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Review: Bates Motel 3×01 – A Death In The Family

“Aberto”. Após um longo e desesperador hiato a família Bates abre as portas de seu motel e nos hospeda em um quarto cheio de caos, drama e tensão.

CONTÉM SPOILERS

Assim como diz o nome, o primeiro episódio da terceira temporada de Bates Motel se inicia com uma morte na família, mas não na dos Bates. Com a ligação de um advogado que se intenciona a abrir o testamento, Norma tem conhecimento do falecimento de sua mãe. Num primeiro momento temos a impressão de que a “Mother” pouco se interessa pelo acontecido – já que rejeita a conversa com o advogado; porém, se tratando de Norma Bates, sabemos que seu sorriso esconde mais dor do que ela costuma expressar.

Seguindo a família de Norma, a terceira temporada já começa com um retorno esperado: Caleb, o irmão de Norma Bates – aquele que fazia sexo com ela e que, por acaso, é pai de um de seus filhos. Caleb já era esperado nesse episódio uma vez que sua mãe morre e, agora sem família, vem em busca de Dylan para tentar um contato com o filho. O irmão de Norma, num primeiro momento, oferece o dinheiro da herança da mãe a Dylan, que rejeita a oferta. Já com a intenção de se reaproximar do rapaz, Caleb encontra uma forma de permanecer na cidade por alguns dias, mas, não conta com a aceitação imediata do filho.

O filho mais velho de Norma, nesse episódio, se mostra mais maduro e bem intencionado. Numa conversa com o Xerife, decide que não lhe convém mais ser o chefe do negócio com drogas que mantém na cidade. Dylan agora quer ser dono da própria fazenda, dentro dos limites legais – 99 mudas da planta. Além disso, quer direcionar a plantação e distribuição da maconha para ajudar pessoas com glaucoma e problemas com ansiedade. Agora, Dylan espera não ter problemas com o negócio, mas, estamos falando de uma cidade que tem o tráfico de drogas como a principal atividade econômica.

Após a visita da Narcóticos – o departamento policial que trata de assuntos envolvendo drogas – na cidade, Xerife acaba sofrendo pressão por parte de alguns dos antigos trabalhadores que agora se veem sem sua preciosa fonte de renda. Mas, quem em sã consciência ousaria ameaçar “o” Xerife? Terminar a noite com o nariz esmagado no balcão de um bar parece ser o desfecho menos doloroso para o corajoso que se arriscar a tal feito.

Voltando a atenção para o Motel, após uma conversa honesta com o filho mais velho, Norma mostra seu lado vulnerável ao falar da mãe, com quem não tem contato há cerca de 20 anos. Chorando no quarto, Norma se convence de que sofre pela ausência daquela que deveria ser sua guia, mas, não estamos falando da ausência repentina causada por uma morte não esperada. Falamos da ausência de uma mãe que por anos se escondeu atrás de pílulas para se proteger do sofrimento causado por um marido violento e perigoso. Assim sendo, quem mais poderia proteger Norma senão seu próprio irmão? Uma proteção que lhe “rendeu” um filho e um trauma. O clima dentro da família Bates, apesar de uma morte distante, está dentro do “normal”.

No Motel, Emma revela a Norman que tem notícias ruins para ele. Seu último exame constatou que sua atividade pulmonar novamente foi reduzida, logo, sua respiração é diretamente afetada e o risco de morte, que já estava presente em alguns episódios da temporada passada, aparece como uma sombra atrás da personagem.

Norman, agora gerente do Motel Bates, reconhece seu problema, porém, não sabe como controlá-lo. O fantasma da Senhorita Watson, degolada com o próprio colar pelas mãos de Norman, volta a assombrá-lo em seu retorno forçado à escola, o que faz com que Norma mude a estratégia e permita que o filho estude em casa. Já Norman, tentando estabelecer um nível de “normalidade” em sua vida, decide namorar Emma – que aceita, é claro. Juntos, os dois passam um bom tempo nos escritórios do motel, estudando. A relação com outra mulher senão sua mãe – que já não o permite em sua cama com a frequência de antes – parecer ser uma alternativa aos apagões que Norman sofre desde que o conhecemos duas temporadas atrás.

Tudo vai bem até a chegada de Annika, uma nova hóspede. Recebida por Norman e Norma, Annika é uma mulher sedutora, atraente, trajada em roupas finas e provocantes. A hóspede diz que trabalha em festas cheias de homens ricos, então, já sabemos o que ela faz. Norman também sabe. A presença de Anikka no Motel mexe com Norman que dá um dos primeiros indícios do trágico fim dessa história: ele espia Annika no banho.

As referências estão por toda parte. Começaram nos trailers, quando a produção e o elenco diziam “sabemos onde Psicose acaba”. É, sabemos sim, e por isso as evidências trazidas já no primeiro episódio provocam uma certa angústia naqueles que esperam ver ainda mais de Norman e Norma. Já são previstas algumas despedidas e, como disse, sabemos onde isso vai acabar. Norman e sua psicose, nessa temporada, vão nos levar a um choque de suspense e apreensão. A tensão do contato mãe-filho, a névoa entre a mente e corpo de Norman… A direção e produção da série já preparou o terreno – faz isso há dois anos, para que estejamos prontos para o pior dessa temporada.

Sabemos onde isso termina, mas, o caminho até lá promete parar nossa respiração em cada final de episódio, assim como já fez nesse primeiro. Acompanhada por Norman, Annika dirige até a cidade para ir a uma de suas “festas”. No caminho, a conversa com o novo gerente do Motel segue por curvas cheias de tensão sexual. Os olhos de Norman brilham, vazios, enquanto escuta Annika dizer que “sexo é sexo, todos precisam dele”. Por fim, tarde da noite, Norman retorna ao Motel dirigindo o esportivo de luxo de Annika. Estaciona de frente para os quartos, apaga os faróis e então desce do veículo.

Sozinho.

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