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Review: Heartstopper (2ª temporada, 2023)
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Review: Heartstopper (2ª temporada, 2023)

Confesso que enrolei para assistir à segunda temporada de Heartstopper na Netflix porque eu só tinha lido os dois primeiros livros da série, até então, que tinham sido adaptados na primeira temporada. Eu queria ler os outros antes, mas não rolou, então acabei iniciando a segunda temporada mais tarde, mesmo assim. Não li o terceiro e o quarto livro, então, minhas opiniões nesta review serão baseadas exclusivamente na série, sem comparar com os livros desta vez.

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A segunda temporada de Heartstopper inicia com uma atmosfera em que Nick Nelson (interpretado por Kit Connor) e Charlie Spring (interpretado por Joe Locke) estão namorando e, agora enfrentam novos desafios: contar ou não contar para os amigos? Como os amigos de Nick vão reagir ao descobrirem que ele é bissexual? Será que ele vai sofrer preconceito como Charlie sofreu quando se assumiu gay no passado? Todos esses medos giram na cabeça de Nick enquanto Charlie espera não precisar mais viver em segredo a fase mais feliz da sua vida.

O primeiro passo para Nick é contar para Imogen (interpretada por Rhea Norwood), uma das melhores amigas dele e ex-crush dele. Ele até tenta, mais de uma vez, mas se sente travado com o medo da rejeição. Charlie e seus amigos então armam uma tarde de filmes e pizzas em casa para que ele se sinta em um lugar seguro. Lá, todos já sabem, menos ela. Ele rodeia, rodeia, rodeia e por fim, conta. Ela age com naturalidade e revela que está ficando com Ben (interpretado por Sebastian Croft), o que não agrada Nick.

Os oito episódios de Heartstopper são curtinhos (assim como os livros são de fácil leitura) e preciso dizer que a segunda temporada demorou um pouco para engatar. O ritmo slow burn por ser uma série adolescente atinge seu ápice nessa temporada e fica slow slow slow slow burn. O relacionamento de Charlie e Nick parece não evoluir, principalmente quando Tao (interpretado por William Gao) começa a se apaixonar por Elle (interpretada por Yasmin Finney). O relacionamento deles também segue uma linha mais lenta (afinal, todos eles são adolescentes), mas queima um pouco mais rápido que o dos protagonistas.

A narrativa fica ainda mais fria no segundo episódio, quando as notas de Charlie começam a despencar na escola e seus pais atribuem a culpa a Nick e o deixa de castigo. Aqui, Tao também começa a se irritar com Elle que está fazendo novos amigos na escola de arte que ela deseja entrar e conhecemos David Nelson (interpretado por Jack Barton), irmão mais velho de Nick que invade sua privacidade constantemente e quer descobrir quem é Charlie. Entendo que a gente precisa entender a jornada de descoberta de cada um, mas essa segunda temporada foi extremamente lenta para mim. Parecia que nada ia pra frente nem pra trás em momento algum.

O negócio melhora nessa temporada de Heartstopper só depois do quarto episódio quando as crianças tem uma viagem da escola para Paris. Mas, como aqui a gente já está acostumado a receber poucas migalhas das relações entre os personagens, a gente se contenta com pouco. Dá raiva quando Charlie e Nick precisam dormir em camas separadas porque nenhum deles tem boca para falar com seus amigos? Dá, muita. É compreensível que os dois possuem processos internos muito complexos como pessoas LGBTQIAP+, mas sinceramente… cansa.

Para se ter uma ideia, a série começa a esquentar de novo quando Charlie aparece em Paris com um chupão no pescoço e Isaac (interpretado por Tobie Donovan) aparece com um interesse amoroso. Nesse ponto eu só queria ver o romance dos dois, porque Nick e Charlie ficam numa eterna espiral de não devemos mais andar juntos em Paris, não devemos nos beijar, você não vai me beijar, será que eu conto, será que não conto? Me sinto um adulto amargurado quando digo: haja paciência pra romance slow burn (e olha que eu nem sou o maior amante de fast burn).

Elle e Tao conseguem se entender e assumir seu relacionamento, Isaac consegue se compreender melhor como uma pessoa assexuada e arromântica, Tara (interpretada por Corinna Brown) e Darcy (interpretada por Kizzy Edgell) passam por uma crise e resolvem, mas Nick e Charlie… ficam a temporada toda NA MESMA.

Eu confesso que torci muito para o Ben voltar para Charlie e dar uma apimentada na história, principalmente depois que Imogen termina com ele em Paris e ele se arrepende de ter perdido o garoto, mas o máximo que a gente tem é um encontro rápido no penúltimo episódio em que Charlie fala mil verdades na cara de Ben e sai de mãos dadas com Nick rumo ao baile. Talvez eu não seja mesmo o público alvo de Heartstopper hoje em dia, porque eu só conseguia assistir pensando que eu queria reviravoltas, pegação, atitude e um pouco mais de rapidez nas coisas. Não sei se é pior namorar Nick Nelson ou Charlie Spring, sinceramente.

Ok, agora que eu já falei toda a minha frustração com essa temporada, eu vou finalizar falando bem e te incentivando a assistir Heartstopper, porque ainda sim é uma série necessária para adolescentes e crianças LGBTQIAP+. Eu digo e repito que queria ter tido (e ter visto) essa série quando era pré-adolescente, quando precisava desse colo. Talvez, se hoje em dia eu ache lenta, foi porque não tive esses referenciais lá atrás quando gay era associado à promiscuidade. Apesar disso tudo, uma das cenas finais após o baile do colégio em que todos eles dançam juntos ao som de seven da Taylor Swift, fez toda a minha raiva valer a pena – foi fácil, uma das cenas mais bonitas de toda a série até agora.

Young Royals: Resumo da segunda temporada
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Young Royals: Resumão da segunda temporada

Para você que precisa de um resumo de Young Royals, que volta para sua terceira e última temporada em 2024, na Netflix, chegou a sua hora! A despedida da série começa no dia 11 março, quando cinco episódios entram no catálogo do streaming e o episódio final será exibido uma semana depois, no dia 18.

