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Resenha: As Crônicas de Nárnia – O Sobrinho do Mago, C. S. Lewis

A aventura começa quando Digory e Polly vão parar no gabinete secreto do excêntrico tio André. Ludibriada por ele, Polly toca o anel mágico e desaparece. Digory, aterrorizado, decide partir imediatamente em busca da amiga no Outro Mundo. Lá ele encontra Polly e, juntos, ouvem Aslam cantar sua canção ao criar o mundo encantado de Nárnia, repleto de sol, árvores, flores, relva e animais.

Quando comecei a ler Nárnia, conhecia apenas a história do primeiro filme lançado, O Leão, a Feiticeira e o Guarda-Roupa, e gostava demais do filme, era viciado nele para falar a verdade. Mas este primeiro livro, na ordem cronológica dos fatos, me prendeu de uma maneira incrível, e me fez entender um pouco mais do maravilhoso mundo que C. S. Lewis criou.

O livro conta a história de Digory e Polly, dois vizinhos que gostam de se aventurar dentro do porão das casas da vizinhança, até que um dia acabam dentro de uma espécie de laboratório secreto que o tio do menino costumava manter dentro a própria casa.

Uma vez descobertos pelo tio, temem que este não esteja em perfeito estágio mental em determinados pontos da história e em um momento de descuido, Polly veste um anel amarelo, de muitos que o tio tinha organizado em cima de uma mesa e desaparece sem mais nem menos!

Digory fica irritado, e exige informações do tio, que por sua vez, diz que faz experiências com dois tipos de anéis: os amarelos que levam a um outro mundo e os verdes que trazem de volta. No entanto, a garota estava apenas com um anel amarelo e portanto, estava presa em uma outra dimensão.

O garoto vai atrás da amiga, vestindo um anel amarelo e levando consigo dois verdes, e vai parar em um lugar extremamente calmo e misterioso, o Bosque entre Dois Mundos.

Não é possível imaginar bosque mais calmo. Não havia pássaros, nem insetos, nem bichos, nem vento. Quase se podia sentir as árvores crescendo. O lago de onde acabara de sair não era o único. Eram muitos, todos bem próximos uns dos outros. Tinha-se a impressão de ouvir as árvores bebendo água com suas raízes. Mais tarde, sempre que tentava descrever esse bosque, Digory dizia: “Era um lugar rico: rico como um panetone.

No bosque, Polly parece relaxada e quase não lembra do que havia acontecido e levado ela até o local, mas aos poucos, eles montam o quebra-cabeça, e resolvem ir a outros mundos, pulando em lagos com os anéis verdes, já que para chegar ao bosque, tiveram a impressão de estarem imergindo de um dos milhares de lagos que existiam.

Um dos lagos, os leva até um lugar fechado, com estátuas enormes, vestidas como pessoas da realeza e sentadas em tronos maiores ainda. Há também, um aviso extremamente convincente, forçando-os a tocar um sino com o martelo, e é isso que o garoto faz, contra a vontade da amiga.

Ao fazer isso, todo o lugar em que estão, passa a tremer e a desmoronar, mas além disso, há algo mais curioso ainda: uma das estátuas ganhou vida, uma mulher extremamente alta, branca como a neve e muito bonita – Jadis, que entre a fuga do castelo, conta que estão em Charn, seu antigo mundo e que agora não há mais nada nem ninguém vivo, por sua culpa, já que utilizou do poder da Palavra Execrável, que ao ser pronunciada, mata tudo o que é vivo ao redor da pessoa, menos ela mesmo. É curioso como o autor trata o poder de uma palavra de maneira parecida a uma bomba atômica, falando que é algo extremamente poderoso, cruel e que não deveria ser utilizada por ser uma espécie de abuso.

Quando as coisas vão mal, parece que vão de mal a pior durante certo tempo; mas quando começam a ir bem, parecem cada vez melhores.

O mundo de Charn, tem uma atmosfera morta, triste, e até mesmo seu sol está perto da morte. E por isso, a bela mulher quer que os garotos a levem para seu mundo de origem, e em um acidente, ela acaba vindo para o nosso mundo, e causa as maiores confusões imagináveis, chegando a domar um cavalo com um poste de metal na mão, querendo matar todos para chegar ao poder, e é claro, não funcionou.

Depois de muitas confusões e rodeios, as crianças, Jadis, juntamente com o tio André, um cocheiro (que dirigia a carruagem da mulher em nosso mundo) e um cavalo, vão parar no Bosque e, ao entrarem em um lago, vão parar em um mundo vazio, isto é, que ainda não foi criado.

De repente, no mundo vazio, os personagens da história passam a ouvir um canto extremamente curioso e com bastante vida, e o mundo passa então, a ser criado pelo grande leão, Aslam.

É a partir deste momento que começou, pelo menos para mim, a parte mais interessante da história, onde vemos como o mundo de Nárnia foi criado, quem foram os primeiros reis (um filho de Adão e uma filha de Eva) e como os animais ganharam vida e fala, assim como tudo o que era colocado nos solos que pareciam sagrados, inclusive o poste, trazido do nosso mundo, cresceu e acabou por ser o Ermo do Lampião, tratado em outros livros.

Como não lhe agradasse a ideia de cortá-la e aproveitar a lenha na lareira, o professor utilizou parte da madeira para fazer um guarda roupa, que foi levado para a casa de campo.

Entendemos também o porquê do guarda-roupa ser um portal para Nárnia, e o professor, do segundo livro, acreditar tão fielmente nas histórias de Lucia. C. S. Lewis leva uma narrativa extremamente leve, cativante e que causa interesse para todas as idades, tenho certeza que, assim como uma criança de cinco anos ficaria maravilhada pelos contos, um idoso de idade mais avançada também ficaria. Recomendo para TODAS as pessoas este livro que é um clássico, e com certeza deveria ser uma leitura de cabeceira.

    

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