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Review: Bates Motel 3×08 – The Pit

Fico impressionado com o crescimento dos fãs de Bates Motel. Existe uma necessidade de compartilhar essa história, ela é inquietante, mostra que a mente pode afetar não só um sistema, mas toda rede. O realismo, a transformação constante dos personagens, o eclodir de problemas que aparentemente não podem ser resolvidos, faz de Bates a série que briga em qualquer quesito com uma “Hannibal”. Cinco temporadas foram previstas, mas teimo profundamente com isso. Depois do episódio 8 desta temporada a história de Norman Bates merece infinitas seasons.

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Em “The Pit” podemos ver dois setores amplamente explorados. Um é a psicose, fator esse que estava aparecendo como segundo plano nesta temporada, forte mas um pouco excluída do centro, ficava ali na periferia do enredo esperando uma brecha, e no 3×08 ela encontrou portas e mais portas para adentrar na história. O outro ponto é o recém anti-herói Dylan. O irmão mais velho de Norman aparece principalmente neste capítulo como o oposto total de seu personagem na primeira temporada. Recentemente estava assistindo os primeiros episódios da 1ª temp. e pude notar todo o contraste do garoto. Dylan chamava Norma de “A Puta”,  hoje ele beija sua testa ao se despedir. O relacionamento mãe/filho está fortalecido, completamente consolidado, assim como o pai/filho. Caleb marca presença essencial nas situações que estão por vir no episódio, temos dois senhores “salvadores-da-pátria” emergindo em Bates Motel. Como sempre, tenho medo. Tudo é tão incerto que de uma hora para outra podemos perder Dylan, logo agora que o “Dylemma” está se formando.

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Falando em “Dylemma”… A garota perdeu espaço na segunda temporada, espaço precioso, mas aos poucos vai retornando. Faltando dois episódios para o fim da temporada um novo cenário nos é mostrado, bem no início do episódio Emma acaba o namoro nunca vi um namoro ali com Norman, bem ali, ao lado da piscina, ou pelo menos o buraco que cavaram para colocá-la (voltaremos a esse ponto lá embaixo, aguardem). Quase caí da cadeira, a garota fica ali, com toda inocência do mundo, batendo um papo com seu atual e depois de dois segundos, ex-namorado, mesmo sabendo que o garoto de uma hora para outra pode dar pane e matar quem estiver na frente, principalmente se só bastar um empurrão e a pessoa mergulhar em metros e metros de vazio até chocar-se com o chão. Mas não se preocupe, ele não faz isso (por hora). Emma está se arriscando muito, em sua mente aquilo é lindo. Está saindo do problemático da série para o novo mocinho, ela leva flores para Massett, bolinhos, deixa bilhete, pare de se iludir, garota.  Se fosse certeza de que eles ficariam juntos, todos os Baters ofereceriam o maior apoio possível mas sabemos que uma hora ou outra Norman, o infeliz Norman, acabará com todo romance. Mas isso até que é bom, um conflito maior se aproxima de Bates e este acréscimo só deixa tudo mais interessante.

Ainda falando de Dylan, toquemos agora no assunto “Papai, eu te amo”. Eita coisa linda está sendo isso, sabemos que no episódio passado fora fechado um carregamento que resultaria em uma boa quantia em dinheiro para o jovem, neste as coisas acontecem e lá se vai, Dylan e Caleb viajando com armas e mais armas na traseira do veículo. Até aí tudo bem,  estamos acostumados com essa aproximação, só que acontece o imprevisto (já não é novidade em Bates…) e a dupla se vê no meio de um tiroteio. Fitamos uma cena eletrizante que só fortaleceu o episódio. Enfim, cheguemos a “The Pit”. Quando vi o nome do episódio imaginei tudo. Norman enterrando alguém, alguém levantando de uma cova, alguém caindo em uma cova, uma cova sendo uma cova, tudo veio em mente, menos a opção de que a piscina que Norma exigiu episódios atrás realmente viria a acontecer. Isso, é claro, foi uma boa cartada de Bob, o mandachuva do Arcanum Club. O maldito pen drive ainda vigora (entrega logo, Norma!) e Bob não tem receio em mandar simples mensagens para a mulher, uma dessas é a profundeza do buraco que foi criado para a futura piscina. Só um meio de falar: “Cuidado para não cair, Norma…”.

Neste, finalmente, Norman desabou. O episódio serviu de vitrine do que vem por aí, depois da declaração de James no S03E07, o garoto transformou-se em uma bomba-relógio, juntando os pontos, tentando assimilar seu apreço excessivo pela mãe e concluiu que deveria expor tudo aquilo, o resultado foi cômico e perturbador. Norman declara o que pensava sentir e Norma Bates reage como sempre reagiu. Consola o filho e tenta disfarçar o que está acontecendo.

As coisas estão bem em Bates Motel, assim pensa a mulher, seu filhote e os tantos outros personagens (tirando a parte em que Norma e Romero se desentendem, mas isso será resolvido facilmente no próximo episódio, você vai ver…). Mas temos consciência de que nada está a salvo em Bates, nada se mantém inerte no universo da família, e como é costumeiro na série, nos últimos minutos algo revelador, traumatizante, desafiador, acontece. Tenho pena daquele que perde os minutos finais de um episódio de Bates Motel. Após tanta ansiedade, medo, tensão, no segundo que restava, naqueles milésimos em que ninguém aposta nada, a história mostra que é mais incerta do que já imaginamos. A psicose retornou, mas nem toda imaginação é realidade, e nem tudo que pensamos ser fruto de nossas mentes na verdade são meras visões. Cuidado, muito cuidado com as reviravoltas, é a mensagem de The Pit.

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