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Review: Young Royals (1ª temporada, 2021)

Young Royals apareceu despretensiosamente nas minhas redes sociais um pouco antes do seu lançamento. Diziam que era uma adaptação de um dos meus livros preferidos, Vermelho, Branco e Sangue Azul. Ou uma inspiração. Qualquer que fosse o caso, eu já estava interessado porque se tem algo que envolve gays ou realeza, esse algo é feito pra mim. Resolvi dar uma chance.

ATENÇÃO! PODE CONTER SPOILERS LEVES A PARTIR DESTE PONTO.

Assisti à primeira temporada em dois dias. Os três primeiros episódios em uma tacada só e os outros três alguns dias depois. Gostei dos personagens nos primeiros, até me identifiquei mas ainda me faltava alguma coisa. Sei que foi por pouco que não desisti e graças aos deuses continuei, porque, meu filho, se tem algo que essa série é, é boa e faz a gente sofrer. Sim, daquele jeitinho masoquista que a gente ama odiar.

+ Resenha: Vermelho, branco e sangue azul, Casey McQuiston

Young Royals é uma série sueca que gira em torno do príncipe Wilhelm, segundo na linha de sucessão ao trono. Por ter um irmão mais velho que nasceu sabendo que seria o príncipe herdeiro um dia, Willie teve uma vida de regalias e sem responsabilidades. Mas, estamos na era da internet e não demora até que um escândalo do príncipe caçula caia na rede e na boca do povo. Como resultado, a assessoria de imprensa da coroa elabora um plano de gestão de crise que consiste em um pronunciamento oficial e na ida do pequeno príncipe para o prestigioso internato Hillerska, onde seu irmão se formou anos atrás.

Obviamente, por ser um príncipe, tem uma grande festa de recepção para ele na escola e lá, descobrimos que os alunos são divididos entre residentes e não residentes. Os residentes moram na escola e são de famílias nobres, ricas, donos de terra e os não residentes são aqueles que não podem pagar por tanta hospitalidade e bolsistas. E ao chegar, algo desperta a atenção de Wilhelm. Ou melhor, alguém: Simon.

“A gente não pode comprar sucesso na vida.”

Simon é um aluno não-residente com sua irmã e canta no coral do colégio. Ele não é de família rica, vemos que sua mãe, que é solo, dá um duro danado para mantê-los na escola e com uma boa educação. Mas, logo Simon percebe que não é só de esforço que vive o homem. No mundo real, só tira boas notas quem paga por elas. Quem paga por merecer.

A atenção do príncipe Wilhelm a Simon é imediata, como se fosse um ímã. Ele passa a perseguir o garoto com os olhos a todo momento e logo se trata de aproximar-se dele. Mas, temos uma grande rocha no sapato: August, primo de segundo grau da família real que jurou “proteger” Willie na escola. Esse cara é um grande babaca, chato, ignorante, otário, ordinário e todos os outros xingamentos que você quiser inserir aqui. Sua função na série é basicamente atormentar as pessoas e impedir que a gente tenha o amorzinho de Simon e Wilhelm fácil, do jeito que eles mereciam.

E de fato, Young Royals se trata disso: da autodescoberta do amor incondicional, do prazer, do proibido e do que não deveria ser. Não preciso nem dizer que os dois meninos engatam em um romance lindo, até que August filma os dois transando pela janela e vaza na internet. O resultado? Mais um escândalo para a família real, ainda mais agora, que o irmão mais velho de Wilhelm morreu e ele é o novo príncipe herdeiro.

Você pode assistir a Young Royals na Netflix, clicando aqui.

E nisso, na tentativa de limpar a imagem, sob o poder da coroa, Wilhelm suja a imagem de Simon perante o mundo todo, mesmo após prometer que eles estariam juntos nessa. E Simon, por sua vez, não quer ser o segredo de ninguém. Ele não acha justo que precise se esconder para ser quem realmente é. Nesse momento, acho o Willie um otário que deixa o amor da sua vida escapar e sinto muita dó de Simon, mesmo sabendo que ele está certo. E também sei que o Wilhelm tem que se submeter a coisas maiores que ele. E agora, senhor?

E agora que a série acaba na cena mais triste que eu já vi na minha vida inteira. Willie chega na escola, no último dia de aula perto do Natal, mesmo tendo negado que era ele no vídeo vazado por August na internet e abraça Simon em público, com todo mundo vendo, boquiaberto. E ele diz as três palavrinhas mágicas: Eu te amo, Simon.

