Resenhas

Resenha: November, 9, Colleen Hoover

Fallon conhece Ben, um aspirante escritor, um dia antes de sua já agendada mudança para outra cidade. A prematura atração entre eles leva Fallon a passar o seu último dia em LA com ele, e sua vida cheia de acontecimentos torna-se a inspiração criativa que Ben sempre esteve procurado para o seu romance. Ao longo do tempo e em meio a várias outras relações e tribulações de suas próprias vidas separadas, eles continuam a se encontrar na mesma data todos os anos. Até que um dia Fallon começa a ficar em dúvida se Ben tem lhe dito a verdade ou se está fabricando uma realidade perfeita apenas para dar a história uma reviravolta no final. Pode o relacionamento de Ben com Fallon- e, simultaneamente, o seu livro – ser considerado uma história de amor, mesmo se terminar com corações partidos?

Comecei a leitura de November Nine morrendo de medo. Sabe quando sua banda preferida lança um novo álbum e enquanto você baixa vem aquela mistura de empolgação e nervosismo? Empolgação porque você pode estar prestes a ouvir sua nova música favorita e nervosismo porque suas expectativas são tão altas que você pode se decepcionar com algo que você adora? Foi exatamente assim, com esse nervosismo e empolgação, que peguei o novo livro da Colleen Hoover em minhas mãos.

Pra quem acompanha minhas resenhas aqui site não é novidade que eu sou apaixonada por essa mulher. Se um dia eu encontrar a Colleen andando pela rua, no mínimo vou pedir a mão dela em casamento. E hoje, depois de terminar mais um livro da autora, posso dizer  que ela não me decepcionou. E embora eu esteja aqui morrendo de ciúmes em compartilhar um dos meus livros favoritos com vocês, acredito que o mundo precisa ler um pouquinho mais sobre amor…

Começamos o livro conhecendo Fallon, uma jovem atriz de 18 anos que vive diariamente as dores de uma tragédia. Há dois anos atrás, dia 9 de Novembro, Fallon foi vítima de um acidente, onde a casa do seu pai pegou fogo. Enquanto esperava para ser socorrida e tentava escapar pela janela, Fallon teve 30% do seu corpo queimado. Ao ganhar as cicatrizes, Fallon perdeu. Perdeu a confiança em seu pai, que esqueceu que ela estava em casa no momento. Perdeu seu emprego, pois ninguém queria uma protagonista com uma parte do rosto queimada. Perdeu a confiança em si mesma, e desde esta data, vive se escondendo em suas roupas, cabelos e entre si mesma.

Hoje, dois anos depois, em 9 de novembro, somos apresentamos a uma protagonista reclusa e ácida. Decidida a se afastar do pai e tentar uma nova careira, Fallon se prepara para se mudar, e hoje é sua despedida. E é se despedindo em um restaurante, enquanto ouve seu pai reclamar sobre sua atitude diante da vida e sua reclusão, que Fallon (e nós, leitores) nos apaixonamos conhecemos Ben, um adolescente de 18 anos que sonha em escrever seu próprio livro. Sentado na mesa do lado e ouvindo toda a discussão absurda de um pai insensível com sua filha, Ben chega na mesa, com a maior naturalidade e se apresenta como namorado da menina, defendendo Fallon de todos os ataques gratuitos do seu pai, até o velho  ir embora.

– Então – diz ela – devemos romper agora?

Eu rio. – Não tem nem uma hora que estamos namorando e você já quer terminar?

– Isso está ficando muito estranho, para ser honesta. Este é o momento em que você quebra a ilusão de bom namorado e me diz que engravidou minha prima enquanto nós tínhamos dado um tempo?

Não posso me segurar e rio de novo. “Eu não a engravidei. Ela já estava grávida de sete meses quando dormi com ela”.

E é de maneira bem leve e divertida que vamos nos apegando a esse casal quando eles saem juntos para aproveitar as últimas horas que Fallon ainda tem na cidade. Embora tenham vivenciado a atração mais forte de suas vidas, ambos decidem que não é a hora de estarem juntos, e os motivos são inúmeros. Ela vai se mudar em poucas horas e ele ainda tem muitas questões enigmáticas pra resolver. E, roubo aqui as palavras de Ben, é muita sacanagem conhecer o amor da sua vida aos 18 anos, certo?

“Se ela não tomar cuidado, eu posso me apaixonar por ela. Essa noite.”

E é ai que o livro começou a ganhar forma. Os dois decidem se encontrar todo ano, dia 9 e novembro, não importa o que tenha acontecido em suas vidas durante esse tempo. Eles vão beber, sair, namorar outras pessoas, aproveitar tudo que a vida oferece, e mais importante ainda: não vão se falar, e manterão total distância, até o próximo 9 de novembro. Enquanto isso, Ben prometeu escrever um livro sobre dois jovens que se encontram uma vez por ano, durante cinco anos.

Sei que isso desanimou muitas pessoas que queriam ver o romance acontecer imediatamente. Mas eu – assim como Fallon – não acredito em amor instantâneo. O mais legal nesse livro é isso: acompanhar a história aos pouquinhos. Ver como dois desconhecidos passam a ser amigos e partes fundamentais na vida um do outro de maneira tão aleatória. Ver o crescimento dos personagens destacado em cada uma de suas atitudes. Perceber que a vida continua, pra todo mundo. Assim, passamos pelo primeiro 9 de novembro, pelo segundo, pelo terceiro… e cada ano que passa, meu coração ficava um pouco mais apertado pelas coisas que iam acontecendo na vida dos dois.

“Não quero ser o seu primeiro, Fallon. Eu quero ser o seu último.”

Em minha opinião, embora o livro seja dividido em seis  “novembros”, ele se divide de verdade em duas partes: inicialmente, ele é leve e muito engraçado. Eu ria alto lendo e ia me apaixonando cada vez mais. A segunda, partiu meu coração, e me faz ficar ainda mais apaixonada. Quem conhece os antigos livros da autora sabe que essa mulher adora um drama, e olha… dessa vez ela está de parabéns.

“Foram precisos quatro anos para me apaixonar por ele. Foi preciso apenas quatro páginas para parar.”

Sei que me alonguei nessa resenha, mas sinto que ainda não existem palavras na língua portuguesa que consigam expressar com precisão meus sentimentos por essa leitura. Tem romance, tem drama, tem crossover (fãs de “O lado feio do amor” vão gostar!), tem mocinho que não é macho alfa, tem muitas risadas, e mais que tudo isso, tem muito amor.

“Ela “me amava” nas cotações

Ela me beijou em negrito

EU TENTEI MANTER SUAS LETRAS em maiúsculas

Ela saiu com reticências…”

PS.Gostaria de deixar registrado aqui meu único ódio em relação a Colleen Hover: depois de Holder, Daniel, Will e agora Ben… ela arruinou pra sempre todos os outros homens do mundo.

 

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