Resenhas

Resenha: A Trégua, Mario Benedetti

O uruguaio Mario Benedetti (1920-2009) escreveu o belo romance que nos faz entrar nas páginas do diário de Martín Santomé no ano de 1960, conta a história desse homem que estava quase completando cinquenta anos quando decide escrever um diário no período em que espera pela sua aposentadoria.
Martín vive um momento bastante interessante, durante a leitura podemos identificar as suas incertezas, desejamos de fato conhecê-lo, durante a construção deste personagem observamos parte da sua insegurança, de como suas emoções fluem de maneira discreta no decorrer dos seus relatos, vemos quão impotente se sente em relação ao tempo que parece ter escapado de suas mãos.
Viúvo a vinte anos e pai de três filhos que dividem a casa com o pai no qual mantêm um relacionamento caótico, seus sentimentos para com eles eram bem restritos, porém, podemos visualizar em meio a descrição direta e breve que ele sempre faz, e nas entrelinhas o personagem deixar escapar alguns traços de seu amor paterno.
No escritório de contabilidade onde trabalha leva uma vida monótona, mas a chegada de uma funcionária nova, a envolvente Laura Avellaneda, que é uma jovem mulher, que faz Matín se encantar novamente por alguém, lhe encoraja a conhecer o amor novamente, trazendo pra ele até uma certa esperança por tudo que ele achava que tinha perdido.

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O relacionamento entre esses dois personagens é sutilmente descrito nas páginas do seu diário, o que surpreende cada vez mais, há uma mudança radical no personagem no decorrer dessa história, no começo era um personagem ranzinza, conformado e parcialmente massante e os fatos começam a acompanhar esta metamorfose que transforma Martín em alguém cheio de vida.
Ao fim dessa história pude me emocionar, acredito que por ser um personagem mais velho, pode trazer algumas reflexões válidas pra minha vida, posso concluir que esta é uma leitura proveitosa que causa amadurecimento e emoção.

 

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