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Review: Grey's Anatomy 11×22 – She's Leaving Home

CONTÉM SPOILERS

Semana passada, Grey’s Anatomy chocou o mundo e mostrou que ainda tem força para se tornar um dos assuntos mais comentados da internet, mesmo que de maneira negativa. She’s Leaving Home veio, portanto, como uma chance de apaziguar os ânimos do público. De repente, surgiram as notícias das filmagens no cemitério e da maior duração do episódio. Parecia que, dadas as circunstâncias, Derek Shepherd ainda poderia ter uma despedida à sua altura. A raiva ainda não havia passado, mas a trama tentaria começar a se recuperar do estrago causado anteriormente. Desse modo, poderíamos esperar um pouco de grandeza, certo? Errado!

O 11×22 conseguiu decepcionar ainda mais que o 11×21. Honestamente, ainda procuro entender o motivo de o episódio ter sido estendido. Acho que a produção só queria que o desagrado do público viesse em dobro. Pouca coisa pôde ser aproveitada desse episódio que, por falta de definição melhor, foi ridículo. Até a surpresa que ele reservava pareceu artificial em meio à falta de tato observada quando o assunto foi a morte de Derek. O velório de um dos médicos mais importantes da série durou o quê? Uns 3 segundos? Na primeira metade do especial parecia simplesmente que ele não havia morrido. Os saltos temporais foram basicamente uma estupidez. Em nenhum momento conseguimos sentir o verdadeiro impacto da perda do colega entre os médicos. Sei que a droga do carrossel nunca para de girar, mas nesse caso ele girou rápido demais.

Com a fuga de Meredith, houve uma quebra naquilo que todos nós estávamos esperando. A vida no Grey Sloan Memorial Hospital continuou normalmente. Bailey passou meses tendo a mesma discussão com o marido, Callie se aproximou mais do cara com quem teve um encontro, Webber teve seu pedido de casamento recusado para depois ser pego de surpresa e April foi para uma zona de combate aprender novas técnicas cirúrgicas, ainda buscando se recuperar da perda do filho. Enfim, se ignorarmos o fato de que Derek estava morto, o episódio foi típico de Grey’s Anatomy. Mas o que queríamos não era esse tipo de normalidade, e sim, aquilo que ao longo dos anos a série sempre nos proporcionou com maestria: drama, sofrimento, emoção… Tudo que nos fez gostar de GA e acompanhá-la até aqui ficou em falta.

Até o paralelo entre as vidas da mãe e da filha pareceu errado. Sim, Grey pode ter começado a entender todo o sofrimento que sua mãe passou com a perda de Richard. Mas foram situações totalmente distintas. Ellis se arriscou por amor e não deu certo. Ela foi fraca ao lidar com a decepção amorosa. Meredith, por outro lado, se arriscou e foi bem-sucedida. Constituiu uma família e fez de tudo para mantê-la unida. Seu marido não a abandonou, ele foi arrancado de sua vida no momento mais feliz de sua existência. E mesmo assim ela tenta enfrentar a situação da melhor maneira possível.

A descoberta da gravidez de Mer, uma notícia maravilhosa em outras circunstâncias, só veio causar mais revolta. Foi como se os escritores esfregassem na nossa cara que a protagonista ainda não havia sofrido o suficiente. A pequena Ellis não terá a chance de conhecer o pai. Esse fato poderia ter funcionado muito bem como uma homenagem a Derek, do tipo “a vida superando a morte”. Porém, a forma como aconteceu, mais pareceu uma provocação do que algo especial.

Somente na segunda parte do episódio os roteiristas pareceram lembrar que alguém havia morrido e isso deveria impactar de alguma forma nos outros personagens. Pena que isso tenha acontecido tarde demais. Destaque apenas para a lembrança de Callie ao ver o trabalho do amigo em ação.

Amelia, por sua vez, foi a responsável pelo momento mais dramático da noite. Sua reação inicial à morte do irmão foi bem inapropriada e seguiu assim por meses a fio. Só que, mesmo tardiamente, todo o peso da realidade a atingiu. Perder todos que ama não é algo de que alguém consiga se recuperar sem danos. Ainda mais uma ex-viciada que a qualquer momento pode ter uma recaída e destruir sua vida.

Enfim, o que tinha tudo para ser um baita tributo não foi devidamente aproveitado. A impressão que fica é que essa morte foi apenas uma jogada de marketing, e sem planejamento. Pode até ter aumentado a audiência nessas duas semanas, mas pode também ter dado lugar à série na triste lista dos cancelamentos ou dos encerramentos repentinos.

Melhor seria substituir Shonda Rhimes por George R. R. Martin. O massacre continuaria, mas pelo menos teríamos dragões.

P.S. 1: A melhor cena do episódio foi a de Meredith colocando o gorro cirúrgico do marido. Eram coisas assim que deveriam ter acontecido durante She’s Leaving Home.

P.S. 2: A presença de Cristina no velório também foi um acerto. Não conseguiria imaginá-la sem pegar o primeiro avião para Seattle ao descobrir tudo.

