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Livros, Resenhas

Resenha: Sol da Meia-Noite, Stephenie Meyer

Sol da Meia-Noite, o livro de Crepúsculo, agora narrado pelos olhos de Edward Cullen demorou muito, mas finalmente saiu, lançado há pouco tempo. Até então, conhecíamos a história somente sob o olhar de Bella Swan, protagonista que vem a ser seu par romântico ao longo dos quatro livros da série.

Sou fã de Crepúsculo de carteirinha e como tal, esperei igual doido por Sol da Meia-Noite. Eis que ele chegou e eu devorei em pouco menos de um mês. A diferença é que li Crepúsculo no auge dos meus 13 anos. Já esse, eu li dez anos depois, com vinte e três, e quase me formando psicanalista. Não perdi a chance de analisar o Edward sob os olhos da psicanálise, é claro.

Separei alguns pontos e acho justo começar por um que já era presente em Crepúsculo, mas veio a ficar mais forte em Sol da Meia-Noite: a obsessão do Edward com relação a Bella. Ele acha que precisa sempre estar perto dela para protege-la, ou o encanamento de gás da rua pode estourar, um vampiro pode aparecer do nada…. Quer dizer, quais as chances disso acontecer normalmente? Nenhuma. Ele só quer justificar sua obsessão com base em que se tratando de Bella, essas coisas acontecem.

Além disso, vemos um Edward que briga muito consigo mesmo. O tempo todo ele fica encabeçando atritos entre seus desejos, suas pulsões (ID) e sua moral (superego), incapaz de encontrar um meio de satisfazer as duas. Ele não pode matar a Bella e ainda sim, continuar na dieta vegetariana de Carlisle e sua família, por exemplo. Ele acha que precisa silenciar, matar, esse monstro que há dentro de si, demorando para perceber que o monstro, isto é, seu ID, faz parte de si. Ele precisa conviver com ele e encontrar formas de dar vazão a essas pulsões, ainda é claro, agradando suas regras morais.

Uma pausa aqui é necessária pra gente analisar a Bella também. Ela não tem nenhum senso de autopreservação. Suas pulsões se sobressaem sem dificuldade nenhuma aos instintos, mesmo aqueles que são para deixa-la viva. Alô pulsões de morte? Temos alguém aqui com deficiência de pulsões de vida. Ela simplesmente não se importa que o Edward pode mata-la. Ela torna tudo mais fácil para ele, sem se preocupar um instante sequer com a própria vida.

A Bella tem um desejo incontrolável pelo Edward, que conseguimos ver sobressaindo quando ela dorme e sempre sonha que está com ele. Certas horas, o vampiro também deixa escapar que gostaria de dormir para poder sonhar com a Bella, porque sim, essa seria a única forma de satisfazer os desejos do seu ID sem estragar tudo. Nos sonhos, ele poderia matar a Bella no campo da fantasia, poderia ficar com ela, fazer tudo o que ele quisesse, sem causar danos maiores.

Um outro ponto que eu julgo ser o mais interessante de toda a história, é o enredo com a romã presente na capa. Para Edward, ficar com ele é como ficar para sempre no inferno. E ele acha que Bella é sua Perséfone, figura da mitologia grega que é condenada a ficar no submundo com Hades e a cada palavra que eles trocam, cada confissão e segredo é uma semente de romã que Bella ingere, condenada a passar mais tempo ao seu lado. No mito grego, cada semente de romã que Perséfone engolia, era um período que ela tinha que passar no inferno com Hades.

O que eu acho mais interessante de Sol da Meia-Noite é que com certeza, Stephenie Meyer estudou psicanálise para compor seus personagens. Os traços são fortes, muito bem pensados e planejados, o que não me deixa sequer imaginar que foram concebidos a esmo. Eu ainda amo Crepúsculo e toda a série, não se enganem, mas, precisamos debater esse outro lado da história. Romantizar relacionamentos neuróticos e obsessivos é romantizar relacionamentos tóxicos e abusivos, que lotam consultórios de psicanálise em todo o país. É preciso conscientizar, não romantizar.

Sol da meia-noite
Atualizações, Livros

“Sol da meia-noite”: Stephenie Meyer lança primeira prévia do livro

É hora do surto, twilighters! A autora Stephenie Meyer, da saga Crepúsculo, divulgou há pouco por meio do seu blog, a primeira prévia do livro “Sol da meia-noite”, que será a visão de Edward dos fatos narrados por Bella no primeiro livro da série.

O livro, que será lançado no dia 4 de agosto, tanto nos Estados Unidos, quanto no Brasil, pela editora Intrínseca, foi muito esperado por todos os fãs e já teve seu lançamento cancelado no passado por conta de um vazamento na internet.