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Resumo de Young Royals: Segunda temporada

A segunda temporada de “Young Royals” da Netflix trouxe muitas reviravoltas e drama, aprofundando a trama e o desenvolvimento dos personagens. A temporada começa com o Príncipe Wilhelm (interpretado por Edvin Ryding) retornando a Hillerska após as férias de inverno, e a dinâmica entre ele e seus colegas é imediatamente estabelecida. A temporada explora as consequências do término de seu relacionamento com Simon (interpretado por Omar Rudberg), que deixou Wilhelm em um estado de remorso e tristeza.

Wilhelm se vê diante de novas responsabilidades como membro da realeza, incluindo a necessidade de se preparar para assumir o trono, após a morte do seu irmão que era o primeiro na linha de sucessão. Ele também luta com sua saúde mental, sofrendo de ansiedade e ataques de pânico. A temporada aborda questões importantes relacionadas à saúde mental, incluindo a importância de buscar ajuda e apoio quando necessário.

A relação conturbada de Wilhelm com a mãe, a Rainha Kristina (interpretada por Pernilla August), é trazida à tona nesta temporada. A rainha é retratada como uma figura fria e distante, que coloca a reputação da família real acima do bem-estar de seu filho. A dinâmica entre Wilhelm e a rainha é tensa e muitas vezes dolorosa de assistir, mas adiciona uma camada de complexidade à trama, porque, para ela, o trono sempre fala mais alto que a maternidade – mesmo quando ela própria quer o contrário, ela sabe que não pode.

A relação entre Wilhelm e Simon continua a ser um ponto central da temporada, com o príncipe enfrentando as consequências de suas ações e a necessidade de confrontar a verdade. A temporada aborda questões como honestidade, reputação e a pressão de estar sob os holofotes como membro da realeza. Embora alguns fãs tenham expressado desapontamento com a falta de romance, a temporada é elogiada por permitir que os personagens evoluam e cometam erros, mantendo a relatabilidade. Particularmente, eu gostei porque ela mostra que, toda escolha e toda ação, traz uma consequência que precisa ser suportada.

A temporada também traz destaque para outros personagens, como August (interpretado por Malte Gårdinger), que continua implicando com Wilhelm e ambicioso para que ele caia e assim, possa assumir o trono, Felice (interpretada por Nikita Uggla), Sara (interpretada por Frida Argento) e um novo personagem, Marcus (interpretado por Tommy Wättring) que inicia um romance rápido com Simon, deixando Wilhelm morto de ciúmes.

O desfecho de Young Royals traz um momento climático envolvendo Wilhelm e um discurso público, demonstrando seu crescimento e amadurecimento ao longo da trama. A segunda temporada de “Young Royals” é vista como uma continuação que adiciona dimensão à série, explorando temas relevantes e atuais, deixando o público ainda mais ansioso para a terceira e última temporada.

Resumo da temporada em tópicos

A Temporada 2 de Young Royals retoma seis meses após o escândalo do vídeo que expôs a sexualidade do Príncipe Wilhelm (Edvin Ryding). Wilhelm tenta retomar sua vida normal no internato Hillerska, mas as consequências do vídeo o perseguem.

Relacionamentos:

  • Wilhelm e Simon: O relacionamento é marcado por inseguranças e falta de comunicação. Wilhelm se sente pressionado por seus deveres reais e se distancia de Simon. Simon, por sua vez, se frustra com a falta de reciprocidade e com a posição de “segredo” que ocupa na vida de Wilhelm.
  • Wilhelm e August: A relação entre os primos é tensa e marcada por ressentimentos. August tenta se redimir por ter vazado o vídeo, mas Wilhelm não o perdoa facilmente. A rivalidade entre os dois aumenta quando August se interessa por Felice, amiga de Wilhelm.
  • Simon e Sara: A relação se aprofunda enquanto ambos navegam por seus próprios problemas. Sara se torna uma confidente importante para Simon, oferecendo apoio e compreensão.
  • Novos Personagens:
    • Marcus: Um novo aluno que se junta ao internato e rapidamente se torna amigo de Simon. Marcus é gay e abertamente assumido, o que o coloca em um romance rápido com Simon.

Desafios de Young Royals:

  • Deveres reais: Wilhelm se sente sufocado pelas responsabilidades que acompanham seu título. Ele questiona seu futuro como monarca e se rebela contra as expectativas da família real.
  • Preconceito: Simon enfrenta homofobia e bullying por parte de alguns alunos do internato. Ele se sente isolado e questiona se pertence ao mesmo mundo que Wilhelm.
  • Momentos Marcantes:
    • O discurso de Wilhelm sobre sua orientação sexual para a imprensa. O discurso é um marco importante para Wilhelm, mas também o coloca em uma posição vulnerável.
    • A revelação de um segredo chocante sobre o passado de August e sua vida financeira. O segredo coloca em risco a relação de August com Wilhelm e com a família real.

Resumo do final de Young Royals e ganchos para a próxima temporada:

A temporada termina com um ponto alto, deixando o futuro de vários personagens em aberto. Wilhelm precisa tomar uma decisão importante sobre seu futuro: ele deve abdicar do trono para ficar com Simon ou cumprir seus deveres reais e sacrificar seu relacionamento? Simon, por sua vez, precisa decidir se pode confiar em Wilhelm e se está disposto a continuar em um relacionamento que o coloca em segundo lugar. August, por fim, precisa lidar com as consequências de suas ações e com a rejeição de Wilhelm.

Review: Heartstopper (1ª temporada, 2022)
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Review: Heartstopper (1ª temporada, 2022)

A primeira temporada de “Heartstopper”, é baseada nos dois primeiros livros homônimos da série escritos e ilustrados por Alice Oseman e chegou à Netflix prometendo trazer uma jornada tocante e repleta de emoções que explora as nuances da adolescência, abordando temas como amor, amizade e autodescoberta em um slow burn LGBTQIAP+ que não é muito comum até então. Ao longo da primeira temporada, somos transportados para o universo de Nick e Charlie, dois adolescentes cujo relacionamento floresce em meio aos desafios da juventude.

