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Diário da Dona Lurdes: os sentimentos que uma mãe carrega no peito
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Diário da Dona Lurdes: os sentimentos que uma mãe carrega no peito

A busca incansável de Dona Lurdes por Domênico, seu filho desaparecido, emocionou o Brasil nas telas. Um ano após o fim da novela, ela tem que lidar com um novo cenário doloroso e muitas descobertas. Quando seu último filho sai de casa, a mãe passa a sofrer com a síndrome do ninho vazio, e, para escapar da solidão, começa a escrever um diário.

Como voltar a ocupar o centro da sua vida, depois de tantos anos de dedicação à maternidade? Com humor e irreverência, Lurdes compartilha nestas páginas suas experiências ao atravessar esse momento tão difícil, vivido por todas as mães. São estas reflexões que dão vida à Diário da Dona Lurdes, nova obra de Manuela Dias, um spin-off da novela Amor de Mãe.

Existem muitas donas Lurdes pelo Brasil. Mulheres que enfrentam batalhas pessoais diariamente, que vão à luta pelas suas conquistas, sua sobrevivência e, principalmente, pelos seus filhos. É fácil reconhecer uma mulher forte e chamá-la de guerreira, mas pode ser difícil de ouvir e compreender. Foi esse o motivo que levou Manuela Dias a criar o roteiro da novela, que conquistou milhares de pessoas e prêmios internacionais.

Tomada pelos sentimentos intensos que só a maternidade é capaz de proporcionar, a dramaturga desenvolveu uma trama que deu voz a muitas mães brasileiras. Agora, ela traz os relatos da personagem no futuro, depois do desfecho do folhetim. Um presente para fãs e curiosos que querem acompanhar mais um pouco da vida dessa mãe inesquecível, por meio das páginas de um livro sensível, realista e intimista.

“As mães dão o que não têm e tiram força da fé e do amor, todos os dias, para criarem seus filhos”, afirma a autora na apresentação da obra.

O Diário da Dona Lurdes, lançado pela Editora Melhoramentos, não é só para quem assistiu à novela, mas para todas as mães que já se sentiram desamparadas em algum momento. Além de promover uma identificação ainda maior entre as mulheres que compartilham das mesmas sensações e situações, pode ser um incentivo para que leitores passem a colocar os sentimentos no papel e criem seus próprios diários.

“Que jeitinho, suave, amoroso e reflexivo que a Manuela encontrou de a gente saber como [a Dona Lurdes] tá passando, que rumo tomaram os seus filhos e por onde anda essa mulher que o Brasil inteiro se apaixonou!”, escreve no prefácio Regina Casé – que deu vida à personagem na novela.

Diário da Dona Lurdes é o segundo livro publicado de Manuela Dias, após seu inquietante romance de estreia na literatura, Tilikum. A autora já foi indicada a dois Emmys por “Amor de Mãe” e a série “Justiça”, ambas pela TV Globo.

Aaron Salles Torres lança "Inferno e Danação"
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Aaron Salles Torres lança “Inferno e Danação”

As 904 páginas do primeiro volume de “Inferno e Danação”, de Aaron Salles Torres, são um mergulho vertiginoso na vivência do próprio autor, que envolve ameaças de morte, tentativa de execução, exposição ilegal, desaparecimento/ prisão, tortura, violência policial e psicológica, fraude processual, Transtorno do Estresse Pós-Traumático e equívocos narrativos do judiciário e da imprensa nacional.

O autor, no entanto, deixa claro que não se trata de uma autobiografia. “O livro está registrado como ficção científica e a provocação ao leitor é ele discernir fato de ficção. Muitos perderam essa habilidade em nossa era ‘pós-moderna’. Digamos que seja um livro ficcional a partir de fatos”, diz.

Para “Inferno e Danação”, o autor, portanto, criou personagens fictícios baseados em personalidades reais. No caso, ele se centra no relacionamento abusivo de Francisco e João Bosco, entre 2019 e 2021, tendo como entorno a história recente do Brasil, a caminhada para o fascismo da recém-terminada gestão de Jair Bolsonaro na Presidência da República, a chegada e os efeitos da pandemia de covid-19 e, ainda, questionamentos filosóficos sobre o momento atual da arte e da cultura da globalização, o chamado “pós-modernismo”.

Ativismo

Francisco, assim como o autor, é um ativista LGBTQIAPN+, diretor de cinema e TV, e escritor de linhagem política esquerdista. A narrativa passa da terceira para a primeira pessoa ainda no início da obra e o nome de Aaron é, eventualmente, mencionado em diálogos, e-mails, conversas de WhatsApp e de outros aplicativos. O texto ziguezagueia entre a biografia do autor e a do protagonista.

A história se inicia com uma tentativa de sequestro/ execução sofrida por Francisco, seguida por uma sessão de tortura por autoridades policiais do Rio de Janeiro, entre os dias 4 e 5 de janeiro de 2020, supostamente devido a seu ativismo político LGBTQIAPN+ e a atuação do personagem como democrata antifascista. Esses crimes são hoje investigados na realidade, em segredo de Justiça, por decisão do Ministério Público do Rio de Janeiro.