E Simon responde o quê? Isso mesmo.

Feliz Natal, Wilhelm.

Esses roteiristas mataram cada pedacinho do meu ser e é por isso que eu digo: Young Royals não é uma adaptação de Vermelho, Branco e Sangue Azul mas é incrivelmente bom. O roteiro é bem feito, a trilha sonora é impecável e os personagens parecem ter 16 anos de verdade. Nada de ator com cara de 35 fazendo criança no ensino médio. Eles tem espinhas. Meu eu do passado agradeceu pela representatividade.

E antes do fim, Willie ainda quebra a quarta parede, como quem diz: vocês vão ver o que vou fazer para reconquistar meu homem, aguardem. Se eu estarei vivo para a segunda temporada, já confirmada para esse ano, eu ainda não sei. Mas, se eu estiver, volto a escrever meus surtos por aqui.

Até lá, durmo sonhando com um mundo em que os dois podem ficar juntinhos em paz e com o August morto. Volta, Young Royals, nunca te pedi nada!!

Atualizações, Filmes, Livros

Anne with an “E” continua em Anne de Avonlea

Com o cancelamento de Anne with an “E” na Netflix, o público se manifestou nas redes sociais  indicando ter muito conteúdo interessante a ser explorado na história, assim desejando uma nova temporada para a série. Em meio a tantos desejos, o Grupo Editorial Coerência anunciou o lançamento de “Anne de Avonlea”, o segundo livro sobre a Anne Shirley.

Produzida mediante uma parceria entre a CBC e a Netflix, Anne with an “E” tomou grandes proporções quando o contrato de renovação para sua quarta temporada não foi assinado. A série é uma adaptação de oito livros escritos por L. M. Montgomery, mas devido ao cancelamento não conseguiu abordar toda trajetória da garotinha ruiva.

Após diversas pessoas se mobilizarem em redes sociais demonstrando interesse e motivos para a história ganhar uma sequência pela plataforma de streaming, o Grupo Editorial Coerência se propôs lançar uma nova edição dos livros em território brasileiro. Publicado pela primeira vez em 1909, “Anne de Avonlea” é o mais recente lançamento da editora.

Na obra, Anne Shirley está com dezesseis anos e meio, e começa a lidar com as responsabilidades da vida adulta e continua conquistando todos ao seu redor com atitudes admiráveis. Os exemplares já estão sendo vendidos, e comprado no site da editora o leitor ganha brindes.

Sinopse
Anne Shirley agora tem “dezesseis anos e meio”. Após desistir de cursar a faculdade para ficar em Green Gables, está prestes a iniciar suas atividades como a professora da escola de Avonlea. Guiada por seus ideais românticos, planeja atuar com métodos de ensino inovadores, mas, com o tempo, acaba percebendo que muitas vezes a teoria é bem diferente da prática. Nada, porém, é capaz de desanimar Anne, que, com o apoio de Gilbert Blythe e de outros jovens de Avonlea, conquista a confiança da comunidade e efetua diversas melhorias no distrito. Embora cheia de responsabilidades, a jovem continua conquistando todos ao seu redor com seu espírito livre e cativante. Ao lado de sua fiel amiga, Diana Barry, encontra novos espíritos irmãos conforme vai se aproximando cada vez mais da vida adulta, sem deixar para trás suas manias imaginativas e sua facilidade para se envolver em confusões.

Em seu segundo romance, L. M. Montgomery continua conquistando seu público com palavras encantadoras e um enredo bem-humorado. Como não poderia ser diferente em uma história protagonizada por Anne Shirley, a autora segue conduzindo leitores de todas as idades a refletir acerca dos valores que regem nossa sociedade.

Sobre a autora
Lucy Maud Montgomery nasceu na Ilha do Príncipe Eduardo, no Canadá, em 1874. Criada pelos rigorosos avós maternos, encontrou em sua imaginação uma forma de lidar com a solidão de sua infância. Apesar de se dedicar à escrita desde jovem, formou-se professora e atuou na área por alguns anos. Em 1908, estreou como romancista com a publicação de “Anne of Green Gables”, sucesso instantâneo que deu origem a outros livros protagonizados por Anne Shirley. Ao longo de sua carreira, publicou 20 romances, mais de 500 contos e diversas poesias. Faleceu em 1942, aos 68 anos, deixando a Ilha do Príncipe Eduardo imortalizada por meio de suas descrições sensíveis acerca da natureza e do estilo de vida de seus habitantes na época.