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Review: Bates Motel 3×08 – The Pit

Fico impressionado com o crescimento dos fãs de Bates Motel. Existe uma necessidade de compartilhar essa história, ela é inquietante, mostra que a mente pode afetar não só um sistema, mas toda rede. O realismo, a transformação constante dos personagens, o eclodir de problemas que aparentemente não podem ser resolvidos, faz de Bates a série que briga em qualquer quesito com uma “Hannibal”. Cinco temporadas foram previstas, mas teimo profundamente com isso. Depois do episódio 8 desta temporada a história de Norman Bates merece infinitas seasons.

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Em “The Pit” podemos ver dois setores amplamente explorados. Um é a psicose, fator esse que estava aparecendo como segundo plano nesta temporada, forte mas um pouco excluída do centro, ficava ali na periferia do enredo esperando uma brecha, e no 3×08 ela encontrou portas e mais portas para adentrar na história. O outro ponto é o recém anti-herói Dylan. O irmão mais velho de Norman aparece principalmente neste capítulo como o oposto total de seu personagem na primeira temporada. Recentemente estava assistindo os primeiros episódios da 1ª temp. e pude notar todo o contraste do garoto. Dylan chamava Norma de “A Puta”,  hoje ele beija sua testa ao se despedir. O relacionamento mãe/filho está fortalecido, completamente consolidado, assim como o pai/filho. Caleb marca presença essencial nas situações que estão por vir no episódio, temos dois senhores “salvadores-da-pátria” emergindo em Bates Motel. Como sempre, tenho medo. Tudo é tão incerto que de uma hora para outra podemos perder Dylan, logo agora que o “Dylemma” está se formando.

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Falando em “Dylemma”… A garota perdeu espaço na segunda temporada, espaço precioso, mas aos poucos vai retornando. Faltando dois episódios para o fim da temporada um novo cenário nos é mostrado, bem no início do episódio Emma acaba o namoro nunca vi um namoro ali com Norman, bem ali, ao lado da piscina, ou pelo menos o buraco que cavaram para colocá-la (voltaremos a esse ponto lá embaixo, aguardem). Quase caí da cadeira, a garota fica ali, com toda inocência do mundo, batendo um papo com seu atual e depois de dois segundos, ex-namorado, mesmo sabendo que o garoto de uma hora para outra pode dar pane e matar quem estiver na frente, principalmente se só bastar um empurrão e a pessoa mergulhar em metros e metros de vazio até chocar-se com o chão. Mas não se preocupe, ele não faz isso (por hora). Emma está se arriscando muito, em sua mente aquilo é lindo. Está saindo do problemático da série para o novo mocinho, ela leva flores para Massett, bolinhos, deixa bilhete, pare de se iludir, garota.  Se fosse certeza de que eles ficariam juntos, todos os Baters ofereceriam o maior apoio possível mas sabemos que uma hora ou outra Norman, o infeliz Norman, acabará com todo romance. Mas isso até que é bom, um conflito maior se aproxima de Bates e este acréscimo só deixa tudo mais interessante.

Ainda falando de Dylan, toquemos agora no assunto “Papai, eu te amo”. Eita coisa linda está sendo isso, sabemos que no episódio passado fora fechado um carregamento que resultaria em uma boa quantia em dinheiro para o jovem, neste as coisas acontecem e lá se vai, Dylan e Caleb viajando com armas e mais armas na traseira do veículo. Até aí tudo bem,  estamos acostumados com essa aproximação, só que acontece o imprevisto (já não é novidade em Bates…) e a dupla se vê no meio de um tiroteio. Fitamos uma cena eletrizante que só fortaleceu o episódio. Enfim, cheguemos a “The Pit”. Quando vi o nome do episódio imaginei tudo. Norman enterrando alguém, alguém levantando de uma cova, alguém caindo em uma cova, uma cova sendo uma cova, tudo veio em mente, menos a opção de que a piscina que Norma exigiu episódios atrás realmente viria a acontecer. Isso, é claro, foi uma boa cartada de Bob, o mandachuva do Arcanum Club. O maldito pen drive ainda vigora (entrega logo, Norma!) e Bob não tem receio em mandar simples mensagens para a mulher, uma dessas é a profundeza do buraco que foi criado para a futura piscina. Só um meio de falar: “Cuidado para não cair, Norma…”.

Neste, finalmente, Norman desabou. O episódio serviu de vitrine do que vem por aí, depois da declaração de James no S03E07, o garoto transformou-se em uma bomba-relógio, juntando os pontos, tentando assimilar seu apreço excessivo pela mãe e concluiu que deveria expor tudo aquilo, o resultado foi cômico e perturbador. Norman declara o que pensava sentir e Norma Bates reage como sempre reagiu. Consola o filho e tenta disfarçar o que está acontecendo.

As coisas estão bem em Bates Motel, assim pensa a mulher, seu filhote e os tantos outros personagens (tirando a parte em que Norma e Romero se desentendem, mas isso será resolvido facilmente no próximo episódio, você vai ver…). Mas temos consciência de que nada está a salvo em Bates, nada se mantém inerte no universo da família, e como é costumeiro na série, nos últimos minutos algo revelador, traumatizante, desafiador, acontece. Tenho pena daquele que perde os minutos finais de um episódio de Bates Motel. Após tanta ansiedade, medo, tensão, no segundo que restava, naqueles milésimos em que ninguém aposta nada, a história mostra que é mais incerta do que já imaginamos. A psicose retornou, mas nem toda imaginação é realidade, e nem tudo que pensamos ser fruto de nossas mentes na verdade são meras visões. Cuidado, muito cuidado com as reviravoltas, é a mensagem de The Pit.