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A adaptação consegue captar a essência dos livros, talvez por ter a autora como produtora e consegue se manter fiel aos personagens e aos dilemas que conquistaram os corações dos leitores. Conseguimos ver, por exemplo, cenas que foram capturadas exatamente igual aos livros, elementos visuais (como as folhinhas voando) que foram desenhados por cima dos frames e muito mais.

A história principal de Heartstopper reside na jornada de autodescoberta de Nick Nelson (interpretado por Kit Connor) e Charlie Spring (interpretado por Joe Locke). A série mergulha nos altos e baixos desse relacionamento, proporcionando uma visão autêntica da adolescência LGBTQIA+, sem cair em estereótipos. Ao longo dos episódios, testemunhamos o florescer de uma conexão que vai além da superficialidade, enfrentando os desafios comuns da juventude, como aceitação, bullying e as complexidades de se apaixonar.

Um dos grandes pontos fortes da adaptação é a atenção dada ao desenvolvimento dos personagens. Nick e Charlie são mais do que simples rótulos; são indivíduos multifacetados, cada um lidando com seus próprios dilemas pessoais, enquanto também lidam com o desafio de estarem juntos. As performances convincentes de Joe Locke e Kit Connor elevam ainda mais a narrativa, dando vida a esses personagens de maneira autêntica e envolvente – eles são perfeitos para o papel, sim ou claro?

A série não tem medo de explorar os aspectos mais sombrios da adolescência, particularmente quando se trata do bullying enfrentado por Charlie. Esses momentos, embora difíceis de assistir, adicionam camadas à narrativa, abordando emoções relevantes e proporcionando uma plataforma para discutir o impacto do bullying na saúde mental dos adolescentes. A escolha de não suavizar esses temas revela a sinceridade e a coragem por trás da produção, sem deixar de lado a responsabilidade social, como aconteceu em os 13 Porquês, por exemplo.

Um ponto notável em Heartstopper é a representação positiva de relacionamentos LGBTQIA+, um aspecto crucial da trama e até então, pouco visto na mídia. A série destaca a importância de aceitar a si mesmo e aos outros, independentemente da orientação sexual, transmitindo uma mensagem poderosa de inclusão. Isso é particularmente evidente nas interações familiares, onde os personagens enfrentam diferentes níveis de apoio e compreensão. A abordagem sensível e realista dessas dinâmicas familiares contribui para a autenticidade da narrativa e para um debate cada vez mais inclusivo na sociedade.

Ao adaptar uma obra literária, é sempre desafiador equilibrar a fidelidade ao material de origem com a necessidade de ajustes para o formato televisivo. “Heartstopper” lida com essa tarefa admiravelmente, mantendo a essência dos livros enquanto introduz nuances que aprimoram a experiência visual. A escolha de expandir certos aspectos da trama, sem perder a essência da história, adiciona camadas que podem surpreender até mesmo aqueles leitores que não gostam muito das mudanças.

Os fãs dos livros ficarão encantados com a atenção aos detalhes na caracterização dos personagens secundários também. A inclusão de figuras como Tara (interpretada por Yasmin Finney) e Darcy (interpretada por Kizzy Edgell) contribui para a riqueza do universo de “Heartstopper”, proporcionando uma perspectiva mais abrangente das relações interpessoais na vida dos protagonistas. A química entre os membros do elenco é palpável, criando um ambiente coeso que cativa o espectador para além das telinhas, já que escalaram atores LGBTQIAP+ para os papéis, fazendo com que a inclusão passe a valer além da ficção.

A cinematografia de Heartstopper é digna de elogios, já que cada cena é cuidadosamente composta para transmitir emoções e aprofundar a conexão emocional com os personagens. A paleta de cores reflete o tom da narrativa, passando de tons vibrantes durante momentos de alegria para uma atmosfera mais sombria nas cenas mais intensas. Essa atenção à estética não apenas torna a série visualmente atraente, mas também reforça as emoções subjacentes em cada cena.

A trilha sonora desempenha um papel crucial na ambientação da série, proporcionando emoções que complementam perfeitamente as reviravoltas emocionais dos personagens. Cada faixa é selecionada com precisão, intensificando as cenas mais poderosas e proporcionando um pano de fundo melódico para os momentos mais íntimos.

Um dos aspectos mais admiráveis de “Heartstopper” é a maneira como aborda a complexidade das relações humanas. Não se trata apenas de uma história de amor, mas de uma exploração profunda da amizade, compaixão e empatia. Os momentos compartilhados entre os personagens destacam a importância de se apoiarem mutuamente, mesmo quando confrontados com adversidades – eu queria muito ter tido uma Heartstopper na minha adolescência que pudesse me mostrar todas essas nuances do que a gente considera errado como ser humano.

Os temas de aceitação e autoaceitação são intrínsecos à narrativa, contribuindo para uma mensagem positiva e edificante. Ao assistir a jornada de Nick e Charlie, somos lembrados da importância de aceitar nossas próprias vulnerabilidades e abraçar a autenticidade, independentemente das expectativas sociais.

Young Royals: Resumão da primeira temporada
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Young Royals: Resumão da primeira temporada

Young Royals volta para sua terceira e última temporada em 2024, na Netflix. A despedida da série começa no dia 11 março, quando cinco episódios entram no catálogo do streaming e o episódio final será exibido uma semana depois, no dia 18.

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Se você não quer rever toda a série para esperar pelos novos episódios, nós do Beco Literário separamos esse resumão da primeira temporada para que você consiga voltar para o universo de Hillerska sem deixar nenhuma ponta solta. Vamos lá?

Pode conter spoilers da primeira temporada a partir deste ponto!