Um flashback leva o leitor a entender como o protagonista chegou à situação citada acima, desde a primeira ameaça de morte, recebida no Leblon em 2017, precisamente no dia do pré-lançamento de seu primeiro longa-metragem: “Quando o Galo Cantar Pela Terceira Vez Renegarás Tua Mãe”. Seguem a fuga para o exterior em 2019 e a posterior mudança do Rio de Janeiro para São Paulo, onde, por sinal, conheceu o coprotagonista João Bosco.

Luto

“Esse primeiro volume trata da elaboração de um luto. Começa com o questionamento de fatos irreais [‘eu estou doido?’], depara-se com uma dura realidade que machuca demais e termina com uma reflexão a respeito destas dores: de enxergar o abismo em que se encontra uma sociedade inteira, que nunca é tão desumana quanto durante convulsões fascistas”, afirma o autor.

Sobre sua vivência, ele diz que entrou em choque quando a polícia carioca o levou ilegalmente de um hotel em Santa Teresa no dia 9 de dezembro de 2020, onde se encontrava para a gravação de um clipe para a MTV EUA. “Eu me dei conta de que poderia não aparecer nunca mais. Só quem teve arma apontada para a cabeça ou foi vítima de tortura sabe do que se trata. Naquele momento, os milicianos podiam fazer qualquer coisa com meu corpo. Minha única preocupação era proteger meu namorado. Que fizessem qualquer coisa comigo, mas que não tocassem um dedo nele. Meu cérebro meio que desligou. Minha alma foi para outro lugar”, narra.

Ele prossegue. “Depois que a Polícia Civil desapareceu conosco por três dias, só me recuperei do estado de choque no final de janeiro de 2021. E comecei imediatamente a escrever o livro, porque a polícia carioca também apreendeu ilegalmente meu laptop de trabalho, onde se encontravam todos os meus roteiros ― que eu precisava, por contrato, entregar às produtoras parceiras de meus longas-metragens. Também estava sem meu telefone, sem minhas redes sociais, sem meus contatos e pesavam sobre mim incontáveis acusações falsas e absurdas. Escrever foi um ato de resgate de minha sanidade e de minha alma”, diz.

Choque

A obra literária faz parte de um projeto tripartite, que contará também com uma exibição de artes visuais em que o diretor se insere nas pinturas de Caravaggio, acompanhadas de imagens que seu ex-namorado fez dele neste período de choque. A terceira parte do projeto são letras de músicas que o artista escreveu nos difíceis meses de 2021 em que sofreu com o isolamento causado pelas falsas acusações, e para as quais atualmente busca melodias no estilo Lana del Rey. As três partes do projeto, segundo ele, compartilham muitos elementos: algo que é narrado no livro se verá na exibição e se ouvirá em uma canção.

No volume 1 do livro, que será lançado no dia 23 de abril de 2023, a narrativa se desnovela de 2017 até o reencontro de Francisco e João Bosco em fevereiro de 2020, pouco depois da tentativa de execução ocorrida em janeiro ― que levou o protagonista a uma crise de pânico ainda naquele mês. “Nas 24 vezes que revisei esse volume de quase mil páginas, inclui, ainda, trechos do diário iniciado em 2021. Iniciei o volume 2 imediatamente após o término do primeiro, em setembro, e fui escrevendo simultaneamente ao desenrolar dos fatos do final daquele ano e de 2022 e 2023.”

Para o lançamento de “Inferno e Danação – 1.A Queda Irreal do Funil de Nietzsche”, o autor esclarece que teve de aguardar desenvolvimentos internos do MPRJ, cuja procuradora de Direitos Humanos e Minorias, Eliane de Lima Pereira, junto à Coordenadoria de Vítimas, em setembro de 2022 abriu inquérito sobre as violações que o Estado e o crime organizado cometeram contra ele.

Inquérito

Até o entendimento inédito da procuradora, criminalistas acreditavam que os acontecimentos não eram interligados e que, assim, seus respectivos prazos de investigação e responsabilização teriam expirado. A procuradora, no entanto, compreendeu que o crime foi continuado desde a primeira ameaça de morte, recebida em 22 de novembro de 2017, até o ressurgimento do diretor, em 11 de dezembro de 2020 (após seu desaparecimento de três dias), e as acusações falsas de que foi vítima ― incluindo fraudes processuais que ocorreram ao longo de 2021 e que se encerraram definitivamente apenas em abril de 2022. Toda a investigação acerca do mal que o cineasta de 39 anos, nascido em Três Lagoas (MS), sofreu, corre em sigilo. No início deste mês de abril, o artista pode finalmente prestar seu primeiro testemunho, o que o colocou em segurança.

