Resenhas

Resenha: Simplesmente Acontece, Cecelia Ahern

O que acontece quando duas pessoas que foram feitas uma para outra simplesmente não conseguem ficar juntas? Todo mundo acha que Rosie e Alex nasceram para ser um casal. Todo mundo menos eles mesmos. Grandes amigos desde criança, eles se separaram na adolescência, quando Alex se mudou com sua família para os Estados Unidos. Os dois não conseguiram mais se encontrar, mas, através dos anos, a amizade foi mantida através de emails, mensagens de texto, cartas, cartões-postais… Mesmo sofrendo com a distância, os dois aprenderam a viver um sem o outro. Só que o destino gosta de se divertir, e já mostrou que a história deles não termina assim, de maneira tão simples.

Descobri “Simplesmente acontece” pelo trailer do filme. Assim como aconteceu com “Se eu ficar”, achei o trailer tão interessante que decidi correr pra ler o livro antes de sair o filme e, assim, ter a experiência completa! Da mesma autora de “Ps. Eu te amo”  e com o filme em pré-estreia com Lily Collins, eu criei muitas expectativas para a leitura e o livro foi completamente diferente do que eu imaginava.

Conhecemos a história de Alex e Rosie por cartas. E não são algumas cartas durante a narração, são apenas cartas e e-mails, durante toda a leitura. No começo eu achei super diferente, mas confesso que no final eu estava um pouco cansada. Gostaria de ver alguns dos momentos por um observador imparcial, e não pelos relatos de uma carta, mas esse tipo de narrativa tem suas vantagens. Por exemplo, logo no começo do livro, Katie e Alex são crianças, e suas cartas trocadas são cheias de errinhos de português típicos cometidos por crianças, e é uma fofura ler isso. Acompanhar os tópicos das cartas mudarem de “você vem para a minha festinha de 8 anos?” para “a primeira vez” quando ambos são adolescentes, e perceber nas entrelinhas o amadurecimento dos dois personagens foi uma experiência sensacional.

A amizade dos dois começa da forma mais inocente possível e atravessa todos os momentos mais difíceis desde a infância, o ensino médio e toda a fase adulta. Mesmo em meio a todas as diferenças, eles estão sempre se apoiando, mesmo que do outro lado do país. Para os leitores, é bem visível o amor que um sente pelo outro, mas nunca conseguem expressar seus sentimentos na mesma época, um sempre está num momento ruim e o outro decide esperar. É muito angustiante você ver duas pessoas feitas uma pra outra ignorando esse sentimento ou deixando ele de lado por besteiras. Seja porque o trabalho era o foco do momento, o aparecimento de outras pessoas, a distância… tudo sempre aparecia na hora errada para um dos dois, e essa é a questão que fica: existe hora certa?

”Como a vida é engraçada, né? Bem na hora em que você pensa que está tudo resolvido, bem na hora em que você finalmente começar a planejar alguma coisa de verdade, se empolga e sente como se soubesse a direção em que está seguindo, o caminho muda, a sinalização muda, o vento sopra na direção contrária, o norte de repente vira sul, o leste vira oeste, e você fica perdido.”

Durante a leitura, a sensação que fiquei foi que você tem que aproveitar completamente todas as chances que a vida te dá, porque todas elas passam. Você vai sim ter outras oportunidades na sua vida, mas aquela que você deixou passar nunca vai voltar. E é isso que sinto com Katie e Alex: que eles deixaram passar todas as suas chances, uma por uma. E nós vamos acompanhando cada uma dessas oportunidades perdidas, doendo nosso coração por dentro e com raiva desses personagens que não sentam numa mesinha e se resolvem!

Acredito que a mensagem que a autora quis passar é exatamente essa: a hora certa pras coisas acontecerem é a hora que você as realiza. Nada cai do céu, não existe um momento perfeito como nos filmes de romance. O mocinho não vai chegar 5 minutos antes  da sua formatura e declarar seu amor por você. Você não vai impedir o casamento do amor da sua vida na hora que o padre falar “alguém tem alguma coisa contra esse casamento?”. Mesmo com todas as adversidades, você tem que criar a sua própria hora perfeita e realizar os seus sonhos à medida que eles vão se formando na sua mente.

Minha única crítica ao trabalho da Novo Conceito com esse livro, foi que o título original “Onde Terminam os Arco-Íris” foi mudado para “Simplesmente acontece” para acompanhar o título da adaptação cinematográfica,  e eu achava o título original muito mais bonito e consistente com a história.

A leitura está mais que recomendada ( ) e pra quem quer conferir o trailer, é só dar o play! O filme entra em cartaz dia 5 de março!

 

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