Young Royals: Resumão da primeira temporada

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Resumo de Young Royals

A primeira temporada de “Young Royals” gira em torno da vida do príncipe Wilhelm (Wilhelm Magnusson), herdeiro do trono sueco, que é enviado para o internato Hillerska após se envolver em um escândalo que ameaça a imagem da família real. O enredo acontece com uma exploração dos desafios enfrentados por Wilhelm ao equilibrar suas responsabilidades como príncipe com a busca por sua própria identidade.

Ao chegar a Hillerska, Wilhelm se depara com um ambiente completamente diferente do palácio real. Ele se esforça para se adaptar à vida normal de um estudante e busca aceitação entre seus colegas. É nesse contexto que ele conhece e fica obcecado por Simon (Felix Sandman), um jovem carismático e abertamente gay. A amizade entre Wilhelm e Simon se desenvolve rapidamente em um romance secreto. Sim, o príncipe (que ainda não é herdeiro) se descobre apaixonado pelo colega de classe.

O relacionamento de Wilhelm e Simon enfrenta obstáculos significativos, não apenas devido à pressão social, mas também à resistência da família real. O rei e a rainha desaprovam abertamente o romance, temendo o impacto negativo na imagem da monarquia. Essa dinâmica familiar adiciona ainda mais complexidade emocional à narrativa, enquanto Wilhelm luta para conciliar suas emoções com as expectativas impostas pela coroa.

Ao longo da temporada, são explorados temas como identidade, aceitação, pressões da realeza e a necessidade de se conformar com as tradições. Intrigas palacianas e segredos familiares vêm à tona, acrescentando uma dose de suspense à trama. A relação de Wilhelm com Simon torna-se um ponto focal, enquanto ambos tentam encontrar maneiras de preservar seu amor em meio às adversidades.

Young Royals: Resumão da primeira temporada

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A temporada também traz alguns eventos dramáticos que alteram o curso da vida de Wilhelm e Simon, deixando os espectadores ansiosos por respostas. Com um equilíbrio entre romance, drama familiar e questões sociais, “Young Royals” cativa o público com sua narrativa envolvente e personagens complexos, prometendo explorar ainda mais a vida real e as consequências das escolhas feitas por jovens, membros da realeza oficialmente ou não, já que Hillerska é o colégio dos mais ricos da suécia.

No episódio final da primeira temporada de “Young Royals”, as tensões atingem seu ápice quando Wilhelm, após enfrentar a resistência de sua família real e a pressão da sociedade, decide tomar uma posição firme em relação ao seu relacionamento com Simon – ele vai se assumir para o mundo. A revelação de seu amor proibido ganha as manchetes, gerando controvérsia e desafiando as expectativas da monarquia sueca. A atitude corajosa de Wilhelm cria um divisor de águas, forçando-o a confrontar as implicações de suas escolhas diante da coroa e do público.

Enquanto isso, Simon lida com as consequências do escândalo de maneira pessoal. Sua jornada é marcada por confrontos emocionais com amigos e familiares, especialmente sua mãe, que luta para aceitar a orientação sexual de seu filho. A série aborda de maneira sensível as complexidades da aceitação familiar e a jornada de autodescoberta de Simon.

A tensão também se intensifica no palácio real, onde segredos de família há muito enterrados começam a emergir. Intrigas e conspirações dentro da realeza ameaçam a estabilidade do trono e lançam dúvidas sobre o futuro de Wilhelm como herdeiro, principalmente após a morte do seu irmão, que era o primeiro na linha de sucessão ao trono. O destino de Wilhelm e Simon, assim como o equilíbrio precário da monarquia sueca, permanece incerto, criando uma expectativa crescente para os próximos capítulos da trama.

Crítica: João Sem Deus - A Queda de Abadiânia (2023)
Mariana Caldas
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Crítica: João Sem Deus – A Queda de Abadiânia (2023)

João Sem Deus – A Queda de Abadiânia, dirigida por Marina Person, é a primeira série de coprodução internacional independente entre Brasil e Portugal, de Canal Brasil, Ventre Studio, Coral Europa e TVI. Em três episódios de 50 minutos, ela acompanha, pela perspectiva feminina, o escândalo que desmascarou o médium a partir de denúncias da imprensa, até sua prisão.

Eu (Gabu) sou completamente fascinado pelo caso João de Deus, ou pelo caso João Sem Deus, como diz o nome da série. Para mim, é um crime com tantas camadas, tanta podridão da existência humana que só lendo e assistindo reportagens dos mais variados pontos de vista que consigo chegar próximo de uma compreensão de que sim, isso existiu e isso aconteceu. Não é ficção. Aconteceu em Abadiânia e ainda acontece em muitos outros templos religiosos do mundo.

A série, inspirada em eventos reais, começa contando a história de Carmem, que chegou em Abadiânia com a irmã Cecília, que estava com um tumor seríssimo no cérebro e quase sem nenhuma visão. Ela é uma mulher de muita fé, que depois de “presenciar o milagre” com a irmã, acaba ficando na cidade e ajudando na Casa Dom Inácio de Loyola, formando sua família e ficando por lá. Em Abadiânia, ela se apaixona por Lindinho, o braço direito de João Teixeira, com quem tem uma filha, Ariane. Juntos, além de trabalharem na casa, eles comandam uma pousada, que é aprovada pela entidade.

A série mostra o cotidiano de Carmem, até que as primeiras denúncias sobre o médium chegam na mídia, por meio do programa de Pedro Bial. Enquanto isso, Cecília, que está completamente curada, vive em Lisboa e é convencida por uma amiga, jornalista da CNN Portugal a relatar o que ela passou nas mãos do médium. Ela não quer reviver aquilo, mas ao voltar para o inferno, como ela chama Abadiânia, sente que precisa fazer a sua parte. Encorajada por centenas de mulheres quem estão indo a público, Cecília resolve contar sua história.

Na primeira vez em que visitou A Casa, com a irmã, ela foi selecionada para um atendimento particular com João de Deus. Com a visão quase toda comprometida, foi na sala, na presença da irmã, que ela foi abusada pelo falso profeta. E é nesse ponto que a série retrata, de forma fiel e extremamente gráfica, a história de Cecília. É chocante de assistir, mas necessário para que a gente não esqueça e, acima de tudo, lute contra a impunidade que o criminoso recebe nos dias de hoje.