Estreias de novembro no cinema e na Netflix
Atualizações

Estreias de novembro no cinema e na Netflix

Novembro finalmente deu início a temporada de fim de ano e com ela vem MUITOS LANÇAMENTOS que estávamos morrendo de ansiedade para conhecer. Confira nossa lista com todas as estreias de novembro no cinema e na Netflix:

Estreias de novembro no cinema

07 de novembro

  • Doutor Sono
  • Parasita
  • Bate Coração
  • Link Perdido
  • Cadê você, Bernadette?
  • Meu amigo Fela
  • Ventos para a liberdade
  • O Relatório
  • Mama Colonel
  • Retablo
  • Cine São Paulo
  • Fernando
  • O Outro Lado da Memória

14 de novembro

  • As Panteras
  • Invasão ao Serviço Secreto
  • Dora e a Cidade Perdida
  • Ford vs. Ferrari
  • Diz A Ela Que Me Viu Chorar
  • A Camareira
  • Azougue Nazaré
  • Estaremos Sempre Juntos
  • Um Amante Francês
  • Adam
  • Midway – Batalha em Alto Mar
  • Medo Profundo: O Segundo Ataque
  • Fogo Contra Fogo Direção: Man

21 de novembro

  • A Vida Invisível
  • Mais que Vencedores
  • Um Dia de Chuva em Nova York
  • Bixa Travesty
  • O Reino Gelado: A Terra dos Espelhos
  • Synonymes
  • A Grande Mentira
  • A Revolução em Paris
  • PJ Harvey: Um Cão Chamado Dinheiro

28 de novembro

  • Os Parças 2
  • Uma Segunda Chance para Amar
  • Carcereiros – O Filme
  • As Golpistas
  • Duas Coroas
  • Bonnie Bears – Aventura em Miniatura
  • Liberdade É uma Grande Palavra
  • Mirante
  • A Resistência de Inga
  • Minha Irmã de Paris

Estreias de novembro na Netflix

  • Hache (01/11/2019)
  • Atypical: Temporada 3 (01/11/2019)
  • Nós Somos a Onda (01/11/2019)
  • The End of the F***ing World: Temporada 2 (05/11/2019)
  • Greenleaf: Temporada 4 (06/11/2019)
  • Grandes Momentos da Segunda Guerra em Cores (08/11/2019)
  • Brinquedos que Marcam Época: Temporada 3 (15/11/2019)
  • The Crown: Temporada 3 (17/11/2019)
  • Ninguém Tá Olhando (22/11/2019)
  • Alto Mar: Temporada 2 (22/11/2019)
  • NarcoWorld – Histórias do Tráfico (22/11/2019)
  • Feliz Natal e Tal (28/11/2019)
  • American Son (01/11/2019)
  • O Rei (01/11/2019)
  • Resgate do Coração (01/11/2019)
  • Drive (01/11/2019)
  • Comer Rezar Amar (01/11/2019)
  • Deixe a Neve Cair (08/11/2019)
  • Paradise Beach (08/11/2019)
  • Baywatch (09/11/2019)
  • Velozes e Furiosos 8 (11/11/2019)
  • Nada a Perder 2 (15/11/2019)
  • Klaus (15/11/2019)
  • Pássaro do Oriente (15/11/2019)
  • Um Passado de Presente (21/11/2019)
  • O Irlandês (27/11/2019)
  • O Natal Está no Ar (28/11/2019)
  • Arctic Dogs (29/11/2019)
  • Atlantique (29/11/2019)
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Filmes da Netflix inspirados em livros

A Netflix é atualmente o maior site de streaming de vídeos que fornece uma ampla gama de filmes, shows de TV e séries online. É possível assistir todos os dias ao conteúdo desta empresa sem repetir, mas muita gente no Brasil reclama que a quantidade não é suficiente e que poderia haver mais títulos.

Você sabia que o catálogo Netflix Brasil só tem metade do que o do Estados Unidos? E que o Japão é o país com mais conteúdo exclusivo segundo algumas fontes de informação? Cada país tem um catálogo diferente um do outro, e isso acontece por causa dos direitos de licença de séries de TV, shows e filmes que a Netflix exibe. Ela compra essas licenças baseada nos gostos da região ou país a fim de reduzir os gastos com licenças não lucrativas.

