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Resenha: Thor o Deus do Trovão – Bomba Divina, Jason Aaron, Esadribic & Butch Guice

“Em algum lugar no fim do tempo, todos os deuses do Universo estão escravizados, trabalhando para construir uma colossal máquina que transformará para sempre toda a criação. Enquanto o tenebroso plano de Gorr se desfralda, toda a esperança dos cativos se perde quando Thor é acorrentado junto deles. E à medida que a sombria origem do Carniceiro dos Deuses é revelada, assim como a verdade por trás de sua obsessão em massacra toda e qualquer deidade que cruze seu caminho, as versões passada, presente e futura de Thor se unem para liderar o exército de divindades escravas numa batalha contra Gorr – um confronto que deve ser vencido antes que a Bomba Divina leve tudo pelos ares!”

Em “Bomba Divina” vemos nada menos do que três Thors, em três continuidades diferentes, enfrentando um novo vilão, cujo objetivo é dizimar todas as divindades existentes incluindo muitos conhecidos de Thor, um deles é Volstagg, grande amigo do Deus do Trovão e que agora sofre aprisionado por Gorr.

O roteiro de Jason Aaron é a continuação direta de “O Carniceiro dos Deuses”, também escrito por este. A história nos mostra de cara que sua fase será uma das melhores do Deus do Trovão, muito bem estruturada e com um grande clímax, sem se perder em meio aos vários acontecimentos. A arte de Esadribic é sensacional, não há outra palavra que possa descrever o seu trabalho, os traços de Guice por sua vez são mais robustos, usados para retratar o passado de Gorr, um passado violento e infeliz.

Tudo começa três mil anos atrás, com Gorr ainda criança em seu planeta, um lugar que não tem noite, nem água e nem comida, apenas deserto e morte. O jovem vive questionando sua mãe sobre os deuses, o porquê de eles rezarem e nunca serem atendidos, o porquê de nunca poderem vê-los, ao que ua mãe responde dizendo que ele não deve desistir de sua fé, que deve honrar os deuses, pois assim eles o abençoarão. Em seguida ambos são atacados por tigres da areia, o jovem Gorr se salva, mas sua mãe tentando proteger seu filho perece diante das bestas.

Anos depois, Gorr, que é agora um adulto, se encontra em uma caverna na encosta de uma montanha, ao lado de sua esposa grávida, ele reclama pela falta de comida, falta de vida e a presença infinita do sol escaldante e sua esposa o acalma, falando que os deuses hão de prover. Cético, Gorr observa mais uma tragédia ocorrer em sua vida, um deslizamento joga sua esposa grávida montanha abaixo, não há nada que o jovem Gorr possa fazer.

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Alguns meses depois, Gorr vê seu último filho morrer em seus braços, desnutrido e desidratado, ele o enterra e estarrecido, volta todo seu ódio e fúria contra os deuses. Seus gritos ecoam, e todos os seus semelhantes ouvem as blasfêmias, horrorizados. Gorr incita a indignação do povo, que o apedreja por tais palavras e largam-no sozinho sob o sol escaldante, em meio ao deserto sem fim.

Arrastando-se e a beira da morte, Gorr presencia algo caindo do céu e provocando uma grande explosão no solo e com esforço ele se aproxima do local, encontrando na cratera dois deuses brigando entre si e mortalmente feridos, um deles pede ajuda para o jovem Gorr, que tomado pelo ódio, nega. Sem hesitar ele mata os deuses e rouba a espada negra de um deles, uma arma maleável e feita de sombras. Desse modo ele consegue poder o suficiente para sair de seu mundo e executar sua vingança tão desejada, matar todos os deuses do universo. Assim nasce o Carniceiro dos Deuses.

“Bomba Divina” é de longe uma das melhores HQs que eu tive o prazer de ler, sua história é envolvente, interessante e muito bem executada, sem contar com a arte espetacular. Gorr é um vilão digno e extremamente perigoso, se você acham que um Thor é o suficiente para derrotar Gorr, o carniceiro dos Deuses, melhor pensar duas vezes.

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