Criminalmente, o caso Aaron Salles Torres possui conexões com a execução de Marielle Franco. Jornalisticamente, o caso tem muito em comum com a Escola Base. Por esses motivos, a ONG Justiça Global entende que pode levá-lo à Comissão Interamericana de Direitos Humanos. “Quando saí do choque, o processo de elaboração do que vivi foi através da arte. Sempre escrevi. Este é meu terceiro livro publicado e sou roteirista. Mas, os acontecimentos mudaram meus planos para 2021: planejava dirigir meus roteiros em fase de finalização, porém meus longas também foram cancelados pelo regime Bolsonaro por seu conteúdo LGBTQIAPN+. Aluguei um outro laptop, já que a polícia carioca tinha confiscado o meu, e recomecei do zero: iniciei este livro para destrinchar o que tinha se passado. Questionava toda aquela irrealidade esquizofrênica do fascismo”, diz.

Nietzsche

A insanidade não pertencia a ele, chegou a essa conclusão. Para isso, resgatou conceitos teórico-filosóficos, a história do pensamento e a genealogia comum do pós-modernismo e do fascismo, que descendem de Nietzsche. “Fui engolido por uma lama podre, sofri gigantesco mal exercido pela autocracia e pelo crime organizado. Essa porção ensaística do livro é importante para a fundamentação artística da obra e explica o contexto em que os personagens estão inseridos”, afirma.

“A lama podre do pós-modernismo é o ambiente que as larvas do fascismo precisam para se procriar, recorrentemente”, complementa. Para o autor, o pós-modernismo (que chama de nietzscheanismo) acabou como movimento artístico em 2021. E Aaron propõe uma retomada. “O ponto de retomada proposto seria o Modernismo, […] em que havia anseio por liberdade, razão, igualdade e democracia e em que se buscava satisfação no moderno, como proposto por Marx”, escreve.

Obstáculos

A publicação de “Inferno e Danação” teve seus próprios obstáculos. “Uma editora havia assinado contrato comigo para publicar o livro, ainda em outubro de 2021. Porém, por volta de maio de 2022, simplesmente romperam contrato, por medo de retaliações devido às graves denúncias que ‘ficcionalmente’ traz a obra. Foi então que resolvi expandir minha produtora Georgois Filmes para transformá-la em editora também”, diz.

Ele decidiu lançar também o livro de sua mãe, Elza Fernandes Torres, “O Brilho da Baliza”, no qual ela vinha trabalhando desde 2013. “’O Brilho da Baliza’ traz muita graça, tem muitas semelhanças com ‘Minha Vida de Menina’, e trata de uma época similarmente obscura na história do Brasil, do ponto de vista de uma criança (a segunda presidência de Getúlio Vargas e o período Jânio-Jango, na década de 1950 e início dos anos 1960, justamente um período que não cubro em ‘Inferno e Danação’)”, afirma.

O autor esclarece que “preparar o trabalho feminista em meninice de minha mãe simultaneamente à edição do meu foi o que me trouxe a leveza necessária para concluir, ainda no inferno bolsonarista de 2022, uma obra tão dura e densa quanto o primeiro volume (de provavelmente três) de ‘Inferno e Danação’. Considero os dois livros complementares. Por isso, inauguram, juntos, a Georgois Livros”.

A importância da literatura e de conhecer e identificar um bom livro
Colunas, Livros

A importância da literatura e de conhecer e identificar um bom livro

O termo “literatura” possui várias denotações. Pode referir-se a textos poéticos, ou romances, ou textos em geral como os compêndios de português, de matemática, de geografia, de história etc. Pode ser aplicado de forma abrangente, por exemplo, quando dizemos “em toda literatura médica”, e assim por diante.

Como diz o professor, jornalista, escritor e sociólogo Robert Escarpit “a literatura existe. Ela é lida, vendida, estudada. Ela ocupa prateleiras de bibliotecas, colunas de estatísticas, horários de aula. Fala-se dela nos jornais e na TV. Ela tem suas instituições, seus ritos, seus heróis, seus conflitos, suas exigências. Ela é vivida cotidianamente pelo homem civilizado e contemporâneo como uma experiência específica que não se assemelha a nenhuma outra”.

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Dessa forma, sua importância não se restringe apenas às salas de aula, mas abrange toda a vida social do indivíduo enquanto professor, estudante, homem, mulher, adolescente, criança. Ou simplesmente o “curioso” que pega na mão um livro e vê apenas a sua capa.

Na abordagem acadêmica, a literatura oferece ao estudante a oportunidade de buscar matérias e discussões sobre os vários contextos e épocas anteriores à sua, de modo que possa analisar as diferenças existentes entre passado e presente.

Ela ainda permite a imaginação, por meio desses dados, sobre fatos futuros. É assim, por exemplo, quando se lê um livro como Vidas Secas, de Graciliano Ramos. A obra traz em si o caráter denunciante da triste realidade de um povo sofrido. No passado e no presente, escritores revelaram e denunciaram aspectos sociais desfavoráveis por meio da literatura.