A maneira mais fácil de acessar o conteúdo que os outros países disponibilizam é instalando uma VPN no seu computador ou celular. A Rede Privada Virtual (VPN) é um aplicativo que permite com que você escolha como ponto de acesso vários países; desbloqueando conteúdos restritos por região.

Acesse rapidamente alguns filmes baseados em livros

Se você deseja acessar algumas categorias específicas relacionadas ao universo da leitura, pode entrar na Netflix através de um navegador e colocar esse endereço abaixo:

https://www.netflix.com/browse/genre/4961

Os números do final são a categoria “Filmes de Drama baseados em livros” e este endereço lhe mostrará os filmes desta categoria que estão disponíveis no catálogo do nosso país.

Mude apenas os números do final para 10056 e você verá os “Filmes baseados em livros infantis” da Netflix Brasil.

Para “Filmes de super-heróis e revista em quadrinhos” siga este endereço: https://www.netflix.com/browse/genre/10118

The Dirt – Confissões do Mötley Crüe (2019): É um filme sobre a banda Mötley Crüe e foi inspirado no livro “The Dirt: Confessions of the World’s Most Notorious Rock Band” (Sem título em Português) escrito por alguns dos integrantes da banda, como Mick Mars, Tommy Lee, Vince Neil e Nikki Sixx. Conta a trajetória da banda desde o início até o momento atual da carreira deles.

O menino que descobriu o vento (2019): É uma história verdadeira baseada no livro de memórias de William Kamkwamba que construiu um moinho a partir do lixo para trazer água à sua aldeia. O jornalista Bryan Mealer ajudou a escrever o livro. Um filme emocionante sobre superação.

Comer, Rezar, Amar (2010): Finalmente o filme se encontra disponível na Netflix. Conta a história de Elizabeth Gilbert, a própria escritora do livro, interpretada por Julia Roberts. Uma mulher que decide deixar tudo de lado para viajar ao redor do mundo e encontrar o prazer da comida na Itália, a paz interior e o amor na Indonésia, especificamente em Bali, e a espiritualidade na Índia.

Não sabemos dizer quanto tempo estes três filmes vão ficar disponíveis na Netflix brasileira. Melhor se apressar e tentar ver essa semana ainda.

Atualizações, Filmes

Netflix estreia 4ª temporada de Lucífer com recado especial para o Brasil

Se houve uma série que causou furor nas redes sociais ao ser cancelada, essa série foi Lucífer. Estrelada pelo britânico Tom Ellis, a produção da Warner Bros conta a vida de Lucifer Morningstar, que cansado de viver no inferno, resolve vir para o mundo dos mortais e passa a conviver com os habitantes de Los Angeles. Cancelada ao fim de sua 3ª temporada pela Fox, a emissora americana apontou baixos índices de audiência para justificar o fim da série, que, por possuir um grande número de fãs ao redor do mundo que acompanhavam os episódios por plataformas de streamings, foi salva pela Netflix. Hoje, foram disponibilizados os 10 episódios inéditos que compõe a 4ª temporada – uma redução considerável em comparação aos 26 do 3º ciclo.

O Brasil sempre teve os fãs-clubes mais relevantes da série pelo mundo – no Instagram, muitas fan-accounts possuem mais de 50 mil seguidores. Pensando nisso, a Netflix disponibilizou também uma peça publicitária com o protagonista, onde ele brinca com a expressão “o pão que o diabo amassou”, confira:

Para ator, forma de acompanhar as séries mudou

Em maio de 2018, logo após o cancelamento da série pela Fox, Tom Ellis falou sobre o apoio dos fãs em salvar o seriado para o jornal BBC Newsnight: “Eu estava na Inglaterra quando soube da notícia, fiquei mal e sem saber o que fazer, mas a resposta dos fãs foi tão imediata que eu voltei para Los Angeles para acompanhar o que estava acontecendo. Seria uma vergonha a série terminar sem um final”. Sobre a decisão da Fox em abandonar a produção, ele completa: “São negócios. Se a produção não levanta os números da emissora, temos que entender a decisão, faz sentido. A TV está mudando muito, a forma como a audiência é medida e como as pessoas estão assistindo. O que audiência e números ainda não são capazes de medir é a paixão. Nas redes sociais podemos ver que os fãs possuem muita paixão pela série”.

