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Resenha: A menina que colecionava borboletas, Bruna Vieira

Bruna Vieira está cada vez mais longe dos quinze, e sabe que crescer nunca é tão simples. Considerada uma das blogueiras mais influentes do mundo, mais uma vez ela dá vazão ao seu talento como escritora com este seu novo livro de crônicas e pensamentos, em que mostra o quanto amadurecer e conquistar a independência é maravilhoso, mas tem seus desafios e poréns. A garota do interior que usa batom vermelho e que realizou seus maiores sonhos continua inspirando adolescentes de todo o país. Para ela, as páginas deste livro significam o bater de asas das borboletas que colecionou dentro do peito por algum tempo e que agora, finalmente, pode deixar que voem livres por aí.

Confesso que nunca dei muito crédito para livros que blogueiras escreviam. Mas sempre fui um leitor assíduo do Depois dos Quinze, blog da Bruna Vieira, apesar de nunca ter ligado muito para seus livros. Achava que eram histórias que não iriam me agradar. Mas, após um amigo me falar várias frases de A menina que colecionava borboletas, resolvi dar uma chance.

E aconteceu que não era uma história. Eram várias crônicas, dos mais variados assuntos e que, para pagar minha língua daquela maneira bem típica, eu me identificava bastante. Além disso, me inspiravam bastante.

O livro da Bruna possui uma narrativa leve, daquela que podemos encontrar em uma conversa descontraída entre amigos. Arrisco dizer inclusive, que me sinto amigo dela depois da leitura. Ela trata de assuntos como popularidade na época do colégio, a não aceitação de nós mesmos, o primeiro amor, o primeiro fora, traição, confiança, as dificuldades de crescer… E quem não se identifica com isso, não é mesmo?

A autora ainda conta do seu período de adaptação conforme seu blog crescia na internet, e essa parte em particular me afetou bastante, afinal estava passando pela mesma coisa. Nossa vida não é nada além de uma transição atrás de outra.

O livro não é grande, mas demorei para lê-lo. Aquela demora proposital em que resolvemos enrolar, ler e reler cada página para que aquilo demore mais para acabar. É tipo comer um chocolate em pequenas mordidas e esperar que ele derreta em nossa boca. Foi assim que li A menina que colecionava borboletas, entre inúmeras pausas que eu dava para anotar algum quote, tirar uma foto bonitinha para o Instagram, ou até mesmo, escrever.

Bruna me inspirou a escrever meus melhores textos neste livro. Eu lia determinada frase e era como um estouro, em que palavras choviam na minha cabeça e lá estava eu, escrevendo milhares de novos contos inspirados no que tinha acabado de ler. É um livro especial, sim. Bruna Vieira sabe das coisas.

Muitos dizem que é o típico livro de menininha, mas já desconstruí esse padrão em outras postagens aqui. Não é. Livros não tem gênero. O livro da Bruna Vieira é para todos aqueles que sentem em demasia, para todos aqueles que são corajosos o suficiente para dar asas aos sentimentos mais profundos, sem medo da decepção. Mais que recomendado para todas as idades, todas as épocas e acima de tudo, todo tipo de sentimento capaz de existir.

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