A sequência da série se dá com Ceci contando a história para Carmem, que não acredita, afinal, ela trabalha muitos anos na Casa, já viu curas acontecerem e nunca viu nenhum desvio de conduta de João. Mas a história começa a mudar quando Lindinho, seu marido e braço direito de João, começa a esconder provas contra o médium, a encobrir a Casa e a falar que homem é homem. Que João, é sim, médium, mas acima de tudo, é homem.

Incomodada com a forma como a Casa vem sido deturpada por conta de João, Carmem continua fiel à sua fé do que acontece ali, mas passa a ficar com um pé atrás com o João. Sentimento que é reforçado quando ela descobre que Ariane, sua filha, foi abusada pelo médium desde que era uma criança. A menina, que não havia entendido que aquilo era um abuso até o momento em que ouviu as histórias, acaba confiando e contando tudo para a tia, Cecília.

A trama se desenrola mostrando o ponto de vista diferente de três mulheres: Carmem é a fé, nos poderes de cura, na fé e no trabalho que é feito ali dentro. Cecília é a vítima que foi abusada em frente a irmã, que estava de olhos fechados e não viu, mas também demorou para acreditar na versão dela e Ariane, que é uma garota que cresce em Abadiânia e com o “tio João” e descobre que sim, aquilo que aconteceu com ela foi um abuso e ela não tem culpa e não precisa sentir vergonha.

É uma série extremamente bem produzida, com um roteiro impecável e super fiel aos fatos do caso. Obviamente que há efeitos dramáticos e há ficção ali, por ser um produto televisivo, mas a forma gráfica como os acontecimentos reais são demonstrados faz a gente questionar até que ponto falhamos como seres humanos, até que ponto a justiça foi feita ou até que ponto, deixamos o nosso fanatismo nos cegar.

João de Deus usou da fé humana para ludibriar, para enganar e para manipular centenas de milhares de pessoas em todo o mundo. E não são apenas pessoas com baixo grau de instrução, pessoas devotas ou pessoas sem pensamento crítico: todo mundo caiu em sua lábia. Até que ponto um mestre, um guru, ou um médium é tão poderoso assim a ponto de ser colocado em um pedestal e responder de lá de cima? Até que ponto vamos nos colocar em posição de inferioridade para essas figuras, deixando-as em uma posição de que elas sabem mais que nós? De que suas intuições são mais valiosas que as nossas?

É um ponto de reflexão sobre a nossa fé, mas que, de forma alguma, deve ser usado como forma de culpar as vítimas. Um ser humano em fragilidade é capaz de qualquer coisa para salvar sua vida. O ser humano é movido por uma pulsão de vida, por um instinto de sobrevivência, então sim, a gente se entrega e só depois é que somos capazes de dar conta do que aconteceu. E quando isso acontece, achamos que a culpa é nossa. Cecília chegou a pensar isso na série. Ariane disse que não sabia direito o que tinha acontecido e que achava que pudesse até ter gostado… Vítimas são vítimas. Não importa o quê.

“As três protagonistas representam as mulheres reais que começaram o escândalo: Carmem representa a fé nos poderes de cura de João de Deus, Cecília representa as vítimas de abuso e Ariane (filha da Carmem) faz o papel de uma menina que só percebe que foi abusada após a fala de outras mulheres”, explica a diretora Marina Person.

Marco Nanini é o antagonista da trama: “O convite para participar de ‘João Sem Deus’ me fez mergulhar na história que inspira a série, que conta com um roteiro excelente, uma diretora muito talentosa e um grupo de atores que admiro”, diz o ator.

A atriz Karine Teles interpreta Cecília, a irmã que sofre abuso sexual: “Precisamos falar sobre abuso de poder, mentiras e ganância, mais do que nunca. Essa história é próxima da gente aqui no Brasil, mas é tristemente universal. Aceitei participar desse projeto delicado e difícil porque acredito no poder restaurador da arte. Espero que chegue nas pessoas e provoque reflexões em cada um de nós”.

Já Bianca Comparato vive a protagonista Carmem, a irmã que acredita nos poderes do médium: “O que me atraiu nesse projeto foi a abordagem para contar a história da queda de João de Deus, mas pela perspectiva feminina. Até o começo da série, a minha personagem, Carmem, está cega em relação aos relatos de abusos, mas, aos poucos, vai entendendo o monstro que está ao seu lado. Ela chega a se perguntar a quem ela foi devota por todo esse tempo, a Deus ou ao diabo? É sobre essa dúvida de Carmem e sua dificuldade de aceitar que ela não ajudou mulheres abusadas”.

A produção de “João Sem Deus – A Queda de Abadiânia” tem a predominância feminina na equipe, principalmente nas posições de liderança, nas quais as decisões criativas e executivas são tomadas por mulheres. O projeto teve acompanhamento da Bem Querer Mulher, iniciativa de acolhimento integral a mulheres que sofrem violência no Brasil, para a leitura sensível dos roteiros e apoio presencial no set durante as filmagens das cenas mais delicadas.

“Sou sobrevivente de abuso sexual, então esse tema me toca muito. Tivemos um cuidado e sensibilidade enormes na sala de roteiro por se tratar de vidas reais dessas mulheres, traumas que ainda não cicatrizaram para elas. Um desafio grande foi ter empatia com as mulheres que estavam ao lado do João, trabalhando dentro da Casa. Mas sempre acreditamos que o ponto de vista delas merecia ser contado e honrado. Elas também foram vítimas em muitos níveis”, pontua Patricia Corso, roteirista e cocriadora da série.

“A trama nunca é contada sob o ponto de vista do abusador, mas das sobreviventes que enfrentaram a rede de proteção e o silenciamento que permitiu que esses abusos continuassem por tanto tempo. É uma história, infelizmente, ainda muito relevante no Brasil – tanto pela perigosa associação entre fé e política, quanto pela cada vez mais frequente utilização de discursos morais e religiosos para acobertar estupros, misoginia, usurpação financeira e exploração sexual”, afirma Leo Moreira, roteirista e cocriador da série.