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Review: The Vampire Diaries 6×19 – Because

Lutando com a dúvida de contar ou não sobre a cura para Elena, Damon questiona a garota sobre o futuro deles juntos e como seria a vida se eles não fossem vampiros. Enquanto isso, todos se envolvem quando o plano para parar Caroline, sem humanidade, não dá certo. Em outros lugares, quando Bonnie descobre que Damon traiu sua confiança, ela leva o assunto por conta própria, dando início a uma série de eventos que deixa Damon lidando com as consequências. Por fim, após ser forçado a enfrentar seu passado traumático, Enzo vai atrás de respostas e fica surpreso ao descobrir a verdade sobre o dia em que foi transformado em um vampiro.

CONTÉM SPOILERS

Outro episódio que manteve a qualidade da temporada até agora, e também mais uma amostra do encerramento das atividades da Elena (é sério, já estou em lágrimas).

O foco do episódio estava na Care que finalmente está com sua humanidade de volta, mas não antes de colocar as garras e o veneno pra fora e mexer com a cabeça de todo mundo e, devo dizer, os relacionamentos também? (Delena? Acho que sim). E além disso, conseguiu destruir a única lembrança da sua mãe (oh, well… o que fazer?). Por um segundo juro que não achei que o Stefan fosse conseguir trazer ela de volta depois da primeira tentativa, e que tentativa, porque eu tinha certeza de que ela tinha escapado, mas não, era uma visão. Porém, voilá, deu certo! E foi de quebrar o coração, é claro, como todas as vezes em que alguém volta a ter sentimentos nessa série.

Outra que mostrou as garras, foi a ‘não mais tão adorável’ mamãe Salvatore, que ameaçou ninguém menos que o próprio filho com a cura (mas sejamos justos, ela disse que não sentia nenhuma relação com eles, mas mesmo assim: ai!), colocando o nosso Damon numa posição difícil de trazer os amiguinhos da mamãe de volta e deixar a sua nova bff Bonnie p… da vida ou deixá-los presos e ficar sem a cura para a Elena (alguém mais votou na segunda?).
Resultado: Ele também escolheu a segunda, e mamãe Lily entregou a cura pra Elena e disse que ele nunca ia entregar ou contar pra ela (maldita… alguém mais quer mandar ela de volta pra prisão eterna?). Acho que desobedecer a mãe dá nisso.

MAS A MAIOR BOMBA DA NOITE: 

Você vai tomar a cura, Elena. E eu vou tomar com você.

Estou sem palavras, e sem acreditar também, porque apesar de lindo e romântico, só um deles está saindo da série, então: sem Damon humano (ai meu coração Delena), acho.

OBS1: Quão adorável foi a Lily fazendo o pedido no restaurante? “Peles de verdade?” (Apenas faleci, hahaha).
OBS2: Falando em Lily, acho que ela voltou a ser ripper… boa sorte pro Enzo!

Deixo vocês com a preview do episódio de quinta-feira, dia 30, faltando 3 episódios pro fim da temporada (CHOREMOS!).

 

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Review: Once Upon a Time 4×20 – Lily

O destino volta a falar mais alto em Once Upon a Time. Lily mostrou que, não importa o mundo onde os personagens da Floresta Encantada estejam, eles sempre estarão interligados de maneira misteriosa.

Sabendo que sua filha sobreviveu ao mal infligido por Branca de Neve e Príncipe Encantado, Malévola abandona o plano de Gold para procurar sua herdeira. Sua única alternativa nesse caso é recorrer a Emma. Além de ter experiência rastreando pessoas, a Salvadora se sente culpada pelo que aconteceu à criança. Tudo que ela conquistou até hoje foi graças ao sacrifício de seus pais e já está mais do que óbvio que ela não concorda com o que foi feito para seu bem.

A coincidência, ou melhor, o que aparenta ser coincidência, é que a vítima que tornou possível o título de Salvadora é uma velha conhecida de Emma. Lily só trouxe decepção e problemas para sua vida. O potencial para o mal presente na moça chega a ser comparado a uma maldição. Não importa o quanto queira fazer algo de forma correta, tudo sempre acaba desmoronando. Não foi à toa que sua relação com Swan não tenha dado certo.

Agora, anos mais tarde, a Salvadora deve ir em busca de sua amiga do passado a fim de se redimir pelos erros que sua família cometeu. O destino mais uma vez intervém e ela segue direto ao encontro da antiga parceira. Se o pneu de seu carro não tivesse furado ao desviar daquele animal na pista, ela nunca teria entrado na cafeteria e continuaria achando que Lily estava morta. Mais um mistério envolvendo a conexão entre os dois mundos e que é bem comum entre os personagens.

