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Resenha: Toda Luz Que Não Podemos Ver, Anthony Doerr

Marie-Laure vive em Paris, perto do Museu de História Natural, onde seu pai é o chaveiro responsável por cuidar de milhares de fechaduras. Quando a menina fica cega, aos seis anos, o pai constrói uma maquete em miniatura do bairro onde moram para que ela seja capaz de memorizar os caminhos. Na ocupação nazista em Paris, pai e filha fogem para a cidade de Saint-Malo e levam consigo o que talvez seja o mais valioso tesouro do museu. Em uma região de minas na Alemanha, o órfão Werner cresce com a irmã mais nova, encantado pelo rádio que certo dia encontram em uma pilha de lixo. Com a prática, acaba se tornando especialista no aparelho, talento que lhe vale uma vaga em uma escola nazista e, logo depois, uma missão especial: descobrir a fonte das transmissões de rádio responsáveis pela chegada dos Aliados na Normandia. Cada vez mais consciente dos custos humanos de seu trabalho, o rapaz é enviado então para Saint-Malo, onde seu caminho cruza o de Marie-Laure, enquanto ambos tentam sobreviver à Segunda Guerra Mundial.

Olá pessoal, como vocês estão? Hoje eu vim aqui comentar e compartilhar meus sentimentos sobre um livro maravilhoso que li recentemente: Toda Luz Que Não Podemos Ver.

Para quem não conhece, o livro foi o grande lançamento da Intrínseca para esse ano. Obviamente, a obra chegou ao topo de vendas aqui no Brasil e continua no ranking de mais vendidos, etc. Mas todo esse sucesso não é atoa. Vocês sabem aquele tipo de história que se eterniza na mente? Que te faz ficar pensando sobre diversos assuntos? Então, Toda Luz Que Não Podemos Ver se encaixa perfeitamente nesse perfil. Bem, imagine aí uma narrativa que se passa durante a Segunda Guerra Mundial, entre o ponto de vista de uma menina francesa cega e de um garoto alemão que acaba indo para uma escola de treinamento nazista. Por aí você já sente todo o drama que a trama carrega…

Para evitar spoilers, decidi apenas deixar a sinopse oficial e ir direto às minhas impressões. Tudo em respeito à vocês, ok? Vamos lá!

Eu não sei se vocês sabem, mas a Intrínseca todo ano realiza uma mega turnê de eventos pelo Brasil para divulgar os lançamentos e ter um contato maior com os seus leitores. Durante o evento na minha cidade, as moças do marketing comentaram sobre o livro de Doerr e, pelo o que elas falaram, me deu uma imensa vontade de ler. Tudo bem, houve o lançamento da obra, etc, mas infelizmente não pude ler devido aos vários livros que já estavam na lista. Sendo que pouco depois que o livro chegou às livrarias, saiu o anúncio de que ele havia vencido o prêmio Putlizer de melhor ficção e, com isso, minha curiosidade aumentou ainda mais. (Para quem desconhece o que é um prêmio Putlizer, é uma das maiores premiações no ramo da literatura.) Enfim, passou-se um tempo e, ATÉ QUE ENFIM, tive a oportunidade de ler devido ao clube do livro da Intrínseca que ocorre aqui na minha cidade.

Sabe a maior lição da história? A história é aquilo que os vitoriosos determinam. Eis a lição. Seja qual for o vencedor, ele é quem decide a história. Agimos em nosso próprio interesse. Claro que sim. Me dê o nome de uma pessoa ou de um país que não faça isso. O truque é perceber onde estão os seus interesses.

Quando comecei a leitura, fiquei fascinado e assustado desde o primeiro capítulo. O autor já começa te colocando dentro daquela realidade cruel e pavorosa que foi a Segunda Guerra. Ele introduz primeiro o cenário e logo depois os personagens, o que eu achei uma sacada muito bacana por parte dele pois é como se estivéssemos vendo um filme. E engana-se quem pensa que Doerr usa uma linguagem difícil, apesar de que algumas vezes ele utiliza algumas palavras rebuscadas, porém não é algo que atrapalhe.

Todo efeito tem sua causa, e todo problema tem sua solução.

Além de uma narrativa extremamente intricada, Anthony cria personagens incrivelmente humanos e profundos. Não há como não sentir os seus dramas e aflições. Quando a Guerra começa à entrar no seu auge, todo o elenco do livro passa por situações que são de deixar o leitor imerso em todo aquele horror que foi a Segunda Guerra. E, meus amigos, são poucos os autores que conseguem te deixar tão próximo e tão comovidos pelos medos de seus personagens.

A vida é um caos, senhores.

Em meio à tantos livros fracos, mal elaborados e que só trazem mais do mesmo, Toda Luz Que Não Podemos Ver é literalmente uma luz de esperança na literatura. É poético, cativante, melancólico e impactante. Sem sombra de dúvidas um livro que deve ser lido pois não é todo dia que achamos uma obra-prima como esta.

Já anseio para o próximo livro do autor.

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