Para o bem da discussão, uma verdade é que a literatura está presente nas vidas dos cidadãos participativos ou participantes. E daqueles conscientes ou inconscientes dessa realidade. Isso porque ela nos oferece subsídios para estudar, analisar, transformar ou manter comportamentos; enriquecer currículo; conhecer nossa história; admirar formas; respeitar valores; melhorar atitudes; mudar política e socialmente, crescer intelectual e culturalmente.

E o melhor de tudo: não é necessário ir tão longe, basta uma biblioteca ou um aplicativo. Muitas vezes nem sequer é preciso sair de casa, o que importa é folhear as páginas do livro e viajar na imaginação. Como cita Vítor Manuel de Aguiar e Silva, a leitura “exprime, de modo inconfundível, a alegria e a angústia, as certezas e os enigmas do homem”.

E como conhecer e identificar um bom livro? Veja algumas dicas:

1) Procure conhecer o autor

2) Leia a apresentação na capa e contracapa

3) Procure ler referências de outros leitores

4) Geralmente as orelhas apresentam sinopse sobre o livro

5) Capa e título geralmente apresentam os assuntos

6) Procure ler o índice ou sumário

7) Procure livros de interesse permanente

Livro de ficção levanta reflexões sobre as consequências de desistir de si mesmo
Atualizações, Livros

Livro de ficção levanta reflexões sobre as consequências de desistir de si mesmo

“A História Esquecida da Hospedaria na Estrada”, de C. A. Saltoris, ganha nova edição pelo Grupo Editorial Coerência

Com palestra marcante no TED, a mulher que dá vida à artista C. A. Saltoris se destaca por dominar um assunto muito presente em nossa sociedade. Desistir dos próprios sonhos vem sendo uma atitude comum entre a população brasileira, e em seu romance “A História Esquecida na Hospedaria da Estrada”, a autora narra um romance gótico que levanta reflexões sobre as consequências desse hábito, a qual vem sendo uma opção recorrente entre as pessoas.

Com nova edição prevista para ser lançada em novembro pelo Grupo Editorial Coerência, o livro de ficção gira em torno da aventura de Matthew Roberts, que ao partir para visitar o irmão doente, se hospeda em um misterioso hotel. Lá, ele perde as memórias e o tempo passa mais rápido do que o protagonista percebe, desvendando os perigosos contos de fadas da morte sobre criaturas, Sonhos Mortos e um amor impossível…

+ Resenha: Heartstopper 1, Alice Oseman
+ Resenha: O filho rebelde, Rainbow Rowell

“No decorrer da escrita, notei que como estava esquecendo de quem quis ser um dia”C. A. Saltoris percebeu que sonhos deixados para trás não se realizam, e voltou a trabalhar na história, frisando que é um caminho doloroso e que requer coragem, mas que no final vale muito a pena.

Enquanto o lançamento do livro de ficção não chega, C. A. Saltoris faz cosplay de Limunê, protagonista da história, para ler alguns capítulos da história por meio de vídeos no Youtube. O primeiro capítulo já está liberado.

Indicado ao Coerência Choice Awards 2021 na categoria Melhor Terror, a artista se sente bastante lisonjeada em ser indicada na premiação. “Uma história de amor, assassinatos, amizade e perda”, a obra está nas etapas finais de editoração e a pré-venda dos exemplares será iniciada em breve.

Palestra no TED: https://youtu.be/I1A5ncJv26o
Primeiro capítulo do livro: https://youtu.be/i55R30qefTI

Sobre a autora: C.A. Saltoris é uma premiada autora brasileira cosplayer de Fantasia, e o pseudônimo de Ariane de Melo: Uma mãe residente na Alemanha, jornalista, ex-atriz e diretora teatral, empresária em série e fundadora da Empresa de Gestão, Coaching & Entretenimento Ariadnefaden UG. Ariane deu uma palestra no TED sobre Sonhos Mortos, baseada no sistema que criou para oradores baseado em um de seus romances de Fantasia – e ela não gosta de ver seu nome de nascimento impresso em livros; isso é coisa de Saltoris.

Resenhas

Resenha: Um trono para irmãs, Morgan Rice

Sinopse: Sophia, 17, e a sua irmã mais nova Kate, 15, estão desesperadas para sair do seu orfanato horrível. Órfãs, indesejadas e mal-amadas, elas, ainda assim, sonham em chegar à maioridade noutro lugar, em encontrar uma vida melhor, mesmo se isso significar viver nas ruas da cidade brutal de Ashton. Sophia e Kate, também melhores amigas, apoiam-se uma à outra – e, ainda assim, querem coisas diferentes da vida. Sophia, uma romântica, mais elegante, sonha em entrar para a corte e encontrar um nobre por quem se apaixonar. Kate, uma lutadora, sonha em dominar a espada, em combater dragões, e em se tornar uma guerreira. Ambas estão unidas, porém, pelo seu poder secreto e paranormal de ler as mentes dos outros, a sua única graça de salvação num mundo que parece inclinado a destruí-las. À medida que cada uma delas embarca numa missão e se aventura à sua própria maneira, elas lutam por sobreviver. Confrontadas com escolhas que nenhuma delas podia imaginar, as suas escolhas podem impulsioná-las para o maior poder – ou mergulhá-las para as profundezas.