Só que nem tudo é tão fácil assim em OUAT. A filha de Malévola sabia toda sua história anterior e passou grande parte de sua vida planejando se vingar dos pais de Emma em Storybrooke. Claro que Swan não poderia deixar que isso acontecesse. Ainda mais agora depois da morte de Cruella, que a deixou bastante instável e propensa para o lado sombrio.

Destaque, portanto, deve ser dado a Regina nesse contexto. Se não fosse por ela, a Salvadora teria puxado o gatilho. A Rainha Má sabe por experiência própria a dificuldade que é sair desse caminho que Emma pode estar seguindo. Ninguém melhor que ela para tentar impedir que o pior aconteça. Aliás, Regina já se tornou uma personagem indispensável e evoluiu de maneira sem igual ao longo da série. E é muito bom ver sua relação com Emma evoluindo ao ponto de uma tentar proteger a outra.

Enquanto isso, Gold se aproveita da ausência de sua rival para recuperar o coração de Bela e tirar a vantagem de Regina sobre ele. E outra vez demonstra o quanto gosta de seu antigo par ao deixá-la livre com seu novo relacionamento. O grande problema com o Senhor das Trevas, entretanto, é justamente saber quando ele está sendo sincero. Pode ser que depois de concretizar seu plano, ele volte para recuperar sua amada.

Uma vez que o coração de Bela foi recuperado, Regina deve agir o mais rápido possível para conseguir salvar Robin das garras de Zelena. Ela até chega a tempo, mas sua irmã já está um passo a frente com sua vingança. Um homem honrado como Robin nunca abandonaria um filho. Essa gravidez não poderia ter acontecido em momento pior. Mas nunca se sabe. A vilã pode estar mentindo sobre a gestação. Regina não tem mesmo nenhuma sorte quando o assunto é o seu final feliz. É impressionante o fato de que ela ainda não tenha surtado após todas essas dificuldades.

A história de Emma com Lily ainda pode ter grandes consequências. O passado das duas talvez tenha influenciado Swan a ver as coisas de maneira diferente, mas ela não deve esquecer toda a maldade que existe em sua antiga amiga. Confiar nela talvez seja um de seus maiores erros nessa temporada. Ainda mais agora que sua condição favorece a concretização do plano de Rumple, que sempre consegue o que quer.

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Review: Grey's Anatomy 11×21 – How to Save a Life

CONTÉM SPOILERS

“It’s a beautiful day to save lives.”

É com essa frase emblemática que inicio a review de um dos episódios mais marcantes de Grey’s Anatomy. Os acontecimentos de How to Save a Life foram simplesmente cruéis. Sarcásticos. Um tapa na cara de quem acompanha uma história que já dura 10 anos. Nunca esteve tão claro como agora que ninguém está imune à mente sádica de Shonda Rhymes. Absolutamente ninguém.

A morte de Derek não foi somente inesperada, foi também crua. A revolta da maioria dos fãs não está somente no fato de um dos personagens mais queridos da trama ter sido eliminado, mas na maneira como isso aconteceu. Foi uma coisa fútil e mal feita.

O salvamento das vítimas do acidente só mostra o que já sabíamos sobre o caráter, o talento e o tato de Derek em uma situação de emergência. Nada de novo. Não sei quanto a você, mas em nenhum momento consegui sentir algo realmente “heroico” e único na atitude dele. Nada daquilo fez jus à pessoa e ao profissional que ele é. Enquanto O’Malley perdeu a vida se atirando na frente de um ônibus para salvar uma garota, Derek resgata as vítimas e fornece atendimentos primários até a chegada do socorro. Atitude que qualquer médico com um pouco de juízo teria feito. Depois disso, por uma falta de atenção, Derek se acidenta. Simples assim. Em um piscar de olhos, toda a história que vimos crescer desde o início começa a chegar ao fim.

Mas o pior ainda não havia acontecido. O cara que escolheu dedicar seus dias salvando a vida de desconhecidos sucumbe nas mãos de profissionais despreparados e irresponsáveis. Foi angustiante ouvir os pensamentos de Derek e perceber que os outros médicos estavam indo por um caminho sem volta. Seria trágico se não fosse cômico saber que se um caso daqueles chegasse à mesa de cirurgia de Derek, o paciente teria uma chance real de sobrevivência. Shonda brinca com o espectador sem pena. E tira aos poucos qualquer resquício de esperança que ainda poderia existir.

A pausa que Meredith pede antes que o tubo seja retirado do marido representa o último momento onde milhões de fãs apreensivos puderam achar que um milagre era possível. Ou que talvez tudo não passasse de um sonho. Afinal, qual o propósito disso? O cara conhece uma garota no bar, se apaixona por ela e, em meio a idas e vindas, toma-a como esposa, constitui uma família e, bem próximo do fim, se dá conta do quão especial sua vida é. E tem tudo isso arrancado e destruído repentinamente por uma sucessão de atos inconsequentes. A impressão que fica é de que aquilo que acompanhamos ao longo de 11 temporadas foi anulado. Tornou-se dispensável. É como se Grey’s Anatomy tivesse perdido sua essência.