Esta 4ª temporada de Lucífer que chegou hoje na plataforma da Netflix estava sendo aguardada com muita ansiedade pelos fãs, já que agora a detetive Chloe Decker (Lauren German) finalmente descobriu que está lidando literalmente com o Diabo. E aí, já se organizou para a sua maratona?

Atualizações, Filmes

Coisa Mais Linda é de fato a Coisa Mais Linda

Nova produção nacional da Netflix, Coisa Mais Linda estreou na plataforma no último dia 22 de março e vem causando uma boa repercussão na última semana. Protagonizada pelas atrizes Maria Casadevall, Patrícia Dejesus, Mel Lisboa e Fernanda Vasconcellos, a série se passa no ano de 1959 e mostra os desafios da protagonista paulista Malu em abrir o seu ‘clube de música’, com nome que dá título a produção, no Rio de Janeiro, após ter sido abandonada pelo marido – que fugiu com suas economias. Com fotografia impecável e uma gostosa trilha-sonora toda trabalhada na bossa-nova, Coisa Mais Linda causa uma ótima impressão logo nos primeiros minutos.

Mais do que uma história clichê, a criação de Giuliano Cedroni e Heather Roth dá voz ao empoderamento feminino em um tempo que este termo não existia. Relacionamentos abusivos, a independência e o direito de ser dona do próprio corpo são apenas alguns do mais diversos assuntos discutidos ao longo dos 7 episódios.

Apesar de tudo isso, é impossível terminar a série e não ter aquela sensação de que “podia ser mais”. É possível, sim, chegar ao final e ficar satisfeito, porém, a pouca quantidade de episódios limitou que determinados plots recebecem leves pinceladas; ou seja, muita coisa aconteceu e se resolveu rapidamente apenas para dar prosseguimento a história, quando, poderiam render muito mais pano para manga – um leve spoiler: a facilidade em que os problemas de Malu com o contrabandista de bebidas é resolvido é pouco crível.

No final, Coisa Mais Linda tem uma história boa, protagonistas cativantes, uma excelente direção e um senso estético que fascina. Ter uma série em que o ponto de vista central é feminino foi o maior acerto em tudo isso. O gancho para uma segunda temporada foi deixado nos últimos minutos do episódio 7 e já estamos aguardando ansiosamente por seu anúncio – e torcida para que não demore tanto quanto a continuação de 3%.

Fonte: divulgação.
Críticas de Cinema, Filmes

Crítica: Anomalisa (2015)

Anomalisa (2015), de Charlie Kaufman, passava pela minha página inicial da Netflix com frequência já há um tempo. E toda vez eu clicava, lia a sinopse e voltava. Por ser uma animação em stop motion, a vontade de ver o filme era grande. Mas eu sempre terminava pensando “não, hoje eu não tô preparada pra esse filme”.

Depois de um tempo lendo a sinopse

“O palestrante motivacional Michael se sente desanimado e isolado, até que ele conhece uma mulher extraordinária que reacende sua paixão pela vida”,

decidi que era hora.

Anomalisa se mostrou exatamente o que eu previa: um filme que precisa de tempo para ser digerido. Fiquei uma semana com ele na cabeça, pensando em cada detalhe, nas emoções que experimentei. Agora acho que consegui reunir algumas partes desse quebra-cabeça e falar em voz alta o que pensei por esses dias.

REALISMO MÁGICO      

Mais uma vez, vou recorrer primeiro à literatura. Também conhecido como realismo fantástico ou realismo maravilhoso, o realismo mágico é uma corrente literária que surgiu na América Latina, na segunda metade do século XX, como uma reação aos governos ditatoriais da época.

Essa corrente inclui grandes nomes da literatura como Gabriel García Márquez, Julio Cortázar e Jorge Luis Borges.

A principal característica dessa literatura é construir histórias por um viés realista, mas incorporar situações mágicas no cotidiano. O mais interessante é como as personagens reagem àquilo, ou melhor, não reagem. O maravilhoso é tratado como algo banal que faz parte da realidade e não é digno de espanto.

MAS E O FILME?

Fonte: divulgação.

Bom, passada uma semana de reflexão, é exatamente dessa forma que eu definiria Anomalisa – uma excelente expressão de realismo mágico no cinema.

– ALERTA DE SPOILER –

Um dos primeiros elementos a chamar a atenção são as vozes dos personagens. Exceto Michael e Lisa, TODAS as outras vozes (homens e mulheres) foram gravadas pelo ator Tom Noonan. Logo no começo, tal fato causa uma sensação de estranhamento. Depois de alguns minutos, concluí que era exatamente esse o propósito: causar estranhamento.