A trilogia escrita por Morgan Rice apresenta, respectivamente, os livros: Um trono para irmãs, Uma corte para ladras e Uma canção para órfãs. Falaremos aqui do primeiro deles.

São 27 capítulos narrados de maneira intercalada pelas irmãs órfãs Sophia, 17 anos, e Kate, 15 anos, que fogem do orfanato em que moravam em Ashton, a Casa dos Não Reclamados. Nele viviam sob condições deploráveis, um ambiente de medo e violência.

A realidade tinha sido dor, violência e medo. Tinha sido um lugar onde todos os dias lhe tinham dito que ela era menos do que os outros, e que ela deveria estar agradecida apenas pela oportunidade de lhe o dizerem.

Sem nenhum outro lugar para irem, nas ruas passaram por diversas dificuldades, apesar do poder de ler mentes que ambas as irmãs possuíam. Ashton era um lugar perigoso durante o dia e pior a noite, ainda mais tratando-se de duas fugitivas.

Movidas por sonhos diferentes, resolveram se separar. Enquanto Kate queria aprender a lutar, Sophia entraria na corte na tentativa de casar-se com um nobre.

Mas cada uma de nós precisa tentar o seu próprio caminho, pelo menos por um tempo.

Diante das novas realidades, cada uma seguiu sua vida. O livro nos mostra com bastante precisão o que as duas irmãs órfãs enfrentaram, você sente a dor, o sofrimento, a valentia e a coragem delas, e torce para que tenham um “final feliz”. Porém, quando o “final feliz” está próximo acontecem muitas reviravoltas. O que custava Morgan Rice fazer dar certo para Sophia e Kate?

Espero que no segundo livro, Uma corte para ladras, e no último, Uma canção para órfãs, as coisas sejam mais fáceis para as duas.

Resenhas

Resenha: Um cara chamado John, A. N. Smith

Sinopse: Eva Müller é uma mulher decidida, altiva, ótima leitora de comportamentos humanos e, por isto, muitas vezes arrogante e odiada. Conselheira de moda, personal stylish (e as vezes conselheira amorosa) ela é bela, desejada, desconfiada e vem enfrentando problemas em se relacionar com outras pessoas; e maiores problemas ainda em ter um relacionamento sério com alguém. Mas para ela, isto nem é um problema de verdade. Completamente absorvida pelo trabalho, ela vem levando a vida como se não houvesse mais nada além disto. Com um passado cheio de dores familiares e emocionais ela estava decidida a não se relacionar amorosamente com mais ninguém. A não ser que fosse uma coisa de uma noite, apenas. Até que isto começa a dar errado também. Mas quando sua melhor amiga de infância Halley, muda-se para morar com ela, este cenário está prestes a mudar. Halley começa a perceber um comportamento extremamente arredio e problemático em Eva e, por sua vez, determinada a descobrir o que aconteceu e a mudar isto, faz com que Eva perceba um novo cara que parece estar interessado nela: John Backer. Halley, então, começa a provocar Eva a sair com John, até o ponto de ambas estabelecem uma aposta: Eva tem que provar que John é só mais um cara como todos os outros, enquanto Halley quer provar que talvez ele seja ideal para ela. Mas será que Eva consegue ganhar a aposta sem se envolver ou sem se machucar no percurso?

Um cara chamado John é um romance escrito por A. N. Smith. Confesso que não sou fã de romances, porém o título chamou minha atenção. E lá fui eu ver quem era esse cara chamado John. Podia ser qualquer cara: o homem ideal, o ex, um doido que nutria uma paixão platônica.

Fiquei surpresa logo no início porque é uma leitura divertida, o típico livro que você lê várias páginas sem vê. Parece que a autora estava contando a minha vida amorosa, ou melhor, a minha falida vida amorosa. Mas nada disso é importante então voltemos a história.

Narrada por Eva Müller, uma mulher decidida, boa na leitura de comportamentos e altiva, escondia atrás da sua arrogância uma mulher frágil, que havia se decepcionado muito no passado. Ela costumava fugir dos lugares onde as pessoas a havia feito sofrer, assim foi na sua cidade natal, Porto Rico, quando seus pais se separaram e também em Nova York, quando se relacionou com Peter sem saber que era casado e com filhos. Até se mudar para Paris, onde trabalhava como conselheira de moda numa agência.

Foi nessa agência que conheceu John Backer por influência da sua amiga de infância Halley que percebeu que ele deixava todos os dias uma caneca de café quentinho na mesa de Eva. Aqui já percebemos que O cara chamado John se encaixa no “homem ideal”. Porém Eva está tão bloqueada emocionante que só conseguia pensar em John como igual aos outros homens. Se você pensa como Eva meu conselho é curar suas feridas do passado, se perdoar e perdoar quem te feriu.