Quem irá agora se inspirar tanto com um tumor a ponto de desenhá-lo na parede de casa? Ou fazer valer as regras tão especiais do post-it? Quem sairá em um passeio de barca ao entardecer? Quem arrumará o cabelo de Zola de maneira engraçada na ausência da mãe? Quem trará esperança para aqueles que encontram na palavra “inoperável” uma sentença de morte? Derek Shepherd não deixa apenas a família maravilhosa que construiu. Ele deixa amigos especiais e leva com ele um talento único para um dos trabalhos mais bonitos que existe: o de salvar vidas.

Temo que esse trágico acontecimento não tenha apenas tirado a vida de Derek, mas também de Grey’s Anatomy. Para muitos fãs, a série acabou aqui. A saída do neurocirurgião foi uma jogada arriscada para uma série que está no ar por tanto tempo e que, por isso, perde público de maneira natural. Shonda pode ter acabado de cavar a cova de seu projeto mais bem-sucedido. É uma pena que estejamos à mercê de uma pessoa tão impulsiva e inconsequente.

Semana que vem, o Grey Sloan Memorial Hospital estará de luto.

O querido McDreamy se foi.

“A vida dos homens é feita de escolhas. Viver ou morrer. Essa é a escolha importante. E não está sempre nas nossas mãos.”

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Review: Os Experientes 1×02 – Os Atravessadores do Samba

A proposta da série global é clara: retratar a terceira idade. Isso, de tão genérico, dói, mas senti que tinha algo a mais nas chamadas, no roteiro que não foi tão divulgado, não sei se por medo ou propositalmente. “Os Experientes” veio com um ar clichê, ar de série que só apareceu para ocupar espaço na grade, mas se você leu a review da semana passada deve saber muito bem que isso não passa de primeiras impressões. Depois de Yolanda, espero tudo da produção, e mesmo aguardando, eles surpreendem. Apresento a todos, os então desconhecidos (até sexta-feira) “Atravessadores do Samba”.

Cada episódio da série apresenta uma roupagem diferente, semana passada tivemos um assalto a banco, nesta sexta tudo girava em torno de um grupo de samba. Provavelmente a inspiração deve ter vindo do famoso “Fundo de Quintal”, eles eram o “Fundo de Quintal” mas sem a fama contínua. Os Atravessadores estão em um declínio há anos, mas como bons sambistas gritam que “o show tem que continuar”, e assim vão levando, cantando de bar em bar, em festa familiar, em churrasco, cantam porque amam e por aí vai. Lembrei-me vagamente da trajetória do mestre Cartola que vivia entre sucessos e fracassos, subindo e descendo o morro de Mangueira, com um sapato lustroso ou com sapato algum. Falando nisso, uma música de Cartola aparece diversas vezes como plano de fundo musical, “As Rosas não falam” se encaixa perfeitamente ao enredo. Semana passada deu Gal com Vapor Barato, neste capítulo me vem o velho cantando “Bate outra vez, com esperanças o meu coração…”, sinceramente, Rede Globo, quer me matar de vez? E mais, já que estamos neste papo musical, uma das canções que mais marcaram neste foi “Nervos de Aço”, não na voz de Paulinho da Viola como costumeiramente escutamos, mas em um interpretação de um dos personagens, foi de arrepiar. Literalmente, “Você sabe o que é ter um amor, meu senhor?”.

Tudo estava rumando sem nenhuma intervenção do destino, nossos amigos Atravessadores atravessavam uma maré de azar mas mantinham a fé, até que o principal componente, este da foto de capa, morre. O quarteto transformou-se em trio e assim não daria para seguir. Todos nós sabemos que qualquer escândalo torna-se algo midiático, principalmente no Brasil, assim aconteceu com a partida do integrante dos Atravessadores, centenas de pessoas procuraram o grupo para confirmar shows e eles, no meio de todas aquelas propostas pensaram: Vamos em busca do quarto membro. Dezenas participaram da seleção, até Jair Rodrigues, que partira pouco tempos depois da gravação do episódio (grande Jair, saudades), no fim, a selecionada fora a atrasada Celeste, interpretada por Bibba Chuqui, que cá entre nós, teve péssima participação. A atriz forçava demais, toda cheia de braços e pernas, um erro na belíssima produção, que tivera no elenco principal o cantor Wilson das Neves, sambista consagrado.

A personagem Celeste divide o grupo, os senhores se encantam pela mulher e entre dois desses cria-se uma rixa, mas que será resolvida futuramente. “Os Experientes” alcança outra esfera, passa do drama impactante para o de calmaria, vaga sem pressa, caminha para o conformismo da vida que tanto foi explorado em escolas literárias e cinéfilas de nosso país, é maravilhoso ver um desenvolvimento limpo como aconteceu neste episódio, sem exigir demais, sem obrigar o telespectador, e como cantara o próprio Wilson Neves: “o samba é meu dom”. Tanto samba, tantas emoções em singelos quarenta minutos, aguardemos a próxima sexta, para chorar ou não, nunca se sabe o que acontece nesta série.

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Review: Once Upon a Time 4×19 – Sympathy for the De Vil

CONTÉM SPOILERS

A entrada de Cruella na série finalmente fez algum sentido. Até então, sua participação tinha sido simplesmente desnecessária, apenas como uma peça no plano de Gold. Mas a vilã de 101 Dálmatas teve sua história revelada em “Sympathy for the De Vil” e um desfecho que promete trazer grandes consequências nos próximos episódios.