Olha, eu estava errada. Passados os 90 min de filme, só conseguia pensar em uma frase que um grande amigo sempre diz: “Essa é a magia do cinema!”.

Michael Stone é um personagem melancólico que aparenta estar desanimado de tudo em sua vida: do casamento, do trabalho, das relações. Michael passa por um momento de profunda monotonia. Imagino que sua frase preferida seria “o inferno são os outros”. E é aí que o bagulho fica loco! As vozes! As vozes causam monotonia! Elas causam também estranhamento, mas é exatamente assim que Michael enxerga a vida: como se todos fossem a mesma pessoa, nada de novo, tudo sempre igual.

 

No final, Michael retorna para casa e é surpreendido por uma festa de aniversário. Sua esposa diz que “todo mundo veio vê-lo”, as pessoas o cumprimentam, mas Michael não reconhece ninguém.

O filme é todo pontuado por esses momentos em que o extraordinário se insere no banal. A única questão que me incomodou um pouco foi o fato de o filme, em alguns momentos, tentar explicá-los. Seria interessante deixar todo o enigma para o espectador.

Em uma cena, Michael sai do banho e seu rosto se contorce em várias expressões, a música fica mais tensa, e as coisas voltam à normalidade quando ele ouve vozes no corredor. Mais para frente, em um diálogo, Michael diz que não consegue chorar, que seu rosto se contorce, mas ele não consegue chorar.

 

O ponto alto do filme é a relação do protagonista com Lisa Hesselman. Naquele mundo de vozes (e rostos) iguais, Lisa se destaca. Sua voz é diferente e doce. Os dois vivem uma noite agradável, bebem, se divertem e transam. Ao acordar, Michael decide que deixará sua esposa por aquela mulher. Durante o café da manhã, ao propor a Lisa que os dois fiquem juntos, enquanto a personagem concorda em ficar com Michael, sua voz vai se transformando até ficar igual a dos outros personagens.

O inferno não são os outros, mas está dentro de Michael. A partir do momento que algo pode se tornar rotineiro, ele se cansa e cai em monotonia.

 

Anomalisa segue a tendência dos filmes de Kaufman, como Brilho eterno de uma mente sem lembranças (2004): é um olhar para dentro em que o estado psicológico dos personagens pode ter representações no mundo exterior mas, ainda assim, é o interior o que mais intriga.

Uma das poucas críticas negativas que encontrei falava que Kaufman não apresenta soluções, só mostra o problema. Mas não é esse um dos papéis da arte?

Fazer com que lancemos um olhar para nós mesmos enquanto vemos, na tela, a dor do outro?

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Netflix: 3 filmes para você ver essa semana antes que saiam do catálogo

Como é de costume, todos os meses a Netflix divulga os filmes que irão estrear e também os que sairão do seu catálogo. Neste mês de Julho não foi diferente e, para que você não seja pego de surpresa, o Beco Literário separou uma pequena lista com 3 filmes que você precisa ver antes de sábado, que é quando sairão da Netflix. Faz a pipoca e toma bastante café, porque se não ver, vai se arrepender. Essa semana, já perdemos três filmes do Piratas no Caribe logo no dia 1. Então corre, né?

3 filmes da Netflix para ver essa semana

1 – Muita calma nessa hora (sai em 05/07)

Tita (Andréia Horta), Mari (Gianni Albertoni) e Aninha (Fernanda Souza) são amigas que enfrentam momentos de decisão em suas vidas. Decididas a relaxar, elas partem para curtir um fim de semana em Búzios. No caminho encontram com Estrella (Débora Lamm), uma hippie a quem dão carona e que está atrás de seu pai desaparecido. Juntas, elas passam por momentos de grande diversão.

2 – Terror nos bastidores (sai em 05/07)

Max (Taissa Farmiga), uma garota do ensino médio, é filha de uma já falecida atriz de filmes B de terror. Em uma sessão especial do grande sucesso de sua mãe, um acidente ocorre na sala de cinema e, sem explicação, ela e seus amigos vão parar dentro da trama. Perseguidos por um brutal assassino, eles precisam encontrar uma maneira de vencer o vilão e retornar ao mundo real.

3 – A lenda da rainha pagã (sai em 06/07)

O filme é baseado na lenda da Rainha tcheca Libuse, que, durante o século VIII, governou algumas tribos. Ela possuía poderes sobrenaturais e conseguia ver o futuro.