“-Não se perdoa as pessoas porque elas merecem perdão. Geralmente quem tem que receber o perdão são aqueles mais miseráveis, os mais desgraçados, os imperdoáveis.”

Eva fez até uma aposta com a amiga para provar que aquele homem não valia nada. Evidentemente, contrariando suas estatísticas sobre amor, ela se apaixonou por John, o mesmo ficou muito bravo ao saber da aposta. Mas nada como o tempo, para curar as feridas e os mal-entendidos que ocorreram durante a trama, para um final feliz.

Esperaria de um romance como esse uma eventual e nada realista história de amor. Porém o que se observa no livro é uma história de amor da vida real. Um livro que aborda o perdão, o medo e a cura das feridas como proposta de recomeço, construindo um amor leve e livre, a vida segue o percurso natural e acontece aquilo que deve acontecer. Porque quando o amor é para acontecer, não tem nada que atrapalha.

Livros

A importância da literatura infantojuvenil

Muito se tem debatido, principalmente na internet, acerca de quais livros devem ser considerados como literatura e quais não, e o ramo infantojuvenil é um dos principais discutidos. Algumas pessoas tentam argumentar e insistem em dizer que não deveria ser considerado (ALÔ, JÚLIA DE LETRAS), mas eu, como uma boa defensora desse conteúdo vim esclarecer a importância da literatura infantojuvenil para a formação de leitores.

É importante ressaltar que embora esse tipo de leitura seja feita e promovida visando uma idade específica (crianças/adolescentes), isso não impede que pessoas de outra faixa etária, como os adultos, consumam esse material, uma vez que eles tratam dos mesmos assuntos abordados em diversos outros livros, apenas de uma perspectiva diferente.

É necessário compreender também que a literatura infantojuvenil não é um gênero literário por si mesmo, isso quer dizer que dentro dele você pode encontrar de tudo, desde ficção científica, suspense, romance e uma infinidade de temas.

A problemática de tudo consiste na ideia errônea de que os jovens sabem/entendem menos, e por isso algumas pessoas partem da premissa (TOTALMENTE INCOERENTE) de que esses livros seguem uma linha de raciocínio boba, quando na verdade ambos os pensamentos estão errados. Independente do tema abordado um livro sempre possui algo para aderir a nossa vida, seja uma nova palavra, uma lição vivenciada pelos personagens ou a simples experiência de conhecer um novo mundo.

Depois de dito tudo isso, qual a verdadeira importância?
Primeiramente, esse tipo de leitura mesmo que seja completa em conteúdo, geralmente possui uma linguagem mais fácil de compreender do que outros livros, como os clássicos, por exemplo. Isso significa que além de servir ao público para qual é voltado também dá uma chance de aproximação do universo da leitura para aqueles que, por algum motivo, não tiveram a oportunidade ou acesso a isso antes. A literatura infantojuvenil é tida como menos maçante do que qualquer conteúdo e isso abre as portas para que novas pessoas se interessem pela leitura, ao invés de abandonar o costume quando se depara com algo que não entende… E isso vale para todas as idades.

Tal conteúdo também aparece no processo de formação de crianças e alfabetização, uma vez que exerce um papel importantíssimo para a estimulação do cérebro, desenvolvimento da criatividade, da capacidade de leitura e por vezes o sendo crítico. Além disso, os dilemas descritos acabam por muitas vezes serem reconhecidos pelos leitores que ganham uma sensação de conforto e proximidade, e passam a curtir mais a leitura de uma forma geral.

O ato de ler é válido e extremamente importante, independente do gênero. Leiam Percy Jackson e Dom Casmurro, O diário de um banana e Harry Potter, leiam receitas de bolo e frascos de shampoo, o importante é ler!

Livros, Resenhas

Resenha: Quem mexeu no meu queijo?, Spencer Johnson

Sinopse: “É uma parábola que revela verdades profundas sobre mudança. Dois ratinhos e dois homenzinhos vivem em um labirinto em busca de queijo – uma metáfora para o que se deseja ter na vida: seja um bom emprego, um relacionamento amoroso, dinheiro, saúde ou paz espiritual. Um deles é bem-sucedido e escreve o que aprendeu com sua experiência nos muros do labirinto. As palavras rabiscadas nas paredes ensinam a lidar com a mudança para viver com menos estresse a alcançar mais sucesso no trabalho e na vida pessoal. Quem mexeu no meu Queijo? é uma leitura rápida mas suas ideias permanecerão por toda a vida.”

Quem mexeu no meu queijo? foi escrito por Spencer Johnson, de leitura rápida e perspectiva atual. Todos nós, em algum momento da vida, tivemos medo da mudança, daquilo que não conhecíamos. Imagina que você tem uma casa arrumada e um belo dia a encontra bagunçada. Está preparado para a mudança? Quem mexeu no meu queijo? te ajudará a refletir sobre, garanto que será uma leitura muito proveitosa!