No início, temos a ideia de como era a vida de Cruella após a morte do pai: uma prisão. A moça, até então inocente, passou anos trancafiada em casa até a visita de um já conhecido Autor que se compadeceu de sua situação e ajudou em sua fuga. Com isso, ele não a leva apenas para conhecer o mundo em que ela vive, mas também a apresenta um mundo novo, onde a magia é real, e a presenteia com um dom: a partir daquele momento, qualquer animal poderia ser controlado pela jovem injustiçada.

Até aí tudo bem. Não é de hoje que Once Upon a Time (e diversos filmes, inclusive) vem dando uma visão mais humana para seus vilões. Conhecer o passado deles, de certa forma, ajuda a justificar os caminhos que seguiram na vida. Grandes traumas os fizeram ir para esse lado sombrio. The Evil Queen está aí e não me deixa mentir: perdeu o amor de sua vida graças à ingenuidade de Branca de Neve e encontrou na vingança uma maneira de seguir em frente.

Não esperava, portanto, nada de diferente no passado de Cruella. Fiquei no aguardo daquele acontecimento que a tornaria má. E foi aí que algo ao mesmo tempo surpreendente e decepcionante aconteceu: Cruella sempre foi uma vilã. Nenhum acontecimento traumático, nenhum fato perturbador; nada a transformou. Desde jovem ela já demonstrava sua crueldade. Nada de mocinha indefesa que foi “forçada” a mudar os rumos de sua vida. Foi exatamente nisso que a história surpreendeu. Temos nela uma maldade pura, de berço (ou pelo menos foi isso que conseguimos entender). Mas foi também ao descobrirmos isso que uma decepção surgiu. A personagem foi muito mal aproveitada na série. Entrou como algo descartável e saiu sem o destaque que merecia. Seu lado sombrio podia ter trazido muitos problemas à população de Storybrooke, mesmo que ela estivesse impedida de matar.

O sequestro de Henry, por exemplo, foi uma ótima maneira para ela conseguir o que queria: a vingança contra o Autor. Impedida de eliminá-lo, não havia outro jeito senão forçar alguém a fazer o serviço. O único problema do plano é que ela resolveu mexer logo com Regina e Emma que, quando se trata de Henry, se transformam e são capazes de tudo.

Falando em Regina, sua jogada contra Gold também foi bem esperta. Previsível, mas esperta. Ele pode ser o canalha que for, mas ninguém pode duvidar que de seu amor por Bela (mesmo que de uma maneira esquisita). Ameaçar a vida dela o tira de cena quanto a Zelena, e Robin poderá ser salvo.

Quanto a Emma, sua situação com os pais continua tensa e essa falta de confiança e raiva pelo que fizeram só tornam o plano de Rumple mais fácil de se concretizar. Sem saber que Cruella não poderia matar Henry, a Salvadora deu início a um processo que pode ser irreversível. Ao matar a vilã, seu coração ganhará um tom mais escuro. Escuridão essa que pode preenchê-lo por completo. E será difícil evitar.

OBS 1: Resta apenas uma centelha de bondade no coração de Gold. Imaginem como ele ficará se a maldade dominá-lo por completo.

OBS 2: Se até Regina já falou para Emma superar o problema com os pais é porque já está mais do que na hora dela esquecer isso.

OBS 3: Henry anda um pouco apagado faz algum tempo. Espero que receba um pouco mais de atenção nos próximos episódios.

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Review: Bates Motel 3×07 – The Last Supper

Um sentimento, neste momento, toma conta de todos os fãs de Bates Motel. Medo. As coisas rumam para o inesperado, o que no S03E06 era uma vaga esperança, tornou-se concreto. Norma reatou laços com seu irmão, ficou claro no fim do episódio seis e neste não só escancarou-se como também reforçou a ideia de que os dois podem sim continuar “amantes”, pelo menos na mente de Norman Bates. No livro original de “Pscyho” lá está, Norma e seu irmão formaram um casal amoroso, no filme o detetive afirma que o filho da matriarca matara sua “Mother” e seu amante. Caleb seria o futuro cadáver? Ou Romero? Ou o psicólogo? Depois de “The Last Supper” eu não tenho mais certeza de nada, nem para onde vai ou quais são os limites de Bates Motel, estamos vendo Psicose em cores.

O capítulo começa com uma quebra, mais que certa, de roteiro. Não foi dada continuidade aos acontecimentos, pulamos uma noite e metade de um dia para chegarmos onde somos apresentados. Norma e sua criança andando pela cidade e entre os dois um humor nada agradável, o garoto ainda com certo receio da mãe e a mãe nada contente com a atitude de Norman. Vemos a relação “Dylan+Emma” tomar forma, a garota passara a noite em claro, cochilando um pouco ali, um pouco acolá mas não desgrudara os olhos de seu namorado, parceiro, não sei o nome que dou para os dois, Nemma nem deve ser mais um casal a ser shippado, todas as vias apontam para Dylan e Emma juntos, nem que ela morra daqui para o final da temporada. Essa morte iminente força ainda mais o relacionamento, pois Dylan irá procurar de todas as formas conseguir um transplante para a jovem e entre os dois aparece o pai Decody que está sumido desde que oferecera a Norman uma espécie de esporte, uma brincadeira a parte que se transformará em vício, compulsivo como é, não desgrudará de suas agulhas e tesouras como já vem fazendo.