João Sem Deus – A Queda de Abadiânia” foi gravada em Portugal e no Brasil e o set teve apoio da ONG Cinema Verde. Essa é uma iniciativa que visa reduzir o impacto ambiental causado pelas produções audiovisuais. As vendas internacionais são lideradas pela Onza Distribution e começaram em outubro, na MIPCOM.

Review: Match nas estrelas (Episódio 1)
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Review: Match nas estrelas (Episódio 1)

Match nas Estrelas é um reality show que une relacionamentos e astrologia. Em cada episódio, o público conhece um participante que representa um dos signos do zodíaco e que sai em encontros com quatro pretendentes de diferentes signos, escolhidos por Ingrid Guimarães, para se conhecerem e entenderem se existe química. Em seguida, eles têm suas sinastrias – a análise da compatibilidade dos mapas astrais – feitas por Papisa (Tati Lisbon, astróloga). Durante a análise, os participantes não sabem quem são os pretendentes por trás das previsões astrais. No momento decisivo, com a ajuda de Ingrid Guimarães, eles precisam optar por ouvir ou não os astros e escolher com quem ficarão.

+ Match nas Estrelas, Dating Show Apresentado por Ingrid Guimarães e Papisa, Estreia Amanhã (15) no Prime Video

Assisti ao primeiro episódio ontem, um pouquinho antes da estreia que aconteceu hoje, 15, em que conhecemos a primeira participante, do signo de Virgem. A dinâmica é simples: Ingrid Guimarães bate um papo inicial com a participante, entende qual é o seu nível de conhecimento de astrologia, quais signos ela prefere (com base em relacionamentos passados) e escolhe quatro pretendentes. Nesse primeiro episódio, dois eram de Virgem, do mesmo signo solar dela, um era de Câncer, que ela disse que não gostava e oposto complementar de Virgem e o quarto era de Áries, do oposto psicológico de Virgem.

A virginiana então tem a chance de sair em um date com cada participante. Durante os encontros, conversa vai, conversa vem, ela aproveita para perguntar o restante do mapa astral e para sentir com qual ela teve mais química. Nos dates, pode rolar o que eles quiserem: desde simples conversas, até beijos. Enquanto isso, as apresentadoras assistem tudo fazendo relações astrológicas.

Depois de conhecer os quatro pretendentes, a participante precisa escolher um para eliminar, logo de cara. A virginiana elimina outro virginiano. Com isso, ela vai para a sinastria, momento em que a Papisa combina os mapas astrais do pretendente com o mapa dela, ressaltando pontos positivos, pontos negativos e finalizando com uma porcentagem de compatibilidade. O menos compatível é eliminado pelos astros, em Match nas estrelas, sobrando apenas dois pretendentes. No caso da nossa virginiana, o segundo nativo de virgem foi eliminado pelos astros pela baixa compatibilidade astrológica.

Vale a pena ressaltar que, durante a sinastria, ela não sabe de quem a Papisa está falando, só vindo a descobrir quando sai o segundo pretendente, eliminado pelos astros. Com isso, Ingrid Guimarães revela a compatibilidade entre os dois restantes – o Ariano e o Canceriano – e ela precisa escolher: ouvir a sinastria e escolher o que tem maior compatibilidade ou ouvir o coração e escolher o que tem menos compatibilidade.

No caso da nossa virginiana, ela escolhe o canceriano, surpreendendo só ela mesma porque a química do casal foi incrível durante o encontro, apesar da compatibilidade na sinastria ser um pouco menos que com o Ariano. Nesse caso, ela escolheu o coração e não ouviu a sinastria completamente.

Match nas estrelas é um programa leve, rápido e bem animado. Ingrid Guimarães a Papisa conseguem fazer uma dupla dinâmica em que uma fala astrologuês e a outra traduz para o português com bastante humor e jogo de cintura. Tem momentos cômicos e tem momentos educativos. Para quem quer aprender um pouco mais sobre astrologia e ainda dar pitaco na vida dos outros é uma boa escolha.

O que mais me chamou a atenção foi o minuto final, em que vemos Papisa explicar o mapa astral para um dos produtores do programa, nos bastidores, enquanto Ingrid, com seu humor divertido faz traduções em um papel, dando sinais ao moço. Os posicionamentos astrais viram palavras como chato, bom de cama e outros.

Vale a pena ressaltar, antes que venham os chatos, que é um programa de entretenimento astrológico e jamais substituirá uma análise completa de mapa astral, mas vale a pena para dar umas risadas.

Review: Drag Race Brasil (Episódios 1 e 2)
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Review: Drag Race Brasil (Episódios 1 e 2)

Assisti aos dois primeiros episódios de Drag Race Brasil. Como alguém que é fã de RuPaul’s Drag Race desde o início e fazia apostas na faculdade sobre as participantes, minhas expectativas estavam bem altas para a versão brasileira desde que saíam rumores de quem apresentaria.

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Primeiro, quero falar de cenário e produção, que estão impecáveis. A cenografia da Werk Rook e da Runway não deixam a desejar em nada quando comparadas à versão original do reality. Achei que por ser primeira temporada, talvez o orçamento fosse um pouco mais baixo ou algumas coisas pudessem ser menos sofisticadas e neste ponto, me surpreendi para melhor.

Grag Queen é uma fofa como apresentadora. Drag queen de renome, de porte e de presença. Mas aqui, começo a fazer algumas ressalvas e não acho que sejam culpa da apresentadora, mas sim, do formato e da produção. Sei que o programa é derivado de RuPaul, mas queria ver um pouco mais da personalidade da Grag e não uma tentativa dela de forçar os trejeitos da apresentadora original.

Não me entenda mal, ela ainda mostra suas autenticidades, mas elas ficam em segundo plano pelo o que parece ser uma exigência da produção em forçar trejeitos da RuPaul. No momento em que ela aparece na televisão, por exemplo, na Werk Room, poderia ser algo mais da personalidade da Grag do que uma tentativa de deboche que a RuPaul faz na versão original do reality.