E aí, está esperando o que para começar a maratona? Se demorar um pouquinho mais, os filmes vão sumir do catálogo! Vale lembrar que essas são as datas divulgadas pela Netflix, e nada impede que os títulos saiam antes. \o/

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Netflix: 3 filmes para você ver essa semana antes que saiam do catálogo

Como é de costume, todos os meses a Netflix divulga os filmes que irão estrear e também os que sairão do seu catálogo. Neste mês de Junho não foi diferente e, para que você não seja pego de surpresa, o Beco Literário separou uma pequena lista com 3 filmes que você precisa ver antes de sexta-feira, que é quando sairão da Netflix. Faz a pipoca e toma bastante café, porque se não ver, vai se arrepender.

3 filmes da Netflix para ver essa semana

1 – Michael Jackson: A vida de um ícone (sai em 28/06)

Clipes e entrevistas documentam os altos e baixos da extraordinária história da vida do Rei do Pop, com depoimentos de familiares e amigos que fizeram parte de sua vida.

2 – Hora do Recreio: Novas aventuras na 5ª série (sai em 29/06)

Na volta às aulas na quinta série, a turma de “A Hora do Recreio” descobre que a escola mudou: não tem mais lanchonete nem playground, os armários foram tirados e a professora nova é horrível. Indignada, a gang decide lutar por um colégio melhor.

3 – Matilda (sai em 30/06)

Matilda é a mais abençoada das crianças, mas seus pais não permitem que frequente a escola. Ela aprende tudo sozinha indo à biblioteca e lendo o que encontra pela frente. Até que convence seus pais a deixá-la ir à escola. Com isso, descobre que seus talentos especiais são necessários para proteger os amigos e a amável professora da malvada diretora.

E aí, está esperando o que para começar a maratona? Se demorar um pouquinho mais, os filmes vão sumir do catálogo! Vale lembrar que essas são as datas divulgadas pela Netflix, e nada impede que os títulos saiam antes. \o/

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Crítica: Eu não sou um homem fácil (2018)

O filme Eu não sou um homem fácil (Je Ne Suis Pas un Homme Facile) da diretora francesa Eléonore Pourriat tem chamado a atenção desde sua estreia no site de streaming americano Netflix. O filme parte da premissa que o machão Damien, interpretado por Vincent Elbaz, sofre um pequeno acidente e acorda num mundo em que os papéis de gêneros foram invertidos e as mulheres ocupam agora o lugar de dominância na sociedade.

Por se tratar de uma comédia com um que de besteirol o enredo retrata o machismo com muita leveza, entretanto as críticas são escrachadas. Damien logo no começo é assediado por uma mulher em seu ambiente de trabalho e é compelido a mudar todo seu físico para se encaixar e voltar para o mercado de trabalho. Além disso todos os personagens homens nesse novo mundo representam exatamente os estereótipos femininos são todos dóceis, frágeis e subordinados enquanto as mulheres são fortes e cheias de virilidade.

As referenciais sutis das cenas também são muito provocativas, como por exemplo a parte em que as mulheres estão jogando pôquer e a carta da rainha é mais forte que a do rei e vence a partida mostrando que a figura feminina é forte naquele universo paralelo em todos os âmbitos. Outra passagem interessante são os beijos trocados por Damien e Alexandra (Marie-Sophie Ferdane) em que a máscula escritora levanta o protagonista contra a parede num gesto claro de dominação.

Por não ser uma produção americana certos aspectos da cultura francesa tornam o filme ainda mais interessante como por exemplo o padrão de beleza dos personagens. Tanto Damien quando Alexandra não seriam personagens considerados extremamente atraentes numa criação estadunidense, entretanto isso só deixa a narrativa ainda mais verídica uma vez que retrata uma sociedade muito genuína uma vez que não se engessa nos moldes hollywoodianos.

“Eu não sou um homem fácil” é aquele tipo de comédia que poderia ter três horas de duração que ainda sim haveriam assuntos para serem abordados. Os personagens não têm toda aquela profundidade, estão mais presos ao momento do que a suas individualidades, mas mesmo assim faz sentido dentro do contexto criado pelo enredo. Com opiniões ácidas posicionamentos bem claros, o filme de Eléonore é aquele tipo de entretenimento leve, mas o mesmo tempo conscientizador de domingo a noite.