Depois do sexto episódio todos pensaram que Romero era uma fortaleza impenetrável, quem não pensaria depois de ter feito tudo aquilo? Mas nos enganamos, o xerife é um dos personagens mais frágeis da trama e isto ficou evidente com a revelação de seu pai, enjaulado em um presídio. A conversa entre os integrantes do “Arcanum Club” resultara em uma visita nada provável, o policial correra para a prisão em busca de ajuda, informações. Bates gira em torno de dois tópicos, o maldito pen drive e ninguém mais, ninguém menos que Norma Louise. Sim, Norman ficou de fora, pelo menos nesse episódio, ele estava ali, pronto para atacar, mas observou. Uma cena em especial despertara o ápice de sua psicose, mas foram breves minutos, acredite, ele está guardando tudo para a season finale, nós iremos cair da cadeira, senhores e senhoras, iremos ficar mais estupefatos do que pudemos ficar com o episódio desta semana, principalmente quando, ao piano, Norma e um convidado especial resolveram travar um dueto, vejam que maravilhoso. Acompanhando a letra e a melodia de “Tonight You Belong To Me”, música mundialmente conhecida na voz das “The Lennon Sisters”, a mulher proporcionou um dos momentos mais bizarros de toda a terceira temporada, a música é linda, mas como ela foi inserida no episódio me dá calafrios. O olhar marcante de Norman Bates, seu rosto trêmulo, suas mãos descontroladas, sim, eu pude ver no meio daquele jantar uma faca na mão do adolescente…

O ritmo foi totalmente acelerado neste episódio. Compactaram tudo e todos nesses cinquenta minutos, do cupcake boy até o professor intrometido, não se perdeu nada e como falei em uma review “Nenhuma morte aparece por acaso em Bates Motel”, pois bem, gravem tais palavras pois tantas outras estão para repercutir, tenho medo do que Norman possa fazer, com quem quer que seja, pois em seu alvo ninguém fica de fora, o radar Bates ataca quem quer que seja.

Algo que deve ser tremendamente debatido é o modo como Norman se travestiu no episódio 6 e como no fim deste ele pode nos mostrar que além de querer ser a “Mother”, a idolatra de todos os ângulos possíveis. A interpretação de Freddie é tremenda, é a pessoa certa, no momento certo e no personagem mais que destinado. Farmiga não fica para trás, sua voz assolou todo Bater no episódio de hoje. Quem também está assumindo outra forma é Dylan, nada grave demais, só que podemos perceber, os trejeitos, o modo de falar, ele está cada vez mais parecido com Caleb. A trama aponta para onde está indo, grita aos fãs que nem tudo é o que parece, devemos nos preparar pois este fim de temporada será totalmente diferente dos outros. Será caótico. Será medonho. Ninguém pode ajudar Norman Bates, ninguém pode ajudar nem a si mesmo.

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Review: The Vampire Diaries 6×18 – I Never Could Love Like That

Com a humanidade desligada, Stefan e Caroline começam a causar estragos em Whitmore, obrigando Damon a criar um plano arriscado que envolve Lily. Quando Sarah corajosamente vira o jogo para cima de Enzo, ele é forçado a falar sobre o seu passado trágico.

CONTÉM SPOILERS

E finalmente sobrevivemos a mais um hiatus de quase um mês (meu coração já estava chorando)! Sei que todos os fãs de TVD estão deprimidos depois de recebermos a notícia de que a Nina sairá depois dessa temporada, então acho que não fui a única a ficar pensando em como eles vão encerrar as coisas, e acho que depois desse episódio podemos começar a ter uma ideia.

O episódio já começou me fazendo rir com a Caroline e o Stefan brincando de “matar de susto” os garçons, e, bom, conseguindo… a dinâmica dos dois está incrível e devo dizer: hilária, já que a ideia de prêmio para a Caroline é transformar o bar em um karaokê (risos eternos!).

Enquanto isso temos Damon bloqueando as investidas da mãe de se aproximar, pensando num plano para trazer Stefan de volta e ainda decidindo se entrega ou não a cura para Elena (ainda posso votar não pra cura e não pra saída da Nina?).

E em outro plot, descobrimos que foi a mamãe Salvatore que transformou o Enzo em vampiro (estou CHOCADA) e temos um flashback de como se conheceram, de como ele era inocente e de como e porque ela resolveu transformar, e o tanto que ele a odeia pelo que fez com ele (eu realmente não achei ela a pior pessoa do mundo, ele ia morrer mesmo…).

O Ty e o Matt também fazem participação (zzzzZZZZzzz), mas a parte boa foi que eles foram usados pelo bem da nossa diversão, quer dizer, da Caroline e do Stefan, e o jogo ‘você conhece bem a Caroline?’… realmente, ela sem a humanidade é divino.

– Let’s play Caroline trivia! You both dated me, which means you should know everything about me.