E aqui, também vejo uma outra ressalva: a falta de mais brasilidade na produção. Por que não chamar a werk room de sala de trabalho, sala de trampo ou algo em português? Por que não simplesmente chamar a runway de passarela? Desfile? Assim como no final o can I get an Amen up in here virou um posso ouvir um axé? Creio que são pontos a se pensar.

Na primeira leva de participantes, do primeiro episódio, também senti falta da diversidade. Todos pareciam gringos. Na segunda leva, a diversidade apareceu um pouco mais e equilibrou a gangorra.

Achei que as competidoras mostraram autenticidade e versatilidade, mas também achei um pouco forçado os roteiros criados para a interação delas com as apresentadoras e jurados.

Falando em jurados, gostei de ver Bruna Braga e Dudu Bertholini junto com Grag, mas ainda preciso de mais episódios para saber e conseguir tecer uma opinião sobre a participação deles na competição.

Grag é uma ótima apresentadora, tem potencial de ser original. E é isso que a gente quer ver, mais Grag Queen e menos RuPaul wannabe ou será que devo dizer mustbe?

Inventando Anna
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Review: Inventando Anna (1ª temporada, 2022)

Inventando Anna é uma série original da Netflix baseada em fatos reais, ou melhor, é real exceto pelos fatos que foram completamente inventados, como fica claro em todos os nove episódios, que são quase um filme cada um. Produzida pela Shondaland, quem é fã de Grey’s Anatomy e How to get away with murder já fica com as expectativas lá em cima, esperando um espetáculo. E de fato, elas são atendidas.

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Inventando Anna conta a história de Anna Delvey, uma garota de 25 anos, que até então, se diz herdeira alemã e está em Nova York para “tentar a vida” e não depender do dinheiro do pai, com quem tem muitos atritos. Anna vive uma vida de celebridade, com uma pensão do pai que supostamente cai todos os meses, até que ela consiga liberar o seu fundo fiduciário de 60 milhões.

Sua vida é de uma verdadeira herdeira, exceto pelo fato de que ela não é. Com uma capacidade incrível de articulação e convencimento, Anna é uma alpinista social que consegue atrair a atenção e a amizade de pessoas ricas e influentes, com pequenas pitadas de golpes aqui e ali. Ela sempre esqueceu o cartão na hora de pagar, a transferência está sendo feita… Afinal, ela não é tão preocupada com dinheiro assim. Nenhum rico liga pro dinheiro de verdade, certo?

Além disso, ela está em busca do seu projeto pessoal: a Fundação Anna Delvey, um projeto auspicioso que promete ser um clube exclusivo para os mais ricos de Nova York. E assim vive Anna: pedindo empréstimos aos bancos com garantias do seu fundo que vai ser liberado, com documentos falsos forjados por ela mesma, com aplicativos no celular para modular a voz e fingir que é o gestor financeiro da família… Até que a casa cai e ela vai presa. A série se passa em loopings temporais, já que desde o começo, vemos Anna na cadeia e a jornalista Vivian desvendando sua história para uma reportagem.

Conforme Vivian desvenda mais a história de Anna, os telespectadores também desvendam junto e fica aquela incerteza: será que Anna era realmente muito esperta e ia conseguir dar esse golpe em todo mundo? Ou será que ela nunca chegou perto de obter empréstimos e só caiu porque tentou mexer com pessoas realmente grandes, inteligentes e influentes?

Ao longo da jornada, também conhecemos alguns amigos de Anna, inclusive Rachel, que sofreu um golpe da própria amiga no Marrocos, denunciou tudo e hoje é autora do livro My friend Anna, onde conta toda a sua história. De fato, é uma narrativa interessante que nos faz ficar obcecados por entender mais Anna Delvey, que só queria ser uma celebridade.

E, posso falar? Ela conseguiu. Não me surpreenderia de ver a Fundação Anna Delvey de pé nos próximos anos.

Review: De volta aos quinze (1ª temporada, 2022)
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Review: De volta aos quinze (1ª temporada, 2022)

Surtei quando vi que um livro da Bruna Vieira ia ser adaptado pela Netflix. Para quem não sabe, a Bruna sempre foi minha maior inspiração como blogueiro e depois, como escritor. Foi depois de ler “A menina que colecionava borboletas” que me senti completamente pronto e seguro para escrever “O garoto que usava coroa”. E não é que deu bom? O fato é: eu nunca tinha lido nenhum outro livro dela além desse, sequer sabia qual era o enredo de “De volta aos quinze”. Acho que é melhor assim, né?

+ Resenha: A menina que colecionava borboletas, Bruna Vieira
+ De volta aos quinze é a nova dramédia da Netflix

De volta aos quinze conta a história de Anita, com 30 anos, em São Paulo e deslocada da família. A série começa com ela atrasada para o casamento da irmã mais velha, a irmã “perfeita e sem defeitos” e ela sendo tachada sempre como a doida que nunca cresceu e nunca encontrou o caminho para a vida. Pois bem: ela arruma uma treta enorme no meio do casamento, sai correndo para seu quarto da adolescência e resolve ligar seu antigo computador. Em uma espécie de nostalgia em série, ela se lembra do seu floguinho, uma página na internet em que publicava fotos quando era adolescente, quinze anos atrás.

Ao fazer login, a surpresa: ela voltou para o passado, aos quinze anos de idade. Primeiro, ela pensa que é um sonho e que tudo vai se repetir, até que ela percebe que tem a chance de fazer algumas escolhas diferentes. Com 15 anos mas com a cabeça de 30, ela não se deixa abalar e toma novos rumos para sua vida. No entanto, cada mínima escolha que ela faz no passado, muda completamente o seu futuro e de pessoas que estão a sua volta.

A série então permeia entre passado e presente, com Anita se descobrindo e redescobrindo como pessoa. Ela vê que tem uma nova chance e no meio do caminho percebe que a chance é sua e não dos outros. Que ela não deve colocar suas escolhas a frente de si mesma, em favor de outras pessoas.