Esta é uma história de mudança que acontece em um Labirinto, onde quatro personagens, dois ratinhos, Sniff e Scurry, e dois duendes, Hem e Haw, procuram por Queijo, para alimentá-los e fazê-los felizes. Durante dias, cada dupla com seu próprio método, corre pelo Labirinto até que em certo momento encontram o tipo de Queijo que precisam no Posto C.

A partir disso tanto os ratinhos quanto os duendes mantiveram uma rotina de todos os dias ir ao Posto C. Os ratinhos permaneceram acordando cedo todos os dias, corriam pelo labirinto e quando chegavam ao seu destino, vistoriavam a quantidade de Queijo. Já o duendes, acordavam um pouco mais tarde, pois haviam encontrado o Queijo e sabiam como ir até lá, portanto, não precisavam se preocupar mais.

Até que um dia quando chagaram ao Posto C, depararam-se com a seguinte situação: o estoque de Queijo havia acabado. O que fazer naquela situação?

Sniff e Scurry vistoriavam o estoque diariamente, sabiam que aquilo aconteceria, como estavam preparados para a mudança, buscaram por outro estoque de Queijo.

Contudo, isso não aconteceu com Hem e Haw, pois pensavam que o Queijo nunca acabaria, sentindo mais dificuldade em agir diante da mudança encontrada. No primeiro momento eles passaram pela fase de negação, esperavam que o Queijo ressurgisse, depois um deles, Haw, pela fase da aceitação e logo decidiu sair da zona de conforto e procurar novamente seu Queijo. Mesmo insistindo, Hem não saiu do lugar.

O interessante dessa parábola é que Sniff, Scurry e Haw, que não tiverem medo de se arriscar novamente pelo Labirinto encontraram um “Novo Queijo”. O Queijo é a metáfora para o que queremos na vida, seja passar na faculdade, um emprego, uma casa maior, um relacionamento, o reconhecimento, paz de espírito ou qualquer outro desejo. O “Labirinto”, por sua vez, é onde depositamos nossa energia ou que estamos.

A mudança sempre existirá, às vezes dá medo de encará-la, porém o melhor a se fazer é se adaptar. Não podemos deixar nosso “queijo” mofar ou perder o sabor.

Algumas frases motivacionais deixadas na parede do Labirinto pelos duendes ajudarão a compreender a mudança como necessidade e o porquê Quem mexeu no meu queijo? é um livro para levar por toda a vida.

“Quanto mais importante seu Queijo é para você menos você deseja abrir mão dele.”

“O que você faria se não tivesse medo?”

“Cheire o Queijo com frequência para saber quando está ficando velho.”

“Quanto mais rápido você se esquece do velho Queijo mais rápido encontra um novo.”

“Aprecie a mudança sinta o gosto da aventura e do novo Queijo.”

“Esteja preparado para mudar rapidamente muitas vezes continuam mexendo no Queijo.”

A releitura do livro, agora com mentalidade diferente, me fez encontrar novamente algo novo e útil, posso afirmar que a mudança é a responsável por isso.

Livro Em Busca de Watership Down em cenário
Livros, Resenhas

RESENHA: EM BUSCA DE WATERSHIP DOWN, DE RICHARD ADAMS

Sinopse: Quando um coelho vidente prevê a destruição da toca onde vive, ele se une a seus amigos para achar uma nova casa. No caminho rumo à mítica colina de Watership Down, enfrentam rivais e armadilhas. Mas, mesmo depois de chegarem e, teoricamente, encontrarem um lugar seguro para viver, precisarão lutar para salvar a colônia vizinha e repopular a própria comunidade. Em busca de Watership Down fala de dominação e opressão, de fascismo e utopia, de mitologia e delírio coletivo, de sentimento de comunidade e de loucura. No Reino Unido, ocupa o segundo lugar entre os juvenis de fantasia mais vendidos do século XX, atrás apenas da saga Harry Potter.

Se alguém te recomendasse uma história sobre coelhos, o que você pensaria?

Bom, eu não pensei muita coisa. Fui rapidamente convencido pela beleza da capa, pela sinopse instigante e pela pequena citação de George R.R. Martin logo abaixo do nome do autor: “Uma das melhores fantasias do século XX”.

Como quase sempre, eu tenho de concordar com Martin.

Afinal, “Em Busca de Watership Down” é sim é uma história sobre um grupo de coelhos que começa uma jornada em busca de uma vida melhor. Mas falar isso é apenas abordar sua superfície.

O livro, originalmente publicado em 1972, foi escrito pelo inglês Richard Adams, em resposta ao desejo de suas filhas, que adoravam ouvir suas histórias antes de dormir e durante longas viagens de carro, e queriam uma versão impressa da narrativa.

Tendo como base suas experiências de vida e as pessoas que conheceu ao longo do caminho, o livro de Adams passa longe de ser uma história exclusivamente infantil, trazendo uma narrativa épica, abordando temas como heroísmo, exílio, abuso de poder, religião, amizade e guerra.