Sem mais delongas, leia o trecho abaixo, já traduzido:

Sol da meia-noite

Nós nos olhamos por um momento, enquanto eu processava que, enquanto ela era meu primeiro amor, eu também era sua primeira… paixão, pelo menos… Essa constatação me atingiu de uma forma estranha, mas também me deixou confuso. Certamente isso foi uma armadilha, uma forma nada saudável dela começar sua vida romântica.

A autora ainda acrescentou que a partir de agora, todas as terças e quintas teremos novas prévias de trechos de “Sol da meia-noite”. Preparados? Porque eu não tô!

Críticas de Cinema, Filmes

Crítica De Cinema: “Fallen” (2016)

“Fallen” estreiou ontem (08) nos cinemas e o Beco foi conferir. O filme conta a história de Lucinda Price (Addison Timlin) que, após se envolver no misterioso assassinato de seu namorado, é mandada para um reformatório. Lá, ela conhece o bad boy Cam (Harrison Gilbertson) e o enigmático Daniel (Jeremy Irvine), por quem ela sente uma forte atração imediatamente. O que ela não sabe é que os dois e mais alguns jovens daquele reformatório são anjos caídos que vivem na Terra há milênios, e que sua atração por Daniel Grigori já aconteceu antes, muitas e muitas vezes.

Como toda adaptação de livro, é normal haver algumas diferenças na história, seja pela falta de tempo ou de orçamento, então, tentei ao máximo aproveitar o filme e esquecer um pouco o livro. É difícil fazer isso, eu sei, ainda mais para uma maníaca por apontamentos de diferenças entre filme e livro como eu, mas eu me esforcei, me esforcei muito e, mesmo assim, teve algumas coisas que não deu para ignorar:

Fallen x Crepúsculo

Não me entendam mal, sou muito fã das duas séries, mas achei gritante e inconveniente a semelhança das adaptações cinematográficas das duas. O filme deixou o Cam muito mais romantizado do que o livro, então o triângulo amoroso ficou bem evidente e, praticamente, virou o foco do filme. O Daniel é o Edward no papel de um anjo, com a mesma expressão sofrida, voz gutural e até o mesmo tipo de casaco! Com 10 minutos de filme, alguém comentou na fileira acima da minha: “Essa atriz fez workshop com a Kristen Stewart?” Parece que sim. A mesma expressão vazia de quem não entendeu o fim da piada.

Falta de cor

Tudo é cinza: os cenários, as paisagens, as roupas dos personagens, a cor da pele dos personagens… Todos os tipos de tons de cinza que vocês podem imaginar e nenhuma cor. Acredito que o motivo foi para dar mais dramaticidade à história, mas a impressão que eu tive é que todos usavam as mesmas roupas o tempo todo, além de nunca ter Sol. Isso deixou o filme mais pesado do que dramático e dá uma sensação de tristeza do início ao fim, me senti em um filme do Batman.

Cenários

Ao contrário do livro, a história se passa somente dentro do reformatório, com exceção de pouquíssimas cenas. Os cenários são bem limitados, apesar de bem detalhados, como a biblioteca e a piscina, mas senti muita falta do lago no bosque em que Luce e Daniel nadam juntos pela primeira vez. O filme ficou monótono com tudo acontecendo nos mesmos lugares e as cenas ficaram cansativas. Em uma tentativa, acho, de deixarem as coisas mais dinâmicas, há cortes aleatórios de um lugar para o outro que não faz sentido nenhum. Não dá nem para ter uma noção de tempo. Quantos dias se passaram? Ou seriam semanas? Meses? Com tudo tão cinza, não dá nem para saber se é de dia ou de noite.

As asas dos anjos, no caso, Daniel e Cam, pois são os únicos que se revelam de verdade, ficaram muito estranhas, como se fossem feitas de energia, não físicas. Algumas cenas foram muito superficiais, tanto que, quem não conhece a história, vai ficar meio sem entender um pouco o sentido de tudo aquilo. Nenhuma cena de ação e personagens deprimidos deram ao filme um ritmo muito parado e o final, apesar de sabermos que, como o primeiro filme de uma série, não tem um final definido, ficou indefinido demais. Os créditos sobem e você fica alguns minutos tentando aceitar que, realmente, acabou.

Como fã da série que leu todos os livros (inclusive os extras) e, como todos os outros fãs, esperava o filme ansiosamente, fiquei decepcionada. Para não dizer que tudo foi ruim, o roteiro até que manteve a fidelidade da história, o que já é uma vitória se compararmos com algumas adaptações por aí, mas não consegui sentir de jeito nenhum que aqueles eram os personagens do livro, eu tinha imaginado completamente diferente. É meio difícil imaginar um sucesso de bilheteria e só espero que façam a continuação um pouco melhor e não deixem a série morrer, como aconteceu com “Percy Jackson” e “Divergente”.