A série tem uma pegada bem teen, e Maísa consegue dar o tom junto com Camila Queiroz, sem perder a essência dos textos da Bruna Vieira, com aquela pegada reflexiva que nos faz lembrar da adolescência com aquela nostalgia boa. Assisti todos os episódios de uma só vez. São 6 episódios de aproximadamente 35 minutos cada. Já é cedo pra dizer que quero a próxima temporada?

Young Royals
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Review: Young Royals (1ª temporada, 2021)

Young Royals apareceu despretensiosamente nas minhas redes sociais um pouco antes do seu lançamento. Diziam que era uma adaptação de um dos meus livros preferidos, Vermelho, Branco e Sangue Azul. Ou uma inspiração. Qualquer que fosse o caso, eu já estava interessado porque se tem algo que envolve gays ou realeza, esse algo é feito pra mim. Resolvi dar uma chance.

ATENÇÃO! PODE CONTER SPOILERS LEVES A PARTIR DESTE PONTO.

Assisti à primeira temporada em dois dias. Os três primeiros episódios em uma tacada só e os outros três alguns dias depois. Gostei dos personagens nos primeiros, até me identifiquei mas ainda me faltava alguma coisa. Sei que foi por pouco que não desisti e graças aos deuses continuei, porque, meu filho, se tem algo que essa série é, é boa e faz a gente sofrer. Sim, daquele jeitinho masoquista que a gente ama odiar.

+ Resenha: Vermelho, branco e sangue azul, Casey McQuiston

Young Royals é uma série sueca que gira em torno do príncipe Wilhelm, segundo na linha de sucessão ao trono. Por ter um irmão mais velho que nasceu sabendo que seria o príncipe herdeiro um dia, Willie teve uma vida de regalias e sem responsabilidades. Mas, estamos na era da internet e não demora até que um escândalo do príncipe caçula caia na rede e na boca do povo. Como resultado, a assessoria de imprensa da coroa elabora um plano de gestão de crise que consiste em um pronunciamento oficial e na ida do pequeno príncipe para o prestigioso internato Hillerska, onde seu irmão se formou anos atrás.

Obviamente, por ser um príncipe, tem uma grande festa de recepção para ele na escola e lá, descobrimos que os alunos são divididos entre residentes e não residentes. Os residentes moram na escola e são de famílias nobres, ricas, donos de terra e os não residentes são aqueles que não podem pagar por tanta hospitalidade e bolsistas. E ao chegar, algo desperta a atenção de Wilhelm. Ou melhor, alguém: Simon.

“A gente não pode comprar sucesso na vida.”

Simon é um aluno não-residente com sua irmã e canta no coral do colégio. Ele não é de família rica, vemos que sua mãe, que é solo, dá um duro danado para mantê-los na escola e com uma boa educação. Mas, logo Simon percebe que não é só de esforço que vive o homem. No mundo real, só tira boas notas quem paga por elas. Quem paga por merecer.

A atenção do príncipe Wilhelm a Simon é imediata, como se fosse um ímã. Ele passa a perseguir o garoto com os olhos a todo momento e logo se trata de aproximar-se dele. Mas, temos uma grande rocha no sapato: August, primo de segundo grau da família real que jurou “proteger” Willie na escola. Esse cara é um grande babaca, chato, ignorante, otário, ordinário e todos os outros xingamentos que você quiser inserir aqui. Sua função na série é basicamente atormentar as pessoas e impedir que a gente tenha o amorzinho de Simon e Wilhelm fácil, do jeito que eles mereciam.

E de fato, Young Royals se trata disso: da autodescoberta do amor incondicional, do prazer, do proibido e do que não deveria ser. Não preciso nem dizer que os dois meninos engatam em um romance lindo, até que August filma os dois transando pela janela e vaza na internet. O resultado? Mais um escândalo para a família real, ainda mais agora, que o irmão mais velho de Wilhelm morreu e ele é o novo príncipe herdeiro.

Você pode assistir a Young Royals na Netflix, clicando aqui.

E nisso, na tentativa de limpar a imagem, sob o poder da coroa, Wilhelm suja a imagem de Simon perante o mundo todo, mesmo após prometer que eles estariam juntos nessa. E Simon, por sua vez, não quer ser o segredo de ninguém. Ele não acha justo que precise se esconder para ser quem realmente é. Nesse momento, acho o Willie um otário que deixa o amor da sua vida escapar e sinto muita dó de Simon, mesmo sabendo que ele está certo. E também sei que o Wilhelm tem que se submeter a coisas maiores que ele. E agora, senhor?

E agora que a série acaba na cena mais triste que eu já vi na minha vida inteira. Willie chega na escola, no último dia de aula perto do Natal, mesmo tendo negado que era ele no vídeo vazado por August na internet e abraça Simon em público, com todo mundo vendo, boquiaberto. E ele diz as três palavrinhas mágicas: Eu te amo, Simon.

E Simon responde o quê? Isso mesmo.

Feliz Natal, Wilhelm.

Esses roteiristas mataram cada pedacinho do meu ser e é por isso que eu digo: Young Royals não é uma adaptação de Vermelho, Branco e Sangue Azul mas é incrivelmente bom. O roteiro é bem feito, a trilha sonora é impecável e os personagens parecem ter 16 anos de verdade. Nada de ator com cara de 35 fazendo criança no ensino médio. Eles tem espinhas. Meu eu do passado agradeceu pela representatividade.

E antes do fim, Willie ainda quebra a quarta parede, como quem diz: vocês vão ver o que vou fazer para reconquistar meu homem, aguardem. Se eu estarei vivo para a segunda temporada, já confirmada para esse ano, eu ainda não sei. Mas, se eu estiver, volto a escrever meus surtos por aqui.

Até lá, durmo sonhando com um mundo em que os dois podem ficar juntinhos em paz e com o August morto. Volta, Young Royals, nunca te pedi nada!!