Tudo começa quando pequeno coelho, Quinto, relata sua visão para seu companheiro, Avelã, afirmando que o viveiro onde vivem será destruído: em sua premonição, os humanos destruirão toda a região, matando todos os coelhos dali no processo.

Avelã, já revelando seu instinto para liderança, decide migrar para se estabelecer em algum outro lugar, e tenta convencer a maior parte da comunidade em os acompanhar. Sem sucesso, ele decide partir na companhia de um pequeno grupo, dando início a uma longa viagem em busca de construir um novo viveiro.

Seguindo a visão de Quinto, a colina paradisíaca de Watership Down é sua terra prometida: um lugar farto de alimentos e seguro contra inimigos, onde uma nova comunidade de coelhos poderá se expandir. Mas o caminho é cheio de ameaças e armadilhas. O mundo selvagem é um lugar duro para os coelhos, que precisam se superar e contar uns com os outros para permanecer vivos.

Autor Richard Adams

O autor, Richard Adams

Profunda, bela e envolve, ainda que tenha cenas tensas e violentas, a obra de Adams fala muito sobre nossa realidade. Desde temas simples como companheirismo e liderança, até ideias complexas de sociedade, fé, destruição humana, manipulação de massas e regimes ditatoriais, a obra consegue estabelecer um equilíbrio perfeito entre um conto de fadas e uma narrativa épica sobre êxodo.

Adams se utiliza de regras bastante particulares, estabelecendo uma cultura única e plausível para seus personagens, ao mesmo tempo que aborda com intensa as emoções humanas e cria uma aventura sem igual.

Depois de um estrondoso sucesso mundo a fora, a história já foi adaptada para uma série de animação em 1978, se firmando como um clássico do século e, recentemente, ganhou uma versão 3D produzida pela Netflix.

Ainda que seja uma história de coelhos, “Em Busca de Watership Down” é absolutamente humana e, despretensiosamente, consegue o que muitas histórias tentam, mas que pouquíssimas conseguem fazer: encantar crianças, jovens e adultos.

cena da minissérie produzida pela Netflix

Em Busca de Watership, 2018

Ficha Técnica:
Capa dura: 464 páginas
Editora: Planeta; Edição: 1 (1 de agosto de 2017)
Idioma: Português
Autor: Richard Adams
Tradução: Rogério Galindo
ISBN-10: 8542210964
ISBN-13: 978-8542210965
Dimensões: 23,4 x 15,8 x 2,8 cm

Função da literatura
Livros

Qual é a função da literatura?

A literatura tem uma função principal de caráter político e transformador. Ela é capaz de colocar o leitor para pensar no mundo em que vive, moldar seus hábitos, faze-lo pensar de forma mais abrangente…. A literatura tem muitas funções e para entendermos todas elas, precisamos voltar um pouco no tempo.

Literatura com função hedonística e catártica

Os gregos antigos acreditavam que a função da literatura era de ser hedonística e catártica. Hedonística porque ela proporcionava prazer, retratava o belo. O belo, por sua vez, era a semelhança da obra de arte com a realidade. Quanto mais próximo, mais belo.

Já a concepção catártica vem do papel em que as tragédias tinham na sociedade grega. As tragédias são tipos de textos que são, basicamente definidos por dois conceitos: a mimese, que desperta terror e piedade no público e a catarse, que alivia esses sentimentos despertos. As tragédias aliviavam as tensões e os conflitos do mundo grego e por isso, eles acreditavam que essas eram as principais funções da literatura, como arte.

Claro que esses conceitos desapareceram na modernidade, mas a literatura como arte ainda cumpre o papel de causar prazer e aliviar tensões da vida humana. De acordo com o teórico russo Chklovski, a literatura provoca um estranhamento em face da realidade, como se saíssemos do automático e passássemos a ver o mundo com outros olhos.

Literatura com função de comunicação

A literatura é linguagem, então exerce um papel comunicativo na sociedade em que vivemos. Pode influenciar o público ou ser influenciada por ele.

O leitor de um texto literário não é um ser passivo. De acordo com o pensador russo Mikhail Bakhtin, mesmo estando em um tempo histórico diferente do contexto de produção da obra, o leitor também recria e atualiza seus sentidos de acordo com o que lê.

Também no contexto de criação da obra, o autor é influenciado pelo perfil do público que tem em mente e isso se reflete nos temas, valores e tipo de linguagem que escolhe.

Literatura com função individual e social

Segundo o escritor Guimarães Rosa, a literatura é feitiçaria que se faz com o sangue do coração humano, ou seja, a literatura é a expressão das emoções e reflexões do ser humano.

“Escrever é um processo químico; o escritor deve ser um alquimista. (…) A alquImia do escrever precisa de sangue do coração. Para poder ser feiticeiro da palavra, para estudar a alquimia do sangue do coração humano, é preciso provir do sertão.”

– João Guimarães Rosa, em entrevista a Günter Lorenz – “Dialogo com Guimarães Rosa”.

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