Como já estava óbvio que ele estão começando a ajeitar as coisas para a Elena, ela mostra durante todo o episódio como tudo que ela queria era voltar a ser humana, ter uma família, envelhecer (tão previsível agora que a cura voltou, não?)… as teorias para finalização já estão se formando na minha mente, e devo dizer que não estou gostando nem um pouquinho, mas enfim.

Vamos às bombas: quando mamãe Salvatore disse pro Damon que não sabia se ia conseguir o Stefan de volta porque não tem sentimento algum em relação aos dois (sério mamãe? essa doeu), e então Damon, como sempre, manda ela se virar e ser a melhor atriz possível e convencer de que tem todos os sentimentos maternos que deveria ter, e adivinha só? STEFAN ESTÁ DE VOLTA! Péssima mãe, mas ótima atriz… quem diria?!

Segunda bomba: Damon entregou o ascendente para Lily voltar pra buscar os amiguinhos arrepiantes dela, e achamos até justo, até descobrirmos que eles são bruxos expulsos do Gemini Coven, que viraram vampiros, e agora são aberrações da natureza com poderes ilimitados… bom, divertido não? (oh, I think we have a big problem)

Agora, com tudo isso acontecendo, ainda falta trazer a Caroline de volta, e pela preview abaixo podemos ver que vai ser bom! O episódio vai ao ar quinta feira, dia 24 de abril.

 

 

Reviews de Séries

Review: Grey's Anatomy 11×20 – One Flight Down

CONTÉM SPOILERS

Traumas sempre deixam cicatrizes. Mesmo que as marcas no corpo desapareçam, as lembranças de um dia terrível nunca se apagam. Poucas séries colecionam tamanha lista de tragédias como Grey’s Anatomy. E o acidente de avião figura entre os piores nesses 10 anos de história. Por causa dele, Mark e Lexie se foram, Arizona teve a perna amputada, Meredith pensou ter perdido o marido para sempre, Derek quase ficou sem os movimentos da mão e Cristina perdeu o sapato (clássico). Um evento como esse, obviamente, não afeta somente os envolvidos, mas também aqueles que são próximos a eles.

Portanto, já era de se esperar que o acidente dessa semana despertasse de alguma forma sentimentos entre os médicos, tanto novos como antigos. Meredith e Arizona, por exemplo, têm um momento juntas, pois o que passaram as une de maneira singular. Por mais que outras pessoas se solidarizem, pois foram atingidas direta ou indiretamente, e busquem ajudar, somente elas carregam na memória o fardo do que aconteceu naquele dia.

Arizona também conta com a ajuda de Alex tanto no trabalho como no enfrentamento da situação. Isso incluiu a revelação de que foi ele o cirurgião responsável pela amputação. Talvez por medo ele nunca tivesse contado, ainda mais depois da reação que ela teve por ter substituído Alex na viagem. Naquela época ela já tinha muita coisa com que lidar. Mas hoje o momento é de compreensão. A honestidade do colega levou-a a falar com Callie, que havia assumido toda a responsabilidade pela cirurgia. Tudo isso porque se importava com Arizona e queria que ela tivesse alguém para enfrentar o que vinha pela frente. Tomara que com essa nova descoberta elas voltem a se aproximar como amigas novamente.

Meredith, além de ser afetada pelo desastre também precisa lidar com o desaparecimento de Derek, que a está consumindo e atrapalhando seu trabalho. Bailey a ajuda a se acalmar e delimita um prazo para que ela comece a surtar caso o marido não dê notícias. Tudo corre bem depois daí, apesar de algumas complicações na cirurgia. Aliás, foi um pouco forçado quando Maggie usou cola para fechar aquele ferimento do paciente.

As lembranças da última conversa entre Derek e Meredith continuaram mostrando esse novo momento do casal e o desejo de se ter outro filho acabou aparecendo. Será que outro McBaby está a caminho? Sinceramente, acho que é demais. Eles são ótimos pais, mas sabemos o quanto a falta de tempo pode atrapalhar suas vidas. Um casal de filhos já é ideal com o ritmo que suas profissões exige. Porém, ao menos eles estão em grande sintonia no momento. Pode ser que funcione.

Amelia e Hunt estão na mesma e o trabalho dos dois continua a ser prejudicado por causa das discussões. Está aí o problema que existe no relacionamento entre pessoas que trabalham juntas e não processam isso com maturidade: a vida pessoal sempre afeta a profissional. Com as lembranças e a culpa pelo primeiro acidente, Owen percebeu que a relação não daria mesmo certo e deu um basta por enquanto. Apesar de ser compreensível e tentar apoiar Amelia, o medo da neurocirurgiã a afeta acima de tudo. Nem mesmo Hunt pode esperar para sempre.

Enquanto isso, a onda de crescimento pessoal chegou ao hospital. Depois do casal principal, Webber e Edwards refletem sobre a vida e o que realmente importa. A experiência do acidente fez Richard olhar de maneira diferente para o passado e para o que possui agora, coisas pelas quais ele é grato por existir. Edwards, por sua vez, depositou todas as suas esperanças na história das vítimas e viu um desfecho favorável. Ambos perceberam que tudo o que temos pode desaparecer em um instante, e um olhar diferenciado sobre as coisas pode ser espetacular.