótima ferramenta para se trabalhar a história de dois dos principais movimentos populares brasileiros.
A Democracia Grega, de Martin Cezar Feijó — Editora Ática
Autor: Martin Cezar Feijó
Páginas: 40
A obra de Martin Cezar Feijó narra a trajetória de Glauce e Teodoro, dois curiosos irmãos que decidem investigar por conta própria a morte do filósofo Sócrates. De forma cativante, o livro apresenta aos jovens leitores a história grega ao decorrer da narrativa, descrevendo o período em que Atenas reintegra sua democracia e apresentando os conceitos desse regime político.
Entre neste livro – A Constituição para Crianças, de Liliana Iacocca — Editora Ática
Autora: Liliana Iacocca
Páginas: 48
Com ilustrações e diálogos simplificados, Liliana Iacocca apresenta às crianças para que serve o código de leis e qual o papel do Estado, debatendo, também, sobre os direitos das crianças e dos adolescentes e a importância da preservação do meio ambiente. Destinadas a jovens do primeiro ao quinto ano do fundamental, o livro serve como porta de entrada para o debate democrático.
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