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Resenha – O Espetacular Homem-Aranha: Homem-Aranha Nunca Mais! Stan Lee & John Romita

“Retorne aos agitados anos 1960 com uma clássica aventura aracnídea, cortesia do seu Amigão da Vizinhança, o Homem-Aranha! Enfrentar tipos como O Abutre, Shocker e o Lagarto faz parte do dia a dia do Aranha, mas quando a campanha de difamação do editor do Clarim Diário, J. Jonah Jameson, atinge o ponto de ebulição, Peter sofre uma crise de consciência. Poderá o jovem encontrar uma maneira de conciliar sua heroica vida dupla, ou ele terá que deixar de ser o Homem-Aranha?”

Três anos depois de o Aranha fazer sua discreta estreia na última edição da revista Amazing Fantasy, Steve Ditko, o responsável por desenhar o amigão da vizinhança estava prestes a deixar o título. E suspeitando que o colega partiria em breve, Lee já pensava em um substituto, ele tinha em mente John Romita.

No início Romita procurou emular o estilo de Ditko, achando que o mesmo retornaria ao título, mas isso não ocorrera. Dessa forma Romita passou a mudar os padrões estabelecidos por Steve, e buscou adequar o Aranha à sua visão. Tornando Peter Parker mais encorpado e mais musculoso, deixando-o mais apessoado. A experiência de Romita desenhando quadrinhos românticos sinalizava que ele se afastaria do tipo desajeitado e estranho criado por Ditko, o que fez com que o personagem amadurecesse ainda mais.

O Aranha está cansado, pois vive uma vida dupla. É um super-herói, estudante, fotografo, e ainda por cima cuida da tia May e sai com seus amigos, mas cada vez mais, ser um super-herói consome o tempo das demais atividades. Nem mesmo quando deixa sua tia May em uma estação de trem, Peter Parker tem folga. O Dr. Kurt Connors também está na estação, e espera por sua esposa e filho, mas, para sua infelicidade, seu corpo começa a se transformar no Lagarto novamente, e como o Lagarto, Kurt perde o controle de seu corpo, tornando-se um monstro poderoso e perverso.

romitashockerPeter reconhece Connors tentando se esconder da multidão, e rapidamente se despede da tia May. O Aranha sabe que algo de estranho está acontecendo, já enfrentara o Lagarto antes, e realmente não gostaria de fazê-lo novamente. Enquanto sofre sua grotesca transformação, Connors foge pelos tuneis da estação, pois caso se transforme no Lagarto, ninguém estará a salvo, nem mesmo sua esposa e filho. O Homem-Aranha o persegue pelos tuneis, e encontra muitas evidências que apontam para o retorno do Lagarto, sendo assim, sua missão agora é a de reverter a besta para a forma do Dr. Kurt Connors. Após um tempo explorando os tuneis, Peter percebe que o monstro já não se encontra ao seu alcance. Dessa forma, o Aranha fica sem alternativa a não ser aguardar pelo próximo movimento do Lagarto.

Peter luta para defender a cidade de seus vilões, o Lagarto é apenas um em uma infindável lista maquiavélica. E apesar disso, J. Jonah Jameson, o editor do Clarim Diário, difama o Homem-Aranha diariamente, acusando-o de ser um criminoso, responsável por todo o mal que recai sobre Nova Iorque. Toda essa pressão e a frustração de não poder levar uma vida normal, levam-no a desistir do Homem-Aranha, mas por quanto tempo a cidade aguentará as ondas de crime que se sucederão?

“Homem-Aranha Nunca Mais” é um clássico do cabeça de teia, mas vindo dessa época, o que não seria um clássico do Amigão da Vizinhança? Graças ao estilo de Romita, Stan Lee teve mais liberdade para destacar os problemas pessoais de Peter Parker, enquanto ele tenta conciliar sua vida normal, com a de super-herói. Isso tudo cria uma história convincente, que nos mostra um Aranha frustrado por dar seu sangue pelo povo, e mesmo assim ser difamado diariamente na televisão, abrir mão de tudo que gosta e ainda assim sofrer com as consequências de suas escolhas. Uma HQ recomendadíssima, mas qual o clássico do Homem-Aranha que não se recomendaria?

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